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CÂMARA DOS DEPUTADO


( DO SENHOR PEIXOTO FILHO

c. o.
ASSUNTO: PROTOCOLO N.o ................ .

Re voga o Decreto- lei nº 672 de 3 de julho de 1969 excluindo


........................................... .. ........ .......... ......... ......... .... ............. ...... L .... .. ... ............ .. ........ ................... ... ..... 1..... .. ....................................... .. ....... .... .
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gurança nac ional o Municipio de Angra dos Re i s no Es tado do
... . ....... ................ ...... ............ . .... . .............. .. ................................. .. ...... . .............., ..... . .. .. ....... . . ..... ..... .1 ........................................................ . ............. .

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Rio de Jane iro.

DESPACHO :.... .~lJ.E3U.ÇA .... ::: .. . $E~lJAA NÇA . NAr:;JDNA~............................................................................................. .


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DISTRIBUiÇÃO

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O Pres idente da Comissão de. . ............... ..
SINOPS E

Pro j eto N.o...............................................de ................. de ................................................................................................................... de 19 .................

Emen ta: ................................ ................. .............. ............. ................... . - -- .... .......... ... ............... ..... ...... ..... - .................................... ..... ............................ .
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Au t or: .•• • • 0 . o • • • • • ••• • • •• •• _ • • • • • •• ••• •• • _ ••• • • ••• • ••••• ••• • ••• •••••• • • •• • • • •• • • • • • • •••• • ••• • _ •••• • • •• • • • • • • _ . _ • •• • • ••••• •••••••••••• •• • •• ••••••• • • •• • ••• • • • • •• • ••• • •••• • 0 . 0 • • • • ••• • ••••••• • ••• • • ••• • •• • • •• • • •• • • •• ••••••••• •• ••• ••• • • • • • 0 _

Di scussão única ........................................................................ . _ • • • _ . - - - - - - - - - - - -o • • • • • • _ • • • _ • • • • • _ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • _ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

O"Iscussao " " " I.................. .


- iniCia •• •• • • • • • • • • •• •••••• • ••• • • • • • • •••• • • • •• ••••• ••• ••• • •• ••• •• •• • • • •• • •••• • • • •• • • • ••• • •• • • • • •• • •• •• ••• • • • • •• • •• •• • • • • • •• • • • • • • •• • • • •• • • • • • , •• • • •• • •• • ••• •••• • • • • • • • • • • ••• • • • • •• • •• • ••••• • •• • 0 . .... . .. ..

Discussão final .. .... ....... .... ................ ......................... ... ..... ..... ... ..... .. ..................................... ........ ........ .. ...................... ........ ...............................................

~.

R ed ação fi naI............................................................................................................................................................................................................................

R em essa ao Se nado ......................................................................................................................................................................................................

Emendas do Senado aprovadas em ....................... de ..................................................................................................de 19.......................

San cio nado em ...................... de .................................................................................................................................................... de 19.......................

P rom uIgado em........................de ...................................................................................................................................................... d e 19 ...................... .

Vetado em .......................de................................... ............ ..................... ............. .............................................................................. de 19.......................

Publicado no "Diário Oficial" de .......................de ........................................................................................................de 19 .......................


CÂMARA DOS DEPUTADOS
PROJETO DE LEI NQ 3.425 DE 197
(DO SR. PEIXOTO FILI-D)

Revoga o Decreto-lei n Q 672!, de 3 de julho de 1969,


excluindo da relação dos municipiosdeclarados áreas
de interesse da segurança naci~nal o Municipio de
Angra dos Reis, no Est ado do Rio de Janeiro.

(ÀS COMISSÔES DE CONSTITUIÇ~O E JUSTIÇA E DE SEGURAN


-
ÇA NACIONAL)
-

cf>n ~. O~, ::; =t


~, ~AL"-L
CÂMARA DOS DEPUTADOS

\ ,
PROJETO DE LEI N~

"Revoga o Decreto-lei n~ 672, de 3

de julho de 1969, excluindo da r~

lação dos municípios declarados á

reas me 'interesse da segurança na

cional o Município de Angra dos

Reis, no Estado do Rio de Janeiro".

