QUARTA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2024

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imobiliário

WIRESTOCK, FREEPIK

Vendas de habitação recuperam, Juros podem descer no verão,

admite Banco Central Europeu
com preços a subir 11,8% Christine Lagarde admite a possibilidade, mas ressalva
O número de vendas de habitação estabilizou nos últimos trimestres, e inverte a tendência de quebra que “estamos dependentes de dados e ainda há um certo
sinalizada no início de 2023, sugerindo que o mercado está a recuperar do choque da subida das taxas nível de incerteza, alguns indicadores ainda não estão
de juro. Em paralelo, os preços subiram 11,8% P06 ao nível que gostaríamos” P02
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02 | A abrir | imobiliário | Quarta-feira, 24 de Janeiro de 2024

Juros podem descer no verão,

admite Banco Central Europeu
Christine Lagarde admite a possibilidade, mas ressalva que “estamos
dependentes de dados e ainda há um certo nível de incerteza, alguns
indicadores ainda não estão ao nível que gostaríamos”.

Na última semana, o Banco Central
Europeu admitiu a primeira des-
cida nas taxas de juro de referên-
cia neste verão. Christine Lagarde,
presidente da instituição europeia,
considera que é provável que o BCE
reduza as taxas de juro de referên-
cia este verão, apesar de qualquer
decisão estar dependente de “al-
guns indicadores”.
Em entrevista à Bloomberg, em
Davos, na Suíça, onde decorria o
Fórum Económico Mundial, a res-
ponsável respondia sobre o tema
da descida das taxas de juro, refe-
rindo que “é provável” que aconte-
ça. Mas ressalvou que “tenho de ser
reservada [no que toca à política
monetária] porque também esta-
mos dependentes de dados e ainda
há um certo nível de incerteza, al-
guns indicadores ainda não estão
ao nível que gostaríamos de os ver”.
Para combater a inflação na Eu-
ropa, o Banco Central Europeu já
fez 10 aumentos sucessivos das ta-
xas de juro de referência, entre ju-
lho de 2022 e setembro de 2023. Na
última reunião de política mone-
tária, que se realizou a 14 de de-
zembro, o BCE manteve inaltera-
das as taxas diretoras pela segun-
da vez. Assim, a taxa de depósitos
do BCE permanece agora nos 4%, o
nível mais alto desde o lançamen-
to do euro em 1999. A principal ta-
xa de juro de refinanciamento fi-
xa-se nos 4,5%, e a taxa aplicável
à facilidade permanente de cedên-
cia de liquidez em 4,75%.
A RTP recorda também que, a 11
de janeiro, Christine Lagarde já ti-
nha dado nota de que o pico de su-
bida das taxas de juro na zona euro
já deveria ter sido atingido.
Certo é que a pressão em alta dos
preços tem desacelerado, mas con-
tinua acima da meta dos 2% tra-
çada pelo BCE. Segundo o Euros-
tat, no final do ano, na zona euro,
a inflação subiu ligeiramente, para
os 2,9%, depois dos 2,4% registados
em novembro. Na União Europeia,
aumentou para 3,4%, ainda assim
significativamente abaixo dos 9,2%
e 10,4% registados um ano antes,
respetivamente.
Em Portugal, e segundo o IHPC,
divulgado pelo INE, em dezembro
a taxa de inflação ficou-se pelos
1,9%, abaixo dos 2,2% do mês an-
terior e dos 9,8% de dezembro de
2022. DR

