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MACROTENDÊNCIAS

2023 - 2024

CONSTRUÇÃO
CIVIL
Este estudo é uma publicação do Programa Sebrae
Inteligência de Mercado criado pelo Sebrae Rio.

O programa tem como objetivo oferecer às micro e


pequenas empresas informações estratégicas estru-
turadas sobre diversos setores da economia brasi-
leira e gerar conhecimento sobre e para os pequenos
negócios a partir de uma ferramenta digital, com pro-
dutos de Inteligência Competitiva (IC) visando auxílio
aos empresários para tomadas de decisões mais rápi-
das e assertivas para que cresçam de forma sustentá-
vel e competitiva.

www.inteligenciademercado.rj.sebrae.com.br

2
CONSTRUÇÃO
CIVIL
MACROTENDÊNCIAS 2023-2024

RIO DE JANEIRO
ANO 2023

3
©2022. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro – Sebrae/RJ
Rua Santa Luiza, 685, 7º andar, Centro, Rio de Janeiro /RJ. Telefone: (21) 2212-7700.
Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610/1998).

PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO ESTADUAL


Jésus Mendes Costa

DIRETOR-SUPERINTENDENTE
Antônio Alvarenga Neto

DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO
Sergio Malta

DIRETOR DE PRODUTO E ATENDIMENTO


Júlio Cezar Rezende de Freitas

GERÊNCIA DE PROJETOS
Ana Lucia de Araújo Lima – Gerente

COORDENAÇÃO DA INDÚSTRIA
Carina Ferraz Garcia - Coordenadora
Bianca Andrade Pinheiro – Analista

GERÊNCIA DE CONHECIMENTO E COMPETITIVIDADE


Margareth de Sousa G. Carvalho – Gerente
Mara Cristian Godoy Silva – Analista
Tayná Luiza Batista Arruda – Terceirizado
Julio Cezar Proença da Cruz – Estagiário
Bibliotecário catalogador
CONSULTOR CONTEUDISTA Leandro Pacheco de Melo – CRB 7ª 5471
Glaudson Bastos - Sebrae / RJ
B327 Bastos, Glaudson.

DIAGRAMAÇÃO Macrotendências 2023-2024 : construção civil /


Glaudson Bastos.
Sigla – Rio de Janeiro : Sebrae/RJ, 2023.
21 p.
BANCO DE IMAGENS
ISBN 978-65-5818-363-1
Freepik
1. Tendência de mercado. 2. Construção civil. 3.
Cadeia produtiva. I. Sebrae/RJ. III. Título.

CDD 331
CDU 336.119624

4
PREFÁCIO
O Sebrae Rio – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de
Janeiro – é uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como objetivo fomen-
tar o empreendedorismo e a formalização de empresas, estimulando a geração de
emprego e renda, utilizando programas específicos de desenvolvimento da cultura
empreendedora e de capacitação empresarial.

A Gerência de Projetos do Sebrae Rio, por meio da Coordenação da Indústria - Projeto


Desenvolvimento do Setor da Construção Civil - Empreiteiras e Subempreiteiras, tem
como principal objetivo promover a competitividade das micro e pequenas empresas
do setor da Construção Civil Fluminense, através do aperfeiçoamento das competên-
cias gerenciais com foco no aumento de faturamento.

Sobre este estudo


A Gerência de Conhecimento e Competitividade do Sebrae Rio elaborou esse estudo
com o intuito de que os pequenos negócios possam se valer de informações estraté-
gicas e tomem decisões mais assertivas e seguras, principalmente nesse momento em
que o mundo passa por transformações significativas.

O conteúdo também contribui para que os empreendedores e empresários do seg-


mento retratado possam vencer os crescentes desafios do mercado, além de fortale-
cer a cadeia produtiva do setor de Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro.

Espera-se que as empresas possam se valer das informações contidas neste estudo
para repensar seus negócios de forma que se recuperem e se tornem mais competi-
tivas no mercado, considerando que a competitividade aumenta a cada dia por conta
de mudanças no comportamento do consumidor, das novas tecnologias e da inclusão
digital.