Do Senhor PEIXOTO FILHO

O CONGRESSO NACIONAL DECRETA:

Art. lº - Fica revogado o Decreto-lei nº 672, de 3 de

julho de 1969.

Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publi


~

caça0.

Art. 3~ - Revogam-se as disposições em contrário.

Sala das Sessões,

GER 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS

Pelo Decreto-lei nº 672, de 3 de julho de 1969, o

Município de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro, foi de -

clarado de interesse da segurança nacional.


~ ~

Em face desse ato de intervençao, nao pode pOlS, o

valoroso povo de Angra dos Reis escolher o seu Prefeito e o seu Vi


~

ce-Prefeito. Estes sao nomeados pelo Governador. O Governador, en-

tretanto, não pode nomear ninguém sem prévia aprovação do Presiden

te da República.

Não vislumbramos argumentos plausíveis para que o Go

verno Federal inclua o próspero Município de Angra do s Rei s entre

os de interesse da segurança nacional, razão por que propomos ao

Congresso Nacional a revogação do Decreto-lei nº 672/69.


, ,
Anima-nos o proposito profundamente democratico de

devolver à população ordeira de Angra dos Reis o direito que tem

de livre escolha do Chefe do Executivo Municipal no interesse da

própria comunidade.
, .
Angra dos Reis, projeta-se no cenarlO nacional pelos
~ r
seus estaleiros navais, pelas atraçoes turlsticas e pela implanta-

ção do Projeto da Usina Nuclear de ITAORNA.

Mas a importância dos seus empreendimento s não reti-

ra da população as suas qualidades de ordeira e nobre, politizada

e humana, capaz de escolher, num campo de paz e de harmonia políti


cas, os seus representantes, o Chefe do Executivo.

GER 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS

Ante o amplo conceito de segurança nacional, pela


, '. ,...,
qua l todos nos somos responsavels, nao entraria ela em perigo, an-

te o e xercício do voto para a escolha dos Prefeitos.

Esperamos contar com o decisivo apoio de nossos l-

lustres pares, a fim de que se restaure a autonomia municipal de

Angra dos Reis e o seu povo possa exercer o sagrado direito do vo-

to, para escolher, democraticamente, o seu Prefeito e o seu Vice-

Prefeito.

Sala das Sessões , ) . y3

GER 6.07
·I
CÂM ARA DOS DEP UTA DO S

-"-LE GISL ACA O CITA DA, ANE XAD A PELA COO RDE NAÇ
ÃO
- DAS COMISSÕES PER MAN ENTE S

DECRETO-LEI H.o 672


DE 3 DE )ULH O DE 1969
nlKI.A HA rw. I NTI'. II ES.,,,. !lA SEOt! .
HANÇ A NACI ONAL NOS TI ~ I(M()S !lO
AlrrlG O 16, § 1. ... AU N I'. A "1\", DA
CONS T IT UIC,'Ã O, O M UN ICII ' IO () UE
ESPEC IFICA E DÁ OLJTa AS PROY I ·
DtNC IAS. (I)
o Pre,i dcntc da f(cp" illi ca , u", ndn das
atribu içüc, que Ihc confer e o § I.". do ar-
tigo 2.° do Ato Institucional n,o 5. de 13
de dezem bro d~ 1963, decret a:
Ar l. 1.0 ~ declar ado de intere~se da Se·
guranç a Nacion al, . para os efeitos do dis-
po ~to no ar tigo 16. § 1.°, alínea "b", da
Con stituiç ão, o Munic ípio de Angra do s
Reis, no Estado do Rio de Jan eiro.
Arl. 2.0 Ao M unicípio referid o no ar-
tigo anterio r, aplica-se o dispos to nos ar:i-
gos 2.° até 5.0 e seus parágr afos da Ld
n.o 5.449, di! 4 de junho de 1968, a'terad a
pelo Decr eto·lei n.o 560, d~ 29 de abril
de 1969 .
Ar!. 3.° Este Decret o-lei entrar á em vi-
gor na data de sua public aç ão, revoga das
as disposições em contrá rio.
Brasí lia, 3 de julho de 1969: 1-18.° da
Indepe ndênc ia e 81.° da Repúb lica.
A. COST A E SILVA

