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2023 - 2024
CONSTRUÇÃO
CIVIL
Este estudo é uma publicação do Programa Sebrae
Inteligência de Mercado criado pelo Sebrae Rio.
www.inteligenciademercado.rj.sebrae.com.br
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CONSTRUÇÃO
CIVIL
MACROTENDÊNCIAS 2023-2024
RIO DE JANEIRO
ANO 2023
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©2022. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro – Sebrae/RJ
Rua Santa Luiza, 685, 7º andar, Centro, Rio de Janeiro /RJ. Telefone: (21) 2212-7700.
Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610/1998).
DIRETOR-SUPERINTENDENTE
Antônio Alvarenga Neto
DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO
Sergio Malta
GERÊNCIA DE PROJETOS
Ana Lucia de Araújo Lima – Gerente
COORDENAÇÃO DA INDÚSTRIA
Carina Ferraz Garcia - Coordenadora
Bianca Andrade Pinheiro – Analista
CDD 331
CDU 336.119624
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PREFÁCIO
O Sebrae Rio – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de
Janeiro – é uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como objetivo fomen-
tar o empreendedorismo e a formalização de empresas, estimulando a geração de
emprego e renda, utilizando programas específicos de desenvolvimento da cultura
empreendedora e de capacitação empresarial.
Espera-se que as empresas possam se valer das informações contidas neste estudo
para repensar seus negócios de forma que se recuperem e se tornem mais competi-
tivas no mercado, considerando que a competitividade aumenta a cada dia por conta
de mudanças no comportamento do consumidor, das novas tecnologias e da inclusão
digital.
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APRESENTAÇÃO
A era pós-Covid vem sendo construída dia após dia, com impactos e mudanças rápidas
e profundas.
Este estudo tem como objetivo descrever as perspectivas para a Construção Civil,
visando subsidiar planejamentos e tomadas de decisão mais assertivas para o fortale-
cimento do setor.
Boa leitura!
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SUMÁRIO
Capítulo 1
Panorama da Indústria da Construção Civil no pós-pandemia e
perspectivas futuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.1 Pensar a inovação e a sustentabilidade a partir de novos
materiais e novas técnicas construtivas. . . . . . . . . . . . . . . 10
1.1.1 Reciclagem do Concreto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Capítulo 2
O que a MPE atuante na indústria da Construção Civil deve
fazer diante das tendências que se apresentam?. . . . . . . . . . . . 16
2.1 Cidades Inteligentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
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CAPÍTULO 1
1 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil - SINAPI tem por objetivo a produção de séries mensais de custos e índices para o setor habitacional, de séries
mensais de salários medianos de mão de obra, de preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e de serviços da
construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação. O Sistema é uma produção conjunta da Caixa
Econômica Federal e do IBGE, gerada graças a um acordo de cooperação técnica, cabendo ao IBGE a responsabilidade da coleta,
apuração e cálculo, enquanto à Caixa Econômica Federal cabe a definição e manutenção dos aspectos de engenharia, tais como
projetos, composições de serviços etc. As estatísticas do SINAPI são indispensáveis na programação de investimentos, sobre-
tudo para o setor público. Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices
propiciam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos.
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CENÁRIO PROSPECTIVO DE CURTO PRAZO PARA A
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Ponto de atenção:
Desvalorização cambial e Selic acima de 13,25% ao ano (a.a.) podem frear a demanda
por novos empreendimentos.
Ponto Positivo:
Algumas construtoras de porte, mesmo tendo perdas de 1% em sua cotação histórica
de 12 meses, seguem com expectativas nas grandes praças, como o mercado imobiliá-
rio paulista, por exemplo, estimado entre R$30 a R$32 bilhões ao ano2.
Dúvidas:
Avanços no nível de atividade nos setores de Construção de Edifícios e de Serviços
Especializados, mantendo-se acima de 51 pontos3, darão forte dinamismo na cadeia
produtiva este ano e possivelmente início de 2023.
Perspectivas:
Investimentos em Fundos Imobiliários (FIIs) permanecendo isentos de imposto de
renda para pessoa física, vão continuar dando liquidez e beneficiando a indústria da
construção como um todo.
Fonte: BASTOS, G. Neste estudo, elaboração própria a partir de dados secundários, 2022.
2 Conforme Bispo, R. (Revista Ângulos, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro, 24.05.2022), no Rio de
Janeiro, o mercado imobiliário de alto padrão manteve crescimento mesmo durante a Covid-19. Os dados são da Ademi (As-
sociação das Empresas do Mercado Imobiliário) e do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) e apontam que o
volume de lançamentos de empreendimentos do gênero de alto padrão, registrou uma alta em torno de 34% a 35% na capital
fluminense em 2021 versus igual período de 2020, o que tem gerado otimismo para todo o ano de 2022.
