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ESTADO DE MATO GROSSO


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO
GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

HERMINIA PIAZZI
MATHEUS REZENDE
MAYARA JOYC
NALBERT LOPES
WANDERSON FIRMINO

PROJETO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

JARDIM ITÁLIA

Tangará da Serra

2017
2

HERMINIA PIAZZI
MATHEUS REZENDE
MAYARA JOYC
NALBERT LOPES
WANDERSON FIRMINO

PROJETO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

JARDIM ITÁLIA

Projeto Apresentado à Universidade do Estado


do Mato Grosso, como requisito parcial para
obtenção de nora parcial na disciplina de
Abastecimento de Água e Saneamento
ministrada pelo docente Elisandro Mantovani
dos Santos, do Curso de Engenharia Civil.

Tangará da Serra

2017
3

SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO.....................................................................................................
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2. REFERENCIAL
TEÓRICO..................................................................................Error! Bookmark not
defined.
2.1. TANGARÁ DA SERRA.......................................................................................5

2.2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO........................................................7


3. DADOS DE PROJETO........................................................................................7
3.1 JARDIM ITÁLIA.................................................................................................7

3.2. MANANCIAL DE ABASTECIMENTO...........................................................10

3.3. POPULAÇÃO DE PROJETO............................................................................10

3.4. VAZÃO DE PROJETO......................................................................................13

3.5. DIMENCIONAMENTO DA TUBULAÇÃO E BOMBA ...............................15

3.5.1. Dimensionamento - Captação até o ETA......................................................16

3.5.1.1. Dimensionamento da Tubulação..............................................................16

3.5.1.2. Dimensionamento da Bomba..................................................................17

3.5.2. Dimensionamento - ETA para o Reservatório.................................................19

3.5.2.1. Dimensionamento da Tubulação............................................................19

3.5.2.2. Dimensionamento da Bomba.................................................................19

3.6. DIMENCIONAMENTO DO RESERVATÓRIO .........................................20

3.7. DIMENSIONAMENTO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO............................22

4. CONCLUSÃO....................................................................................................27
5. REFERÊNCIA....................................................................................................27
4

1. INTRODUÇÃO

O saneamento básico consiste na atividade de coleta e tratamento de esgoto,


limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e controle de pragas, assim como qualquer
tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades. O abastecimento de água
potável e o manejo de água pluvial também fazem parte das atividades nas quais se
enquadram o saneamento básico.
O mesmo é um direito assegurado pela Constituição Federal e definido pela Lei
nº. 11.445/2007 como o conjunto de serviços, infraestrutura e instalações operacionais
de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana,
manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.
Ter saneamento básico é um fator essencial para um país poder ser chamado de
país desenvolvido. Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à
melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na Saúde Infantil com redução da
mortalidade infantil, melhorias na Educação, na expansão do Turismo, na valorização
dos Imóveis, na Renda do trabalhador, na Despoluição dos rios e Preservação dos
recursos hídricos, etc.
Tudo na Engenharia é regido por normas, para a segurança do consumidor e do
próprio engenheiro, para tanto, temos nessa temática a fundamentação da norma da
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 12 211 de 1992, que
estabelece os elementos e atividades necessárias para Estudos de Concepção de
Sistemas Públicos de Abastecimento de Água.
O presente trabalho traz para o leitor um possível projeto para o abastecimento
de água do Loteamento Jardim Itália, localizado na cidade de Tangará da Serra, Mato
Grosso, Brasil.

Para obter os resultados, contou-se com dados disponíveis no site do IBGE,


livros, assim como também utilização de software AutoCad 2D e Sketchup. Os
softwares AutoCad 2D e Sketchup contribuiu para ilustrar e/ou orientar o
desenvolvimento de conceitos durante o processo de estudo. Com estes softwares é
possível ter uma maior visibilidade durante a construtibilidade e ter propostas mais
realistas de projeto. O software possibilita minimizar erros de documentação e
identifica-los antes da construção. Possibilita-se o ajuste, mudanças urgentes com mais
facilidades.
5

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A área de estudo encontra-se no município de Tangará da Serra, o 5° maior em


população do estado do Mato Grosso.