GER 6,07
CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMIssÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

- Projeto de Lei nº 3 425, de 1 977,


que revoga o Decreto-lei nº 672, de
,.,
julho de 1 969, excluindo da relaçao
dos municípios declarados áreas de
interesse da Segurança Nacional o Mu
nicípio de ANGRA DOS REIS,
-
no Estado
do Rio de Janeiro.

Autor : Peixoto Filho


Relator : GOMES DA SILVA

RELATORIO

,.,
O Presidente da Repdblica, usando das atribuiçoes que
lhe confere o § lº, do art. 2 2, do Ato Institucional n2 5, de 13 de
dezembro de 1 968, decretou ser de interesse da Segurança Nacional, ~
ra os efeitos do disposto no art. 16, § 12, alínea "b", da constitui
,.,
çao, o Município de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro.

Estas constituem disposição do Decreto-lei nº 672, de 3


de julho de 1 969.

Com o presente projeto-de-lei, submetido A elevada apre-


ciação deste 6r gão técnico, que é datado de 24 de março do ano em cur-
so, o nobre Deputado Peixoto Filho intenta revogar o mencionado Decre-
to-lei nº 672/69.

Na justificaçao, consignou o autor:

GER 6.07
Mod. 008
CAMARA DOS DEPUTADOS

" Nao vislumbramos argumentos plausíveis para


que o Governo Federal inclua o pr6spero Município
de Angra dos Reis entre os de interesse segurança
nacional.
Ante o amplo conceito de segurança nacional ,
pela qual somos todos respons~veis, não entraria
ela em perigo, ante o exercício do voto para a es-
colha dos Prefeitos".

A proposição foi distribuída âs ComissÕes de Constitui -


...
çao e Justiça e de Segurança Nacional .

! o relatório.

VOTO D O RELATOR

Ao relator o Projeto n2 3 421, de 1 977, do mesmo autor


N •
e versando o mesmo assunto - revogaçao do decreto-le~ a declarar deter
-
minado município área de interesse da Segurança Nacional - reportamo -
• N N
-nos ao entendimento firmado pela Com~ssao de Constituiçao e Justiça ,
por maioria de votos, ao apreciar 30 projetos sobre matéria id~ntica ,
capitaneados pelo Projeto n 2 90, de 1 975, de Jorge Uequed.

O Relator foi o nobre colega Joao Linhares, da Arena de


N

Santa Catarina, que a par de judiciosas consideraçoes, que convenceram


a maioria, contrapondo-se âs argumentaçÕes de ~rios dos autores dos
N

projetos declarados inconstitucionais, relativas â configuraçao antid~

mocr~tica desses decretos-leis, enfatizar com oportunidade:

" A par dos argumentos que j~ expendemos, invo-


...
camos a posiçao do insj,gne jurista, o Prof. Pontes
de Miranda:
"Um povo pode ser democr~tico, caracteristica-
mente democrático, sem autonomia municipal ,
mesmo só autogestão administrativa, e autocr!
tico, a despeito das garantias ao self-gover~
ment e, até, do estatuto aut6nomo." ( Coment!
rios ' ~ Constituição de 1 967, VoI. 11, página
330).
Mod . 008 GER 6.07

