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Curso:

Técnico/a de Cozinha/Pastelaria
Módulo: 6703 – Economia portuguesa em contexto
Internacional
Duração: 25 h
Formador: Sérgio Morais

2019


Form62 PR3/ B-1


MANUAL DE FORMAÇÃO



UFCD : 6703- Economia portuguesa em contexto
internacional


Formadora : Sérgio Morais


Form62 PR3/ B-1

Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 5
Objetivos ....................................................................................................................................... 5
Benefícios e condições de utilização do manual: .......................................................................... 5
Integração Económica ................................................................................................................... 6
Noção de integração económica ............................................................................................... 6
Vantagens da integração económica ........................................................................................ 6
Formas de integração económica ................................................................................................. 7
Sistema de preferências aduaneiras ......................................................................................... 7
Zona de Comércio Livre ............................................................................................................. 7
União Aduaneira ........................................................................................................................ 7
Mercado Comum ....................................................................................................................... 8
União Económica ....................................................................................................................... 8
Integração Económica Total ...................................................................................................... 8
O processo de integração na Europa ............................................................................................ 9
O Ato Único ................................................................................................................................. 10
Objetivos ................................................................................................................................. 10
Vantagens (previstas) da criação do Mercado Único .............................................................. 11
Custos e desafios da criação do Mercado Único ..................................................................... 11
O Tratado de Maastricht ou Tratado da União Europeia ........................................................ 12
A União Política ....................................................................................................................... 12
A União Económica e Monetária (UEM ................................................................................... 12
Critérios de convergência nominal .......................................................................................... 13
A Zona Euro ............................................................................................................................. 14
Desafios da União Europeia na atualidade .............................................................................. 14
Tratado de Nice ....................................................................................................................... 15
Tratado de Lisboa .................................................................................................................... 15
Agenda 2000 ........................................................................................................................... 15
Processo de adesão ................................................................................................................. 16

Vantagens do alargamento ..................................................................................................... 16


Desafios do alargamento ........................................................................................................ 17


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Reajustamento das políticas da União e dos fundos estruturais ............................................ 17


A reforma das instituições ....................................................................................................... 18
Conselho da União Europeia ................................................................................................... 18
O aprofundamento da União Europeia ................................................................................... 19
A afirmação externa da União Europeia ................................................................................. 19
Portugal no contexto da União Europeia .................................................................................... 20
Comércio Internacional ............................................................................................................... 20
A Teoria das Vantagens Comparativas .................................................................................... 21
Movimento de Mercadorias no Comércio Internacional ........................................................ 21
Determinação da Taxa de Câmbio .......................................................................................... 21
Determinação da Taxa de Câmbio (Fatores) ........................................................................... 22
Oferta de Divisas ..................................................................................................................... 22
Taxa Elevada de Câmbio .......................................................................................................... 22
Importação .............................................................................................................................. 22
Exportação .............................................................................................................................. 23
Exportação Indireta ................................................................................................................. 23
Conclusão .................................................................................................................................... 24
Bibliografia .................................................................................................................................. 25


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Introdução

Pretende-se analisar as perspetivas da economia portuguesa, no quadro da economia
internacional, procurando-se atender às questões com que se defronta a economia europeia, à
evolução previsível das Novas Economias Emergentes, ao conjunto dos fatores explicativos da
competição empresarial (tendo-se, nomeadamente, em linha de conta as vantagens
competitivas dinâmicas) e o que se convencionou designar de distância / proximidade cultural
e psicológica entre Portugal e diferentes regiões do Mundo.

Objetivos

• Reconhece os conceitos económicos associados à organização económica a nível


mundial.

• Aplica os conceitos económicos de integração e regionalização.

• Utiliza os instrumentos económicos para interpretar a realidade económica portuguesa


e da União Europeia.

Benefícios e condições de utilização do manual:


O presente manual de formação foi elaborado para o Curso de Aprendizagem de Técnico de


Logistica, área de formação.

Foi elaborado pela formadora Ana Paula Velez e o mesmo não poderá ser reproduzido sem
autorização do mesmo e respetiva entidade formadora.

Tem por objetivo auxiliar o formando na aquisição de conhecimentos e competências


enunciados nos objetivos.





