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FATURAS DE ÁGUA COM TRANSPARÊNCIA

Entenda as cobranças da CEDAE

ÍNDICE

I- Tarifa mínima
I.I- Tarifa mínima multiplicada pelo número de economias
II- Consumo medido
II.I- Tarifa progressiva
III- Tarifa média
III.I- Média apurada
III.II- Média projetada
IV- Tarifa de esgotamento sanitário
IV.I- Barra da Tijuca, Recreio, Vargem Grande e Grande
Jacarepaguá
IV.II- Campo Grande, Bangu, Santa Cruz e demais Bairros
da Zona Oeste


I- Tarifa mínima
 A tarifa mínima é o valor básico que todo o consumidor deve pagar à
CEDAE, pelo simples fato de ter o serviço a sua disposição, independente da
quantidade de água que realmente consuma e seja efetivamente apurada em
seu hidrômetro.

 Isto ocorre pois a CEDAE não produz água. Na verdade, ela capta a água
existente na natureza, transporta até uma estação de tratamento, trata-a até
que esteja potável e realiza o transporte até os imóveis que ela presta o serviço
de abastecimento de água.

 O valor desta tarifa mínima é o equivalente a 15 m³ de água, ou seja, 15.000


litros de água, isso quer dizer que mesmo que um imóvel consuma em uma
mês, por exemplo, cinco mil litros de água, será obrigado a pagar o valor
mínimo, correspondente a quinze mil litros, por ser este o valor estipulado
para garantir o bom funcionamento do sistema, chamado de “custo da
operação”.

 Esta tarifa encontra-se devidamente prevista na legislação federal e estadual,


encontrando-se também amparada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
e pelo Superior Tribunal de Justiça.
I.I- Tarifa mínima multiplicada pelo número
de economias
 Apesar da legalidade da tarifa mínima, a CEDAE vem utilizando-se de um
método próprio, diferente do que determina a legislação para aumentar
astronomicamente a sua arrecadação, prejudicando financeiramente diversos
consumidores, sobretudo aqueles que residem em condomínios.

 Este critério se dá por um equivocado entendimento da CEDAE de que,


apesar de haver um único hidrômetro instalado instalado em um edifício (na
maioria das vezes), antes de se verificar a correta medição do consumo,
deve-se multiplicar o número de unidades autônomas no condomínio pela
tarifa mínima para apurar o quanto no mínimo deverá ser cobrado do
consumidor.

 Por exemplo, suponha-se que um condomínio possua 50 apartamentos.


Como anteriormente já dito, a tarifa mínima representa 15 m³ de água, de
forma que o volume mínimo que a CEDAE cobraria deste condomínio seria
750 m³ de água.
I.I- Tarifa mínima multiplicada pelo número
de economias
 Por esta razão, caso haja neste condomínio o interesse em reduzir seus
gastos economizando, por exemplo, no uso da água, e ele em um mês
utilize apenas 600 m³, de nada adiantará, pois será cobrado o valor
equivalente a um consumo de 750 m³ de água.

 Se formos levar em consideração que o chamado “custo da operação”


refere-se às despesas que a CEDAE tem com a distribuição de água pelos
seus dutos até chegar à casa do consumidor, deveria ser cobrado apenas o
referente a uma unidade de consumo, pois utiliza-se somente um
caminho para a chegada da água no imóvel.

 Esta medida, claramente incentiva o desperdício da água, uma vez que


retira do consumidor qualquer vantagem que ele tenha em economizar, já
que será sempre cobrado por mais do que realmente utiliza.
II- Consumo medido

 Esta é a modalidade de cobrança ideal para todos, tanto para o


consumidor quanto para a CEDAE, pois o principal fator levado em
consideração para o faturamento da cobrança é o volume de água
efetivamente consumido pelo imóvel.

