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RONDONÓPOLIS - MT
2017
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RONDONÓPOLIS - MT
2017
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SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................................... 01
1. Introdução ...................................................................................................................................... 04
2. Fundamentação Teórica ................................................................................................................. 07
3. Metodologia ................................................................................................................................... 12
3.1 Procedimentos para análise..........................................................................................................14
4. Análise dos Resultados .................................................................................................................. 16
4.1 Análise do vocábulo recorrente e preferencial Moment...............................................................17
4.2 Análise do vocábulo recorrente e preferencial Thing...................................................................22
4.3 Análise do vocábulo recorrente e preferencial Time....................................................................25
5. Considerações Finais......................................................................................................................30
6. Referências Bibliográficas..............................................................................................................33
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LISTA DE ABREVIATURAS
1. INTRODUÇÃO
No decorrer dos anos, talvez um dos pontos mais importantes seja a modificação dos hábitos
de socialização que os meios digitais proporcionaram atualmente. As tecnologias de informação nos
possibilitam o acesso a milhares de informações e complexidades de contextos tanto próximos como
distantes da realidade que, num processo educativo, pode servir como elemento de aprendizagem,
como espaço de socialização, gerando saberes e conhecimentos científicos. Quando parei para pensar
na questão da tradução em si, certamente já vemos como algo metódico e maçante, o fato de traduzir,
por exemplo um texto que se encontra em sua língua original, sendo o inglês, para nossa língua
materna, o português. Porém, não paramos para analisar o fato de que determinados e inúmeros
fatores nesta área da tradução podem nos trazer na maioria das vezes muitos benefícios, como
desenvolvimento de lógica e clareza, formação intelectual, a aprendizagem da precisão e a expressão
e até mesmo o desenvolvimento da criatividade.
No que se diz respeito à constituição do corpus deste trabalho, foi utilizado o livro on-line
Sense and Sensibility (SAS), de Jane Austen e sua respectiva tradução para a língua portuguesa, dos
quais foram retirados os vocábulos para análise.
Dado o exposto, faz-se necessário frisar que a maior motivação para o desenvolvimento
deste trabalho, foi sem dúvidas o interesse pela área de tradução, juntamente com a parte literária que
é o romance do qual foram extraídos os vocábulos a serem analisados. É necessário frisar que a autora
Jane Austen é uma das escritoras inglesas mais famosas, passados mais de dois séculos de sua morte
e, consagrou-se por seus diálogos afiados e pela ironia presente em seus romances. Ainda, a escritora
Jane Austen desenvolveu certos recursos narrativos que, mais tarde, dariam origem ao discurso
indireto livre e ao fluxo de consciência, muito presentes em praticamente todas as obras de autores
britânicos, como Virginia Woolf.
E assim, uma outra autora da literatura americana reconhecida e muito importante neste
âmbito literário, Virginia Woolf, comenta sobre Jane Austen, usando-a como exemplo de escritora
que em sua própria época foi capaz de atingir os picos da perfeição.
De acordo com Woolf (1981), a respeito de Austen, a autora menciona que:
ao se fazer qualquer exame da ficção moderna, mesmo o mais descuidado e livre, é difícil
não ter por certo que a prática moderna da arte é de algum modo um progresso em relação à
antiga. Pode-se dizer que, com suas toscas ferramentas e materiais primitivos, Fielding se
saiu bem e Jane Austen ainda melhor, mas compare as oportunidades deles com as nossas!
(WOOLF, 1981, p. 163).
Portanto, a respeito das palavras acima da escritora Virginia Woolf, é possível dizer que a
mesma frisa sobre a o fato de que como pode existir em sua própria época uma autora capaz de chegar
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a tal competência tão admirada, julgando-a quase uma escritora com perfeição em sua escrita.
Particularmente, tais fatores como estes me levaram a escolha da obra, sendo que fiquei de certo
modo impressionada com a escrita desta autora.