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Integração Económica


Noção de integração económica

Consiste num processo de abolição das barreiras comerciais entre dois ou mais mercados
nacionais (países), anteriormente separados e de dimensões unitárias consideradas pouco
adequadas, unem-se para formar um só mercado, de dimensão mais adequada e com
características próprias.

Vantagens da integração económica
• Uma maior eficiência na afetação dos recursos de cada economia;
• Uma maior possibilidade de alcançar o pleno emprego dos fatores de produção;
• Uma maior possibilidade de garantir o crescimento económico;
• Um aumento da produção devido à divisão do trabalho e à especialização efetuada;
• Uma maior circulação da inovação e dos avanços tecnológicos.

Integração económica formal: quando esta é definida formalmente através do estabelecimento
de acordos entre dois ou mais países.
Integração económica informal: quando dois ou mais países estreitam as relações comerciais
entre si, sem que tenha sido estabelecido qualquer acordo escrito entre as partes.


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Formas de integração económica


Sistema de preferências aduaneiras


Corresponde à forma mais simples de integração económica, em que dois ou mais países
concedem apenas entre si um conjunto de vantagens aduaneiras, que não são extensíveis a
países terceiros. (Commonwealth).

Zona de Comércio Livre


Trata-se de um acordo em que os países membros decidem eliminar entre si todas as barreiras
às trocas comerciais. No entanto, cada país mantém as suas próprias tarifas no que respeita ao
comércio com países terceiros, ou seja, na Zona de Comércio Livre não há uma pauta exterior
comum relativamente a países terceiros. (EFTA – European Free Trade Association e NAFTA –
North Atlantic Free Trade Association).

União Aduaneira
Nesta forma de integração, para além da abolição das barreiras aduaneiras e restrições
quantitativas à transação de produtos no interior da área, como na Zona de Comércio Livre, os


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países membros ficam ainda obrigados à aplicação da mesma pauta tarifária no que respeita ao
comércio com países terceiros. (CEE – Comunidade Europeia Económica e BENELUX).

Mercado Comum
Constitui uma forma de integração mais profunda do que a união aduaneira, pois para além das
características desta, não existem restrições à livre circulação de capitais, pessoas e serviços.
Este estabelecimento da livre circulação de bens, pessoas e capitais entre os membros de um
mercado comum implica a adoção de políticas comuns, de forma a harmonizar os vários espaços
económicos e sociais e a minimiar os impactos da livre circulação. (Mercado Único criado pelo
Ato Único Europeu em 1987).

União Económica

É constituído pelas mesmas características que o


Mercado Comum, acrescido da implementação de um
conjunto de políticas económicas e sociais comuns, de
forma a fazer desaparecer as diferenças existentes
entre os vários Estados – membros. (a CEE, com a
assinatura do Tratado de Maastricht, tornou-se um
exemplo desta forma de integração – União Europeia).

Integração Económica Total


Pressupõe que a união económica unifique também as políticas económicas, monetárias,


fiscais, sociais, cambiais, etc. estas políticas comuns, coordenadas por instituições
supranacionais, passam a substituir as políticas nacionais, que veem assim reduzido o seu campo


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de ação. Esta forma de integração introduz ainda uma moeda única para o espaço económico.
(a União Europeia é o exemplo que mais se aproxima deste caso).

O processo de integração na Europa



No final da 2ª Guerra Mundial, a Europa encontrava-se completamente destruída, pelo que era
urgente e necessária a sua recuperação. Os EUA ofereceram a sua ajuda financeira através do
Plano Marshall, que consistiu na atribuição de um conjunto de capitais, a taxas de juro muito
baixas e em bens de equipamento necessários à reconstrução da indústria e de todo a aparelho
produtivo. Para coordenar e administrar a atribuição deste vasto conjunto de capitais foi criada
a OECE – Organização Europeia de Cooperação Económica, que para além de ter administrado
a ajuda americana, mostrou também que era possível a existência de uma Europa unida, pela
via da paz e da cooperação.
Em 1951, com a assinatura do Tratado de Paris, é criada a CECA – Comunidade Europeia do
Carvão e do Aço, formada por 6 países: Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Itália, França e RFA
(República Federal da Alemanha). A ideia era colocar dois bens fundamentais à reconstrução da
Europa sob uma gestão comum, tendo como objetivo principal liberalizar as trocas destes dois
produtos entre os países signatários do Tratado. Esta era uma instituição supranacional, ou seja,
independente política e financeiramente dos governos.