2.1. TANGARÁ DA SERRA

Por volta de 1960 iniciou um processo migratório para o então município de


Tangará da Serra, depois da instalação da Companhia de Terras que tinha o objetivo de
produção de alimentos através do cultivo agrícola, dessa forma atraiu pessoas de
diversos estados, em especial Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Na década de 60
através da colonização das terras obtidas pela SITA (Sociedade Imobiliária Tupã para a
Agricultura) implantaram o loteamento Tangará da Serra, resultante do velho povoado
nascido do loteamento das glebas Santa Fé, Esmeralda e Juntinho, situadas no
município de Barra do Bugres. A intensão era a prática da atividade agrícola, porém
com o passar do tempo chegaram extrativistas, madeireiros e após aproximadamente
cinco anos já havia uma população por volta de 3.000 habitantes. Com o elevado
crescimento do loteamento Tangará da Serra, tornou-se distrito em 1969 de Barra do
Bugres e em 1976 alcança o título de município, com terras desconectadas de Barra do
Bugres e Diamantino.

Após a emancipação o município teve um ligeiro crescimento populacional


atraído pela agricultura, ultrapassando Barra do Bugres e outros municípios já
constituídos.

O município recebeu o nome de Tangará, pássaro de cores bem definidas, de


cabeça encarnada e de canto muito belo. O termo "da Serra" foi adotado para diferenciar
o município mato-grossense dos homônimos potiguar e catarinense. Com a
denominação, os fundadores da colonização demonstraram a potencialidade do futuro
município.
A Lei Estadual nº. 2.906, de 6 de janeiro de 1969, criou o distrito de Tangará, no
município de Barra do Bugres. O município foi criado a 13 de maio de 1976, através da
Lei Estadual nº. 3.687, com o nome de Tangará da Serra.
6

Tangará da Serra está localizada a uma latitude 14º37'10" sul e a uma longitude
57º 29' 25 " oeste, a cerca de 240km da capital do estado, Cuiabá. Dados
disponibilizados pela Prefeitura Municipal informam uma extensão territorial de
11.566,00 km² e perímetro urbano de 18.757,00 no ano de 2015, o IBGE estima uma
população em 2017 de 98.828 habitantes, sendo cerca de 90% residente na área urbana.

Figura 1 - Estado do Mato Grosso indicado no mapa do Brasil - FONTE: IBGE

Figura 2 - Cidade de Tangará da Serra – FONTE: Diário de Tangará


7

2.2.LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Com a criação do novo plano diretor do município em setembro de 2015 houve


uma revisão do espaço urbano, dessa forma a cidade está dividida em 28 bairros, dentre
eles há cerca de 110 loteamentos e residenciais.

O Loteamento Jardim Itália (figura 2) localiza-se nas proximidades do Shopping


Tangará da Serra, de acordo com o novo abairramento faz parte do Jardim Santa Lucia.

Figura 3 - Mapa Loteamento Jardim Itália - FONTE: Google Earth

3. DADOS DO PROJETO

3.1. JARDIM ITÁLIA

O município de Tangará da Serra divide-se em dois macrozoneamentos, no


qual tem por objetivo impor normas que definem características essenciais ao
ordenamento do território, determinando áreas adensáveis ou não conforme a disposição
de infraestrutura e preservação do meio ambiente. Tem-se a Macrozona Rural e
Macrozona Urbana. Cada uma é subdivida em zonas, no qual possui um nível de
detalhamento maior referente ao uso do solo.
8

O local em estudo está enquadrado na Zona de Adensamento Secundário


(ZAS), Zona Especial de Desenvolvimento Econômico (ZDE) e Zona Especial
Institucional (ZEIT).

CARACTERÍSTICAS DO BAIRRO
O loteamento em sua maioria é residencial, sendo apenas os terrenos de frente
para a Avenida Brasil, Avenida José Mansano Vicerra (antiga Mauá), Rua Julio
Martinez Benevides (01), Rua Alziro Zarur (12) e Rua 13, aqueles destinados ao
comercio. As edificações institucionais na área são o Serviço Autônomo Municipal de
Água e Esgoto (SAMAE), Escola Estadual Ramom Sanches Marques e também há uma
praça pública.