A pesquisa foi fundamentada nos princípios de Linguística de Corpus de Berber Sardinha
(1999, 2000, 2004) e nos estudos de Tradução baseados em Corpus de Baker (1993, 1995, 2004).
Ao refletirmos sobre a Linguística de Corpus, entende-se que é um campo que se dedica à
criação e análise de corpora (plural de corpus), que são conjuntos de textos e transcrições de fala
armazenadas em arquivos de computador (Berber Sardinha, 2004). A Linguística de Corpus vem
revolucionando a maneira como se investiga a linguagem, nos seus mais diversos níveis, colocando
à disposição do analista quantidades de dados antes inacessíveis. Um dos grandes agentes dessa
revolução é a informática; sem ela, a Linguística de Corpus contemporânea não poderia existir.
Assim, o linguista de corpus depende de programas de computador para lidar com os corpora.
Esta pesquisa levou a buscar respostas para algumas questões tais como, se o uso das
colocações provenientes dos três vocábulos recorrentes e preferenciais encontrados na obra de Jane
Austen, no texto original mostrou alguma similaridade ou diferença em relação ao texto traduzido, e
ainda se o uso das colocações provenientes dos três vocábulos recorrentes e preferenciais
selecionados no texto original apresentou variações ou omissões no texto traduzido.
No que diz respeito aos objetivos do presente trabalho, propomos como:
Objetivos Gerais
1. Identificar as colocações provenientes dos três vocábulos recorrentes e preferenciais
selecionados na obra Sense and Sensibility (SAS) e sua tradução para a língua portuguesa, por meio
do programa computacional WordSmith Tools.
2. Comparar as colocações provenientes dos três vocábulos recorrentes e preferenciais
selecionados na obra Sense and Sensibility (SAS) e sua tradução para a língua portuguesa.
3. Analisar as colocações provenientes dos três vocábulos recorrentes e preferenciais
selecionados na obra Sense and Sensibility (SAS) e sua tradução para a língua portuguesa.
Objetivos Específicos
1. Observar similaridades na ocorrência das colocações provenientes dos três vocábulos
recorrentes e preferenciais selecionados na obra Sense and Sensibility (SAS) em relação a sua
tradução para a língua portuguesa.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Podemos mencionar que a linguística de corpus nos possibilita um estudo amplo e claro
acerca da linguagem, onde a ferramenta de extrema importância para chegarmos ao resultado
desejado é o computador.
Sanchez apresenta uma definição para corpus, afirmando que trata-se de:
um conjunto de dados linguísticos (pertencentes ao uso oral ou escrito da língua, ou a ambos),
sistematizados conforme determinados critérios, suficientemente extensos em amplitude e
profundidade, de forma que sejam representativos da totalidade do uso linguístico ou de
algum de seus âmbitos, dispostos de tal forma que possam ser processados
por computador com a finalidade de propiciar resultados vários e úteis para a descrição e a
análise. (SANCHEZ, 1996, p. 8-9).
De acordo com a definição acima, pode-se dizer que corpus é o conjunto de enunciados a
partir do qual se estabelece a gramática descritiva de uma língua, podendo ser textos impressos ou
também on-line, sendo podem variar quanto ao seu gênero, tais como: revistas e jornais, entre outros.
Não se pode deixar de observar que em nosso dia a dia, encontramos fragmentos presentes em nossa
vida, como por exemplo, por várias vezes, passamos os olhos em uma ou outra pequena matéria em
uma revista em inglês, mas não damos muita atenção a este fato, sendo que este material pode se
tornar alvo de uma pesquisa louvável. Portanto, é de extrema importância lembrar que o corpus deve
sempre ser composto de dados autênticos. Por autenticidade, compreende-se: “os textos devem ter
sido escritos em linguagem natural, não podendo ser textos produzidos com o propósito de serem
alvo de pesquisa linguística” (BERBER SARDINHA, 2000, p. 325). E ainda, “os textos devem ser
escritos por falantes nativos, exceto se se tratar de corpora de aprendizes, aqueles corpora cujos textos
são provenientes de falantes que estão aprendendo uma língua estrangeira” (BERBER SARDINHA,
2000, p. 335).