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NotíciasFlix
04 | Projetos | imobiliário | Quarta-feira, 24 de Janeiro de 2024
Palácio Condes de Caria:
Lx Capital dá nova vida a edifício do século XVIII
Este projeto de reabilitação acompanha a transformação da praça de Sete Rios e do eixo formado com a Praça
de Espanha. Para a promotora, “estes apartamentos são mais do que casas, são verdadeiros ativos de valor”.
O antigo Palácio Condes de Caria,
em Sete Rios, Lisboa, está a ser
completamente reabilitado, pela
mão da Lx Capital, e vai dar origem
a 13 novos apartamentos exclusi-
vos, pensados para quem procura
grandes áreas no centro de Lisboa.
Em entrevista ao Público Imobi-
liário, André Riscado, fundador e
CEO da Lx Capital, explica que este
projeto “distingue-se logo à partida
por se tratar da reabilitação de um
palácio do séc. XVIII classificado na
Carta Municipal de Lisboa”. O proje-
to de arquitetura e as opções toma-
das dão lugar a “apartamentos de
luxo com características que os tor-
nam uma oferta única no mercado
de Lisboa, como as áreas amplas, a
luminosidade permitida pela gran-
de quantidade de janelas de grande
dimensão, os layouts, acabamen-
tos ou as comodidades integradas”.
O responsável considera que “estes
apartamentos são mais do que ca-
sas, são verdadeiros ativos de valor,
dada a sua exclusividade, qualida-
de, nível de acabamentos e patri-
mónio histórico material que exis-
te no palácio e nos jardins”.
O Palácio Condes de Caria inclui
um jardim naturalista protegido
pela Direção Geral do Património,
“devido ao seu interesse histórico”.
Uma área exterior privada de 3.000
metros quadrados, com várias ár-
vores centenárias, que serão pre-
servadas.
André Riscado destaca também
a localização do projeto, que con-
sidera “privilegiada”, já que a pra-
ça de Sete Rios, que está ela própria
a ser requalificada, “permite che-
gar rapidamente a qualquer pon-
to da cidade, seja de automóvel ou
de metropolitano”. Fica também a
uma curta distância a pé de par-
ques urbanos, universidades, hos-
pitais ou da nova centralidade que
se está a criar no eixo Praça de Es-
panha – Sete Rios – Entrecampos,
“que será o novo Central Business
District da cidade”.
Para quem prefere
moradias, sem abdicar do
conforto de um condomínio
O empreendimento tem uma área
bruta de construção de 8.600 m².
Terá apartamentos com tipologias
T1 a T4, com áreas generosas, além
de outros dois apartamentos “espe-
ciais, que denominamos de ‘apar-
tamentos-palácio’, com a particu-
laridade de recuperar ou replicar
alguns tetos em caixotão do edi-
fício original, e principalmente os
pés-direitos, que chegam aos 4 me-
tros”, explica. Várias das frações
têm grandes terraços e jardins pri-
vativos, alguns com piscina.
Além do jardim centenário, com
1.800 m², os moradores terão ao seu
dispor um pavilhão exterior com
ginásio totalmente equipado e pis-
cina exterior aquecida.
O objetivo é, assim, respon-
der “também a quem prefere mo-
radias, mas não quer abdicar do
conforto e segurança que propor-
ciona um condomínio”. André Ris-
cado diz que o principal público-
-alvo é um segmento alto do mer-
cado nacional, mas também, “os
estrangeiros que têm Lisboa como
residência”.
O Palácio Condes de Caria deverá
ficar concluído no final deste verão.
Mais de metade dos apartamentos
já estão vendidos, e “a aceitação do
mercado está a ser muito positiva”,
segundo o responsável.
“Respeito pelo património”
foi prioridade no projeto
de Miguel Saraiva