Mediante estudo e observação do mapa da cidade fornecido pelo docente


Elisandro Mantovani, foi possível encontrar os seguintes dados:

Tabela 1 - Quantidade de lotes por quadra

QUADRA LOTES QUADRA LOTES QUADRA LOTES


1 28 20 20 38 6
2 16 20-B 20 39 10
3 30 21 20 40 20
4 15 22 20 40-B 20
5 2 23 20 41 16
6 20 24 10 42 20
7 20 25 20 43 20
8 19 26 20 44 20
9 9 27 20 45 13
10 14 28 20 46 3
11 20 29 20 47 3
12 20 30 20 48 8
13 20 31 10 49 5
14 20 32 14 50 9
15 20 33 20 51 14
16 16 34 20 52 20
17 3 35 20 53 7
18 20 36 20 54 1
19 20 37 17

Totalizando 54 quadras e 898 lotes. Todas as ruas possuem largura de 10 m, e


extensões mostradas na Tabela 2.
9

Tabela 2 - Extensão das Ruas

RUA EXTENSÃO (m)

04A - Rua Gumercindo A. Marques 111,30

06A - Rua Pedro Kwiecinski 147,63

08A - Rua Francisco Souza da Cruz 183,75

10A - Rua Francisco A. da Silva 375,51

12A - Rua Maria Goretti D. Wrobel 566,43

14A - Rua Manoel Gomes de Souza 608,32

16A - Rua Erotildes Padilha 705,62

18A - Rua Alziro Zarur 782,86

20A - Rua Vereador R. Sanches Marques 638,83

22A - Rua VilibaldoBehling 469,95

Rua 11ª 102,04

13A - Rua Antônio BarberoHerrero 466,50

15A - Rua José Mariano 789,32

17A - Rua Pedro Camillo Zamparoni 685,00

19A - Rua Raimundo Dias dos Santos 744,74

21A - Rua João Martines Garcia 829,72

Rua 23ª 610,51

Rua 25ª 330,51

Rua 27ª 30,05

Rua 14B 96,07

Rua 12B 96,03

Rua 27B 583,34


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3.2.MANANCIAL DE ABASTECIMENTO

O manancial que abastece o município de Tangará da Serra é o do Rio Queima


Pé, que recebe como adutores os córregos figueira, cristalino e tapera. Devido ao seu
baixo nível de água, para viabilizar a instalação da adução próximo a ETA, executou-se
um barramento que elevou o nível da água. Com o barramento, formou-se uma represa
natural, onde com os anos em seu leito ocorreu a deposição de material em suspensão na
água, havendo a necessidade de se dragar o material sedimentado.

3.3.POPULAÇÃO DE PROJETO

Uma das condições de um sistema de abastecimento eficiente é que a água


distribuída seja capaz de atender à demanda. Sem dúvida alguma a demanda de água
cresce com a população.

Conforme dados do IBGE a estimativa de população para 2017 é de 98.828


habitantes, onde a área da unidade territorial 2015 é 11.323,685 km² de Tangará da
Serra, logo se aplicarmos na formula de densidade populacional teremos:

𝐷(𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒) = 𝑃(𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜) ÷ 𝐴(𝑎𝑟𝑒𝑎)

Equação 1 - Densidade Populacional.

Logo substituindo os valores na formula obtemos os seguintes dados:

𝐷 = 𝑃 ÷ 𝐴 → 𝐷 = 98.828 (ℎ𝑎𝑏) ÷ 11.323.685 𝑚2 = 8,72 × 10−3 (ℎ𝑎𝑏/𝑚²)

Equação 2 - Densidade Populacional de Tangará da Serra para 2017.

Chegamos em uma média por lote de 400 m², com a densidade já calculada
anteriormente obtivemos os seguintes dados:

𝑃 = 𝐷 × 𝐴 → 𝑃 = 8,72 × 10−3 (ℎ𝑎𝑏⁄𝑚²) × 400 𝑚2 → 𝑃 = 3,488 ℎ𝑎𝑏.