A CECA abriu caminho para a futuro constituição da CEE – Comunidade Económica Europeia e
para a criação da EURATOM – Comunidade Europeia da Energia Atómica, ambos instituídos com
a assinatura do Tratado de Roma em 1957.

Objetivos da EURATOM:

• Estimular a cooperação no campo da energia atómica;
• Assegurar a sua utilização para fins pacíficos;
• Participar para a diminuição da dependência energética da Europa Ocidental


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Objetivos da CEE:

• Criação de uma união aduaneira
• Construção de um mercado comum
• Adoção de políticas comuns
• Instituição de um Banco Europeu de Investimentos

Nos anos 70 as economias dos países-membros começas a dar alguns sinais de abrandamento e
de crise, devido a fatores como:
• Crise petrolífera que atingiu fortemente a Europa, dada a sua dependência energética;
• Intensificação da concorrência mundial, em particular dos países do Sudoeste Asiático;
• Pouca flexibilidade do mercado de trabalho dos países-membros;
• Menor capacidade de resposta às alterações da conjuntura internacional.







O Ato Único

Com vista a relançar e aprofundar o processo de integração, e num cenário mundial de
recuperação económica e aumento da concorrência internacional, é criado o Ato Único Europeu
(entrou em vigor em 1987 com a revisão do Tratado de Roma).

Objetivos

• Concretização da criação de um mercado único, abolição de todas as barreiras físicas,
técnicas e fiscais existentes entre os Estados-membros de forma a instituir o Mercado
Único Europeu em 1993, prevendo-se a livre circulação de mercadorias, pessoas,
serviços e capitais;


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• Reforço da coesão económica e social, de forma a reduzir as desigualdades entre


regiões através da aplicação de fundos estruturais (FEOGA, FEDER, FSE);
• Reforço da cooperação em matéria monetária, através do Sistema Monetário Europeu,
com vista à União Monetária;
• Harmonização das regras relativas às condições de trabalho, higiene e segurança;
• Reforço da investigação e desenvolvimento (I&D), de forma a aumentar a
competitividade da indústria europeia;
• Proteção do ambiente, através de ações de prevenção e de legislação comunitária;
• Reforço das instituições comunitárias, através da criação do Conselho Europeu, do
reforço dos poderes do Parlamento Europeu e do alargamento das competências da
Comissão Europeia.

Vantagens (previstas) da criação do Mercado Único



• A obtenção de economias de escala devido ao aumento da capacidade produtiva das
empresas e diminuição dos custos de produção (graças à introdução de novos processos
de gestão e de produção resultantes do I&D);
• A redução dos preços devido não só ao aumento da concorrência, mas também aos
efeitos decorrentes da abolição das fronteiras (deixarias de haver custos alfandegários
e monopólios nacionais);
• O aumento do investimento devido à liberalização dos serviços financeiros
(crescimento de empresas e criação de emprego);
• O aumento das importações extracomunitárias, principalmente dos países em
desenvolvimento (melhoria do comércio externo).

Custos e desafios da criação do Mercado Único



• Necessidade de adaptação das empresas aos novos contextos competitivos;
• Necessidade de regras de funcionamento de mercado comuns e de uma harmonização
fiscal;
• O agravamento das disparidades regionais, o que deveria ser combatido pelo reforço
dos fundos estruturais


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• Aumento dos custos sociais decorrentes do aumento da concorrência (precarização do


trabalho ou menores regalias sociais dos trabalhadores);
• Prioridade do crescimento económico em detrimento da proteção ambiental.

O Tratado de Maastricht ou Tratado da União Europeia



Com a assinatura deste tratado em 1992 (entrou em vigor em
1993) abandona-se a logica da integração apenas centrada na
questão económica, para se introduzir também a via da
integração política e social. A então CEE passou a chamar-se
Comunidade Europeia.


Este Tratado tinha fundamentalmente dois objetivos:

A criação de uma União Política
A criação de uma União Económica e Monetária.