O Palácio Condes de Caria é assina-
do pelo arquiteto Miguel Saraiva, DR
tendo como principal linha orien-
tadora “o respeito pelo património, Sustentabilidade “é uma
pela história, arquitetura e paisa- preocupação de princípio”
gismo e vivência deste espaço úni- André Riscado afirma que a susten-
co”, conta André Riscado. tabilidade “é uma preocupação de
Recorda que “todos os elementos princípio em todos os projetos da Lx
de valor patrimonial são preserva- Capital”, que mereceu “atenção es-
dos. A ligação ao novo piso é fei- pecial” no Palácio Condes de Caria.
ta através de uma escada escultó- A promotora optou por privile-
rica, de desenho contemporâneo, giar a reabilitação de parte do edi-
integrada no núcleo existente que ficado existente, mantendo tam-
acaba por ser um dos muitos por- bém grande parte das árvores ori-
menores da qualidade da arquite- ginais, e plantando novas.
tura, e que neste consegue ligar o O projeto foi desenvolvido para
novo com o antigo de forma mui- obter a classificação energética A+
to equilibrada e esbelta”. Por ou- e AQUA +, que atestam um edifício
tro lado, “a valorização da vivên- eficiente do ponto de vista da utili-
cia no exterior marcou todo o pro- zação da energia e da água. “Para
jeto. A preservação dos jardins, à estas certificações foi tomado um dos solos e assegura a sustentabi- cado considera que, “para além da
imagem do que foram na segunda conjunto de opções, como a utiliza- lidade do solo e da flora existente”. importância direta de nos apoiar no
metade do século XVIII, tornou-se ção de painéis solares, que são utili- O projeto tem também em curso investimento, permitindo que tivés-
ponto de honra”. zados também para o aquecimento a certificação WELL, que se foca no semos os recursos financeiros para
“O produto a desenvolver tinha das piscinas, privilegiar a luz natu- uso do edifício e bem-estar que pro- o concretizar, o Millennium bcp é
de ter também uma atenção es- ral com muitos vãos e grandes di- porciona aos utilizadores. “Garanti- um fator de confiança para os nos-
pecial ao desenho dos layouts, aos mensões, utilização de água subter- mos que o Condes de Caria propor- sos investidores e para quem adqui-
materiais, acabamentos e porme- rânea para rega do jardim, sistema ciona aos seus ocupantes a melhor re um apartamento. Desde logo por-
nores. Este é um projeto de porme- de controlo de caudal das torneiras, qualidade de vida possível em todos que ao financiar o projeto, confirma
nor. Não existe uma divisão igual torneiras de cozinha com sistema os aspetos holísticos de vivência do a nossa análise quanto ao seu valor,
ou parecida. O arquiteto teve de de filtro, entre outras”. No jardim, o espaço construído”. e por outro lado, para os comprado-
pensar e desenhar todas indivi- projeto de paisagismo “procurou so- res é mais uma garantia de que o
dualmente”, diz ainda o respon- luções para minimizar a percenta- Millennium bcp apoia este projeto irá certamente ser cumpri-
sável, que considera que “o resul- gem de áreas de terreno impermeá- projeto de reabilitação do e com a melhor utilização dos
tado final é realmente muito boni- vel, o que, em simultâneo, protege O banco Millennium bcp apoia es- fundos. É uma garantia adicional
to e delicado”. os sistemas naturais de drenagem te projeto da Lx Capital. André Ris- para todos”, conclui o responsável.
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06 | Atualidade | imobiliário | Quarta-feira, 24 de Janeiro de 2024

