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Módulo II - Deveres PDF
Módulo II - Deveres PDF
Objetivos
Ao final do Módulo II, o aluno deverá ser capaz de conhecer os deveres e
as formas de apuração e representação de irregularidades ocorridos na
administração pública federal.
Por fim, acrescente-se que por força do Poder hierárquico que instrui o Poder
disciplinar, a autoridade máxima do órgão sempre poderá avocar para si a
competência que o regimento, eventualmente, houver estabelecido para uma
autoridade de hierarquia inferior. (Vinícius de Carvalho Madeira, “Lições de
Processo Disciplinar”, pg. 81, Fortium Editora, 1ª edição, 2008).
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Unidade 2 - A Necessária Cautela no Exercício dos Deveres
Retornando à defesa ora proposta para que servidores e autoridades ajam com
cautela, tal postura se justifica diante da iniciativa de formular a representação e
não ao seu encaminhamento, pois, uma vez recebida uma representação
formalizada, por escrito, falece competência a qualquer servidor ou autoridade,
desprovidos de competência disciplinar, para analisá-la, devendo
obrigatoriamente remeter à autoridade competente.
Por fim, a autoridade competente para a matéria correcional deve exercitar seu
poder- dever com extremado bom senso. A matéria correcional deve ser
compreendida com reserva e com cautela, de emprego residual (o que em
nenhum momento significa omissão, negligência ou condescendência), mas tão-
somente nas hipóteses e propósitos elencados na lei. Em suma, não se deve
vulgarizar os institutos da representação funcional e do processo administrativo
disciplinar, pois eles não se coadunam com o emprego banalizado, seja para
questões eivadas de vieses de pessoalidade, seja para pequenas questões
gerenciais sem aspecto disciplinar.
Unidade 3 - Representação Funcional e Denúncia
Base Legal
Instrução Normativa-SFC nº 1, de 06/04/01
Não obstante, para os objetivos deste texto, mais relevante que a busca da
definição estanque em si de auditoria é tentar defini-la em comparação com a
matéria ético-preventiva que a antecede, e com a matéria disciplinar, que a
sucede, situando-a em meio àquelas duas outras atividades.
Enquanto o emprego das ferramentas éticas se dá por meio de programas e
estratégias de prevenção e de controle de riscos que, uma vez bem sucedidos,
evitará o ilícito e conseqüentemente o processo disciplinar, a auditoria, a
exemplo do processo, atua sobre os fatos ocorridos e já traz em si aspectos
investigativos materializados em um mínimo de natureza procedimental. Embora
ambas atividades possam ser tidas como profiláticas, a primeira o é em essência,
no sentido de anteceder mesmo o ilícito por depurar a conduta do servidor,
enquanto que a segunda tem seu caráter profilático mais associado à percepção
de risco por parte do servidor de ser descoberto, causando um efeito inibidor
sobre o potencial infrator.
Fórum
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Unidade 5 - Denúncia
Não cabe aqui a adoção de uma leitura restritiva do mencionado art. 144 do
Estatuto, como se ele delimitasse todo o universo de possibilidades de se levar
ao conhecimento da administração o cometimento de irregularidades. Ao
contrário, diante dos diversos meios de se levar o conhecimento à administração,
tem-se que aquele dispositivo deve ser visto apenas como forma específica
regulada em norma, mas não a única licitamente aceitável para provocar a sede
disciplinar.
Se a autoridade se mantivesse inerte, por conta unicamente do anonimato,
afrontaria princípios e normas que tratam como dever apurar suposta
irregularidade de que se tem conhecimento na administração pública federal.
Uma vez que a previsão constitucional da livre manifestação do pensamento (art.
5º, IV da CF) em nada se confunde com o oferecimento de denúncia ou
representação em virtude de se ter ciência de suposta irregularidade, a estes
institutos não se aplica a vedação do anonimato. Ademais, o interesse público
deve prevalecer sobre o interesse particular.