C Â M AR A DOS DEPUTADOS

E conclui o mestre, tantas vezes citado com respei-


...
to e admiraçao pelos ilustres autores dos projetos sob
parecer:
-
"Enfim o municipalismo nao é essencial ~ demo-
cracia, nem ao regime da liberdade e da ig~a.!.
dade".
Feito o estudo pelo Conselho e considerado o muni-
cípio de interesse ~ segurança nacional e aprovado, oPr~
#OI

sidente da República proporá ou nao a medida declarat6 -


ria, nos termos do § único do art. 89, combinado com o
art. 15, § 12, alínea "b", através de lei. Lei, em senti
do genérico, como consta em v~rias passagens de nosso E!
tatuto Supremo, como no art. 57 quando diz: "~ da compe-
tência exclusiva do Presidente da República a iniciati-
va de leis •• • " ou no art. 56 "A inicia ti va das leis
• N
cabe a qualquer membro ou com1ssao da camara dos Deputa-
dos ou do Senado Federal, ao Presidente da República ••• "
Pelo fato de não constar especificamente "a inicia
...
tiva de leis complementares" nao significa que nenhum -
dos enumerados no art . 56 possa propor lei complemen t ar
ou que o Presidente da República s6 possa legislar, nos
termos do art. 57, através de lei.
Elevado o Presidente da República ~ condição de
legislador, nos precisos e antigos termos repetidos no
art. 56, ele poderá exercitar este poder de iniciar o
processo legislativo, que culminar~ com uma norma legal,
a lei, pela forma que a Constituição lhe permitir. Pode-
r~ fazê-lo dentro da enumeração do art. 46, guardadas as
.., ..,

-
indicaçoes e condiçoes do texto maior, e entre elas está
o decreto-Iei que nao deixa de ser lei s6 que nos termos
do art. 55 se inicia através de decreto-Iei, mas sujeito
...
~ apreciaçao definitiva do Congresso Nacional.

Penso
-
que aos. ilustres autores que sustentaram nuli
dade ou inconstitucionalidade dos diplomas legais exis -
_ N
-
tentes sob a forma de decreto-lei, nao assiste razao al-
guma".

E depois de comprovar que embasava sua inteligência per-


tinente ~ matéria, em outros renomados jusperitos que citou, encerrou
N ,..,

sem alentado parecer de dezesseis páginas dizendo que "nao via como nao
inquinar de flagrantemente inconstitucionais todos os trinta projetos
,..,
que objetivavam redefinir, de forma negativa, a declaraçao constante

Mod. 008 GER 6.07


CAMA R A DOS D EPUTADOS

#OI

dos diplomas legais a que se reportavam as proposiçoes em exame".

Aludido parecer f oi publicado â página 3 988, do Diário


do Congresso Nacional, de 20 de maio do ano passado.

o ilustre autor do projeto ora posto em estudo dos emi -


N N N
nentes integrantes deste 6rgao técnico, nao trouxe â colaçao, como vi-
mos, nenhum argumento doutrinário ou jur!dico-constitucional capaz de
levar a Comissão de Constituição e Justiça a mudar de orientação.

Assim sendo, no mesmo sentido, ou seja, pela inconstitu-


3 425/77 haverão de votar os componentes des
cionalidade do Projeto n 2
. ,., -
ta Com~ssao.

~ o voto.

Sala da Comissao,

Deputado GOMES DA SILVA


RElATOR

GER 6.07
Mod. 008
CAMARA DOS DEPUTADOS

CÔMISSÃO DECONS'TITUIÇÃO'. R ·JUS'TIÇA

PARE·CER DA COMISSÃO

. - de Const1tu1çao
A Com1ssao . . - e Just1ça,
. .-
em reunlao de
sua Turma "B", opinou, contra os votos dos Srs. Alceu Collares,
Erasmo Martins Pedro, Joaquim Bevilacqua, José Bonifácio Neto,Li
dovino Fanton e Tarcísio Delgado, pela inconstitucionalidade do
Projeto n9 3.425/77, nos termos do parecer do Relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados:
Célio Borja - Presidente, Gomes da Silva : - Relator,
Afrísio Vieira Lima, Alceu Collares, Blota Junior, Erasmo Martins
. - .. .,.. ...
Pedro, Ja1ro Magalhaes, Joaqu1m Bev11acqua, Jose Bon1fac10 Neto,
Lidovino Fanton, Luiz Braz, Tarcísio Delgado, Theobaldo Barbosa,
Wilmar Guimarães e Nunes Rocha.