Ainda, no que diz respeito ao corpus, a autora Mona Baker também nos fornece uma
definição, acrescentando alguns requisitos fundamentais acerca do assunto:
(i) corpus, agora, significa primeiramente uma coleção de textos digitalizados e capazes de
serem analisados, automática ou semiautomaticamente, em uma variedade de maneiras;
(ii) um corpus não mais se restringe a textos escritos, mas incluí também textos orais; e
(iii) um corpus pode incluir um grande número de textos provenientes de fontes variadas, por
muitos autores e falantes e em uma diversidade de tópicos. (BAKER, 1995, p.225).
No tocante à citação acima de Baker, entendemos que um corpus significa uma coleção de
textos, mas também pode ser composto de textos orais, podendo ser de diversas fontes e autores, os
quais podem ser analisados de diversas maneiras.
Desde os primórdios da Idade Média, puderam ser percebidas a produção de corpus em
citações bíblicas. É importante enfatizar que o primeiro corpus linguístico eletrônico, o corpus Brown,
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foi lançado em 1964, e continha uma quantidade invejável de dados para a época: um milhão de
palavras, sendo que antes, as dificuldades de informatizar um conjunto de textos eram grandes. Vale
lembrar, por exemplo, que os textos tiveram de ser transferidos para o computador por meio de
cartões, perfurados um a um. Segundo Beber Sardinha, “foi lançado justamente numa época em que
a ideia de se gastar tempo e recursos financeiros para a coleta de registros linguísticos era vista com
total incredulidade e até hostilidade” (BERBER SARDINHA, 2000, p. 2). Anteriormente, tinha-se
muitas dificuldades em fazer a coleta de dados dos corpora, pois o trabalho deveria ser feito todo
manual, já que não existia esse leque imenso de ferramentas que temos hoje em dia, os quais
enriquecem de forma significativa nossa pesquisa e análises a serem realizadas.
Berber Sardinha (2000, p. 4) enfatiza que com a modernização, houve um grande avanço
acerca da pesquisa linguística baseada em corpus. No mundo todo, vários pesquisadores da área
fazem investigações no que diz respeito à descrição das variedades nos aspectos da linguagem, o que
não se difere aqui em nosso país.
Assim, em sua essência, um corpus seja de que tipo for, é tido como representativo da
linguagem, de um idioma, ou de uma variedade dele. Sendo que, o corpus possui uma função
representativa. A característica mais facilmente associada à representatividade é justamente a
extensão do corpus, o que significa em termos simples que para ter representatividade, o corpus deve
ser o maior possível. Porém, não há critérios objetivos para a determinação da representatividade. Por
isso, uma amostra deve ter uma dada extensão. Assim, quando se diz que um corpus deva ser
representativo, entende-se representatividade em termos da extensão do corpus, isto é, um número
determinado de palavras e de textos.
Berber Sardinha comenta em relação ao tamanho de um corpus que, “o tamanho mínimo
necessário para um corpus de estudo depende: (a) do que se pretende estudar e (b) da especialização
do corpus” (BERBER SARDINHA, 2004, p. 98).
Segundo Sinclair, “o corpus deve ter o tamanho adequado ao tipo de pesquisa que se vai
realizar e à metodologia a ser adotada na pesquisa” (SINCLAIR, 2005, p. 12). Quando se fala em
tamanho de um corpus, não se trata somente do número total de palavras (tokens) e de palavras
diferentes (types), mas com quantas categorias (gêneros discursivos, tipos de textos, datas, autores,
etc.) um corpus deve contar, quantas amostras de cada categoria e quantas palavras existem dentre de
cada amostra.
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Baker relata acima sobre dificuldades que vão surgindo no decorrer das pesquisas e ao
significativo avanço dos estudos relacionados ao corpus, ressaltando as dificuldades que se tornam
algo interessante, pois a quantidade de dados a serem estudados aumentaram no quesito quantidade.