Base Legal
STF, Mandado de Segurança nº 24.369
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A mesma cautela, e até com maiores requisitos para não se deixar influenciar
por pressão de opinião pública e de imprensa, deve se aplicar às denúncias que
cheguem ao conhecimento da autoridade competente por meio da mídia. Não
sendo essa uma forma ilícita de se trazer fatos ao processo, não resta nenhuma
afronta ao ordenamento e aos princípios reitores da matéria tomar aquelas
notícias jornalísticas como deflagradoras do poder-dever de a autoridade
regimentalmente vinculada dar início às investigações. Se a autoridade
competente tomou conhecimento de suposta irregularidade seja por um veículo
de pequena circulação, seja de circulação nacional, tem-se que o meio é lícito e
ela tem amparo para proceder à investigação preliminar e inquisitorial, tomando
todas as cautelas, antes de precipitadamente se expor a honra do servidor.
Portanto, não há vedação para que se deflagre processo administrativo
disciplinar em decorrência de notícia veiculada em mídia, independente do seu
grau de repercussão, alcance ou divulgação.
Desde que não tenham sido conseguidos por meios ilícitos, os conectivos
processuais de instauração podem chegar ao conhecimento da autoridade
competente de modo meramente informativo (difuso) ou de maneira
postulatória (precisa).
A via informativa poderá dar-se até mesmo por intermédio dos meios de
comunicação social (jornal, rádio, televisão, etc), embora, nesses casos, deva
a autoridade administrativa competente verificar, de pronto, se a versão
veiculada constitui, pelo menos em tese, infração disciplinar, devendo, até,
exigir que o responsável por tal divulgação confirme por escrito tais
increpações.
Por ora, basta destacar que, tendo tido ciência de suposta irregularidade,
associada direta ou indiretamente ao exercício do cargo, e atendidos os critérios
de admissibilidade, à luz do art. 143 da Lei nº 8.112, de 11/12/90, a autoridade
competente determina imediata apuração, via sindicância ou processo
administrativo disciplinar. Esta é a regra geral, desde que haja indícios da
suposta irregularidade. É óbvio que não se espera nesse momento inequívoca
configuração da irregularidade, visto que esta configuração e a conseqüente
responsabilização somente ficarão caracterizadas após o curso do apuratório,
bastando, neste momento inicial, para que se instaure, a existência de
plausibilidade da ocorrência do fato e de sua autoria (ou concorrência).
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Base Legal
Lei 9.784, arts. 2º e 50, I
Unidade 8 - Deveres elencados nos incisos do artigo 116 da Lei
8.112/90
A aplicação de qualquer dos incisos dos três artigos requer a leitura atenta e
restritiva do art. 148 da Lei nº 8.112, de 11/12/90. Este dispositivo restringe a
análise às condutas associadas direta ou indiretamente ao exercício do cargo,
com o que se afastam condutas de vida privada do servidor enquanto cidadão
comum (a menos que o ato da vida privada tenha correlação com a
administração pública, com a instituição ou com o cargo), totalmente dissociadas
de seu cargo, criticáveis tão-somente à luz de códigos de ética.
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Base Legal
Lei 8.112, de 11/12/90, art. 116
A leitura atenta do art. 116, III da Lei nº 8.112, de 11/12/90, indica que o Estatuto
não conferiu ao servidor nenhum poder discricionário para apreciar a legalidade
de norma ou para avaliar, por seus critérios pessoais, a conveniência de cumpri-
la ou não. Opera-se a presunção de que as normas são legais. A norma, desde
que devidamente editada por quem é competente e publicada, a partir de sua
data de entrada em vigor, deve ser plenamente cumprida pelo servidor, ainda
que este, em sua própria convicção, a considere ilegal. A convicção por parte do
servidor de que a norma apresenta defeitos de forma ou de mérito deve fazê-lo
provocar a unidade ou a autoridade competente para declarar a ilegalidade da
norma e para excluí-la do ordenamento ou alterá-la; além disso, se ele tem
elementos de convicção de irregularidade na feitura da norma, ele deve até
representar contra quem a editou. Mas jamais o servidor deve deixar de cumprir
a criticada norma, uma vez que, enquanto não revogada na forma legal, o
servidor tem o dever funcional de cumpri-la, por força do dispositivo
inquestionável do art. 116, III da Lei nº 8.112, de 11/12/90 e também por força
do princípio da legalidade, sob pena de ver configurado o ilícito em tela.