3 Os índices desses dois setores ficaram, respectivamente, em 51,2 pontos e 52,6 pontos na última sondagem de desempenho
da indústria da construção publicada em maio de 2022 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “SONDAGEM INDÚSTRIA
DA CONSTRUÇÃO” é uma publicação mensal. De acordo com a CNI, valores acima de 50 pontos indicam crescimento da ativida-
de ou do número de empregados na comparação com mês anterior. Ver Sondagem Indústria da Construção (ISSN 2317-7322.
Ano 13. Número 5. Maio, 2022).
4 Parte das constatações emergem como resultado das discussões recentes ocorridas no 94º Enic realizado em junho de 2022
pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em parceria com Sesi, Senai e com patrocínio do Sebrae, Confea, Mú-
tua, AltoQI, SoftwareONE, CV, Sienge e Caixa Econômica Federal. As demais tendências são fruto de levantamento sistemático
do programa Sebrae Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae Rio.
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Entre estas tendências que refletem tanto o comportamento da demanda como o da
oferta e que podem moldar um novo contexto para a indústria da construção, estão:
5 O Programa Sebrae Inteligência Setorial já abordou os tipos de projeção de concreto: seca e úmida, as vantagens e desvanta-
gens de cada uma das técnicas, as aplicações mais comuns, os principais equipamentos e a equipe necessária em sua aplicação.
Recomendável também acessar o Concrete Recycling, portal que reúne fornece informações sobre reciclagem de concreto,
pretendendo ajudar os recicladores a aumentar seus mercados e entender como compradores para mercados finais enxergam
o produto agregado de concreto reciclado.
6 De acordo com estudos da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em torno de 2% a 3% da produção de uma
concreteira acaba sendo descartada como resíduo. O lastro fica entranhado no interior da betoneira para mistura de agregados
após o descarregamento total do concreto, enquanto a sobra passa a ser qualquer volume residual não descarregado na obra
e devolvido à concreteira. Pelo indicado no levantamento, em lugar de descarte do lastro e da sobra, é recomendado que, em
busca de maior competitividade, ocorra a reciclagem, uma vez que quase todos os tipos de concreto podem ser reciclados
(como o endurecido e o fresco), excluindo os concretos especiais como o pigmentado e o de adições de fibras (Ver a Sebrae
Inteligência Setorial, CONSTRUÇÃO CIVIL - BOLETIM DE TENDÊNCIA, Rio de Janeiro, 2020).
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Uso da poliureia; e
Implantação do Building Information Modeling (BIM), consistindo na modelagem
de informações de um empreendimento a partir da criação de um modelo digi-
tal integrado; facilitando rotinas como confecção de orçamentos precisos; pla-
nejamento do trabalho; prototipagem virtual de estruturas, além da economia de
tempo e recursos por meio da atualização automática e da eliminação de confli-
tos dos desenhos.
A reciclagem de concreto pode substituir até 25% dos agregados convencionais por
reciclados. Nesse processo, o concreto pode ser triturado em areia, brita e pedrisco,
sem alterar as propriedades mecânicas.
Esse processo de reciclagem traz vantagens econômicas para as empresas, o que resulta
na redução dos custos de produção pela economia de matéria-prima de retirada, além
de curva de aprendizagem através de novos processos e produtos sustentáveis.
É um fato também que a reciclagem de concreto está se tornando cada vez mais uma
maneira prática de se utilizar o agregado deixado para trás quando estruturas são demolidas.
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Veja abaixo os usos alternativos do concreto reciclado e o que fazer.
Concreto esmagado Consegue ser misturado com agregado natural para se fazer
(desde que esteja livre novo concreto ou usado como matéria-prima.
de contaminantes)
1.1.1 A poliureia
Ela entrou no mercado brasileiro para incorporar uma nova tecnologia com vantagens
excepcionais (como secagem, aderência e flexibilidade) aos sistemas convencionais de
revestimentos e impermeabilizações.
Sua aplicação na construção civil resulta em muitos benefícios, mas, ao mesmo tempo,
exige bastante técnica e especialização.
7 Para saber um pouco mais sobre esse material, acesse o conteúdo SIS: https://sebraeinteligenciasetorial.com.br/produtos/
boletins-de-tendencia/poliureia/559ecbc514d0c01d007ffe02
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Os empresários devem observar, então, as necessidades dos principais consumidores
desse sistema, considerando o potencial do produto no mercado, entendendo que as
empresas de saneamento, infraestrutura e mineração devem ser os principais alvos
desse mercado. Setores como geração de energia e óleo e gás também são possíveis
consumidores para a poliureia.