Equação 3 - Densidade Populacional por média da metragem dos lotes - Jardim Itália.
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Para fazer a primeira estimativa populacional atual da área de estudo do projeto


foram usados os seguintes parâmetros para o cálculo 4 habitantes/lote, onde com os
dados fornecidos da Samae tem-se que o bairro consta 640 unidades consumidoras.
Porém, deve-se efetuar os cálculos com a taxa de ocupação de 100%, com 898 lotes, o
mesmo averiguado através de uma contagem de lotes de projeto.

hab
P0= Lotes ∗ = 898 ∗ 4 = 3592 hab
lotes

Para a segunda estimativa populacional,por meio do último senso do IBGE em


2000, Tangará da Serra possuía 58.840 habitantes, em 2010 possuía 83.431 habitantes,
já em 2017 a estimativa populacional para o município é de 98.828 habitantes. Com
essas estimativas de populações, pode-se obter a quantidade de habitantes do loteamento
em 2017.

Tabela 3 – Crescimento Populacional

Crescimento populacional de Tangará da Serra – MT

Ano População

2000 58 840

2010 83 431

2017 98 828

Fonte: IBGE.

Formula:

(t−to )P
q= √
Po

𝒒 = Incremento populacional;
𝒕 = Ano no primeiro levantamento;
𝒕𝒐 = Tempo no segundo levantamento;
12

𝑷 = População no primeiro levantamento;


𝑷𝒐 = População no segundo levantamento.

Logo,

(𝑡−𝑡0 ) 𝑃
𝑞= √
𝑃0

(2010−2000)
83431
𝑞 = √
58840

𝑞 = 1,03553666

3.3.1. População Futura de Tangará da Serra

Para estimativa futura da população total, que deverá ser para 20 anos desde o
último levantamento, utilizou-se o método de progressão aritmética.

P = PO ∗ (q)TX−TO

Onde:
TX = População futura para 20 anos, sendo assim a estimativa para o ano de 2037.

Assim:

P = 58840 ∗ (1,035536666)2037−2000
P = 214188 habitantes

3.3.2. População Futura loteamento Jardim Itália

Dados:
 Número de lotes ocupados atualmente (s/ considerar 100% de ocupação) : 640;
 Número de pessoas por lote: 04;
 População atual do bairro (ano de 2017): 2.560 habitantes;
13

 População futura do bairro (2037) = X


 População atual do município (ano de 2017): 98828 habitantes;
 População futura do município (ano de 2027): 214.188 habitantes;

98828 hab − 214188 hab


2560 hab − X hab
X = 5.549 habitantes

Dessa forma, pode-se considerar a população do loteamento em 2017 com 2.560


habitantes, e com a estimativa para 20 anos futuro, 5.549 habitantes para o loteamento.

3.4.VAZÃO DE PROJETO

A estimativa do volume de água normalmente necessário para distribuição numa


cidade, poderá ser feita com o conhecimento dos elementos já apresentados, de
população de projeto, consumo per capita e prováveis variações de consumo. Destaca-se
que as vazões a serem consideradas em cada uma das unidades do sistema de
abastecimento de água, sua distribuição da captação à ETA e até o reservatório será
feita por bombas de recalque.

Figura 4 - Esquema de formulário para vazões de cada trecho


14

Em que:

Q = vazão média, em L/s;


P = população da área abastecida; em hab;
q = consumo médio diário per capta, em L/hab.d;
QPROD = vazão de captação até a ETA, em L/s;
QAAT = vazão da adutora de água tratada ao reservatório, em L/s;
QDIST = vazão total de distribuição, em L/s;
t = período de funcionamento da produção, em h;
qETA = consumo de água na ETA, em %;
k1 = coeficiente do dia de maior consumo;
k2 = coeficiente da hora de maior consumo;
Qs = vazão singular de grande consumidor, em L/s

Dados considerados para cálculos de cada vazão que compõe o sistema de


abastecimento são:

 População: 5.549 habitantes;


 Consumo per capita (q) = 200 l/hab. x dia;
 Coeficiente do dia de maior consumo K1 = 1,20;
 Coeficiente da hora de maior consumo K2 = 1,50;
 qETA (Varia de 3% a 5%) = 4%;
 t = 8 horas;
 Qs = não foi possível determinar, pois o mesmo precisa de um levantamento
mais detalhado.

̅ , é estabelecida em função da
A vazão da captação, adução e distribuição, onde Q
população a ser abastecida e da quota per-capita, e o coeficiente relativo ao dia de maior
consumo, coeficiente da hora de maior consumo e o número de horas de funcionamento
junto com a perda de água ao ETA.