A União Política
No âmbito da União Política são estabelecidos os seguintes objetivos:

• Criação de uma Política Externa e de Segurança Comum (PESC);
• Reforço de cooperação nos domínios da Justiça e Assuntos Internos;
• Instauração de uma cidadania europeia;
• Construção de uma Europa social;
• Novos campos de ação comunitária;
• Reforço da legitimidade democrática.

A União Económica e Monetária (UEM)


Para além da abolição de todas as fronteiras, era necessário derrubar outro obstáculo que agora
se colocava à livre circulação, a existência de diferentes moedas dos países-membros. Nesse
sentido, foi estabelecido como meta a alcançar a prazo, o estabelecimento de uma união


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monetária e a adoção de uma moeda única em todo o espaço da comunidade. Foi então
adotado um plano para a concretização da UEM, composto por 3 etapas:
• 1ª Etapa: iniciava-se em 1990 e caracterizava-se pela adoção pela coordenação de
políticas económicas e monetárias tendentes à livre circulação de capitas e a atribuição
de fundos estruturais para corrigir os desequilíbrios estruturais.
• 2ª Etapa: iniciava-se 4 anos depois (1994) e envolvia a criação do Instituto Monetário
Europeu (IME), que visava a coordenação das políticas económicas e monetárias, a
garantia de estabilidade dos preços e a preparação para o nascimento do Banco Central
Europeu (BCE). Nesta fase foram também definidos os países aptos a passar à 3ª etapa
da UEM, os quais deveriam cumprir todos os critérios de convergência nominal.
• 3ª Etapa: deveria ter início em 1998 e marca a entrada em funcionamento da UEM, é
criada a moeda única e o BCE que substituiria o Instituto Monetário Europeu, passando
a ser responsável pela política monetária.

• As moedas nacionais seriam então substituídas pelo euro, a circulação do euro como
moeda física veio então a acontecer em janeiro de 2002.

Critérios de convergência nominal


Para poderem passar à 3ª etapa ou fase foram definidos um conjunto de critérios que os países
teriam de cumprir:
• Estabilidade de preços: a taxa de inflação média não poderia ultrapassar 1.5% da taxa
de inflação média verificada nos 3 países com melhores resultados em termos de
estabilidade de preços, ou seja, com menor inflação.
• Défices orçamentais: os défices de cada país não poderiam exceder 3% do PIB
(deveriam ser inferiores a 3% do PIB).
• Dívida Pública: não poderia ser superior a 60% do PIB.
• Estabilidade de cotações: a moeda nacional de cada país não poderia ter tido grandes
flutuações nos últimos dois anos, mantendo-se dentro da margem de flutuação prevista
pelo Sistema Monetário Europeu.
• Taxas de juro: as taxas de juro a longo prazo não poderiam exceder em mais de 2% a
média da taxa de juro a longo prazo dos 3 países com as taxas mais baixas.


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A Zona Euro
É o espaço comum europeu onde circula a mesma moeda – o euro. É constituída atualmente
por 17 países, que utilizam o Euro como moeda nacional e que estão sujeitos às políticas cambial
e monetária determinadas pelo BCE.








Desafios da União Europeia na atualidade


As alterações ocorridas nas últimas décadas têm provocado profundas alterações em todo o
mundo: a globalização, o desenvolvimento das novas tecnologias da informação e comunicação
e o desmoronamento do bloco de Leste após a queda do Muro de Berlim.
Por um lado, com a abertura do bloco de Leste, a nova vaga de alargamentos tem causado
diversos problemas e exigido vário reestruturações. Para além do processo de alargamento, tem
vindo a colocar-se também o aprofundamento, não só como resposta inevitável ao
alargamento, mas também ao próprio evoluir da UE a formas cada vez mais exigentes, o que
implica um funcionamento mais democrático e mias próximo do cidadão.
Coloca-se a questão da OPERACIONAL do funcionamento das instituições da União Europeia,
estas dificuldades derivaram principalmente do grande aumento do nº de Estados-membros.
Com 27 países, cada vez menos se têm vindo a tomar decisões com a exigência de unanimidade
de votos, passando apenas a ser necessária uma maioria qualificada.
Há também a questão da DEMOCRÁTICA que está relacionada com o princípio da igualdade dos
Estados-membros, o qual é posto em causa devido à diferente dimensão dos países membros e
do nº de pessoas que os compõem, havendo países mais populosos do que outros.