Berber Sardinha traz como referencial Sinclair (1966), enfatizando que o mesmo “foi
pioneiro na área do léxico, [e] traçou os caminhos da maioria da pesquisa em Linguística de Corpus
existentes até o momento” (BERBER SARDINHA, 2000, p. 7).
Em nossa pesquisa, trataremos da tradução mais frequente, variações e omissões das
colocações provenientes de três vocábulos selecionados para análise. Para exemplificar, abaixo
apresentamos definições de variação e omissão.
O linguista David Crystal apresenta a definição de variação como “um termo utilizado na
Linguística para referir-se a uma forma linguística, que apresenta uma de uma série de alternativas
em um contexto determinado” (CRYSTAL, 1997, p. 408). Assim, através das palavras de David
Crystal, é possível compreendermos que o objetivo do processo de variação é que possamos reduzir
de maneira significativa o número de repetições em um determinado texto, sendo que podemos
substituir uma colocação com palavras distintas, porém com o mesmo significado, ou seja, por meio
de sinônimos.
No tocante à omissão, será utilizada a seguinte definição de Baker:
Esta estratégia pode soar um pouco drástica, porém, de fato, não causa dano a ninguém omitir
a tradução de uma palavra ou expressão em alguns contextos. Se o significado transmitido a
um item particular ou expressão não for essencial o bastante no desenvolvimento do texto
com o intuito de justificar tirar a atenção do leitor com grandes explicações, tradutores podem
e com frequência simplesmente omitem a tradução de uma palavra ou expressão em questão.
(BAKER, 1992, p. 40)
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Como menciona Baker em relação ao processo de omissão, quando usado em uma tradução,
não gera nenhum dano ao leitor, pois quando os tradutores julgarem necessário, podem utilizar a
omissão em seus textos.
A seguir, será discorrido sobre a metodologia do trabalho em questão.
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3. METODOLOGIA
Sendo assim, por meio das palavras do autor citadas acima, nos cabe entender que o
programa utilizado é composto por ferramentas, utilitários, instrumentos e funções, que nos
proporcionam facilidades para realizar nossa pesquisa linguística. Uma das ferramentas contidas no
programa que nos serviu de auxílio na seleção dos vocábulos recorrentes e preferenciais foi o
Wordlist. Portanto, esta ferramenta seleciona os vocábulos que mais ocorrem no texto em seu formato
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original, nos mostrando por ordem alfabética e frequencial, com a quantidade de vezes e a
porcentagem de presença de determinado vocábulo, ou seja, por meio dos principais comandos, é
possível elaborar listas alfabéticas, frequenciais e de estatística.
Ainda, no que diz respeito ao programa WordSmith Tools utilizado nesta análise lexical, na
concepção de Berber Sardinha, tem como característica:
(...) servir como uma ferramenta que permita a consecução de tarefas relacionadas a análise
de corpora. Isso significa que ele não foi concebido para efetuar análises de projetos
específicos; ele disponibiliza uma série de opções de ferramentas (daí o ‘tools’ em seu nome),
algumas mais gerais, outras mais restritas, sem jamais supor que a análise termine com o
processamento de dados que ele efetua (BERBER SARDINHA, 2006, p. 07).
Acima, Berber Sardinha comenta qual a finalidade do programa que utilizamos em nossa
pesquisa, enfatizado que esta ferramenta nos dá a oportunidade de realizar procedimentos
relacionados à análise de corpora, sendo que não foi desenvolvido para análises de projetos
específicos, deixando a nossa disposição várias opções de ferramentas para realizarmos nossas
pesquisas.
A seguir, serão apresentados os procedimentos para a análise lexical realizada no
presente trabalho.
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Esta parte do trabalho se concretizou em três etapas. A primeira etapa foi direcionada para a
identificação dos vocábulos recorrentes e preferenciais. Na segunda etapa, foi feita a comparação
entre os vocábulos encontrados tanto na obra original quanto na obra traduzida para a língua
portuguesa. Na terceira etapa, a análise pode ser concretizada por meio da comparação entre as
similaridades e diferenças das colocações provenientes dos três vocábulos recorrentes e preferenciais
selecionados para investigação, que ocorrem no corpus original em relação ao texto traduzido.