Vendas de habitação recuperam, Lisboa, Porto, Funchal, Braga

e Cascais concorrem ao Prémio
com preços a subir 11,8% Nacional de Reabilitação Urbana
O número de vendas de habitação estabilizou nos últimos trimestres, O Museu da Ruralidade, a Caixa Geral de Depósitos
e inverte a tendência de quebra sinalizada no início de 2023, do Funchal, ou a Cervejaria Trindade são alguns dos
sugerindo que o mercado está a recuperar do choque da subida projetos que já se candidataram ao Prémio Nacional
das taxas de juro. Em paralelo, os preços subiram 11,8%. de Reabilitação Urbana 2024.

A subida das taxas de juro impac- Estão abertas até dia 16 de feverei- que não tenho sido candidatas em
WIRESTOCK, FREEPIK

tou o mercado imobiliário em 2023,
reduzindo o número de transações
de habitação no início do ano. Mas
o número de vendas estabilizou
nos últimos trimestres. Segundo
as projeções da Confidencial Imo-
biliário, foram vendidas no último
trimestre do ano cerca de 33.200 fo-
gos em Portugal Continental, o 4º
trimestre consecutivo em que as
vendas de habitação se situam em
torno das 33.000 unidades.
Estas projeções são feitas a par-
tir das transações reportadas à ba-
se de dados do SIR-Sistema de In-
formação Residencial, e sugerem
que o mercado imobiliário está a
recuperar do impacto inicial da su-
bida das taxas de juro. Mesmo que
com oscilações residuais de +1%, o
3º e 4º trimestres de 2023 deram si-
nais de evolução positiva. Esta re-
cuperação é especialmente eviden-
te no desagravamento da variação
homóloga do número de operações.
Em resultado do efeito da estabili-
zação das transações ao longo do
ano, este indicador passou de -20%
no 1º trimestre para -9% no 4º tri-
mestre.
O 1º trimestre de 2023 ainda deu
continuidade ao ciclo de fortes que-
bras trimestrais iniciado em mea-
dos de 2022, quando as taxas de ju-
ro retomaram a trajetória de subi-
da após anos em terreno negativo.
Nesse período, as transações re-
cuaram 9% para cerca de 33.000
fogos vendidos. Uma vez feito es-
se ajuste, o decurso de 2023 aca-
bou por confirmar uma estabili-
zação dos níveis de procura, com
o 2º trimestre a sustentar os pa-
drões de transação do período an-
terior e a segunda metade do ano a
evidenciar até um comportamen-
to positivo.
De acordo com este especialista,
“o comportamento mais favorá-
vel dos juros nos últimos meses do
ano – com os primeiros sinais de
tréguas em novembro e o que pare-
ce ser uma consolidação do abran-
damento das subidas já este ano –
deverá ter um efeito mais visível
sobre a dinâmica de vendas ape-
nas em 2024, pese embora poder
ter já tido algum impacto positivo
a nível da confiança do mercado”.
No total do ano de 2023 estima-
-se a concretização de cerca de
131.700 vendas residenciais em Por-
tugal Continental, das quais 88%
dizem respeito a habitação usada e
os restantes 12% a habitação nova.
Sem prejuízo da trajetória de esta-
bilização do mercado no decurso
do ano, o volume anual agregado
de 2023 fica 17% abaixo do regista-
do em 2022.
Subida dos preços abranda
face ao ano anterior
O Índice de Preços Residenciais da
Ci apura uma variação homóloga
dos preços das casas no fi nal do
ro as candidaturas para a edição de
2024 do Prémio Nacional de Reabi-
litação Urbana, e já estão na corri-
da vários projetos de geografias tão
diversas como Braga, Porto, Lisboa,
