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A Caracterização Do Vibrato Nos Gêneros Lírico e PDF
A Caracterização Do Vibrato Nos Gêneros Lírico e PDF
Ao meu noivo, futuro marido Renato Amatto meu “porto seguro” e maior
caminho.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Lídio Granato, pelo respeito, pela generosidade,
À minha co-orientadora, Profa Dra Zuleica Camargo pelo envolvimento, por todo
questionamentos.
trabalho.
conheci, pelas aulas, pelo incentivo, pelo respeito; sem dúvida muito desse
Ao Prof. Dr. Maurílio Nunes Vieira, pelo suporte á extração de medidas e leitura
Ao Aderbal Soares, meu professor de inglês por toda a ajuda nas difíceis e
desespero.
À minha secretária Angélica, meu anjo da guarda, pela palavra amiga nos
Ao tenor Miguel Geraldi por todo conhecimento no canto lírico, por todas
À cantora Meire Galvão, minha paciente linda pela ajuda constante na escassa
literatura sertaneja e por acima de tudo defender o canto sertanejo com muita
dignidade e coração.
ajudar.
disponibilidade.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 01
4. RESULTADOS .......................................................................................... 25
5. DISCUSSÃO ............................................................................................. 40
6. CONCLUSÃO ........................................................................................... 46
ANEXOS ........................................................................................................ 48
7. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 56
FONTES CONSULTADAS
RESUMO
ABSTRACT
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Estrofe 8 da partitura da ópera L’Elisir d’Amore , Ária “Una fortiva
lágrima..”_____________________________________________________ 21
sertanejo_____________________________________________________ 30
_____________________________________________________________ 29
trato vocal necessário para o canto trazendo com isso boas contribuições para
diferentes escolas de música. Com isso novas técnicas tem sido criadas e
grandes estudos acerca de sua técnica. É valido ressaltar que esse grupo de
com isso o vibrato lírico foi o que mais se estudou e dessa forma acabou sendo
Defini-se como taxa do vibrato, o número de ciclos por segundo, sendo medida
do vibrato no canto variou entre 5,2 e 7,8 Hz; enquanto que a extensão do
vibrato no canto variou entre 0,03 e 1,57 semitons. Esses achados não
referem que no início da formação do cantor o vibrato não é “bem vindo”, pois
ainda não se tem técnica para a produção relaxada do vibrato. Sendo assim o
musculatura abdominal.
produção do sinal vocal. Com isso traz grandes contribuições dos aspectos
gêneros.
e a alemã.
cada vez mais técnica. Atualmente, o canto popular tem um grande destaque,
que o vibrato é o “mais importante ornamento musical tanto na voz como nos
natural e perfeito embora sua origem seja no centro nervoso e sua taxa seja a
performance do cantor. Sugere que o sexo não age como uma variável
caracterizado por uma modulação mais rápida e menos regular que o vibrato
enquanto que o trillo é caracterizado por uma extensão maior que 2 semitons.
Extensões maiores que 2 semitons e com taxas de vibrato muito baixas tendem
a ter uma qualidade acústica ruim e geralmente estão associadas a vozes com
senilidade enquanto que extensões menores que 0,5 são típicas no vibrato de
instrumentos de sopro.
observou que o tremor vocal teve uma taxa de oscilação mais rápida e uma
cantores foi de 5,52 Hz enquanto que a taxa média de tremor vocal foi de 6,77
cantores. A análise dos dados revelou que alguns parâmetros podem distinguir
autores referiram ainda que o declínio vocal não seja sempre devido ao vibrato
sustentada [a] em nota reta, com vibrato e com vibrato exagerado utilizando a
de música. Algumas partes do trato vocal, entre elas véu palatino, base de
7Hz.
muscular insuficiente.
amostras eram de bom vibrato e cinco de mau vibrato. Concluíram que o maior
forma de onda senoidal regular. Aparece sempre com leve atraso com relação
ao ataque do som.
25%, 50% e 75% do registro modal de cada cantor. Além da emissão da vogal
áudio digital da voz cantada e posteriormente foi realizada análise acústica com
estavam presentes.
posicionados de pé, mantendo postura ereta com base alargada, ou seja, pés
compact disc SONY por meio de um microfone head set da marca SHURE
durante a gravação digital e foi pedido a cada cantor que executasse a ária
escolhida uma única vez em tom confortável. A ária escolhida para os cantores
líricos foi “Una fortiva lágrima” da ópera L’Elisir d’Amore de Gaetano Donizetti,
Figura 1 Estrofe 8 da partitura da ópera L’Elisir d’Amore , Ária “Una fortiva lágrima..”
feita de modo aleatório em relação aos dois gêneros de voz cantada. Foi
Cada jurado atribuiu nota zero para ausência de vibrato, nota um para
em .wav.
vogal [a] com vibrato, para isso contou-se cerca de 10 ciclos e obteve-se a
média da duração. Para amostras com duração menor que 10 ciclos, foi
vibrato é:
1
Taxa do =
vibrato
Duração de 10 ciclos
Extensão 1 2Fs
= x 34,62 x ln
do vibrato
2 (Fs + Fi)
A extensão fornecida pelo cálculo é de “pico-a-pico”, assim uma nota F
Fs
Fi
II
T = duração de 10 ciclos
Figura 2. Forma de onda (I) e espectrograma de banda estreita (II) em amostra de emissão do cantor
lírico da vogal sustentada [a] com vibrato
de voz cantada.