Acesso Imotivado
Uma conduta em especial, que, pelo menos a princípio (se não configurada outra
conduta mais grave), pode ser enquadrada como inobservância de norma, é o
chamado “acesso imotivado”. Este ilícito se configura quando o servidor utiliza-
se dos sistemas informatizados para fins que não são de interesse do serviço,
ou seja, que não têm motivação legal. Para a caracterização dos ilícitos devem
ser analisados os normativos disciplinadores da utilização dos sistemas
informatizados públicos.
Base Legal
Decreto 4.489/2002, art. 10 e 11
Por outro lado, se a ordem é ilegal, mas somente o mandante o sabe, não
havendo condições de o subordinado saber da ilicitude, apenas aquele comete
a irregularidade. Da mesma forma, se o cumprimento da ordem se dá por coação
irresistível, somente o mandante incorre em responsabilização.
Base Legal
Constituição Federal de 1988, art. 5º, XXXIV
De outro lado vale lembrar que o Estatuto dos Servidores Públicos, em seu art.
126- A, trouxe especial proteção ao servidor que revele atos ilícitos praticados
no âmbito da esfera pública no estrito cumprimento da sua função pública de
representação.
Base Legal
Lei nº 8.112, de 11/12/90, Art. 126-A
Uma vez que o presente enquadramento não especifica, tem-se que aqui cabem
tanto a conduta de revelar quanto a de divulgar os assuntos da repartição.
Doutrinariamente, tem-se que a ação de “revelar” concretiza-se com o
vazamento de informação para apenas uma única pessoa, enquanto que a ação
de “divulgar” concretiza-se com o vazamento da informação para mais de uma
pessoa (pela mídia, por exemplo, e, obviamente, engloba também a primeira
irregularidade).
No que se refere aos dados protegidos por sigilo bancário, fiscal e telefônico, a
eventual violação ao dever poderá configurar o crime contra a Administração
Pública, previsto no art. 325 do Código Penal (Violação de sigilo funcional).
Assim, o servidor incorrerá nas condutas previstas no art. 132, I, da Lei nº
8.112/90 (crime contra a administração pública) ou no art. 132, IX, do mesmo
diploma, quando implicar em revelação de segredo de que se tenha apropriado
em razão do cargo.
Ultrapassado o critério subjetivo, vale destaca a edição da Lei n° 12.527/2011
(Lei de Acesso à Informação), que regulamenta o tratamento a ser dado ao
direito de petição constitucionalmente protegido diante das informações
qualificadas como públicas.
- O segundo ponto que se destaca é que não é dado à chefia o poder de alterar
a jornada semanal de seu subordinado, dispensando-o do cumprimento de sua
carga horária e tampouco cabe ao servidor a discricionariedade de optar pela
ausência para posteriormente, a seu critério, compensar.
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Incorre neste ilícito o servidor que, uma vez ofendido por outro servidor,
administrador ou contribuinte, revida, mesmo que sem exagero, a ofensa verbal
recebida. Os princípios que regem a atividade pública e que se refletem em maior
grau de exigência sobre a conduta do servidor em comparação à conduta do
particular prevalecem sobre as reconhecidas reações e falibilidades humanas,
quando o agente investe-se da condição de servidor.
Por fim, neste inciso, em que pese à legalidade que vincula toda atividade
pública, os agentes intervenientes devem cuidar para não banalizar a sede
disciplinar administrativa (que, em síntese, pode ter efeito punitivo) com
questiúnculas e diferenças pessoais.
Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correção imediata das suas
respostas!