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Autobiografia de um pontificado
Desde que foi elevado ao papado, Joseph Ratzinger é alvo de agressões in
crescendo, no interior da Igreja e fora dela. Há alguma "mão invisível" que as
ordena? Aqui indicamos o juízo e a explicação do Papa
De cada uma destas situações, Rodari e Tornielli dão uma reconstrução muito
cuidada, com enredo inédito.
Por último, o terceiro inimigo são os funcionários da cúria vaticana que em vez
de ajudar o Papa o embaraçam, por incapacidade, ignorância, ou também por
oposição.
Estas três fontes não estão necessariamente submetidas a uma direcção única.
Porém, isso não impede de investigar se há nas três uma razão unificadora que
explique ataques tão ásperos e contínuos, todos concentrados sobre o Papa
actual. É o que fazem Rodari e Tornielli no último capítulo do livro, recolhendo
a opinião de vários analistas e comentadores.
Mas não menos importante é saber como é que o próprio Bento XVI interpreta
os ataques lançados contra ele.
Para ele estas coisas estão ligadas. A tribulação produzida pelo pecado é a
condição da humanidade necessitada de salvação, uma salvação que apenas vem
de Deus e é oferecida na Igreja com os sacramentos administrados pelos
sacerdotes.
Por isso, o Papa dá a entender que a rejeição de Deus coincide muitas vezes com
um ataque ao sacerdócio e àquilo que é dele um sinal público: o celibato.
Por isso – disse também – o celibato "é um grande escândalo". Não só para o
mundo de hoje "em que Deus não entra", mas para a própria cristandade, em
que "já não se pensa no futuro de Deus: só o presente deste mundo parece
suficiente".
Que o "tornar Deus presente neste mundo" é a prioridade da sua missão disse-o
o Papa Joseph Ratzinger muitas vezes, em particular na memorável carta que
escreveu aos bispos de todo o mundo, no dia 10 de Março de 2009.
Não espanta que a liturgia seja tão central neste pontificado. O sacerdote vive
para a liturgia. Foi ao sacerdote que Deus "confiou o encargo de preparar a
mesa de Deus para os homens, dar-lhes o seu corpo e sangue, oferecer-lhes o
dom precioso da sua presença".
"Doutor seráfico" [N.T.: seráfico - relativo aos serafins; Fig. místico; beatífico] é
o título atribuído a S. Boaventura de Bagnoregio, um dos primeiros sucessores
de S. Francisco no governo da Ordem fundada por ele. Poderia ser aplicado
também a Bento XVI, pela forma como guia a Igreja no meio da tempestade.
Aos que, para reformar a Igreja, tudo apoiam em novas estruturas de comando e
novos comandantes, ele disse que "governar não é simplesmente fazer, mas
sobretudo pensar e rezar", isto é, "guiando e iluminando as almas, orientando-
as para Cristo".
Os ataques que se concentram sobre o papa Bento são para ele a prova de quão
alto é o desafio que ele lança aos homens de hoje, a todos eles, também aos não
crentes: "viver como se Deus existisse".