Dessa forma, para o procedimento das análises, foi utilizada uma das obras em PDF, pois
julgamos que seria um procedimento facilitador para nos ajudar no processo de identificação dos
vocábulos almejados com o auxílio do programa computacional WordSmith Tools, versão 6.0. Com
a ajuda fornecida pelo programa computacional, utilizamos a ferramenta WordList, que nos resultou
em uma lista de vocábulos que mais ocorreram no texto, onde apareceram por ordem alfabética e
também nos propiciou outra lista frequencial dos vocábulos. Sendo assim, é necessário ressaltar que,
baseando-nos nas listas de frequência, selecionamos então as palavras de maior ocorrência.
Consequentemente, foi preciso fazer a exclusão de alguns vocábulos que não apresentavam aspectos
de variação e nem de omissão em sua respectiva tradução. Enfim, durante esse processo, foram
escolhidos três vocábulos que foram devidamente estudados e analisados, sendo eles: Moment, Thing
e Time.
À posteriori, foram observados tais vocábulos por meio de uma ferramenta contida no
programa chamada de Concord, gerando assim as listas de concordância no texto original de Língua
Inglesa. Assim, desenvolvemos o mesmo processo no subcorpus traduzido para a Língua Portuguesa,
com o objetivo de observar como essas concordâncias aconteceram no texto traduzido.
Mesmo com o recurso que a ferramenta Concord nos forneceu, decidimos por fazer
novamente a comparação de forma mais detalhada entres estes três vocábulos escolhidos do texto
original e os do texto traduzido de maneira semi-manual, para que tivéssemos toda a certeza da análise
de todos os vocábulos. Assim, com o objetivo de que nos fosse possibilitada a identificação das
concordâncias e contextos em que cada vocábulo ocorreu, utilizamos um procedimento semi-manual
para a análise, com o auxílio do programa Microsoft Office Word 2007. Desta forma, neste programa
foi utilizada a ferramenta denominada Localizar, que dentro do programa tem a função de identificar
os vocábulos selecionados.
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Em seguida, foi possível fazer uma sucinta investigação das ocorrências de traduções mais
frequentes, variações e omissões. Na análise, foram examinadas a quantidade de variações e omissões
na tradução, bem como o número de vezes que o vocábulo não apresentou variação. Por intermédio
dessa busca, comparamos e extraímos os vocábulos tanto no texto original quanto em sua tradução
para a língua portuguesa.
Na próxima seção, exporemos nossa Análise dos Resultados.
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Os três vocábulos recorrentes e preferenciais escolhidos são: Moment, Thing e Time. Foram
retirados do texto literário originalmente escrito em língua inglesa, Sense and Sensibility (SAS), da
autora Jane Austen.
A seguir, apresentamos a análise do vocábulo recorrente e preferencial Moment.
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Foi possível observar que a tradução mais frequente da colocação a moment é um minuto,
que nos mostrou uma ocorrência de 55 (cinquenta e cinco), enquanto a variação de a moment para
um instante ocorreu somente 11 (onze) vezes.
No tocante às omissões encontradas no texto traduzido para a língua portuguesa, foi possível
observarmos uma ocorrência da ausência da tradução da colocação. Para melhor esclarecimento,
segue a seguir o exemplo:
A MOMENT – Omissão
SAS: “A woman of seven and twenty," said Marianne, after pausing a moment - (...)
RES: Uma mulher de vinte e sete anos – disse Marianne, após uma pausa _____________-
(...)