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Tentativas de solucionar estas questões:

Tratado de Nice
É assinado em 2001 (entrando em vigor em 2003) e teve como objetivo preparar a reforma das
instituições para os alargamentos aos países do Leste e do Sul da Europa, ocorridos em 2004 e
2007. Teve como objetivo a preparação das estruturas e do funcionamento da UE, de forma a
adaptar-se a um nº mais alargado de membros, sem perder a eficiência e a democraticidade.

Tratado de Lisboa
Assinado em 2007, e em vigor a partir de 2009, teve como objetivo modificar o Tratado da EU
e o Tratado de Roma, dotando a UE de personalidade jurídica que lhe confere o poder necessário
para assinar acordos a nível internacional. Neste Tratado, na tentativa de resolver os problemas
que se colocavam à EU, fui incluída uma dupla maioria, na tomada de decisões, exigindo a
participação de um nº mínimo de Estados e, simultaneamente, um nº mínimo de cidadãos.

Agenda 2000
Constituiu um programa de ação sobre as questões de operacidade das duas últimas vagas de
alargamentos (2004 e 2007), pois a adesão de mais 12 membros implicava um conjunto de
reestruturações quer no funcionamento das instituições e nas políticas comunitárias, quer em
termos de ajudas financeiras.

Alargamentos:


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Processo de adesão
Para prosseguirem o seu processo de adesão até à fase de assinatura final do Tratado de Adesão,
os países tiveram que cumprir um conjunto de critérios, conhecidos como Critérios de
Copenhaga. Estes estabelecem então os princípios que os países candidatos têm de adotar para
que possam constituir-se como membros de pleno direito.

Vantagens do alargamento

• Aumento do nº de consumidores (de cerca de 370 milhões para cerca de 490 milhões);
• Reforço do crescimento económico e criação de novos empregos, tanto nos novos
países como na UE;
• Melhoria da qualidade de vida da população devido aos esforços na defesa do
ambiente, criminalidade, tráfico de droga, etc.;
• Reforço do papel da EU e aumento da sua área de influência no plano internacional,
como a segurança externa e a defesa;

• Reforço da paz, da estabilidade e da prosperidade na Europa, o que contribui para a
segurança de todas as populações;
• Reforço das jovens democracias implantadas nos PECO (Países da Europa Central e
Oriental), após a sua descolagem do bloco de leste.


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Desafios do alargamento

Em primeiro lugar, o alargamento de uma união a 15 para 27 membros aumentou a superfície
geográfica e a população, no entanto, as disparidades regionais também aumentaram, uma vez
que grande parte dos novos Estados-membros integra as regiões mais pobres da Europa, com
rendimentos inferiores à média europeia. Para responder a este desafio é necessário proceder
ao reajustamento das políticas da União e dos fundos estruturais.

Em segundo lugar, o alargamento exige que as instituições se adaptem a este aumento do nº de
membros e que criem mecanismos operacionais de funcionamento com base na democracia o
que irá implicar a reforma das instituições da União.


Reajustamento das políticas da União e dos fundos estruturais


Os novos membros da UE são, na sua maioria, países que estão a fazer ainda o processo de
transição para a economia de mercado e a reestruturar as suas economias, tendo por isso
necessidades em todas as áreas económicas e sociais ainda muito significativas.

É por isso, necessário modernizar as indústrias, equipar os países com redes de transportes
eficazes e eficientes, reforçar a defesa do ambiente, modernizar a agricultura, apostar na
formação dos recursos humanos, combater as desigualdades socias entre as zonas rurais e
urbanas e combater o desemprego e exclusão social.

É portanto preciso dotar as populações destes países das mesmas oportunidades e níveis de
bem-estar que das restantes populações da UE usufruem. Para que isto aconteça é importante
reforçar os fundos estruturais de apoio à agricultura com vista a apoiar a modernização e
reestruturação que estes países estão a efetuar neste setor, o que implica reajustamentos na


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PAC (Política Agrícola Comum). É também necessário reajustar todas as políticas estruturais e
de desenvolvimento regional:

• Fundos estruturais: visam auxiliar os países mais carenciados ao nível do
desenvolvimento regional (FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento
Regional) e dos problemas relacionados com o emprego (FSE – Fundo Social
Europeu);
• Fundo de Coesão: criado especificamente para promover a coesão económica
e social de todos os países, fazendo com que os seus níveis de desenvolvimento
se aproximem cada vez mais.

