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APROVEITAMENTO DE SUBPRODUTO NA CRIAÇÃO DE COELHO

OLIVEIRA, Fabiane Aguero1; MOURA, Lais valenzuela1; GABRIEL, Andréa Maria


de Araújo2; MONÇÃO, Flávio Pinto3; OLIVEIRA, Euclides Reuter2, SILVA, Fernanda
Nunes1; SILVA, Grabriely Souza1; GONÇALVES, Laysa1

Palavras-chave: extensão, pequenos animais, processamento.

Introdução
No Brasil, a maioria dos frigoríficos é apto ao abate de bovinos, suínos e
aves. No entanto, aos poucos se nota a incorporação do abate de novos animais
como os coelhos. Como subproduto desses animais destaca-se o couro que em
tempos remotos eram jogados nas margens de rios e lagos.
A etapa de curtimento de peles de coelho abrange o acompanhamento da
criação doméstica, cuja produção é absorvida pelos próprios criadores e suas
famílias proporcionando uma fonte de renda de um subproduto. O valor das peles
depende, do estado em que são enviadas ao mercado e, portanto da técnica correta
de abate, da esfola, da secagem, do curtimento e da conservação (Vieira, 1979).
Existe uma grande diversidade de uso para pele de coelho: artesanato,
bolsas, chaveiros, jóias, pequenos tapetes (ex: para telefone), acessórios de roupas
(ex: golas), casacos de peles e como brinquedo de crianças.
Assim objetivou-se, com esta ação, proporcionar ao produtor de coelhos,
estudantes e profissionais da área a prática de todo o processo de criação e
curtimento da pele de coelhos bem como esclarecer os principais cuidados nos
procedimentos do curtimento.

____________________________
Resumo revisado por: Andréa Maria de Araújo Gabriel. Perspectiva Zootécnica de Animais no Mato
Grosso do Sul – Série II, protocolo: Sigproj- 61041.326.17957.16092010
1
Discente em Zootecnia pela UFGD/Dourados-MS
2
Docente da Faculdade de Ciências Agrárias da UFGD/Dourados-MS
3
Aluno do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UNIMONTES e Bolsista da FAPEMIG
UFGD – Caixa Postal 533, 79.804-970 – Dourados – MS, E-mail: andreagabriell@ufgd.edu.br;
Desenvolvimento
O curso foi desenvolvido em áreas e instalações, pertencentes à Faculdade
de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados (FCA/UFGD),
durante o período de março a dezembro de 2009, sendo ministrado por um
profissional habilitado. Esta ação esta vinculada ao projeto Perspectivas Zootécnicas
de Animais no Mato Grosso do Sul - Série II.
Para obtenção da matéria-prima do curso, foram criados 40 coelhos da raça
Nova Zelândia durante sete meses nas instalações da FCA. O manejo com os
animais iniciou pelo acasalamento das fêmeas, que tem uma gestação de 30 dias,
seguido dos procedimentos com os filhotes, denominados de láparos, e
subseqüente criação em gaiolas individuais até o peso de abate. Esta ação de
extensão está acoplada a uma pesquisa com coelho, em que qualifica este animal
como um modelo experimental em Laringologia, onde objetiva analisar a
laringofissura com enxertia das pregas vocais como técnica cirúrgica experimental
nesses animais. Como pré-requisito experimental exige-se que estes animais sejam
coelhos adultos machos, com peso médio de 2,500 kg e da raça Nova Zelândia,
tendo como característica a coloração branca.
Após os animais atingirem o ponto de abate, alcançados em torno de 7 a 9
meses de vida, foi realizado a esfola cuidadosa para não danificar a pele. Durante
este procedimento retiram-se os restos de sangue e gordura que ficam aderidos,
evitando cortes ou furos. Findado a esfola, o material foi armazenado em sacos
plásticos e colocado em freezer, servindo como material de suporte para a execução
do curso propriamente dito.
O curso foi realizado no Laboratório de Anatomia Animal pertencente à
FCA/UFGD. Para início das atividades, o evento foi dividido em duas etapas. A
primeira parte contemplava de forma teórico-prático, o manejo da criação dos
animais para obtenção dos láparos, alimentação, como avaliar o crescimento dos
animais até o ponto de abate para obtenção das peles e o manejo sanitário no
contexto produtivo. A segunda parte consistiu no processamento da pele para o
curtimento e as etapas da curtição.
Seguindo o procedimento descrito por Hoinacki et al. (1994) com algumas
modificações adquiridas no processo de curtimento de couro de bovino, as peles,
sempre com a superfície de pêlos voltada para baixo são imersas, em soluções
diferentes caracterizando acidificação e basificação da pele, curtimento propriamente
dito e acabamento químico. Em seguida amaciamento, secagem e
acondicionamento.
Para a execução da ação teve apoio de instituições da região, como Sindicato
Rural de Dourados, Agencia de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural
(AGRAER), Empresas e instituições particulares, como o Curtume Independência
em Nova Andradina, MS.

Resultados e discussão
Todos os procedimentos, da criação dos animais até a obtenção da pele,
foram alcançados. As peles obtidas, em forma de luva, foram acondicionadas em
freezer para serem congeladas para posteriormente serem disponibilizadas para o
desenvolvimento do curso. Esta etapa foi acompanhada por uma bolsista de
extensão a qual contribuiu de forma eficiente para êxito do manejo dos animais.
Os animais destinados ao abate apresentaram bom estado de pelagem e não
foram abatidos animais em processo de muda, porque neste período as peles soltam
os pêlos quando estão curtidas.
Houve a participação de 20 pessoas, dentre essas, estudantes, produtores e
técnicos da área, dos quais alguns estavam interessados em utilizar a pele em
artesanato.
Dornelles et al. (2009) trabalharam de forma extensiva avaliando os diferentes
métodos químicos no curtimento da pele de coelho, tiveram participação de 70% de
participação de alunos e pouco participação de produtores. Por outro lado, em
nossas atividades, notou-se maior participação de pequenos produtores.

Conclusão
Com o intuito de desenvolver um artesanato caseiro com a pele do coelho, o
curso possibilitou a transferência de conhecimento aos estudantes universitários e a
pequenos produtores no manejo do curtimento da pele de coelho, servindo como
ícone na geração de renda complementar por meio da comercialização das peles ou
peças produzidas, constituindo uma alternativa econômica da exploração cunícula.
Apoio Financeiro
Projeto financiado e apoiado pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e
Assuntos Estudantis da Universidade Federal da Grande Dourados.

Referências Bibliográficas
DORNELLES, D. R.; GABRIEL, A. M. A.; OLIVEIRA,E. R.; MOURA, L. V.; SILVA, L.
H. X.; MONÇÃO, F. L.; LUNA, S. F.; PEDROSO, F. W., Curtimento da Pele de
Coelho, 3º Encontro de Extensão; 3º Encontro de Iniciação Científica; 2º Encontro de
Pós-Graduação (Ciência no Brasil), ENEPE, 2009, CD-ROM.

HOINACKI, E.; MOREIRA, M. V.; KIEFER, C. G. Manual Básico de Processamento


de Couro, SENAI/RS, Porto Alegre, 1994.

VIEIRA, M. I., Produção de Coelhos: Caseira, Comercial, Industrial. 7. ed. São


Paulo: Nobel S.A., 1979. 368p.

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