Por isso, é imprescindível que as mesmas incorporem a inteligência de mercado,


visando melhorar seu posicionamento no mercado com vantagem competitiva, além
de gerar mais lucros para o negócio.

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APRESENTAÇÃO
A era pós-Covid vem sendo construída dia após dia, com impactos e mudanças rápidas
e profundas.

Em adição às incertezas mundiais derivadas da pandemia, desde 2020, os negócios


estão se deparando em 2022, com o retorno da inflação, com as consequências da
guerra na Ucrânia, além da permanente preocupação com as alterações climáticas e a
explícita necessidade de transformação digital.

Para o crescimento dos negócios em 2023/2024, faz-se necessária, inicialmente, uma


flexibilização de gestão que permita a adaptação a tempos imprevisíveis.

Conhecer o que os consumidores desejam, planejar e adequar a operação, analisar


dados para decisões rápidas e fortalecer as relações comerciais são alguns dos pontos
de alerta para os negócios de hoje. É preciso conhecer bem a operação para avaliar e
reagir na velocidade necessária. Agilidade e monitoramento são palavras de ordem.

Essas características afetam todos os segmentos, inclusive o de Construção Civil, que


faz parte de uma extensa cadeia produtiva para funcionar a pleno vapor.

Com os novos desafios em relação à sustentabilidade, o setor de construção civil está


tendo que buscar mudanças significativas na forma de operar, principalmente no que
diz respeito ao uso de materiais. Além disso, a nova estruturação das cidades, bem
como os novos estilos de vida influenciam também na forma como esse setor vem
operando.

Por isso, é fundamental estudar a dinâmica do mercado, as questões sobre sustentabi-


lidade e ESG, assim como os impactos da tecnologia e da inovação, dos novos estilos
de vida e tendências de mercado. Assim, líderes de pequenos negócios desse setor
encontram oportunidades de crescimento diante dessa nova realidade.

Este estudo tem como objetivo descrever as perspectivas para a Construção Civil,
visando subsidiar planejamentos e tomadas de decisão mais assertivas para o fortale-
cimento do setor.

Boa leitura!

6
SUMÁRIO

Capítulo 1
Panorama da Indústria da Construção Civil no pós-pandemia e
perspectivas futuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.1 Pensar a inovação e a sustentabilidade a partir de novos
materiais e novas técnicas construtivas. . . . . . . . . . . . . . . 10
1.1.1 Reciclagem do Concreto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

1.2 Acompanhar o volume de projetos e construções “green”. . . 13


1.3 Participação no Planejamento de Cidades Inteligentes . . . . 14

Capítulo 2
O que a MPE atuante na indústria da Construção Civil deve
fazer diante das tendências que se apresentam?. . . . . . . . . . . . 16
2.1 Cidades Inteligentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

2.2 Green Building. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

2.3 Conforto Térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.4 Conforto Acústico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

7
CAPÍTULO 1

Panorama da Indústria da Construção Civil


no pós-pandemia e perspectivas futuras

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi)1 atingiu cerca de 2,2% em maio de


2022, registrando a maior taxa desde julho de 2021. Trata-se de um índice importante
na construção civil, servindo de direção na avaliação de orçamentos, e
na atualização dos valores das despesas em contratos e orçamentos.

De janeiro a maio de 2022 o custo médio do m² apurado no


Sinapi variou em torno de 5,8%, mesmo no cenário com
desoneração da folha de pagamento das empresas do
setor da construção civil.

Já o custo nacional da construção por m² passou


de R$1.567,76 em abril para R$1.601,76 em
maio de 2022, sendo que 60,12% deste
custo são relativos aos materiais.

Infelizmente a alta dos materiais


pressionada pelo desbalance-
amento demanda/oferta
durante a pandemia pesou
sobre a indústria da cons-
trução civil.

No entanto, o empresariado do setor está se movimentando em busca de eficiência e


inovação, mirando melhorias ainda neste ano e no horizonte de 2023-2024.

