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Análise de Patologias em algumas vias com Pavimento Flexível em

Sinop
Lucas Eduardo Hartmann¹, Lucas Petri Zilio², Paulo Gustavo Galvão³
1
Graduando em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso, lucaseduardohartmann@hotmail.com
2
Graduando em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso, lucas_zilio@hotmail.com
3
Graduando em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso, Paulo.gustavo98@hotmail.com

Resumo:

O projeto tem como objetivo identificar as patologias em pavimento flexível em algumas vias da
cidade de Sinop – MT, de maior importância para a cidade e que possuem danos significativos. Tais
patologias causadas pelo fluxo de automóveis, intempéries do tempo e também pela má qualidade da
pavimentação, acarretam consequências negativas a população, que é prejudicada durante seu
percurso diário até o trabalho, por exemplo. Para a realização do projeto, será utilizado pesquisas
bibliográficas, observações em campo sobre o fluxo de automóveis ou até mesmo obter esses dados
através de pesquisas já realizadas, pesquisa de campo para a obtenção de fotos e características para a
realização da análise com base em outras pesquisas já realizadas.

Palavras–chave: patologias, pavimento-flexível, vias

Introdução
No Brasil o modal mais utilizado é o rodoviário, seja para o transporte de grandes cargas ou
para o transporte de passageiros. Na atualidade houve um aumento no fluxo de automóveis,
motocicletas e outros veículos nas cidades, mas em contra partida, também aumentaram os problemas
nas vias. Varias patologias são encontradas nas ruas.
Na cidade de Sinop-Mato Grosso não é diferente. Por conta do crescimento populacional que
vem ocorrendo com o decorrer dos anos, as consequências disso também estão aparecendo nas ruas.
O tipo de pavimento utilizado na cidade é o pavimento flexível, que é caracterizado por ser feito com
materiais betuminosos e por conter uma maior espessura em relação ao pavimento-rígido. É o
pavimento no qual a absorção de esforços ocorre entre as camadas de forma dividida, em que as
tensões verticais localizam-se nas camadas inferiores concentradas próximo da aplicação da carga
(BALBO, 2017; SILVA, 2008).
É muito comum aparecerem patologias neste tipo de pavimento, por ele não ser muito
resistente à água, que é considerada um solvente universal, às intempéries do tempo e ao grande
fluxo de veículos. Tais patologias prejudicam muito a população da cidade, especialmente aqueles
que têm que se deslocar diariamente para o trabalho fazendo o uso de tais vias, levar os filhos para a
escola entre outros afazeres. Os veículos se desgastam mais rapidamente e são levados para as
oficinas mais vezes, custando caro para os donos.
O objetivo dessa pesquisa é identificar as patologias e classificá-las de acordo com estudos e
artigos já feitos sobre o assunto. Esse estudo levará um maior conhecimento de tais problemas e seu
entendimento levará a um tratamento mais eficaz e podem impedir que esses problemas aconteçam
futuramente.

Materiais e Métodos
Foram observadas algumas vias com pavimento flexível na cidade de Sinop–Mato Grosso.
Esses trechos foram escolhidos pela má qualidade visualmente perceptível e pelo grande fluxo de
automóveis visualizado pelo google maps, uma plataforma que fornece mapas e rotas como também
a intensidade do trânsito em determinado local em tempo real.
No total foram escolhidas duas áreas especificas que estão representadas na imagem abaixo.

Figura 1 – Fotografia das áreas analisadas demarcadas.


Fonte (google maps).

A área 01 é uma rotatória localizada no encontro da Avenida dos Jequitibás com a Avenida das
Itaúbas.

Figura 2 – Fotografia da área 01 ampliada.


Fonte (google maps).
A área 02 é uma rotatória localizada no encontro da Avenida das Palmeiras com a Avenida dos
Ingás.

Figura 3 – Fotografia da área 02 ampliada.


Fonte (google maps).

Utilizando um smartphone com câmera bifocal para capturar as fotos nos locais já
determinados e com auxílio de uma régua de escala (escalímetro), foi possível registrar as condições
das vias e posteriormente com o auxílio de livros e artigos já realizados, foram identificadas e
classificadas as patologias presentes.

