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1. Introdução
A busca por melhores formas de otimização do desempenho produtivo tem sido a tônica das
organizações industriais nesta década. Com a competição cada vez mais crescente, as
empresas precisam buscar alternativas que o mantenham no topo da cadeia produtiva. Nesse
sentido, questões operacionais internas tornaram-se ainda mais importantes, como a
movimentação e armazenagem, compreendida através de importantes etapas a saber:
recebimento (descarga), identificação e classificação, conferência (qualitativa e quantitativa),
endereçamento para o estoque, estocagem, remoção do estoque (separação de pedidos),
acumulação de itens, embalagem, expedição e registro das operações.
Nesse sentido, para auxiliar no alcance dos resultados no laboratório de MAM da IES-BA
(ver figura 1), determinou-se inicialmente a utilização da ferramenta 5s que tem por finalidade
a criação de um ambiente organizacional favorável ao desempenho do trabalho, que vai desde
a separação do que é útil e do que é inútil, limpeza, padronização e principalmente a
autodisciplina tudo isso voltado à melhoria contínua.
Outra ferramenta que trará um suporte para a obtenção dos resultados é o mapeamento do
fluxo de valor que, por usar figuras geométricas, facilita a identificação e a padronização,
como por exemplo, um triângulo que indica estocagem. Ainda, este trabalho utilizará outras
ferramentas para um melhor resultado como o formulário A3, o ciclo do PDCA e o trabalho
padronizado.
Seguindo a construção metodológica dessa pesquisa, determina-se como objetivo geral desse
trabalho desenvolver um método estruturado para a implantação da filosofia Lean nos
processos de movimentação e armazenagem para o laboratório de MAM em uma IES-BA. Os
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objetivos específicos deste artigo são: (a) Criação do método estruturado sob a ótica da
filosofia Lean; (b) fundamentar teoricamente a importância da filosofia Lean para as
organizações industriai; (c) detalhar as técnicas que compõe a filosofia Lean.
A pesquisa bibliográfica é o referencial teórico deste trabalho, nesta foram revisados os mais
recentes trabalhos relacionados ao tema proposto. A pesquisa-ação tem como principal
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2. Referencial teórico
A produção enxuta (PE), ou Lean production, termo utilizado a partir de 1990 através do livro
“A Máquina que Mudou o Mundo” (BARREIRO, 2010), é uma abordagem multi-dimensional
que engloba uma ampla variedade de práticas de gestão, como sistema de qualidade, o just-in-
time, manufatura celular, gerenciamento de fornecedor, entre outros, em um sistema integrado
(BARTOLI, SILVA, 2008).
Assim, faz-se necessário definir “Lean” que segundo Moreira (2014) é um novo processo de
produção que cobre a empresa toda, englobando todos os aspectos das operações industriais,
incluindo as redes de consumidores e fornecedores. É importante salientar que, o êxito do
Lean depende muito do comprometimento dos envolvidos em todos os processos da empresa.
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A implantação do Lean precisa do suporte do kaizen o qual é em suma uma filosofia que visa
o processo de melhoria continua. No melhoramento contínuo Slack et al (2002, p. 604) relata
que não é a taxa de melhoramento que é importante, é o momentum de melhoramento.
A técnica A3 é originária da Toyota, que por sua vez é a utilização de uma folha de papel
(A3) contendo gráficos e figuras, descrevendo problemas, análises, ações corretivas e planos
de ação, tudo isso como forma de estimular a capacidade da força de trabalho para que eles
proponham melhorias nos processos que estão inseridos. (LIKER e MEIER, 2007).
CASARIN (2012) afirma que o STP se caracterizou como “Lean” porque utilizava menos
recursos que a Ford em sua produção em massa. Tal afirmativa se deve inclusive ao que Ohno
(1997) escreveu em seu livro “O sistema Toyota de produção: além da produção em larga
escala”, que a fabricação de automóveis para ser enxuta precisava utilizar menos esforço
humano, reduzir estoques, reduzir tempo de fabricação e/ou montagem e, principalmente,
reduzir todo e qualquer desperdício. Womack e Jones 2004 apud Casarin (2012, p.36),
afirmam que a filosofia Lean está fundamentada em cinco princípios: Valor; Fluxo de Valor;
Fluxo Contínuo; Produção Puxada.
2.3 Logística
A logística é entendida hoje como um fator de vantagem competitiva, pois através das
estratégias estabelecidas, por exemplo, no processo de distribuição, as empresas têm uma
grande redução nos custos com transportes.
De acordo com Moura (2005, p. 56), a logística é a lógica gerencial para guiar o
planejamento, a alocação e o controle dos recursos financeiros e humanos gastos para
posicionar estrategicamente os recursos físicos, entre eles, o inventário.
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Contudo, podemos afirmar que a logística é em suma a gestão dos fluxos: de informação,
financeiro, de materiais (matéria-prima, produto semiacabado e acabado) e pessoas, utilizando
tecnologia e modais de forma eficiente a custo justo.
Para Bowersox (et al., 2006, p. 44) a cadeia de suprimento é a habilidade superior de projetar
e administrar sistemas para controlar a movimentação e a localização geográfica de matérias-
primas, trabalhos em processos e inventários de produtos acabados ao menor custo total.