 Ou seja, Se um imóvel utiliza 18m³ de água, pagará exatamente o valor


equivalente a 18m³, sendo portanto a modalidade de cobrança mais justa
a ser empreendida pelas concessionárias de serviço público.
II.I- Progressiva tarifária
 Tendo em vista o evidente benefício da cobrança baseada no volume
efetivamente medido no hidrômetro, em alguns casos o mesmo se
apresenta demasiadamente oneroso ao consumidor. É o caso da
progressividade tarifária.

 Visando atribuir um uso racional da água, evitando assim o desperdício


por parte dos consumidores, foi instituído no âmbito da legislação federal
um sistema intitulado de “faixas de consumo”, que tem como objetivo
onerar aqueles que utilizam mais água do que entendido como devido.

 Como isto ocorre?

 Foi criada uma tabela onde se delimitaram cinco faixas de consumo em


que são aplicados fatores de multiplicação diferenciados para elevar os
valores das faturas emitidas pela CEDAE, da seguinte forma:
II.I- Progressiva tarifária

Faixas de consumo Progressividade Percentual de aumento

0m³ à 15m³ R$ 2,122704 -------

16m³ à 30m³ R$4,669948 219%

31m³ à 45m³ R$6,368112 300%

46m³ à 60m³ R$12,736221 600%

Acima de 60m³ R$16,981632 800%


II.I- Progressiva tarifária
 O que isto significa?

 Significa que quanto mais água um imóvel utiliza, além de sua conta ficar
mais cara pelo volume de água que usa ser maior, poderá ficar ainda mais
cara por cada faixa de consumo que ultrapassar.

 Por exemplo. Se um imóvel utiliza 38m³ de água em um único mês, seu


faturamento ocorrera da seguinte forma:

 0m³ à 15m³ = R$31,83

 16m³ à 30m³ = R$70,04

 31m³ à 38m³ = R$50,95

 TOTAL = R$152,82
II.I- Progressiva tarifária
 Isto se da para coibir o uso indiscriminado da água pelos consumidores e
esta modalidade de cobrança esta respaldada pela Lei 11.445/2007, bem
como pelo Superior Tribunal de Justiça na Sumula 407.

 Observação: Cabe destaque uma situação inusitada que insurge da analise das
duas tarifas até agora apresentadas.

 Se nossas leis e nossos tribunais superiores encontram-se tão preocupados com o


uso racional da água a ponto de criar uma faixa de progressividade para coibir as
pessoas a utilizarem menos água, porque o critério da tarifa mínima multiplicada
pelo número de economias pune os condomínios que economizam e premiam
aqueles que mais gastam?
III.I- Média apurada
 Isto pode ocorrer quando o imóvel encontra-se desabitado, o funcionário
da CEDAE não encontra nenhum morador para permitir seu ingresso no
imóvel, ou ainda devido a condições climáticas que impossibilitem uma
leitura precisa.

 Nestes casos, a concessionária apura a média das últimas doze faturas


para fazer um calculo estimado de qual é a média de gastos do imóvel,
realizando aí suas cobranças.

 Há duas hipóteses que devem ser levadas em consideração quando da


adoção desta modalidade de cobrança.

 Se a apuração se der em valor menor do que o realmente gasto pelo


imóvel, no mês seguinte, caso seja realizada a medição normalmente, a
diferença será verificada e cobrada na próxima fatura, não havendo
prejuízos à concessionária.
III.I- Média apurada

 Contudo, esta diferença, que deveria ter incidido no mês anterior, poderá
gerar uma mudança de faixa de consumo fazendo incidir indevidamente
a progressividade tarifaria no imóvel.

 Outra hipótese é se o registro apurado pela média for maior do que o


devidamente gasto, e no mês seguinte o restante apurado seja inferior a
tarifa mínima.

 Nesta situação, o consumidor em um mês pagou mais do que consumiu e


no mês seguinte, quando houve a “compensação”, ainda teve que pagar a
tarifa mínima, quando na verdade o que aconteceu foi uma antecipação
da cobrança.
III.II- Média projetada
 Outra situação em que não se pode aferir o real consumo pelo
hidrômetro é no caso de o mesmo ter apresentado alguma avaria e
ter necessitado de reparos ou ainda de ser substituído.