Abaixo, observam-se exemplos da colocação this moment. A tradução mais frequente para
this moment foi agora. Quanto à variação, foram encontradas as colocações exato momento e o
advérbio imediatamente, assim como pode-se verificar por meio dos trechos a seguir:
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No que se refere à omissão com a colocação this moment, não foram encontrados fragmentos
no texto traduzido para a língua portuguesa. Notamos que a tradução mais frequente que ocorreu no
texto foi this moment com o sentido de agora, sendo que o programa computacional utilizado nos
mostrou uma ocorrência desta tradução 6 (seis) vezes, enquanto a tradução de this moment com
sentido de imediatamente ocorreu somente 2 (duas) vezes, e a tradução de this moment com o sentindo
de neste exato momento teve apenas 01 (uma) ocorrência.
Verifica-se, a seguir, os exemplos encontrados de tradução mais frequente e variações da
colocação in a moment.
SAS: In a moment I shall see the person that all my happiness depends on—that is to be my
mother!
RES: Daqui a pouco vou ver a pessoa de que depende toda a minha felicidade... que deve
ser minha mãe!...
RES: (…) num instante ele estava no corredor, e no outro estava distante delas.
Assim como constam nos exemplos acima, no que se refere à quantidade de vezes que in a
moment apareceu na obra escrita originalmente em Língua Inglesa, foram constatadas 12 (doze) vezes
no total. A tradução mais frequente para in a moment foi um momento, presente em 03 (três)
sentenças. Quanto à variação, foram encontradas as colocações daqui a pouco 01 (uma) vez, um
instante 01 (uma) vez, num só momento 01 (uma) vez, em um momento 01 (uma) vez, num momento
01 (uma) vez, num instante 02 (duas) vezes e os advérbios prontamente 01 (uma) vez e logo,
aparecendo também 01 (uma) vez. No caso de omissões da colocação in a moment, não foram
encontrados fragmentos na obra traduzida para a língua portuguesa.
Apresentamos abaixo os excertos encontrados da tradução mais frequente, variações e
omissão da colocação at that moment.
No que se refere a quantidade de vezes que at that moment apareceu na obra escrita
originalmente em Língua Inglesa, foram constatadas 10 (dez) vezes no total, sendo uma omissão na
obra traduzida. A tradução mais frequente para at that moment foi naquele momento aparecendo 04
(quatro) vezes. Quanto à variação, foram encontradas as colocações àquela hora, ocorrendo 03 (três)
vezes e no momento, com 02 (duas) ocorrências. No caso de omissões, foi possível observar que o
tradutor optou por omitir a colocação at that moment em seu trabalho de tradução para a Língua
Portuguesa da obra de Jane Austen somente uma vez.
A partir do vocábulo recorrente e preferencial moment, trabalhamos com as seguintes
colocações: a moment, this moment, in a moment e at that moment. Com referência às colocações a
moment e this moment, notamos uma ocorrência maior de tradução mais frequente, se compararmos
com os exemplos encontrados de variação e omissão. No tocante às colocações in a moment e at that
moment, verificamos que houve uma ocorrência maior de variações, se compararmos com os
exemplos encontrados de tradução mais frequente e omissão.
Apresentamos, a seguir, o segundo vocábulo analisado, Thing.
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Houve também uma omissão da colocação such a thing, que pode ser observada abaixo:
No tocante à colocação any thing / anything, houve a presença deste vocábulo em um total
de 61 (sessenta e uma) vezes na obra escrita originalmente em Língua Inglesa. A tradução mais
frequente contida no texto é de any thing / anything com sentido de nada, presente 53 (cinquenta e
três) vezes. As variações encontradas foram: algo, encontrada 04 (quatro) ocorrências, nenhuma,
presente 02 (duas) vezes e qualquer coisa, que ocorreu 02 (duas) vezes. Seguem abaixo os exemplos
de tradução mais frequente e variações da colocação any thing / anything.
A respeito das colocações every thing / everything, any thing / anything, houve uma maior ocorrência
de tradução mais frequente, se compararmos com à quantidade de variações.
Apresentamos, a seguir, o terceiro e último vocábulo analisado, Time.