Tabelas 1 e 2.
sustentada [a] grave, [a] aguda, [a] no canto estão apresentados nas
Figuras de 4 a 63.
Como
Aula de Duração do Como o Vibrato
Sujeito Idade Uso da Voz desenvolveu o Onde o vibrato mais aparece ?
canto espetáculo é produzido ?
Vibrato ?
Lírico 1 39 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório aumento da intensidade
Lírico 2 45 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório aumento da intensidade
Lírico 3 35 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório aumento da intensidade
Lírico 4 38 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório sustentação de uma nota
Lírico 5 69 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório sustentação de uma nota
Lírico 6 47 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório aumento da intensidade
Lírico 7 46 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório sustentação de uma nota
Lírico 8 33 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório sustentação de uma nota
Lírico 9 37 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório sustentação de uma nota
Lírico 10 38 anos Sim 5x semana 2 horas aula de canto apoio respiratório sustentação de uma nota
Como
Duração do Como o Vibrato é
Sujeito Idade Aula de canto Uso da Voz desenvolveu Onde o vibrato mais aparece ?
espetáculo produzido ?
o Vibrato ?
Sertanejo 1 18 anos Não 3x semana 2 horas imitação apoio respiratório final da frase
Sertanejo 2 44 anos Não 3x semana 2 horas imitação apoio respiratório final da frase
Sertanejo 3 30 anos Sim 3x semana 3 horas aula de canto apoio respiratório final da frase
Sertanejo 4 32 anos Não 5x semana 4 horas imitação pregas vocais final da frase
Sertanejo 5 21 anos Não 5x semana 4 horas imitação apoio respiratório final da frase
Sertanejo 6 29 anos Sim 5x semana 3 horas imitação pregas vocais final da frase
Sertanejo 7 35 anos Não 4x semana 3 horas imitação pregas vocais sustentação de uma nota
Sertanejo 8 34 anos Não 4x semana 3 horas imitação apoio respiratório sustentação de uma nota
Sertanejo 9 25 anos Sim 3x semana 3 horas imitação pregas vocais final da frase
Sertanejo 10 41 anos Não 5x semana 4 horas imitação pregas vocais final da frase
vozes com vibrato na vogal sustentada [a] no canto nos gêneros lírico e
sertanejo
Legenda:
auditiva do vibrato na vogal sustentada [a] no canto nos dois gêneros de voz
de pontos.
Taxa do vibrato
Legenda:
----: a taxa não pode ser medida pela ausência de ciclos ou pela irregularidade dos ciclos.
grave, vogal sustentada [a] aguda e vogal sustentada [a] no canto, nos dois
Desvio Erro
Gênero n Média t p
Padrão Padrão
sertanejo
Extensão do vibrato
grave, vogal sustentada [a] aguda e vogal sustentada [a] no canto, nos dois
Desvio Erro
Gênero n Média* t p
Padrão Padrão
Conforme muitos autores relatam, o vibrato pode ser qualificado por três
2003).
forma que alguns autores acreditam que o vibrato é produzido por contração
anos, com média de 42,7 anos enquanto que as idades dos sujeitos no gênero
tempo de profissão no gênero lírico foi de 16,2 anos e no gênero sertanejo foi
de 12,4 anos.
Quanto à formação técnica dos sujeitos, há uma incrível diferença entre
os dois estilos, nos cantores líricos todos fizeram e ainda fazem aulas de canto
enquanto que os cantores sertanejos apenas três dos dez sujeitos fizeram aula
vibração das pregas vocais. Acredito que essa diferença possa estar
vez que a grande maioria nunca fez aula de canto e possivelmente não domina
tensão.
tensão. Nos cantores sertanejos todos os cantores referiram que o vibrato foi
lírico, por serem de um mesmo coral, fazem uso da voz cantada durante cinco
apresentam por quatro horas seguidas enquanto que todos os cantores líricos
entre juízes e intra juízes. Todos os três juízes (professora de canto popular,
agruparam.
[a] no canto, no gênero lírico a média foi de 5,09 Hz enquanto que no gênero
foi de 1,09 semitons enquanto que no gênero sertanejo a média foi de 0,72
semitom.
Houve significância estatística entre os dois gêneros de voz cantada no
sustentada [a] grave com vibrato não se pode realizar análise estatística uma
da extensão e mesmo no gênero sertanejo 50% dos sujeitos também não foi
ROSA, 2004). Na emissão com vibrato da vogal sustentada [a] grave tanto os
vibrato, isso condiz com VENARD (1967) e HIRANO (1995) o qual referiu que o
interpretação.