Cascais ou Funchal. As obras são
candidatas às categorias de Residen-
cial, Comercial & Serviços, Turístico,
Impacto Social, Cidade de Lisboa, Ci-
dade do Porto, Sustentabilidade, Rea-
bilitação Estrutural, Restauro e Me-
lhor Intervenção Inferior a 1000 m2.
Podem participar no Prémio Na-
cional de Reabilitação Urbana to-
das as intervenções de reabilitação
urbana concluídas entre 1 de janei-
ro de 2022 e 31 de dezembro de 2023,
Com a atual Alguns dos candidatos à edição de 2024
do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana:
recuperação
das vendas, “é Casal Saloio – Museu da Ruralidade
| Cascais
natural esperar Construído no século XVI e alvo de su-
cessivas ampliações e reconfigurações
que os preços até meados do século XX, a requali-
ficação do Casal Saloio de Outeiro de
mantenham um Polima, em Cascais, foi promovida pe-
lo Município de Cascais. Com projeto
comportamento de Miguel Marcelino e obra da Loviril,
o Casal Saloio renasceu como um es-
positivo” paço um novo espaço dedicado à cul-
tura saloia. As portas do novo museu
abriram em março de 2023.
Caixa Geral de Depósitos | Funchal
No que diz respeito ao impacto Considerando as características arqui-
da evolução do número de vendas tetónicas e importância do edifício loca-
nos preços, “o facto de a queda nas lizado na zona da Sé, no Funchal, a Caixa
transações se ter circunscrito ao Geral de Depósitos decidiu promover a
período inicial de 2023 e de a ten- sua requalificação global. Foi efetuada
dência predominante no restan- uma revisão e reforço geral da estrutura,
te do ano ser de estabilização, deu sem desvirtuar a sua constituição mista
suporte aos preços, sobre os quais de madeira, metal e alvenaria resistente.
acabou por não haver grande pres- O projeto de reabilitação é do arquiteto
são. Para 2024, dado o comporta- Rui Carvalho, da Intergaup, e a obra da
edições anteriores. Para assegurar a
participação, todos os interessados
devem formalizar a sua inscrição,
online, até à data de 16 de fevereiro.
A celebrar a sua 12.ª edição, o Pré-
mio Nacional de Reabilitação Ur-
bana é hoje muito mais do que um
Prémio. É uma marca de referência,
não só para os profissionais do se-
tor, mas para o público em geral que
reconhece neste galardão profissio-
nalismo, dedicação e inovação. No
Prémio Nacional de Reabilitação Ur-
bana celebramos a história, o lega-
do, mas também o presente e o fu-
turo do nosso património e das nos-
sas cidades.
Cervejaria Trindade | Lisboa
Considerada a mais antiga do País, e
também uma das mais bonitas, a mítica
Cervejaria Trindade reabriu portas em
setembro de 2022 depois de obras de 13
meses. A arquiteta Ana Costa devolveu
ao emblemático edifício a sua originali-
dade, a partir da cuidada recuperação de
paredes e tetos e restauro dos painéis
de azulejos. Uma obra promovida pela
Portugalia e obra da Transfor Interiores.
Antigo Hotel do Louvre | Porto
A arquiteta Diana Barros assina o pro-
jeto de reabilitação deste edifício cons-
truído em meados do século XIX. Foi
um hotel, sede de um movimento de
resistência ao Estado Novo, casa do
Cineclube do Porto, ou uma escola de
condução. A sua reabilitação, concluída
em janeiro de 2023, afetou o edifício à
habitação. A obra é promovida por um
particular e com obra da construtora
FL Construções.
DIANA BARROS