A reforma das instituições


O alargamento da União a um elevado nº de membros exige que se efetuem reajustamentos
ao nível do funcionamento das instituições, de forma a garantir um funcionamento democrático
desta e a representação de todos os membros de forma equitativa, fazendo ao mesmo tempo
aproximar cada vez mais os cidadãos das instituições comunitárias. Com os Tratados de Nice e
de Lisboa estas instituições sofreram diversas alterações como o alargamento do nº de
deputados, a diminuição do nº de comissários da Comissão Europeia e o aumento do nº de
membros de cada Conselho da UE (1 representante por cada Estado-membro), apresentando
agora a seguinte forma:




• Conselho europeu (cimeira): é composto pelos Chefes de Estado ou de Governo dos
países membros da União, juntamente com o Presidente da Comissão Europeia;
• Parlamento Europeu: diretamente eleito, que representa todos os cidadãos da UE;

Conselho da União Europeia


Anteriormente denominado Conselho de Ministros, é o principal órgão legislativo e de tomada


de decisão na UE. Representa os Estados-membros;
• Comissão Europeia: representa e defende os interesses da União como um todo;


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• Tribunal de Justiça: assegura o cumprimento da legislação europeia, à qual todos os


Estados-membros estão sujeitos;
• Tribunal da Contas: fiscaliza o financiamento das atividades da União Europeia, ou seja,
controla a legalidade e a regularidade da gestão do orçamento da UE;
• Comité Económico e Social: representa a sociedade civil, os empregadores e os
trabalhadores;
• Comité das Regiões: representa as autoridades regionais e locais;
• Banco Central Europeu (BCE): é responsável pela política monetária europeia, a sua
principal missão é preservar o poder de compra do euro, assegurando assim a
estabilidade de preços na Zona Euro;
• Provedor da Justiça: investiga as queixas dos cidadãos sobre a má administração das
instituições e órgãos da UE;
• Banco Europeu de Investimentos: financia projetos de investimento da UE e ajuda
pequenas empresas através do Fundo Europeu de Investimento.
• Há ainda uma série de agências especializadas, que foram criadas para assumirem
certas missões técnicas, científicas ou de gestão.

O aprofundamento da União Europeia



A questão do aprofundamento tem acompanhado o processo de integração pretendendo-se
que a UE caminhe no sentido de uma “Europa dos cidadãos”. De forma a aproximar a Europa
dos seus cidadãos e aprofundar a democracia participativa, foram tomadas algumas medidas:
• Reforço dos poderes do Parlamento Europeu, visto que este é o órgão que representa
diretamente os cidadãos;



• Simplificação dos tratados e dos procedimentos, de modo a torna-los mais acessíveis e
de mais fácil compreensão ao cidadão;
• Reforço dos fundos estruturais, de forma a garantir a coesão económica e social.

A afirmação externa da União Europeia



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Atualmente a UE desempenha um importante papel no contexto internacional a par de outros


blocos, sendo o maior bloco comercial do mundo. O processo de alargamento e de
aprofundamento que a União tem percorrido desde a sua origem tem permitido a sua
reafirmação como potência mundial, competindo com o Japão e EUA.
O mais recente alargamento (2007) trará maior peso à UE, o que lhe permitirá obter uma posição
mais favorável nas negociações com os seus parceiros mundiais, juntos das organizações do
comércio mundial, como a OMC.

Portugal no contexto da União Europeia



Com o alargamento da União Europeia a Leste, o nosso país também enfrenta a diminuição dos
apoios comunitários, nomeadamente, nas áreas respeitantes à agricultura e à pesca. Assim é
importante promover a produtividade e a eficiência de Portugal:
• Criando condições para atrais investimento estrangeiro, através da aplicação de
reformas fiscais e laborais, da desburocratização dos processos administrativos e de
melhorias ao nível da justiça;
• Apoiando a formação dos cidadãos numa perspetiva de longo prazo (formação
para a vida), para melhorar a produtividade e, simultaneamente, combater o
desemprego;
• Reforçar a investigação e desenvolvimento (I&D) nas áreas que podem permitir o
aumento da competitividade, o surgimento de novas oportunidades de negócio e o
desenvolvimento de projetos de maior valor acrescentado.