1 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil - SINAPI tem por objetivo a produção de séries mensais de custos e índices para o setor habitacional, de séries
mensais de salários medianos de mão de obra, de preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e de serviços da
construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação. O Sistema é uma produção conjunta da Caixa
Econômica Federal e do IBGE, gerada graças a um acordo de cooperação técnica, cabendo ao IBGE a responsabilidade da coleta,
apuração e cálculo, enquanto à Caixa Econômica Federal cabe a definição e manutenção dos aspectos de engenharia, tais como
projetos, composições de serviços etc. As estatísticas do SINAPI são indispensáveis na programação de investimentos, sobre-
tudo para o setor público. Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices
propiciam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos.

8
CENÁRIO PROSPECTIVO DE CURTO PRAZO PARA A
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Ponto de atenção:
Desvalorização cambial e Selic acima de 13,25% ao ano (a.a.) podem frear a demanda
por novos empreendimentos.

Ponto Positivo:
Algumas construtoras de porte, mesmo tendo perdas de 1% em sua cotação histórica
de 12 meses, seguem com expectativas nas grandes praças, como o mercado imobiliá-
rio paulista, por exemplo, estimado entre R$30 a R$32 bilhões ao ano2.

Dúvidas:
Avanços no nível de atividade nos setores de Construção de Edifícios e de Serviços
Especializados, mantendo-se acima de 51 pontos3, darão forte dinamismo na cadeia
produtiva este ano e possivelmente início de 2023.

Perspectivas:
Investimentos em Fundos Imobiliários (FIIs) permanecendo isentos de imposto de
renda para pessoa física, vão continuar dando liquidez e beneficiando a indústria da
construção como um todo.
Fonte: BASTOS, G. Neste estudo, elaboração própria a partir de dados secundários, 2022.

Algumas macrotendências capazes de influenciar de forma mais ampla a cadeia da


Construção Civil foram mapeadas neste estudo, tendo em conta a percepção de ana-
listas do setor e dados secundários tornados públicos no 1º semestre deste ano4.

2 Conforme Bispo, R. (Revista Ângulos, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro, 24.05.2022), no Rio de
Janeiro, o mercado imobiliário de alto padrão manteve crescimento mesmo durante a Covid-19. Os dados são da Ademi (As-
sociação das Empresas do Mercado Imobiliário) e do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) e apontam que o
volume de lançamentos de empreendimentos do gênero de alto padrão, registrou uma alta em torno de 34% a 35% na capital
fluminense em 2021 versus igual período de 2020, o que tem gerado otimismo para todo o ano de 2022.
3 Os índices desses dois setores ficaram, respectivamente, em 51,2 pontos e 52,6 pontos na última sondagem de desempenho
da indústria da construção publicada em maio de 2022 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “SONDAGEM INDÚSTRIA
DA CONSTRUÇÃO” é uma publicação mensal. De acordo com a CNI, valores acima de 50 pontos indicam crescimento da ativida-
de ou do número de empregados na comparação com mês anterior. Ver Sondagem Indústria da Construção (ISSN 2317-7322.
Ano 13. Número 5. Maio, 2022).
4 Parte das constatações emergem como resultado das discussões recentes ocorridas no 94º Enic realizado em junho de 2022
pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em parceria com Sesi, Senai e com patrocínio do Sebrae, Confea, Mú-
tua, AltoQI, SoftwareONE, CV, Sienge e Caixa Econômica Federal. As demais tendências são fruto de levantamento sistemático
do programa Sebrae Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae Rio.

9
Entre estas tendências que refletem tanto o comportamento da demanda como o da
oferta e que podem moldar um novo contexto para a indústria da construção, estão:

1.1 Pensar a inovação e a sustentabilidade


a partir de novos materiais e novas técnicas
construtivas
A questão da sustentabilidade persiste e deve fazer a diferença no cenário 2023-2024,
principalmente quanto ao uso de materiais sustentáveis, especialmente:
ƒ Barras de plástico reforçado com fibra (FRP) para uso como armadura e apare-
cendo como alternativa para as barras metálicas;
ƒ Aditivo para concreto fresco gerando uma película protetora de sais de ácido
nas armaduras, ampliando a vida útil de estruturas de concreto armado sujeitas a
ambientes corrosivos;
ƒ Sistemas de fixação química baseada em epóxi para fixar vergalhões em concreto;
ƒ Novos modos de utilização de concreto projetado5;
ƒ Reciclagem do Concreto6;
ƒ Adoção do sistema BubbleDeck, como alternativa à construção de lajes, composto
por esferas plásticas de polipropileno, colocadas de modo uniforme entre duas telas
metálicas, para ocupar a zona de concreto que não tem função estrutural. O sistema
pode reduzir em até 35% do peso da laje em comparação ao sistema convencional;