Sala da Comissão, em la de agosto de 1 977.

Deputado C~LIO BORJA


PRESIDENTE

Deputado GOMES DA SILVA


RELATOR

OH 6.07
/
,f "

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMIssKo DE SEGURANÇA NACIONAL

PROJETO DE LEI N9 3.425; DE 1977

" Revoga o Decreto-lei n9 672, de 3


de jul ho de 1959, excluindo da relação
dos municípios declarados áreas de inte
resse da segurança nacicm.l o Murriic:ípi"ID de
Angra dos Reis, no Estado do Rio de Ja-
neiro."
AUTOR: Deputado PEIXOTO FILHO
." RELATOR: Deputado H~LIO CAMPOS

RELATO RIO

Vivemos em um estado de perene insegurança.


-
Nao existe qualquer país por mais rico e poderoso que se
possa considerar imune à insegurança. Não existe, em qual
quer país do mundo, cidã dão algum que desfrute, sem con-
-
testaçao, de um grau relativo de segurança •
., .
Dal porque, por força, mesmo, de dispositi-
vos constitucionais e legislação subsequente, todos, pes-
soas naturais ou jurídicas, são diretamente responsáveis
pela segurança nacional.
II Segurança Nacional, conceitua a Escola Su
perior de Guerra, ~ o grau relativo de garantia que, atra
vés de ações políticas, econômicas, psicossociais e mili-
tares, um Estado proporciona 4 à ~ação que jurisdiciona,em
determinada época, para a consecução e manutenção de seus
objetivos nacionais, a despeito de antagonismos ou pres-
-
soes, existentes ou potenciais".
A Segurança Nacional, em sua compreensao a- -
tual, deve atingir e manter determinados " objetivos naci
onais". Possui, indubitavelmente, dois aspectos distintos:
um, estático, visando à manutenção de objetivos já atingi
dos; outro dinâmico, tendendo à conquista de outros, jul-

GE16.07
-,

-2-

CÂMARA DOS DEPUTADOS

gados, pela política, indispensável à própria


ao seu colorário lógico que é o Desenvolvimento.
Esses objetivos nacionais resultam de inte-
resses vitais representados por urna permanente preocupa-
ção de bem-estar, liberdade, segurança, daí defluindo as-
pirações que buscam sarisfazer ou ampliar aqueles interés
ses.
2. Nos últimos anos, especialmente depois da
Revolução de 1964, a preocupação com a Segurança Nacional
tem sido acentuada. Esta ênfase tem razão de ser, pois
sem segurança interna, que se traduz na ordem e respeito
às leis e às instituições, não pode haver desenvolvimento
e em última análise, progresso. ~ o que ex~rime o lema de
nossa bandeira, tão bem idealizada pelos fundadores da
República: " Ordem e Progresso". O lema do Governo Geisel
...
" Segurança e Desenvolvimento" e, em outras palavras, o
mesmo da bandeira nacional.
Os agravos à segurança nacional, especial-
...
mente a segurança interna, tem sido urna constante dos sub
versivos, traduzindo-se em atentados,.
"
sequestros, depreda -
ções, provocações de desastres, incitamento à desordem,
...
etc. Todos os bons brasileiros devem estar atentos as ma-
nobras daqueles que, de dentro e de fora, procuram sola-
par a estabilidade do país.
Entretanto, não é só desta maneira ostensi-
-
va que se poe em risco a Segurança Nacional.
-
Há outras man'eiras, mesmo que nao sejam in-
tencionais, de afetar a Segurança Nacional.
... . ...
Referimo-nos, especificamente a lncompeten-
cia no exercício de cargo público.
3. Todas as pessoas naturais e jurídicas sao -
responsáveis pela segurança nacional( constituição de
1967( Emenda n9 1), art.86.
O estabelecimento da paz e da ordem inter-
nas, que é essencial para a polltica de segurança, compe-
te também aos poderes estaduai$. Da~ de.corre que .cabe à
União a coordenação geral da política de segurança em to-
do o território da República.
Na conjuntura atual a segurança sofre os
efeitos da guerra subversiva adversa e psicológica.
GE16.07