6. CONCLUSÃO
No que diz respeito à produção do vibrato houve diferença entre os dois
[a] no canto, no gênero lírico a média foi de 5,09 Hz enquanto que no gênero
foi de 1,09 semitons enquanto que no gênero sertanejo a média foi de 0,72
semitom.
Prezado Senhor:_______________________________________________
_______________ ___________
Sujeito da pesquisa Pesquisador
7.3 ANEXO 3
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu__________________________________________________________,RG
______________________, declaro ter sido informado (a), verbalmente e por
escrito, a respeito da pesquisa e concordo em participar espontaneamente, por
meio de uma entrevista que será gravada, além da realização de uma
nasofibrolaringoscopia, uma vez que será mantido o meu anonimato e que todo
material gravado não será utilizado para fins comerciais, financeiros ou
veiculados em meios de comunicação de massa.
________________________ ________________
Sujeito da pesquisa Pesquisador
7.4 ANEXO 4
Sujeito ________
Estilo _________
Tempo de profissão__________
Juiz:
Data:
MILLER, R. – Solutions for singers. Oxford University Press. New York, 2004.
SATALOFF, R.T. – Professional Voice – The Science and Art of Clinical Care.
Raven Press, New York, 1991.
SCHUTTE, H. K.; MILLER D. G. – Acoustic Details of Vibrato Cycle in Tenor
High Notes. J. Voice; 5(3): 217-223, 1991.
VENNARD, W. – Singing: The Mechanism and the Technic. Carl Fischer, New
York, 1967.
Zahar, 1994.
Zamichelli, 2003.
RESUMO
O vibrato é um dos ornamentos vocais mais utilizados na voz cantada e
pode ser encontrado em diferentes estilos de canto, entre eles o lírico e o
sertanejo. Dessa forma o objetivo deste trabalho foi o de caracterizar o vibrato
em dois gêneros de voz cantada: o lírico e o sertanejo; comparando-os sob o
ponto de vista da aquisição do vibrato, da análise perceptivo-auditiva e
acústica. Fizeram parte desta pesquisa 20 cantores do sexo masculino sem
doenças laríngeas e que produziam o vibrato, sendo 10 cantores do gênero
lírico e 10 do gênero sertanejo. Os sujeitos de cada gênero cantaram uma
música estabelecida pela grande quantidade de momentos de vibrato. Foi
realizada avaliação perceptivo-auditiva e análise acústica com comparação dos
harmônicos e medição da taxa e da extensão do vibrato para cada emissão. Os
resultados mostraram que no gênero lírico os valores da taxa do vibrato
variaram de 4,55 a 6,25 Hz e da extensão do vibrato variaram de 0,54 a 1,66
semitons enquanto que no gênero sertanejo os valores da taxa do vibrato
variaram de 5,0 a 6,56 Hz e da extensão do vibrato variaram de 0,54 a 0,95
semitons. Considerando-se a extensão medida de “pico-a-pico”, houve
diferença estatística entre os dois gêneros de voz cantada. No espectrograma
houve regularidade em relação à oscilação de freqüência no gênero lírico
enquanto que no gênero sertanejo não houve regularidade. Dessa forma, os
valores de taxa e extensão do vibrato diferiram significativamente entre os dois
grupos, mas não diferiram dos descritos na literatura, e houve regularidade nas
oscilações de freqüência apenas no gênero lírico. Sem dúvida com este
trabalho um outro olhar para a técnica do canto foi lançado despertando o
interesse por estudar o vibrato em outros gêneros de voz cantada.
ABSTRACT
The vibrato is one of the embellishments most frequently used in the
singing voice and it can be found in different singing styles, among those, lyric
and Sertanejo (Brazilian country western-like singing style). Considering these
two styles, the objective of the present study was to characterize the vibrato in
them, comparing them in the light of vibrato acquisition through auditory-
perceptual and acoustic analyses. Twenty male singers—10 classical (operatic)
singers and 10 sertanejo singers— reportedly in perfect laryngeal health,
served as subjects for this study. The subjects phonated and sustained the
vowel /a/ with vibrato at low and high pitches. For each phonation, perceptual-
auditory evaluation and acoustic analysis were carried out together with
comparison of overtones and vibrato rate and extension measurements. The
results have shown that the mean values for vibrato rate and extension in lyric
singers were 4,55 to 6,25 Hz and 0,54 to 1,66 semitone, whereas for sertanejo
they were 5,0 to 6,56 Hz and 0,54 to 0,95 semitone. Taking into consideration
the extension measured peak-to-peak, there was statistical difference between
these two modes of the singing voice. In the spectrogram there was regularity in
terms of frequency oscillation in the lyric genre while in the sertanejo style there
was no regularity. The vibrato rate and extension values between the two
groups differed significantly, but did not differ from those described in the
literature; moreover, there was regularity in frequency oscillation only in the lyric
singing style. Doubtlessly, with this study, a new standpoint on singing
technique has been contrived, thus arousing the interest of studying the vibrato
in other singing voice genres.
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