5 O Programa Sebrae Inteligência Setorial já abordou os tipos de projeção de concreto: seca e úmida, as vantagens e desvanta-
gens de cada uma das técnicas, as aplicações mais comuns, os principais equipamentos e a equipe necessária em sua aplicação.
Recomendável também acessar o Concrete Recycling, portal que reúne fornece informações sobre reciclagem de concreto,
pretendendo ajudar os recicladores a aumentar seus mercados e entender como compradores para mercados finais enxergam
o produto agregado de concreto reciclado.
6 De acordo com estudos da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em torno de 2% a 3% da produção de uma
concreteira acaba sendo descartada como resíduo. O lastro fica entranhado no interior da betoneira para mistura de agregados
após o descarregamento total do concreto, enquanto a sobra passa a ser qualquer volume residual não descarregado na obra
e devolvido à concreteira. Pelo indicado no levantamento, em lugar de descarte do lastro e da sobra, é recomendado que, em
busca de maior competitividade, ocorra a reciclagem, uma vez que quase todos os tipos de concreto podem ser reciclados
(como o endurecido e o fresco), excluindo os concretos especiais como o pigmentado e o de adições de fibras (Ver a Sebrae
Inteligência Setorial, CONSTRUÇÃO CIVIL - BOLETIM DE TENDÊNCIA, Rio de Janeiro, 2020).

10
ƒ Uso da poliureia; e
ƒ Implantação do Building Information Modeling (BIM), consistindo na modelagem
de informações de um empreendimento a partir da criação de um modelo digi-
tal integrado; facilitando rotinas como confecção de orçamentos precisos; pla-
nejamento do trabalho; prototipagem virtual de estruturas, além da economia de
tempo e recursos por meio da atualização automática e da eliminação de confli-
tos dos desenhos.

1.1.1 Reciclagem do Concreto

A reciclagem de concreto pode substituir até 25% dos agregados convencionais por
reciclados. Nesse processo, o concreto pode ser triturado em areia, brita e pedrisco,
sem alterar as propriedades mecânicas.

Esse processo de reciclagem traz vantagens econômicas para as empresas, o que resulta
na redução dos custos de produção pela economia de matéria-prima de retirada, além
de curva de aprendizagem através de novos processos e produtos sustentáveis.

É um fato também que a reciclagem de concreto está se tornando cada vez mais uma
maneira prática de se utilizar o agregado deixado para trás quando estruturas são demolidas.

Segundo o Boletim de Tendência de 2020 do Programa Sebrae Inteligência Setorial do


Sebrae, do montante de resíduos gerados pela construção civil, o concreto detém o
maior volume em material descartado.

O destino do resíduo gera uma preocupação sobre a retirada do resíduo do local da


obra, do seu transporte e da sua destinação final. Na lógica da reversão, a reciclagem
gera a possibilidade de conversão desse material que seria rejeitado, em matéria-prima
a ser reutilizada pela própria indústria da construção.

A riqueza da reciclagem de concreto


está no fato de que o concreto pode
ser triturado em areia, brita, pedrisco
e bica corrida.

11
Veja abaixo os usos alternativos do concreto reciclado e o que fazer.

TIPO DE CONCRETO O QUE FAZER?

Grandes pedaços de Podem ser colocados ao longo de bancos de córregos vul-


entulho de concreto neráveis ou barrancos, ajudando a controlar a erosão. Pode
ou pedaços de ser triturado no local e usado como uma camada base para
concreto esmagado pavimento asfáltico colocado sobre ele.

É possível ser triturado no local e usado depois como uma


Pavimento de
espécie de camada base para pavimento asfáltico colocado
concreto antigo
sobre ele.