Para determinar as vazões seguintes do sistema de abastecimento, adotando os


dados acima, obtemos:

P∗q 5549 ∗ 200


̅=
Q = = 12,84 (𝑙 ⁄𝑠)
86400 86400
15

̅̅̅̅̅̅̅ ∗ K1 ∗ 24
12,84 ETA 12,84 ∗ 1,20 ∗ 24 4
Q PROD = ∗ (1 + ) + Qs = ∗ (1 + ) = 16,03(𝑙⁄𝑠)
t 100 24 100

̅ ∗ K1 ∗ 24
Q 12,84 ∗ 1,20 ∗ 24
Q AAT = + Q s= + 0 = 46,23(𝑙⁄𝑠)
t 8

̅ ∗ K1 ∗ K2 + Q s = 12,84 ∗ 1,2 ∗ 1,5 + 0 = 23,12(𝑙⁄𝑠)


Q DIST = Q

A vazão a ser distribuída na rede é de QDIST = 23,12(𝑙⁄𝑠)

3.5.DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO E BOMBA

É frequente a captação ou o reservatório estar situado a uma altura insuficiente


para satisfazer as condições de pressão requeridas. É preciso, então, fornecer ao fluido a
energia necessária para tornar possível a distribuição.

Escolha do diâmetro de uma canalização sob pressão é feita levando-se em


consideração: parâmetros hidráulicos (vazão, perdas de carga, velocidade) para uma
adução por gravidade.

Em primeiro lugar é necessário entender que o dimensionamento de uma bomba


é individual, os dados para dimensionar uma bomba são vários, tais como: altura entre o
nível de água e o eixo da bomba, comprimento horizontal da tubulação até o
reservatório, altura do reservatório, entre outros. A bomba centrífuga é um equipamento
hidráulico que funciona através da força centrífuga e impulsiona o líquido para uma
altura superior à captada.

Uma forma para se calcular o diâmetro de uma tubulação por recalque, diz
respeito às fórmulas empíricas para o cálculo do diâmetro econômico, utiliza-se a
T 0,25
fórmula de Forchheimer que são: D = 1,3 ∗ (24) ∗ √Q
16

3.5.1. Captação e Estação de Tratamento de Água - ETA

A Estação de tratamento de água, é a parte do sistema de abastecimento de água


onde ocorre o tratamento de água captada na natureza visando a potabilização para
posterior distribuição à população.

O abastecimento do loteamento Jardim Itália será realizado pelo Córrego


Queima Pé onde a vazão em época de seca é de aproximadamente 270 l/s e em época de
chuva chega a 2000 l/s. A sua cota em relação ao nível do mar é de 360 m e possui uma
distância de 3.505 metros até o loteamento.

A capitação feita no rio queima pé está no nível de 358 m em relação ao nível do


mar, com uma distância de 50 m da ETA, a distância da sucção é de 30m. com uma
profundidade de sucção de 15m.

Figura 5- Imagem por satélite da ETA em relação ao Jardim Itália.

3.5.2. Dimensionamento - Captação até o ETA

3.5.2.1.Dimensionamento da Tubulação

O dimensionamento da tubulação de captação do manancial será feito pelos


dados já obtidos nos tópicos anteriores e o dimensionamento da bomba será utilizado os
dados abaixo:
17

Dimensionamento da tubulação de captação:

 Q PROD= 16,03(𝑙⁄𝑠)s= 0,016 m³/s


 Tempo de funcionamento: 24 horas

0,25 0,25
T 24
DPROD= = 1,3 ∗ ( ) ∗ √Q = 1,3 ∗ ( ) ∗ √0,016 = 0,164 m = 164 mm
24 24

 Diâmetro de Recalque e Sucção


Dr < Ds

Sendo assim, adotou-se os respectivos diâmetros para recalque e sucção:

Dr=150mm e Ds=200mm

3.5.2.2.Dimensionamento da Bomba

Utilizando Hazen Willians para determinar a perda de carga da tubulação,


desconsiderando a perda de carga localizada, determinando que a tubulação utilizada é
de ferro fundido e sabendo que a vazão é dada em m³/s, desta forma podemos
determinar a altura manométrica da bomba.