Ricardo Guimarães, diretor da
Confidencial Imobiliário, comen-
ta que “o choque do aumento das
taxas de juro terá sido mais visível
até aos primeiros meses de 2023,
retirando do mercado a fatia da
procura mais dependente do re-
curso ao crédito para a aquisição
de casa. Com o aumento das ta-
xas, degradou-se o acesso à habi-
tação por essa franja de potenciais
compradores, assim reduzindo-se
o número de operações de venda.
No restante período de 2023, o mer-
cado acabou por normalizar face
às novas condições de acesso”.
ano de 11,8%, um abrandamen-
to face à subida de 18,7% regista-
da em 2022.
Esta desaceleração da subida dos
preços também é notória na taxa
de variação trimestral, que passou
de 3,7% no 3º trimestre para 1,6% no
4º trimestre, a mais baixa do ano.
Ricardo Guimarães nota que “há
uma suavização na subida de pre-
ços que já era esperada. O merca-
do vem de um ciclo de fortes va-
lorizações mesmo nas geografias
mais baratas, pelo que, natural-
mente, há menor margem para
crescimentos acentuados”.
mento de recuperação das vendas
que estamos a observar é natural
esperar que os preços mantenham
um comportamento positivo”.
As casas foram transacionadas
em Portugal Continental por um
preço médio de 2.257 euros/m² em
2023, variando entre os 3.465 eu-
ros/m² registados no segmento de
habitação nova e os 2.114 euros/m²
na habitação usada. Estes valores
traduzem um preço médio por fo-
go de 237.450 euros para o total do
mercado, de 401.476 euros para os
fogos novos e de 218.243 euros pa-
ra os fogos usados.
Etermar. A intervenção foi concluída em
outubro de 2022.
Casa na rua do Anjo | Braga
Pelo traço do arquiteto Nuno Flores co-
nhecemos a reabilitação de um edifício
do século XIX, no centro histórico de
Braga. Uma obra promovida por um
particular e que permitiu a requalifica-
ção do antigo edifício de habitação num
hotel com 7 quartos; um apartamento;
uma sala comum/restaurante; e um
pátio exterior. A obra foi concluída em
julho de 2023 pela construtora Francisco
Martins e Filhos, Lda. Antigo Hotel do Louvre, Porto