-3-

CÂMARA DOS DEP 'u TADOS

o combate à subversão tem significado especial no regime


federativo. Requer concentração de recursos, unidade de
comando e presteza de ação. Ora, para alcançar estes ob-
jetivos, força é ampliar os poderes da União, estendendo
a sua ação saneadora em todo o território nacional.
Para a execução da política de segurança na
cional 'a Constituição Federal previu as medidas necessá-
rias.
Razões especiais podem determinar que cer-
tos municípios sejam declarados de " interesse da segu-
rança nacional" ( C.F. 1967( Emenda n9 1), art. 89, para
..
...
grafo unl.co.

~óbvio que os seus prefeitos devem ser es-


colhidos em observância ao plano de segurança nacional.
Quis a Constituição, para ser fiel ao regime federativo,
que fossem nomeados pelo Governador do Estado. Todavia ,
a escolha do nome depende de prévia aprovação do Presi-
dente da República ( C.F. 1967( Emendan9 19), art. 15 ,
§ 19, b) porque lhe cabe a suprema d.i reção da política
de segurança nacional.
A Constituição previ a intervenção do Esta-
do no município, quando" forem praticados, na adminis-
tração municipal, atos subversivos ou de corrupção "(C.F.
( Emenda n9 1), art. 15, § 39, e) Esta inovação . é. do
mais alto alcance, porque impõe ao ' Governo do Estado a
responsabilidade de cooperar no combate à subversão, fis
calizando a administração municipal. A Constituição não
se contenta em atribuir a toda pessoa natural ou jurídi-
ca o dever de participar do plano de segurança nacional.
No município, cuja administração praticar atos subversi-
vos ou de corrupção, a intervenção é obrigatória.

VOTO DO RELATOR

OH 6.07

r

-4-

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Por todas estas razões não se há


-
dar ao referendo desta Comissao este Projeto de Lei n9
3.425/77, pelo que o nosso voto é pela rejeição.

Sala da Comissão, de 1977

GEI 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

PARECER DA COMISSÃO

A Comissão de Segurança Nacional, em reunião


realizada em 20 de outubro de 1977, opinou pela rejeição do Pro-
jeto de Lei n 9 3.425/77, nos termos do parecer do Relator, contra
o voto do Deputado Minoru Massuda.
Estiveram presentes os Senhores Deputados Jo-
sê Carlos Teixeira, vice-Presidente no exercício da presidência,
Hêlio Campos, Relator, Alípio Carvalho, Odulfo Domingues, Minoru
Massuda, Januário Feitosa, !talo Conti, Sylvio Venturolli, Expe-
dito Zanotti e Vicente Vuolo.
Sala da Comissão,em 20 de outubro de 1977.

,
(bbo;:1M..o,c -

Josl! C OS TEIXEIRA
Presidente

Relator

GER 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS
PROJETO DE LEI Nº 3.425 - A de
(DO SR . PEIXOTO FILHO)
~ -
Revoga o Decreto-l ei nº 672 , de 3 de ju1~~-de
1969 , excluindo da relação dos municípios decl~
rados áreas de interesse da segurança nacional
tt o município de Angra do~ Reis , no Estado do Ri o
de J aneiro ; tendo par ecer , pela inconstituciona
l idade, contra os votos pos Srs .Alceu Collares ,
-
Erasmo Martins Pedro , Joaquim Bevilacqua, José
Bonifácio Neto , Lidovino Fanton e Tarcísio Del -
gado ; e , da Comiss ã o de Segurança Nacional , pe-
l a rejeiç ã o , contra o voto do Sr . Min oru Massu-
da .
(PROJETO DE LEI Nº 3 . 425 , de 1977 , a que se re -
ferem os pareceres) .
I