𝐿 𝑄 1,852
ℎf𝑑 = 10,646 ∙ 4,87 ∙ ( )
𝐷 𝐶

Sabendo-se que,

𝒉𝒇𝒅 = Perda de carga distribuída na tubulação


𝑳 = Comprimento da tubulação (m);
𝑫𝒓 = Diâmetro da tubulação (m);
𝑪 = Coeficiente de atrito;
𝑸 = Vazão média (m³/s);
𝑳 = Comprimento da tubulação (m).
18

Dados:

Altitude do bairro: 371 m metros


Altitude do Rio Queima-Pé: 360 metros
Altitude ETA: 361 metros
Distância ETA ao ponto de Captação (horizontal): 260 metros
C=140

Q PROD= 16,03 L/s= 0,01603 m³/s

Desnível de sucção (Hg ): estação elevatória – manancial= 360 – 358= 2m

Desnível de recalque (Hg ): ETA- estação elevatória = 361 – 360= 1m

Para Hs > Hr

Comprimento da tubulação de recalque: 80 m e Diâmetro 150mm

Comprimento da tubulação de sucção: 20 m e e Diâmetro 200mm

 Perda de carga distribuída - Recalque

𝐿 𝑄𝑝𝑟𝑜𝑑 1,852 80 0,1603 1,852


ℎf𝑟 = 10,646 ∙ 𝐷𝑟 4,87 ∙ ( ) ℎf𝑟 = 10,646 ∙ 0,1504,87 ∙ ( )
𝐶 140

𝒉f𝒓 = 𝟎, 𝟒𝟒𝟖 𝒎

 Perda de carga distribuída - Sucção

𝐿 𝑄 1,852 20 0,01603 1,852


ℎf𝑠 = 10,646 ∙ 𝐷𝑠4,87 ∙ (𝐶 ) ℎf𝑠 = 10,646 ∙ 0,0004,87 ∙ ( )
140

𝒉f𝒔 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟕𝟏 𝒎

 Altura Manométrica
Hm succção = Hg + Hf succção = 2 + 0,027 = 2,027 m
Hm recalque = Hg + Hf recalque = 1 + 0,448 = 1,448 m

Hm = Hm succção + Hm recalque = 2,027 + 1,448 = 3,475 m

𝑯𝒎 = 𝟑, 𝟒𝟕𝟓 𝒎
19

Obs.: A bomba foi escolhida com base na tabela abaixo, analisando-se a altura
manométrica e a vazão.

𝑯𝒎 = 𝟑, 𝟒𝟕𝟓 𝒎

𝑚3
𝑄1 = 0,01603 𝑥 3600𝑠 𝑸𝟏 = 𝟓𝟕, 𝟕𝟎𝟖 𝒎³/𝒉
𝑠

3.5.3. Dimensionamento – ETA para o Reservatório

3.5.3.1.Dimensionamento do Diâmetro

Com um desnível de 10m e uma distância de 3505 m até o bairro, temos:

Dados:

QAAT = 46,23 L/s= 0,04623 m³/s

Tempo de funcionamento: 8 horas


20

0,25 0,25
T 8
DAAT= = 1,3 ∗ ( ) ∗ √Q = 1,3 ∗ ( ) ∗ √0,04623 = 0,21 m = 210 mm
24 24

Sabendo que 210 mm não é diâmetro comercial, então o DAAT será de 250 mm.

3.5.3.2.Dimensionamento da Bomba

Utilizando os mesmos procedimentos de cálculo anteriores podemos determinar


o tipo de bomba a ser utilizada, apenas no trecho de recalque.

Dados:

C=140

QAAT = 46,23 L/s= 0,04623 m³/s

Desnível de recalque: Reservatório – ETA= 371 – 361 = 10 m

Diâmetro da tubulação: 250 mm= 0,250 m

Comprimento da tubulação de recalque: 3505 m

 Altura Manométrica

10,641 ∗ Q1,85 10,641 ∗ 0,046231,85


Hf recalque = ∗ L = ∗ 3505 = 11,59 m
c1,85 ∗ D4,87 1401,85 ∗ 0,2504,87

Hm recalque = Hg + Hf recalque = 10 + 11,59 = 21,59 m

𝑯𝒎 = 𝟐𝟏, 𝟓𝟗 𝒎

𝑚3
𝑄2 = 0,04623 𝑥 3600𝑠 𝑸𝟐 = 𝟏𝟔𝟔, 𝟓𝟒 𝒎³/𝒉
𝑠
21

Para o trecho de vazão da adutora de água tratada (ETA ao reservatório),


conforme mostrado na figura 4, definiu-se a bomba KSB Meganorm 50-150 com 1750
rpm, potência de 45,6 cv, de acordo com a figura 5. Optou-se por uma KSB Meganorm
65-125 de 3500 rpm visto que possui menor custo, exige um motor de acionamento
menor, logo, consome menos energia.

3.6. DIMENCIONAMENTO DO RESERVATÓRIO

O dimensionamento hidráulico dos reservatórios consiste na determinação da sua


capacidade de armazenamento, que deve ser o somatório das necessidades para
regularização.

O dimensionamento do reservatório é obtido pela população e a necessidade de


consumo da mesma.

Dados:

População: 5549 habitantes

Consumo per capita: 200 L/hab.d


22

𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒: 𝑃 ∗ 𝐶𝑝 = 5549 ∗ 200 = 1.109.800 𝑙 = 1.109,8 𝑚³

Sendo que a capacidade tem que atender 2 dias de consumo, portanto multiplica-
se por 2, então a capacidade total será de 2.219,6 m³.

Calculo do diâmetro:

𝑉 = 𝐴 .ℎ

𝑉 = 𝜋 . 𝑟². ℎ
𝑉
𝑟 = √( )
𝜋∗ℎ
2219,6
𝑟 = √( )
𝜋∗6
𝑟 = 10,85𝑚
𝐷 = 𝑟 ∗ 2 = 21,70𝑚

Equação – Pré-dimensionamento diâmetro do reservatório.

Dessa forma, a base do reservatório terá diâmetro de 22 m e altura de 6 m, com


capacidade total de 2280 m³.

O reservatório escolhido foi do tipo apoiado, o qual é projetado quando existe a


necessidade de utilizar a gravidade para distribuição de água aos consumidores.
Portanto, o mesmo é valido para o bairro novo tarumã, já que se trata de um terreno
plano, sem diferenças de altitude

3.7. DIMENSIONAMENTO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO

Normalmente as redes de distribuição constituem-se de tubulações principais,


também denominadas de tubulações tronco ou mestras, alimentadas diretamente por um
reservatório de montante, ou por um de montante e um de jusante, ou, ainda,
diretamente da adutora com um reservatório de jusante. Redes de distribuição dos
sistemas públicos de abastecimento de água constituem-se de seguimentos de tubulação
denominados de trechos que tanto podem estar em posições tais que terminem em
extremidades independentes como em início de outros trechos. Desta maneira a
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disposição dos trechos podem também ser de tal forma que formem circuitos fechados.
Para o dimensionamento da rede de distribuição, optou-se pela ramificada. Nas redes
ramificadas, a circulação da água tem sentido único.

Para o traçado dos condutos principais deve-se considerar

 Ruas sem pavimentação;


 Pavimentação menos onerosa;
 Ruas de menor intensidade de trânsito;
 Proximidade de grandes consumidores;

Conforme a disposição dos condutos principais, o traçado escolhido que mais se


adapta é do tipo grelha. Segue abaixo o traçado da rede de distribuição ramificada.

Figura 6- Mapa do Bairro Jardim Itália Original


24

Figura 7- Rede de Distribuição

No cálculo da rede ramificada, será utilizado um modelo de tabelas de cálculo,


apresentando os seguintes parâmetros:

 Pressão estática máxima: 10 mca;


 Pressão dinâmica mínima: 10 mca;
 Diâmetro mínimo de 50 mm;

Para dimensionamento da rede, será levado em consideração:

 Vazão de distribuição = 23,12 l/s; •


 Extensão total da rede distribuidora = 5500 m
 Vazão em marcha = 23,12 / 5500 = 0,004204 L/s.m.
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Segue a sequência cálculo adotada para montagem da planilha:

 Colunas 1, 2 e 3: elementos tirados do traçado da rede e dos dados fornecidos


(trecho, nós e extensão);

 Coluna 4: Vazão de jusante em cada trecho (Qj). Nos trechos de ponta seca as
vazões de jusante serão sempre iguais a 0.