A tradução mais frequente para at times foi muitas vezes, e esteve presente no texto por 06
(seis) vezes, não havendo assim fragmentos encontrados que comprovem omissões. E quanto à
variação às vezes, a mesma esteve presente por 02 (duas) vezes na obra.
Apresentamos abaixo exemplos encontrados da colocação by this time, que aparece em um
total de 05 (cinco) vezes, sendo em 02 (duas) duas das ocorrências omissões. A tradução mais
frequente para a colocação by this time é agora, ocorrendo 02 (duas) vezes. E a variação a esta altura,
apareceu apenas 01 (uma) vez.
RES: Eu diria que agora ela já quase perdeu toda a memória dele.
A seguir, encontram-se exemplos da colocação the time, que aparece no texto original escrito
originalmente em Língua Inglesa 21 (vinte e uma) vezes. A tradução mais frequente para the time foi
tempo, ocorrendo 12 vezes. Também foram constatadas 9 (nove) variações, sendo que para a
colocação the time com sentido de dia, foram encontrados 04 (quatro) fragmentos, e para the time
com a tradução de hora 05 (cinco).
A respeito de omissão, não foi encontrado um fragmento na obra traduzida para a língua
portuguesa que constatasse este fato.
A seguir, encontram-se excertos das colocações at that time.
Esteve presente em um total de 4 (quatro) vezes no texto escrito originalmente em Língua
Inglesa. At that time aparece como na época, nessa época e naquela época. Houve também uma
omissão da colocação no texto traduzido para a língua portuguesa. Assim, seguem os exemplos para
a colocação at that time:
(três) vezes. Seguem abaixo os exemplos de tradução mais frequente e variações da colocação at the
time.
Em relação ao fator de omissão, não foram encontrados na obra traduzida para a língua
portuguesa fragmentos para expor esta parte da análise.
Apresentamos abaixo exemplos da colocação such a time, sendo que observamos a presença
no texto original apenas 02 (duas) vezes, com a tradução mais frequente em tal hora. Foi possível
observarmos que houve um caso de omissão da colocação. A seguir, encontram-se os fragmentos:
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que pudesse concluir este trabalho, se fez necessário um embasamento teórico na área
da Linguística de Corpus, segundo a concepção de Berber Sardinha (1999, 2000, 2004, 2006) e nos
estudos da tradução baseados em corpus, de acordo com as investigações de Baker (1993, 1995,
2004). Optamos também pela utilização do suporte do programa computacional WordSmith Tools
versão 6.0, em especial, a ferramenta WordList, que nos propiciou uma lista de vocábulos recorrentes
e preferenciais por ordem alfabética e uma lista por ordem de frequência dos vocábulos. Então, a
partir deste momento, a análise pode ser iniciada, onde buscamos realizar a comparação entre as
similaridades e diferenças das colocações provenientes dos três vocábulos recorrentes e preferenciais
selecionados para investigação, que foram encontrados no corpus original do texto escrito
originalmente em língua inglesa. E então, foi no decorrer deste processo, que escolhemos os três
vocábulos que foram devidamente estudados e analisados neste presente trabalho.
A partir do vocábulo recorrente e preferencial moment, foram trabalhadas as seguintes
colocações: a moment, this moment, in a moment e at that moment. Com referência às colocações a
moment e this moment, notamos uma ocorrência maior de tradução mais frequente, se compararmos
com os exemplos encontrados de variação e omissão. No tocante às colocações in a moment e at that
moment, verificou-se que houve uma ocorrência maior de variações, se compararmos com os
exemplos encontrados de tradução mais frequente e omissão. Foi possível constatar que no tocante
às colocações provenientes do vocábulo Moment, houve similaridades com o texto original na
tradução das colocações a moment e this moment, uma vez que o tradutor optou por utilizar em uma
proporção maior uma mesma tradução, isto é, uma tradução mais frequente. Já, acerca das colocações
in a moment e at that moment, houve diferenças em relação ao texto original, uma vez que o tradutor
optou por utilizar variações em sua tradução, não empregando sempre a mesma tradução para estas
colocações.