 Imaginemos a seguinte situação, uma imóvel possui período de


faturamento compreendido entre os dias 23 e 22 de cada mês, ou
seja, a fatura com vencimento no mês de abril reflete a apuração
do hidrômetro no período compreendido entre os dias 23 de
fevereiro ate o dia 22 de março.

 Desta forma, caso o hidrômetro apresente algum defeito e precise


ser reparado, ou substituído, por exemplo no dia 15 de março,
tem-se que toda a medição apurada no período anterior a esta
data não pode ser confiável, uma vez o aparelho encontrava-se
defeituoso.
III.II- Média projetada
 Por esta razão, ao faturar a cobrança deste período, a
CEDAE procede da seguinte forma:

 Fatura-se o volume de água utilizado tão somente no


período em que o hidrômetro encontrava-se em perfeito
funcionamento, ou seja, entre os dias 16 à 22 de março (7
dias), projetando-se este volume para os outros dias em que
a medição não é confiável.

 Por fim, uma vez “projetado” o volume a ser cobrado, é


aplicado pela concessionária a tarifa vigente, respeitando-se
o critério de progressividade.
IV- Tarifa de esgotamento sanitário

 Inserido na fatura de fornecimento do serviço de água prestado


pela CEDAE, à mesma insere cobrança destinada a prestação do
serviço de esgotamento sanitário.

 Este custo reflete na projeção do volume de água como se o


mesmo representasse com exatidão o volume de esgoto produzido
pelo imóvel, de tal forma que a cobrança do aludido serviço
simplesmente “dobra” o valor da fatura de água emitida, isso se
dá por um entendimento de que toda a água que é consumida no
imóvel se torna esgoto.

 Contudo, apesar de promover a cobrança do chamado serviço de


esgotamento sanitário para todos os imóveis a quem serve com o
serviço de abastecimento de água, em muitos casos, o serviço de
esgotamento sanitário é prestado de forma precária, ou sequer é
prestado.
IV.I- Barra da Tijuca, Recreio, Vargem Grande e Grande Jacarepaguá

 Isto ocorre, principalmente nas regiões da Barra da Tijuca,


Recreio, Jacarepaguá e adjacências, onde a estrutura para a
prestação do serviço encontra-se em construção.

 Ou seja, em que pese a CEDAE não ter até a presente data


concluído as obras de instalação de sua rede de esgotamento
sanitário nesta região, a mesma já promove as cobranças pelo
aludido serviço, caracterizando-se como ilegal e abusiva tal
cobrança.

 Ressalte-se, que em alguns casos, principalmente quanto a alguns


condomínios desta região, o serviço de esgotamento sanitário é
realizado através de sistema próprio construído nas edificações,
ou ainda, por empresas terceirizadas as expensas do consumidor,
sem contudo haver o afastamento da cobrança pela CEDAE.
IV.II- Campo Grande, Bangu, Santa Cruz e demais Bairros da Zona
Oeste

 Já no restante da Zona Oeste, região esta denominada pela CEDAE


de Área de Planejamento Cinco (AP5), o serviço de esgotamento
sanitário é prestado de maneira extremamente precária.

 Isto porque, a CEDAE utiliza-se das Galerias de Águas Pluviais, de


propriedade do Município, para captar o esgoto sanitário dos imóveis
sendo os mesmos, após misturados a água das chuvas, lançados sem
nenhum tratamento no corpo hídrico da região (rios, lagos, lagoas e
mar).

 Apesar disto, a CEDAE cobra pelo serviço de tratamento de esgoto,


contudo, não promove nenhum tratamento, limitando-se a se livrar
dos dejetos poluindo rios e lagos do município.

 Nestes casos, pode o usuário dos serviços buscar a tutela do


Judiciário para ver cancelada as cobranças emitidas sem a prestação
do serviço, e ainda, ter a devolução dos valores pagos indevidamente.
Colocamo-nos à disposição para o que nos couber.

Cordialmente,

Belaciano & Advogados Associados

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