2.5 Tecnologia
Diversas tecnologias apoiam a implantação do Lean, como por exemplo, o EDI (Intercâmbio
de dados eletronicamente), o WMS (Sistema de gerenciamento do armazém), Miniload
(equipamento de movimentação e armazenagem automático), entre outras.
De acordo com o FERREIRA e RIBEIRO (2003) o EDI divide-se em dois conjuntos: o EDI
tradicional, que compõe as mensagens padronizadas e utiliza os serviços da Rede de Valor
Agregado, que provêm o meio para o transporte, ou seja, é a troca de informações entre
parceiros comerciais. O segundo conjunto é a Web EDI, que integra as empresas menores ao
sistema de EDI, em que o formulário com os dados da mensagem é acessível através da
Internet.
O WMS (Sistema de gerenciamento do armazém) traz diversos benefícios para uma empresa,
como diminuição da necessidade de mão-de-obra, maior acuracidade dos estoques, melhor
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utilização do espaço físico do armazém, base de dados para implantar indicadores de estoque,
entre outros. Com a implantação do WMS, é possível também a empresa estabelecer regras no
armazém/almoxarifado, tais como: PEPS (Primeiro que entra, primeiro que sai) ou primeiro a
expirar será o primeiro a sair, realizar o cross-docking (a carga chega é conferida é expedida
não permanecendo no espaço) que dar maior fluidez ao estoque, redução considerável de
obsolescência de produtos, implantação da curva ABC (método que classifica o estoque por
ordem de “importância” no giro, faturamento, etc.).
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3. Método Proposto
Para um melhor embasamento sobre o tema, faz-se necessário a análise de três perspectivas
fundamentais para a implantação do Lean: a tecnologia disponível, as ferramentas e conceitos
que podem ser devidamente aplicados e o aspecto comportamental. De acordo com a figura 4
abaixo.
Tecnologia Disponível
De que forma a tecnologia influencia os
processos de movimentação e
armazenagem
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exemplo, o Picking Automático que tem como principal função separar pedidos
automaticamente trazendo assim maior eficiência e rapidez aos processos tanto de
movimentação, armazenagem quanto de expedição, reverberando na relação e integração
entre o mercado, o fornecedor e varejista / atacadista / indústria. E as ferramentas já citadas
(EDI, WMS) e o exemplo de equipamento automatizado (miniload) entre outras.
Assim sendo, quando a equação (treinamento + colaborador + tempo) é resolvida com êxito,
os ganhos são para a empresa (satisfação interna) e também para os clientes (satisfação
externa). Nesse sentido, os gestores devem entender que o treinamento é peça instrumental
importante para o alcance do desenvolvimento organizacional, visto que promove a
integração entre os objetivos organizacionais (por exemplo, a implantação do Lean nos
processos) com os objetivos de cada função e cada produto/serviço que a empresa
disponibiliza.
Entretanto, é necessário que exista uma conexão entre as três perspectivas (vide figura 5) para
que efetivamente o método tenha os resultados esperados. Tais resultados perpassam por
maior agilidade nos processos de recebimento, conferência, armazenagem, separação dos
pedidos, entre outros.
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Diagnóstico
No planejamento são definidos os planos e metas para a próxima etapa (CASARIN, 2012)
assim como as ações que serão tomadas. A partir do mapeamento do estado atual e do
levantamento dos desperdícios no almoxarifado, o estado futuro é desenhado, deixando
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O planejamento é de extrema importância, pois é neste que são definidos o cronograma com
as ações que serão tomadas, representado no Quadro 1. Este por sua vez foi elaborado como
piloto, pois o processo é de melhoria contínua e requer outros treinamentos e
consequentemente com operação assistida com o intuito de assegurar que o método será
executado da forma que foi proposto.
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Setor
IMAGEM DOS PARTICIPANTES
Data início
Responsável
Condições Atuais
A aplicação do Kaizen é direcionada pelo relatório A3, que por sua vez segue os princípios do
ciclo PDCA, representado no Quadro 3. Neste sentido, KASARIN (2012) afirma que o
relatório permite o controle, o acompanhamento, o aprendizado e a comunicação entre os
participantes, podendo este ficar exposto no almoxarifado (local onde o método será
aplicado).
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Quadro 3: formulário A3
FORMULÁRIO A3
IMAGEM DA EQUIPE
TÍTULO: DATA: RESPONSÁVEL:
CONDIÇÕES ATUAIS
FAZER
PLANEJAR
METAS E OBJETIVOS
RESULTADOS
ANÁLISE
VERIFICAR
AGIR
A proposta deste método será aplicada com a pesquisa-ação, onde o pesquisador interfere nas
decisões e nas ações realizadas KAZARIN (2012). Será realizado no Laboratório de
Movimentação e Armazenagem de uma IES-BA, aonde o trabalho proposto poderá ser
aplicado, testado e então difundido através de trabalhos de Theoprax (projeto final de curso,
que une a teoria e a prática), capacitando os alunos da área de Logística, e/ou projetos de
consultoria específicos alavancando novos cases de sucesso na área de Gestão da Produção e
Logística da IES-BA.
4. Conclusão
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