\~

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO . DE LEI
N.o 3.425, de 1977
mo Sr. Peixoto Filho)

Revoga o Decreto-lei n.o 672, de 3de julho de 1969,


excluindo da relação dos municípios declarados área de
interesse da segurança nacional o Município de Angra dos
Reis, no Estado do Rio de Janeiro.
(As Comissões de Constituição e Justiça e de Segu-
rança nacional)
O Congresso Nacional decreta :
. Art. 1.0 Fica revogado o Decreto-lei n.O 672, de 3 de julho de
1969.
Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.
Justificação
Pelo, Decreto-lei n .O 672, de 3 de julho de 1969, o Município
de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro, foi declarado de
interesse da segurança nacional.
Em face desse ato de intervenção, não pode pois, o valoroso
povo de Angra dos Reis escolher o seu Prefeito e o seu Vice-Pre-
feito. Estes são nomeados pelo Governador. O Governador, entre-
tanto , não pode nomear ninguém sem prévia aprovação do Presi-
dente da República.
Não vislumbramos argumentos plausíveis para que o Governo
Federal inclua o próspero Município de Angra dos Reis entre os
de interesse da segurança nacional, razão por que propomos ao
Congresso Nacional a revogação do Decreto-lei n.O 672/69.
Anima-nos o propósito profundamente democrático de devolver
à população ordeira de Angra dos Reis o direito que tem de livre
. . . . - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- -- - -- - - - - -~-

-2-
do Executivo Municipal no interesse da própria

do

Mas a importância dos seus empreendimentos não retira da


população as suas qualidades de ordeira e nobre, politizada e
humana, capaz de escolher, num campo de paz e de harmonia po-
líticas, os seus representantes, o Chefe do Executivo.
Ante o amplo conceito de S6:~urança nacionaÍ, pela qual todos
nós somos responsáveis, não entraria ela em perigo, ante o exer-
cício do voto para a escolha dos Prefeitos.
Esperamos contar com o de~sivo apoio de nossos ilustres pares,
a fim de que se restaure a autonomia municipal de Angra dos Reis

e o seu povo possa exercer o sagrado direito do voto, para escolher,
....
cO
~ democraticamente, o seu Prefeito e o seu Vice-Prefeito .
Oi
'cu" Sala das Sessões, 24 de março de 1977. - Peixoto Filho.
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t- LEGISLAÇÃO CITADA , ANEXADA PELA COORDENAÇÃ() •
al DAS COMISSÕES PERMANENTES
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DECRETO-LEI N.o 672, DE 3 DE JULHO DE 1969
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Declara de interesse da segurança nacional, nos ter-
.... Z mos do artigo 16, § 1.°, alínea "b", da Constit11ição, o mu-
! ...J nicípio que especifica, e dá outras providências. (1)
30..
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe con-
fere o § 1.0, do artigo 2.° do Ato Institucional n.O 5, de 13 de
dezembro de 1968, decreta:
J
Art. 1.0 É declarado de interesse da Segurança · Nacional, para
os efeitos do disposto no artigo 16, § 1.0, alínea b, da Constituição,
o Município de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro.
Art. 2.° Ao Município referido no artigo anterior, aplica-se o
disposto nos artigos 2.0 até 5.° e seus parágrafos da Lei n.O 5 .449,
de 4 de junho de 1968, alterada pelo Decreto-lei n.O 560, de 29 de
abril de 1969.
Art. 3.° Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua pu-
blicação, revogadas as disposições em Gontrário.
Brasília, 3 de julho de 1969; 148.° da Independência e 81.° da
República. - A. Costa e Silva. . ~

Centro Gráfico do Senacto Federal - , Brasília - 'DF


O BSE RVAÇÕES

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DOCUMENTOS ANEXADOS : ...................................................................................................................................... .................................. _

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