Logo após, referente ao vocábulo recorrente e preferencial thing, foram trabalhadas as
seguintes colocações: such a thing, every thing / everything e any thing / anything. Em relação à
colocação such a thing, podemos constatar que houve a mesma quantidade de tradução mais frequente
e variações. A respeito das colocações every thing / everything, any thing / anything, houve uma
maior ocorrência de tradução mais frequente, se compararmos com à quantidade de variações. Foi
possível constatar que no tocante às colocações provenientes do vocábulo thing, houve similaridades
e diferenças com o texto original na tradução da colocação such a thing, uma vez que o tradutor optou
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por utilizar em uma igual proporção traduções mais frequentes e variações. Já, acerca das colocações
every thing / everything, any thing / anything, houve semelhanças em relação ao texto original, uma
vez que o tradutor optou por utilizar uma proporção maior de traduções mais frequentes para cada
uma destas colocações.
Por último, a partir do vocábulo recorrente e preferencial time, foram trabalhadas as
seguintes colocações: at times, by this time, the time, at that time, at the time e such a time. As
colocações by this time e such a time apresentam a mesma quantidade de traduções mais frequentes
e omissões. Já, nas colocações at times e the time, verifica-se um maior número da tradução mais
frequente, se compararmos com a quantidade de variações. At that time apresenta uma quantidade
maior de variações, se compararmos com o exemplo de omissão. Já, em at the time, verifica-se a
mesma quantidade de tradução mais frequente e variação. Foi possível constatar que no tocante às
colocações provenientes do vocábulo time, houve similaridades e diferenças com o texto original na
tradução das colocações by this time e such a time, uma vez que o tradutor optou por utilizar em uma
igual proporção traduções mais frequentes e omissões. Acerca das colocações at times e the time,
houve semelhanças em relação ao texto original, uma vez que o tradutor optou por utilizar uma
proporção maior de traduções mais frequentes para cada uma destas colocações. No que se
refere à colocação at that time time, diferenças com o texto original, uma vez que o tradutor optou
por utilizar variações em sua tradução. No tocante à colocação at the time, houve similaridades e
diferenças com o texto original na tradução, uma vez que o tradutor optou por utilizar em uma igual
proporção traduções mais frequentes e variações.
Desta forma, referente aos objetivos desta monografia, acerca das similaridades e diferenças
das colocações provenientes dos três vocábulos recorrentes e preferenciais selecionados para a
análise, é possível frisar que o tradutor utilizou nas colocações provenientes do vocábulo thing um
maior número de similaridades, isto é, de traduções mais frequentes. Já, em relação às colocações
provenientes dos vocábulos moment e time, o tradutor empregou uma mesma quantidade de
similaridades e diferenças, isto é, fez uso em uma proporção de traduções mais frequentes, variações
e omissões.
Em relação à formulação das perguntas sobre o desenvolvimento deste trabalho sobre as
colocações provenientes dos três vocábulos recorrentes e preferenciais analisados, se faz necessário
deixar claro que o tradutor em diversos momentos, além das traduções mais frequentes, deixou em
evidência as variações e algumas omissões em seu texto traduzido para a Língua Portuguesa. Diante
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disso, ficou perceptível que estas opções utilizadas em sua tradução serviram com uma estratégia de
fluência, com o intuito de facilitar a compreensão do leitor no texto de língua de chegada.
Almejei então que através deste trabalho, o mesmo possa ter contribuído com as
investigações a respeito de traduções mais frequentes, variações e omissões dentro dos estudos da
tradução baseados em corpus. Também, tivemos o intuito de mostrar aos interessados pela pesquisa
que a tradução pode ser livre no âmbito de obras da Literatura Inglesa, utilizando sinônimos ou
simplesmente omitindo as colocações, porém, sem mudar o sentido do texto original.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
__________. Corpus linguistics and translation studies: implications and applications. In: BAKER,
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http://ahds.ac.uk/linguistic-corpora/. Acesso em: 10/01/ 2016.