 Coluna 5: Vazão em marcha. A vazão em marcha é aquela consumida em cada


trecho, ou seja: Qm = qm (vazão de distribuição) x l (comprimento do trecho
considerado);

 Coluna 6: Vazão de montante (QM), será igual a vazão de jusante (QJ) somado
a vazão em marcha, QM = QJ + Qm;

 Coluna 7: Vazão fictícia (Qf), será a média aritimética entre as vazões de


montante QM e a vazão de jusante QJ;

 Coluna 8: Diâmetro “D”, determinado pela tabela de limites de velocidade e a


vazão fictícia (QF).
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 Coluna 9: Velocidade (m/s). Calculada para cada trecho, demonstrando que os


limites foram respeitados;

 Coluna 11: Perda de carga unitária (hf), em metros, correspondente a perda


unitária, calculada através da fórmula de Hazen – Williams, multiplicada pelo
comprimento do trecho, para C=130; Q = vazão em m³/s; L = extensão do trecho
onde se mede a perda de carga que está sendo calculado; D = diâmetro do
conduto onde está sendo calculada a carga;

10,641 ∗ 𝑄1,85
𝐻𝑓 =
𝐶 1,85 ∗ 𝐷4,87

 Coluna 12: perda de carga total: hf  JL

 Colunas 13 e 14: Preenchida com os dados fornecidos das cotas dos terrenos.

 Colunas 10 e 12: Cotas piezométricas de montante e jusante. Identificado o nó


em posição mais desfavorável, estabelece-se para ele uma pressão igual ou
pouco superior a mínima arbitrada;

 Colunas 15 e 16: Pressões disponíveis a montante e a jusante (cota piezométrica


– cota do terreno), (cota piezométrica – cota do terreno);

De acordo com os valores acima e do traçado da rede, com o modelo de tabelas


de cálculo hidráulico, onde a relação dos nós e trechos apresentam-se os seguintes
resultados:
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3. CONCLUSÃO

Para o desenvolvimento de um projeto de abastecimento de agua é


necessário o auxílio das normas que apresentam fundamentos técnicos e científicos a
implantação desse sistema.

A maior parte dos dados foi possível ser coletados no site do IBGE e outras
referências bibliográficas relacionadas ao assunto, os métodos de cálculo aplicados ao
projeto, planilhas no programa Excel e outras plataformas gráficas como o AutoCad. As
questões levantadas foram solucionadas pelo docente, facilitando o andamento dos
processos para chegar a um resultado mais preciso e atingir o objetivo principal do
trabalho de criar um projeto de abastecimento de agua, desde a capitação até a
distribuição domiciliar passando pelo reservatório, considerando indústrias, comércios,
a proximidade de água do local, o clima, os hábitos da população a qualidade da agua e
o seu custo.

O intuito desse trabalho foi aplicar todo nosso conhecimento adquirido durante
as aulas dos cálculos de população, escoamento em condutos, perda de carga, estações
elevatórias, bombas horizontais e etc. com a finalidade de aprender cada passo
representando em projeto e memorial de cálculo.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT. NBR 12213: Projeto de Captação de Água de Superfície para Abastecimento


Público. Rio de Janeiro, 1992.
ABNT. NBR 12214: Projeto de Sistema de Bombeamento de Água para Abastecimento
Público. Rio de Janeiro, 1992.
ABNT. NBR 12215: Projeto de Adutora de Água para Abastecimento Público. Rio de
Janeiro, 1991.
ABNT. NBR 12216: Projeto de Estação de Tratamento de Água para Abastecimento
Público. Rio de Janeiro, 1992.
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ABNT. NBR 12217: Projeto de Reservatório de Distribuição de Água para


Abastecimento Público. Rio de Janeiro, 1994.

CREDER, HÉLIO. Instalações Hidráulicas e Sanitárias, Edição Livros Técnicos e


Científicos. Editora SA. 3ª ed. São Paulo - SP.

PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica Básica. 4ª ed. São Carlos – Sp, 2006.

SOUSA, Eduardo Ribeiro de. Saneamento Ambiental I - Sistemas de distribuição de


água. Lisboa, 2011.

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