Comércio Internacional


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O comércio internacional é a troca de bens e serviços através de fronteiras internacionais ou


territórios. Na maioria dos países, ele representa uma grande parcela do PIB. O comércio
internacional está presente em grande parte da história da humanidade (ver rota da seda), mas
a sua importância económica, social e política se tornou crescente nos últimos séculos. O avanço
industrial, dos transportes, a globalização, o surgimento das corporações multinacionais, e o
outsourcing tiveram grande impacto no incremento deste comércio. O aumento do comércio
internacional pode ser relacionado com o fenómeno da globalização.
O comércio internacional é uma disciplina da teoria económica, que, juntamente com o estudo
do sistema financeiro internacional, forma a disciplina da economia internacional.

A Teoria das Vantagens Comparativas


O Princípio das Vantagens Comparativas sugere que cada país deva se especializar na produção
daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo
relativamente menor), por outro lado este país deverá importar aqueles bens cuja produção
implicar um custo relativamente maior.

Movimento de Mercadorias no Comércio Internacional


Os países exportarão e se especializarão na produção dos bens cujo custo for comparativamente
menor em relação àqueles existentes, para os mesmos bens, nos demais países exportadores.

Determinação da Taxa de Câmbio


Dois países mantendo relações econômicas entre si, entram em jogo duas moedas, exigindo que
se fixe a relação de troca entre ambas.
A taxa de câmbio é a medida de conversão da moeda nacional em moeda de outros países.






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Determinação da Taxa de Câmbio (Fatores)


Através de decisão de autoridades econômicas com fixação periódica das taxas (taxas fixas de
câmbio).
Através do funcionamento do mercado, onde as taxas flutuam automaticamente, em
decorrência das pressões de oferta e demanda por divisas estrangeiras (taxas flutuantes).

Oferta de Divisas
Realizada tanto pelo os exportadores (recebem moeda estrangeira em contrapartida de suas
vendas).
Através da entrada de capitais financeiros internacionais.

Taxa Elevada de Câmbio


Preço da divisa estrangeira está alto, ou que a moeda nacional está desvalorizada.
Desvalorização Cambial = Aumento da Taxa de Câmbio
Maior número de reais por unidade de moeda estrangeira.
Valorização Cambial = Moeda Nacional Mais Forte
Paga-se menos reais por dólar, por exemplo, tem-se uma queda na taxa de câmbio.

Importação

Importação é o processo comercial e fiscal que consiste em trazer um bem, que pode ser um
produto ou um serviço, do exterior para o país de referência. O procedimento deve ser efetuado
via nacionalização do produto ou serviço, que ocorre a partir de procedimentos
burocracia/burocráticos ligados à Receita do país de destino, bem como da alfândega, durante
o descarregamento e entrega, que pode se dar por via transporte aéreo/aérea, transporte
marítimo/marítima, transporte rodoviário/rodoviária ou transporte ferroviário/ferroviária.
Quando mais de um tipo de transporte é utilizado para entrega, chamamos de transporte
multimodal.


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Exportação
Exportação é a saída de bens, produtos e serviços além das fronteiras do país de origem. Esta
operação pode envolver pagamento (cobertura cambial), como venda de produtos, ou não,
como nas doações.

Exportação Indireta
A exportação pode ser caracterizada como 'direta' e 'indireta'. A exportação direta ocorre
quando a própria empresa faz a exportação, sem utilização de intermediários no processo de
introdução do produto no mercado
alvo.
Exportação indireta trata-se de uma alternativa disponível para empresas que desejam iniciar
seu processo de internacionalização, porém não possuem experiência suficiente para fazê-lo de
forma independente.



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Conclusão

No fim deste módulo os formandos devem conhecer as vantagens que estão subjacentes à
entrada de Portugal na União Europeia, em todos os domínios.





















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Bibliografia

Martinez, Pedro Soares – Globalização Económica

Wolf, Martin – A Reconstrução do Sistema Financeiro Global


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