Concreto esmagado Consegue ser misturado com agregado natural para se fazer
(desde que esteja livre novo concreto ou usado como matéria-prima.
de contaminantes)

Podem ser preenchidas com concreto esmagado e servindo


Gaiolas de aramados
como empilhamento de paredes de contenção.

1.1.1 A poliureia

A poliureia7 é uma membrana elástica impermeável, formada por resina e isocianato,


que serve para proteger, revestir e impermeabilizar os mais variados tipos de substratos.

Ela entrou no mercado brasileiro para incorporar uma nova tecnologia com vantagens
excepcionais (como secagem, aderência e flexibilidade) aos sistemas convencionais de
revestimentos e impermeabilizações.

Sua aplicação na construção civil resulta em muitos benefícios, mas, ao mesmo tempo,
exige bastante técnica e especialização.

Ela apresenta características técnicas que garantem mais agilidade no processo de


impermeabilização. Seu bom desempenho também garante maior durabilidade e redu-
ção da periodicidade de manutenção. Além disso, é uma boa opção para aqueles que
procuram alternativas ecológicas para as obras.

7 Para saber um pouco mais sobre esse material, acesse o conteúdo SIS: https://sebraeinteligenciasetorial.com.br/produtos/
boletins-de-tendencia/poliureia/559ecbc514d0c01d007ffe02

12
Os empresários devem observar, então, as necessidades dos principais consumidores
desse sistema, considerando o potencial do produto no mercado, entendendo que as
empresas de saneamento, infraestrutura e mineração devem ser os principais alvos
desse mercado. Setores como geração de energia e óleo e gás também são possíveis
consumidores para a poliureia.

Apesar de muito promissora, a aplicação de


poliureia exige capacitação técnica e tecnolo-
gia com maior custo. Por isso, busque investir
em certificações e capacitações.

A tecnologia da poliureia ainda é relativa-


mente pouco conhecida em algumas par-
tes do Brasil, apesar de apresentar grande
potencial no mercado na construção civil,
como se pode ver.

Fonte: POLYUREA, an advanced waterproofing and protective coating solution. ISOMAT, 2022. Disponível em:
https://www.isomat.eu/polyurea-an-advanced-waterproofing-and-protective-coating-solution/.

PERFIL QUE O SISTEMA DE REVESTI- APLICAÇÕES POSSÍVEIS DA


MENTO TEM QUE APRESENTAR POLIUREIA

Impermeabilização comercial e residencial;


Bom alongamento (Infraestrutura)
Revestimento de pisos e coberturas;
Resistência mecânica (Infraestrutura)
Pontes e Passarelas.

Estações elevatórias;
Resistência à corrosão (Saneamento)
Tanques de cloro;
Resistência química (Saneamento)
Bacias de retenção e tanques de ácido.

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1.2 Acompanhar o
volume de projetos e
construções “green”
Mais de 160 países seguem adotando a
certificação Green Building LEED®.

Embora sejam mais frequentes em prédios


residenciais de alto padrão e prédios comer-
ciais de lajes corporativas no mercado de
offices de alto padrão (A e A+), e mesmo
com o problema (conjuntural pós-covid) das
taxas de vacância nos prédios comerciais
nos grandes centros urbanos, o pequeno
e médio construtor será, em um horizonte
de médio prazo, afetado pelas pressões por
edificações “green” por conta de caraterísti-
cas e benefícios tais como:

ƒ Redução do consumo de energia e água;


ƒ Uso racional e redução da extração dos recursos naturais;
ƒ Uso de métodos e técnicas para condicionamento térmico no empreendimento;
ƒ Acessibilidade; e
ƒ Projeto pensado para a diminuição dos custos operacionais no cotidiano de uso
da edificação.

1.3 Participação no Planejamento de Cidades


Inteligentes
As experiências de cidades inteligentes no país estão se dando, em geral, em volta de
temas como:
ƒ Projetos de equipamentos com inteligência artificial embarcada, procurando
monitorar grandes áreas urbanas;

14
ƒ Programas de infraestrutura (como 5G, por exemplo) para conferir maior conecti-
vidade nos municípios;
ƒ Ações de reconhecimento de tecnologias inovadoras de monitoramento de áreas
de risco, urbanismo moderno, tendência cada vez mais “puxada” pelos eventos
climáticos agressivos que impõe à indústria da construção e aos governos a pen-
sarem melhor no futuro da ocupação do solo de e em novas formas de se planejar
os espaços urbanos; e
ƒ Ações de controle da mobilidade urbana através da implantação dos chamados
Centros de Controle de Operações (CCO).