Resultados e Discussão
Foram identificados varias patologias em curtos trechos das vias próximo ao centro da cidade.
Esses defeitos são classificados em problemas estruturais e funcionais.
Os defeitos funcionais não comprometem a estrutura do asfalto, mas comprometem as boas
condições do rolamento, afetando diretamente o conforto e a segurança do usuário quanto à
derrapagem. Os defeitos de classe funcional estão relacionados às condições de segurança e
trafegabilidade do pavimento em termos de rolamento (DNIT, 2006).
Um defeito funcional identificado foi as covas, também chamada de panelas. Elas são as
patologias mais frequentes neste tipo de pavimento e são uma evolução das trincas. São originadas
pela fadiga dos materiais usados nas camadas betuminosos e são agravadas pela presença da água.
Figura 4 – Fotografia de panelas ou covas.
Fonte (autores da pesquisa).

Figura 5 – Fotografia de panela ou cova.


Fonte (autores da pesquisa).

Figura 6 – Fotografia de panelas ou covas com poça de água dentro.


Fonte (autores da pesquisa).

Os defeitos estruturais são causados pela ação conjunta das intempéries do tempo, do intenso
fluxo de veículos. Comprometem a estrutura do pavimento e sua capacidade de suportar as cargas do
trânsito. Os defeitos de superfície, que são defeitos da classe funcional, podem ser identificados a
olho nu e classificados segundo uma terminologia normatizada (DNIT 005/2003-TER-DNIT, 2003).
As ondulações ou corrugações são defeitos estruturais, chamadas também de costelas de vaca
e são caracterizadas por serem ondulações no eixo transversal da pista. De acordo com Silva (2008),
isso se deve à base instável resultante de má execução e à baixa resistência da massa asfáltica,
resultando excesso de asfalto ou finos. Esta patologia está associada às tensões cisalhantes
horizontais que se formam em áreas submetidas à aceleração dos veículos.
Para Pinto (2003), essas deformações resultam de má distribuição do ligante em camadas de
concreto betuminoso em que ocorra o arrastamento da mistura por excessiva deformação plástica ou
resultante da deformação da fundação.

Figura 7 – Fotografia de ondulações.


Fonte (autores da pesquisa).

Figura 8 – Fotografia da ondulação.


Fonte (autores da pesquisa).

Os afundamentos são causados pela ação das cargas dos pneus sobre a via repetidas vezes,
causando um afundamento permanente no pavimento.
Segundo Silva (2008), pode ser do tipo afundamento plástico ou de consolidação. O primeiro
ocorre por causa das deformações plásticas das camadas do pavimento e apresentam também
elevações que contornam o afundamento. Quando possuem até 6 metros de extensão, são ditos de
plástico local, mas se maiores, são ditos de plástico da trilha. O do tipo consolidação existe pelo fato
de a consolidação diferencial ocorrer em camadas do pavimento e/ou do subleito. Quando tem até 6
metros de extensão, são chamados de consolidação local; quando maiores que 6 metros, consolidação
na trilha.
Figura 9 – Fotografia do afundamento.
Fonte (autores da pesquisa).

Conclusão
As patologias encontradas foram causadas em geral pelo intenso fluxo de automóveis,
intempéries do tempo e por falhas estruturais causadas pelo mau planejamento no momento da
construção. A cidade de Sinop apresenta uma estação com um período muito chuvoso e isso afeta
negativamente as vias, facilitando no processo de degradação das mesmas.
Os defeitos encontrados na sua maioria são sempre os mesmos, panelas ou covas, ondulações
ou corrugações e afundamentos.
A cidade continua em um ritmo acelerado de crescimento e como consequência o fluxo de
automóveis continuará aumentando. A tendência será as patologias surgindo cada vez mais, de modo
que, se não tratadas adequadamente, comprometerão a integridade do asfalto em questão.

Referências Bibliográficas
BALBO, J. T. Construção e Pavimentação. São Paulo/SP, USP – Curso de Engenharia Civil, Notas
de aula, Jun/2017, 21p.

BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. DNIT IPR/720: Manual de


restauração de pavimentos asfálticos. Rio de Janeiro, 2006.

BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. DNIT IPR/720: Manual de


restauração de pavimentos asfálticos. Rio de Janeiro, 2006.

PINTO, J. I. B. R. Caracterização superficial de pavimentos rodoviários. 2003. Dissertação


(Mestrado em Vias de Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Universidade do Porto, Porto, 2003.

SILVA, P. F. A. Manual de patologia e manutenção de pavimentos. 2. ed. São Paulo: Pini, 2008.
128 p.

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