Cuidado!
Era uma vez um leão bebé, que
parecia um “peluche” inofensivo
e que ao longo dos anos foi
alimentado por aqueles que
cuidavam dele.
Um dia o leão deixou de ser
“querido” e “patusco” e tornou-
Paulo Caiado -se então um leão enorme até
Presidente da que, sem se saber bem porquê,
Direção Nacional “virou o dente” àqueles que dele
da APEMIP cuidaram ao longo dos anos.
www.apemip.pt Acho que quase todos nós, em
certa altura, ouvimos uma
história deste tipo.
Este tipo de desfecho
previsível, aconteceu nos
Estados Unidos, desta vez no
âmbito da atividade imobiliária
e da sua relação com os portais
imobiliários, onde há cerca
de uma década, se destacou
determinado portal imobiliário
por ter a capacidade de gerar
muitos contactos (leads). Lá, o
mercado imobiliário, durante
muitos anos forneceu dados
e informações aquele que
era o fantástico facilitador
da divulgação de imóveis na
internet e também aquele que
gerava mais contactos de clientes
interessados.
Acontece que, sem se saber
bem porquê, um dia “virou o
dente” e hoje é talvez a entidade
que transaciona mais imóveis
no Mundo.
Felizmente, por cá,
temos a sorte de conhecer
atempadamente estes episódios
de modo a podermos atuar de
forma equilibrada e sem “feras”
por perto.
A realidade é que quando
alguém está a vender
determinado T2 em Kathmandu
“Talvez seja hora de todo o
setor imobiliário sacrificar
um pouco o recurso a
determinadas plataformas
tecnológicas”
P ÓS-G RAD UA Ç ÃO EM
DIREITO
IMOBILIÁRIO
no Nepal e essa informação
passa a estar disponível na
internet, qualquer pesquisa
num dos “motores” de busca que
habitualmente utilizamos, em
poucos segundos nos “leva lá”.
Caso exista alguém
interessado nesse T2, vai
comprá-lo, independentemente
da performance do portal
imobiliário utilizado “lá na
terra”.
Talvez seja hora de todo o
setor imobiliário sacrificar um
pouco o recurso a determinadas
plataformas tecnológicas,
achando que são ideais na
geração de contactos.
Não há motivo para que todo
um setor concentre informação
e fabrique soluções que
amanhã poderão ser utilizadas
em atividade claramente
concorrente.
Os portais, por agora,
funcionam como um espaço
confortável para pesquisas na
internet. Quando conseguem
atrair muitos utilizadores,
tornam-se o canal preferido
para obter informações.
E assim, está criada a ilusão
de que sem determinado canal
/ portal aquela casa não teria
sido vendida, pois se todos os
interessados foram veiculados
através do tal canal “que seria
de mim sem ele”.
É absolutamente indispensável
que todo o setor imobiliário
reflita sobre as consequências
de concentrar a informação de
imóveis num ou outro portal.
Neste momento, todo o setor
tem a possibilidade de não ficar
dependente de plataformas
integralmente alimentadas pelas
imobiliárias. Plataformas que
muito legitimamente procurarão
desenvolver o seu modelo de
negócio digital na procura da
maior rentabilidade possível.
“Lá fora” as consequências
estão a revelar-se caríssimas
para todas as imobiliárias, “cá
dentro” talvez não tenha de ser
assim.
Quarta-feira, 24 de Janeiro de 2024 | imobiliário | Opinião | 07
Simplex do Urbanismo
– o desafio que se impõe
A publicação do chamado
“Simplex do Urbanismo”
(Decreto-lei nº 10/2024), no
passado dia 8 de janeiro, foi
recebida com muita expectativa
pelo setor. Este importante
normativo, além de extenso,
Manuel Reis revoga e altera diversos
Campos diplomas legais, pelo que, neste
Presidente da CPCI momento, será precoce avaliar
e da AICCOPN com segurança o impacto que
www.aiccopn.pt todas as suas disposições terão
quando forem efetivamente
aplicadas no "terreno",
sendo que a maior parte das
normas entrará em vigor,
no próximo dia 4 de março.
Porém, posso desde já afirmar
que, muitas das soluções
consagradas são positivas e
serão capazes de conferir aos
procedimentos maior celeridade
e simplificação. Referimo-nos,
por exemplo, à uniformização
dos elementos instrutórios dos
procedimentos em todos os
municípios; à determinação
de que a Câmara Municipal
apenas pode solicitar elementos
adicionais por uma única
vez; ao alargamento do prazo
de validade da informação
prévia favorável (de 1 para 2
anos); à alteração das regras
da contagem de prazos; à
clarificação dos pedidos de
utilização dos edifícios ou suas
frações, à revogação imediata
de algumas regras do RGEU que
se encontravam totalmente
desatualizadas e desajustadas
das necessidades atuais, e a
determinação da revogação
em bloco, deste diploma de
1951, a ocorrer em junho de
2026, entre outras. Porém,
e conforme foi transmitido
ao Governo, em sede de
consulta pública do diploma,
é necessário encontrar um
equilíbrio entre a simplificação
administrativa e a garantia da
qualidade técnica e construtiva,
uma vez que, o decreto-lei
UMA INICIATIVA DE:
PARCERIA:
reduz significativamente a
participação ou validação da
Administração Central e Local
nos processos de licenciamento,
passando a haver um risco
acrescido para os investidores,
que se torna agravado pela
vastidão dos requisitos técnicos
e urbanísticos que se encontram
dispersos por inúmeros
diplomas legais. A este
propósito, destaco também a
necessidade do desenvolvimento
da plataforma eletrónica dos
procedimentos urbanísticos
(PEPU), cuja utilização será
obrigatória para todos os
municípios em 05/01/2026,
bem como a elaboração do
“Código da Construção”,
que serão instrumentos
operativos imprescindíveis
para se alcançar os objetivos
da reforma e sem os quais esta
não poderá ser verdadeiramente
implementada na sua plenitude
e extensão.
A lei exige também uma forte
adaptação dos municípios às
novas regras, os quais terão
de ser capazes de dar resposta
às novas disposições legais,
sob pena de, na prática, não
ser possível concretizar a sua
efetiva aplicação. De facto, a
lei trata todas as câmaras por
igual, mas nem todas têm a
mesma capacidade instalada,
quer de meios humanos, quer
tecnológicos, pelo que esta
realidade deverá ser acautelada.
Efetivamente, não basta o
“Simplex do Urbanismo” constar
da letra da lei, é necessário que
a anunciada simplificação,
celeridade e eficiência dos
“licenciamentos” chegue
verdadeiramente ao terreno em
todo o território, potenciando o
desenvolvimento económico e
a tão desejada coesão territorial
e social. E este é pois, no
momento, o grande desafio que
se impõe.
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COLABORAÇÃO:
ABREU ADVOGADOS,
GARRIGUES,
MORAIS LEITÃO,
PLMJ,
RSA LP,
SOFIA GALVÃO,
SRS LEGAL,
URÍA MENÉNDEZ,
VIEIRA DE ALMEIDA
www.fd.porto.ucp.pt
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