Neste momento estão sendo observados com maior frequ-


ência, processos de articulação para troca de experiências
e conhecimentos, com participação de associações e
entidades representativas da indústria de constru-
ção e governo (nas três esferas), com vistas ao
desenvolvimento de projetos, e esforços de
medição de indicadores8 que qualifiquem
uma iniciativa de cidade inteligente.

NESTE
CAPÍTULO
VOCÊ VIU:

ƒ O panorama da Construção Civil diante das mudanças com a Pandemia de Covid-19


ƒ As perspectivas futuras do setor e seu cenário prospectivo
ƒ Inovação e sustentabilidade: técnicas, materiais e práticas para o novo momento
do setor
ƒ As construções “green” e as cidades inteligentes: tendências do setor

8 Ver norma em vigor ABNT NBR ISO 37122:2020 Versão Corrigida:2021.

15
CAPÍTULO 2

O que a MPE atuante na indústria da


Construção Civil deve fazer diante das
tendências que se apresentam?

2.1 Cidades Inteligentes


Para não ficar de fora das discussões sobre cidades inteligentes, convém acompanhar
os encontros sobre o tema que estão ocorrendo nas associações e entidades repre-
sentativas da indústria de construção, além de procurar adquirir normas técnicas fun-
damentais como:
ƒ ABNT NBR ISO 37122: especifica e estabelece definições e metodologias para
um conjunto de indicadores de cidades inteligentes; e
ƒ ABNT NBR ISO 37106: fornece orientação para líderes em cidades e comunida-
des inteligentes, acerca do desenvolvimento de um modelo operacional aberto,
colaborativo, centrado no cidadão e habilitado digitalmente para a sua cidade,
que coloque sua visão para um futuro sustentável.

Ainda sobre este tema, vale acompanhar as notícias da Plataforma Connected Smart
Cities©, que traz assuntos sobre como está ocorrendo o envolvimento de empresas,
entidades e governos em torno do assunto cidades inteligentes.

2.2 Green Building


O assunto sobre projetos e construções com certificação Green Building LEED®
continua em pauta e ainda precisa ser explorado por pequenas e médias empresas,
pois é uma alternativa para ingressar ou ter um balanceamento na carteira de projetos,
isto é, sem prejuízo daquilo que se faz hoje, ir aos poucos ingressando em mercados
de maior valor agregado.

16
Neste sentido é fundamental reunir-se com os sócios ou participar dos encontros
associativos que discutam sobre os pré-requisitos seguidos pelas construtoras que
estão em buscam a certificação LEED.

2.3 Conforto Térmico


Os projetos que buscam garantir maior conforto térmico ao ocupante, como o caso do
“telhado verde” capaz de manter uma temperatura na superfície do telhado entre 23º
e 27ºC, tendem a crescer tanto em obras de shopping centers como em coberturas
verdes em construções com mais de quatro pavimentos.

Aliás esta tendência vai amadurecendo em razão das mudanças climáticas que acabam
por gerar uma demanda latente por “ausência de desconforto térmico”.

2.4 Conforto Acústico


Os empreendimentos imobiliários no rastro da tendência dos “micro-apartamentos”, são
lançamentos imobiliários novos ou vindos de retrofit de salas comerciais de até 30m².

Essas construções cresceram 21% na cidade de São Paulo e já surgem como tendên-
cia também na região do Porto Maravilha e Avenida Presidente Vargas na cidade do
Rio de Janeiro. Por isso, passa a ser essencial que os empreendedores fiquem atentos
também aos aspectos de conforto acústico, pela obtenção de cada vez menos ruídos
entre pavimentos.