Fonte: POLYUREA, an advanced waterproofing and protective coating solution. ISOMAT, 2022. Disponível em:
https://www.isomat.eu/polyurea-an-advanced-waterproofing-and-protective-coating-solution/.
Estações elevatórias;
Resistência à corrosão (Saneamento)
Tanques de cloro;
Resistência química (Saneamento)
Bacias de retenção e tanques de ácido.
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1.2 Acompanhar o
volume de projetos e
construções “green”
Mais de 160 países seguem adotando a
certificação Green Building LEED®.
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Programas de infraestrutura (como 5G, por exemplo) para conferir maior conecti-
vidade nos municípios;
Ações de reconhecimento de tecnologias inovadoras de monitoramento de áreas
de risco, urbanismo moderno, tendência cada vez mais “puxada” pelos eventos
climáticos agressivos que impõe à indústria da construção e aos governos a pen-
sarem melhor no futuro da ocupação do solo de e em novas formas de se planejar
os espaços urbanos; e
Ações de controle da mobilidade urbana através da implantação dos chamados
Centros de Controle de Operações (CCO).
NESTE
CAPÍTULO
VOCÊ VIU:
15
CAPÍTULO 2
Ainda sobre este tema, vale acompanhar as notícias da Plataforma Connected Smart
Cities©, que traz assuntos sobre como está ocorrendo o envolvimento de empresas,
entidades e governos em torno do assunto cidades inteligentes.
16
Neste sentido é fundamental reunir-se com os sócios ou participar dos encontros
associativos que discutam sobre os pré-requisitos seguidos pelas construtoras que
estão em buscam a certificação LEED.
Aliás esta tendência vai amadurecendo em razão das mudanças climáticas que acabam
por gerar uma demanda latente por “ausência de desconforto térmico”.
Essas construções cresceram 21% na cidade de São Paulo e já surgem como tendên-
cia também na região do Porto Maravilha e Avenida Presidente Vargas na cidade do
Rio de Janeiro. Por isso, passa a ser essencial que os empreendedores fiquem atentos
também aos aspectos de conforto acústico, pela obtenção de cada vez menos ruídos
entre pavimentos.
Esta questão do desempenho acústico poderá gerar muito valor a estes empreendimen-
tos de até 30m² e, para tanto, faz-se urgente que os empresários busquem conhecer e
atender a Norma ABNT NBR 155759 que, conforme análise do Portal Acústica, “trata
dos níveis de desempenho acústico das paredes externas, das esquadrias utilizadas em
dormitórios, das paredes internas que separam duas unidades, das paredes internas
que separam as unidades das áreas comuns, do conjunto de paredes e portas que sepa-
ram duas unidades, e dos sistemas de pisos com relação ao ruído aéreo e de impacto”.
9 Edificações habitacionais — Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. Esta parte da ABNT NBR 15575 estabelece os requisitos
e critérios de desempenho aplicáveis às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como a serem avaliados de
forma isolada para um ou mais sistemas específicos.
17
ATENÇÃO EMPRESÁRIO!
É fundamental que o pequeno e médio construtor fique a par
do que está acontecendo em termos de novas iniciativas para
assegurar conforto higrotérmico, acústico, ambiental e
visual, tudo isto em consonância com o crescimento
significativo da participação de empreendimentos
sustentáveis no país.
18
NESTE
CAPÍTULO
VOCÊ VIU:
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BIBLIOGRAFIA
ABISHEK, V.; IYAPPAN, G. R. Study on Flexural Behavior of Bubble Deck Slab Strengthened
with FRP. In: Journal of Physics: Conference Series. IOP Publishing, 2021.
CAO, Yu; KAMARUZZAMAN, Syahrul Nizam; AZIZ, Nur Mardhiyah. Building Information
Modeling (BIM) Capabilities in the Operation and Maintenance Phase of Green Buildings: A
Systematic Review. Buildings, v. 12, n. 6, p. 830, 2022.
GUEDES, Alan Lobato; MORAES, Ruan. Concreto para fins estruturais utilizando agre-
gado graúdo reciclado de concreto. In: VI Jornada de Iniciação Científica. 2019.
Agência CBIC. ANJOS, José Antônio Ventura; DO AMARAL ALVES, Laís. Gerenciamento
de Resíduos de Concreto na Construção. Boletim do Gerenciamento, v. 8, n. 8, p.
23-34, 2019. Portal Concrete Recycling (acessado em agosto de 2020).
ALVES et al., Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 44287-44314, junho
de 2022.
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www.inteligenciademercado.rj.sebrae.com.br
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