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ECONOMIA DOS TRANSPORTES

AULA 1

1) Conceitos Básicos

Transporte é o deslocamento de uma massa, constituída por pessoa(s) e/ou bens, de


um lugar a outro do espaço, ao longo de um percurso, durante certo período de
tempo, por ação de uma força, que lhe é exterior.

As grandezas físicas MASSA, PERCURSO, TEMPO e FORÇA, são inerentes a


toda e qualquer circunstância do fenômeno.

Existem ademais condicionantes exógenas, que não pertencem essencialmente ao


transporte, mas que influenciam sua realização, como sejam:

 atritos internos aos mecanismos de transporte, por fricção ou rolamento;

 resistências externas ao sistema, resistência do meio onde o transporte se


desenvolve, como a do ar, da água e da gravida;

 restrições decorrentes do meio ambiente que é afetado pela implantação e


operação do modo de transportes e de sua preservação;

 restrições derivadas de interferências com outros sistemas externos, etc.

A realização dos transportes deve atender às motivações que procuram satisfazer o


anseio e as demandas do âmbito socioeconômico da sociedade, notadamente no que
diz respeito à escassez, escolhas, especialização e trocas, buscando o melhor
resultado, como se verifica a seguir:

 A massa transportada deve manter-se intacta, o que na grande maioria dos


casos obriga ao uso de veículos específicos, ou pelo menos ao emprego de
embalagem para um melhor acondicionamento. Por sua vez, para reduzir ao
mínimo o gasto de força motriz, veículo e/ou embalagem devem ter o peso
próprio mais leve possível (tara no caso dos veículos) e serem baratos;

 A força motriz otimizante seria aquela que fosse simultaneamente universal


(existente em qualquer lugar da Terra), controlável (regulando quantidade,
direção e sentido) e gratuita (sem custo por seu uso). Deve-se buscar em
cada caso as que mais se aproximem deste ideal. Sua aplicação pode ser
diretamente à massa (dutos), ou à via (correias transportadoras), ou mais
normalmente ao veículo que conduz a massa, como nos trens e automóveis;

 Percurso otimizante deveria, por razões físico-econômicas, ser reto. plano e


isento de atritos. Maximizantes seriam os mais curtos, menos acidentados em
traçado e de melhor rodamento possível. Seu intento deve ser reduzir as
impedâncias ao movimento, formando uma via quando materializado no
espaço (rodovias, ferrovias, correias, teleféricos, dutos), ou uma rota quando
obtido pelo cálculo numérico ou por sinais eletrônicos (rotas marítimas,
aéreas, espaciais);

 O tempo de deslocamento deveria ser nulo como otimizante, já que


aumento de tempo em qualquer transporte implica em incremento de seu
custo, pelo valor econômico de tempo, influindo nos custos de capital e no
custo de imobilização de bens ou pessoas. A percepção de tempo é diferente
para cada um dos demandantes das viagens, sem falar da diferença do tempo
do ponto de vista do transportador ou do usuário. Para o transportador é
apenas o tempo gasto pela massa entre o início e o fim da viagem; já o
usuário considera o tempo desde a saída da origem até a chegada ao destino
final (transit time).

Observe-se que as otimizações das grandezas tendem a ser conflitivas entre si:
aumentar a velocidade de deslocamento, por exemplo, para diminuir o tempo de
transporte, implica em aumento do consumo de energia.

Em termos conceituais, as modalidades de transporte formam um sistema, ou seja,


um conjunto de elementos ou componentes que se articulam sob uma solicitação
proveniente do exterior (imput), produzindo um resultado para o exterior (output),
cujos subsistemas operacionais se constituem de todos ou alguns dos subsistemas a
seguir:

INFRAESTRUTURA VEÍCULOS ENERGIA GERÊNCIA

Como todos interagem fortemente, as análises dos problemas de transporte exigem a


visão sistêmica, significa dizer buscar a otimização do sistema pela ação integrada do
conjunto de subsistemas. É conveniente lembrar que o ótimo do sistema nem sempre
é obtido pela soma dos ótimos de seus subsistemas.

Nem todos os modos têm estes subsistemas de forma estritamente comparável.


O elemento via, integrante da infraestrura, pode ser uma instalação materializada
bem determinada e de passagem obrigatória, como nas ferrovias, rodovias e dutos,
ou se constituir apenas por uma trajetória virtual indicativa, para servir de base para
a real, caso em que toma o nome de rota, como nos transportes hidroviários e
aéreos.

No transporte dutoviário, inexiste o veículo no sentido comum do termo, com a


própria massa transportada.

Assim como resultados de suas várias tecnologias, tipo, uso, superfície de operação,
propriedade e esforço de tração, os modos de transportes têm várias classificações:

Quanto ao tipo, podem ser:

 Transporte de passageiros: tem sua produção de transporte medida em


pax.km, conta com os modos rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroviário;

 Transporte de cargas: tem sua produção de transporte medida em tku, conta


com os modos rodoviário, ferroviário, hidroviário, aeroviário e dutoviário

Quanto ao território de ação:

 Transporte Urbano: deslocamentos de curta distância, reduzidas velocidades,


movimentação intensa;

 Transporte Regional: deslocamentos entre cidades, de media e longa


distâncias, bom ambiente para o transporte intermodal e multimodal;

 Transporte Internacional: entre países, segundo regras de acordos


internacionais.

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