Esta questão do desempenho acústico poderá gerar muito valor a estes empreendimen-
tos de até 30m² e, para tanto, faz-se urgente que os empresários busquem conhecer e
atender a Norma ABNT NBR 155759 que, conforme análise do Portal Acústica, “trata
dos níveis de desempenho acústico das paredes externas, das esquadrias utilizadas em
dormitórios, das paredes internas que separam duas unidades, das paredes internas
que separam as unidades das áreas comuns, do conjunto de paredes e portas que sepa-
ram duas unidades, e dos sistemas de pisos com relação ao ruído aéreo e de impacto”.

9 Edificações habitacionais — Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. Esta parte da ABNT NBR 15575 estabelece os requisitos
e critérios de desempenho aplicáveis às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como a serem avaliados de
forma isolada para um ou mais sistemas específicos.

17
ATENÇÃO EMPRESÁRIO!
É fundamental que o pequeno e médio construtor fique a par
do que está acontecendo em termos de novas iniciativas para
assegurar conforto higrotérmico, acústico, ambiental e
visual, tudo isto em consonância com o crescimento
significativo da participação de empreendimentos
sustentáveis no país.

Adequar o desempenho acústico de edificações é


primordial não apenas para obter a certificação do
desempenho pela Norma ABNT NBR 15575, mas
igualmente evidencia uma questão de respeito ao
direito do cidadão que merece se ver livre de ruí-
dos excessivos vindo de casa de máquina de ele-
vadores, acionamentos de descargas hidráulicas,
exaustores, ruídos de vizinhos etc.

Veja o guia a seguir sobre a importância de adequar o desempenho acústico de edificações:

Fonte: Imagem extraída de https://portalacustica.info/ e Guia Prático: Acústica de Edificações Habitacionais


– Portal Acústica (2022).

18
NESTE
CAPÍTULO
VOCÊ VIU:

ƒ Como as MPE podem agir diante das mudanças observadas no mercado


ƒ As principais ações frente às novas demandas do mercado

19
BIBLIOGRAFIA

FRAGA, Antonio Armando Cordeiro; DE SOUZA, Cilene Magda Vasconcelos; ALVES,


José Luiz. Aspectos de governança para o desenvolvimento de cidades inteligentes e
sustentáveis. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 6, p. 44287-44314, 2022.

ABISHEK, V.; IYAPPAN, G. R. Study on Flexural Behavior of Bubble Deck Slab Strengthened
with FRP. In: Journal of Physics: Conference Series. IOP Publishing, 2021.

CAO, Yu; KAMARUZZAMAN, Syahrul Nizam; AZIZ, Nur Mardhiyah. Building Information
Modeling (BIM) Capabilities in the Operation and Maintenance Phase of Green Buildings: A
Systematic Review. Buildings, v. 12, n. 6, p. 830, 2022.

GUEDES, Alan Lobato; MORAES, Ruan. Concreto para fins estruturais utilizando agre-
gado graúdo reciclado de concreto. In: VI Jornada de Iniciação Científica. 2019.

Sistemas de poliureia para saneamento, Marmai; e Aplicação: Poliureia Pura, Isar:


Isolamentos Térmicos e Acústicos.

Agência CBIC. ANJOS, José Antônio Ventura; DO AMARAL ALVES, Laís. Gerenciamento
de Resíduos de Concreto na Construção. Boletim do Gerenciamento, v. 8, n. 8, p.
23-34, 2019. Portal Concrete Recycling (acessado em agosto de 2020).

ALVES et al., Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 44287-44314, junho
de 2022.

AKKERMAN, D., PIERRARD, J. e PROACÚSTICA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA A


QUALIDADE ACÚSTICA. Manual ProAcústica sobre a Norma de Desempenho Guia
prático sobre cada uma das partes relacionadas à área de acústica nas edificações da
Norma ABNT NBR 15575 Edificações habitacionais – Desempenho.

Portais das organizações IBGE (Agência de notícias IBGE), Câmara Brasileira da


Indústria da Construção (CBIC), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Plataforma
Connected Smart Cities, ABRACO - Associação Brasileira de Corrosão, Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e
FGV, acessados em junho e julho de 2022.

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www.inteligenciademercado.rj.sebrae.com.br

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