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24/03/2009 Portal de Engenharia Quimica - Introd…

INTRODUÇÃO

| Im primir |

Os Processos de Separação constituem, desde sempre, uma etapa fundamental dos Processos de Fabrico da Indústria Química.
Para que o Processo Reaccional decorra de acordo com as especificações definidas previamente, é necessário que as matérias
primas sejam introduzidas no Reactor com o grau de pureza adequado, o que implica, necessariamente, um processo prévio de
tratamento/purificação das matérias primas. Ou seja, as correntes de entrada no reactor passam, quase sempre, por unidades
prévias de separação. O mesmo se passa com os produtos da reacção. Na maior parte dos casos as correntes com os produtos
da reacção transportam ainda alguma percentagem de reagentes podendo também ocorrer reacções paralelas que dão origem a
produtos que não são os desejados. Também neste caso é necessário tratar essas correntes para separar o produto que foi
inicialmente especificado, com o grau de pureza desejado. Outra área da instalação fabril onde são essenciais os Processos de
Separação é no tratamento dos ef luentes da unidade, sejam eles gasosos ou líquidos.

Os Processos de Separação são variados e a selecção do processo mais adequado para um determinado tratamento depende
das características da alimentação a tratar e dos objectivos a atingir (nomeadamente o grau de pureza pretendido para a corrente
de saída) assim como de factores económicos.

A noção de Processo de Separação está intimamente ligada à de Operação Unitária. Este conceito foi introduzido na
Engenharia Química, pela primeira vez, por Arthur D. Little em 1915 (História da Engª Quím ica) e foi essencial para a
sistematização do ensino dos Processos Químicos:

“Operação Unitária é toda a unidade do processo onde os m ateriais sofrem alterações no seu estado físico ou
químico e que pode ser projectada com base em princípios físico/quím icos com uns”

São diversas e cada vez em maior número as Operações Unitárias que se usam no processo de fabrico, mas podemos organiza-
las em quatro grandes grupos, tendo em conta os princípios físico/químicos subjacentes:

Operações baseadas em Transferência da Quantidade de Movimento (por exemplo Sedimentação, Ciclonagem, Moagem, etc.);
Operações baseadas em Transferência de Massa (por exemplo Destilação, Extracção, Absorção, Adsorção, etc.);
Operações baseadas em Transferência de Calor (por exemplo os Permutadores de Calor);
Operações baseadas simultaneamente em Transf erência de calor e Massa (por exemplo Evaporação, Cristalização, etc.).

Para além disso podemos ainda agrupar as Operações Unitárias tendo em conta a f orma como se modela a transferência:

Com base no conceito de Andar em Equilíbrio (Equilibrium Based Operations);


Com base no conceito de Velocidade de Transferência (Rate Based Operations).

No primeiro caso o equipamento de separação considera-se dividido num conjunto de elementos que promovem a transferência
produzindo correntes em equilíbrio, tal como esquematizado na Figura 1 (Andar em Equilíbrio).

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Figura 1: Anda r e m Equilíbrio.

No andar N entram as correntes A N+1 e BN-1 que, após o processo de transf erência, dão origem às correntes A N e BN que estão

em equilíbrio. O equipamento de separação considera-se constituído por um somatório de andares em equilíbrio. No esquema da
Figura 1 está representado um Andar em Equilíbrio de um Processo em Contra-Corrente, mas também podemos ter andares em
equilíbrio em Processos em Co-Corrente. As operações de Destilação, Extracção e Absorção, podem ser modelados com base
neste conceito. A forma como se concretiza fisicamente o Andar em Equilíbrio depende do processo em causa.

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Em alternativa, podemos modelar as Operações Unitárias recorrendo ao conceito de Velocidade de Transferência. A


Velocidade de Transferência é proporcional à Força Motriz (Driving Force) que descreve o afastamento do equilíbrio nas
correntes entre as quais ocorre a transf erência.

Um exemplo de uma Operação que costuma ser modelada com base neste conceito é a Absorção. Neste caso o modelo é
constituído por equações diferenciais, enquanto a aplicação do conceito de andar em equilíbrio é traduzida matematicamente por
sistemas de equações algébricas.

No portal existem simuladores para as operações de Destilação, Extracção, Absorção e Adsorção.

Os novos processos industriais que, por um lado passaram a lidar também com materiais biológicos e que, por outro lado exigem
que os processos de estruturação ocorram numa escala cada vez mais pequena (nanómetro), têm levado ao desenvolvimento de
Novos Processos de Separação, como sejam: a Separação por Membranas - a Ultra Micro e Nano Filtração a Osmose Inversa e a
Electrodiálise -, a Separação por Peneiros Moleculares, a Separação por Processos Cromatográficos (já não apenas uma técnica
analítica), a Separação por Fluidos Supercríticos, etc. No portal são abordados alguns destes novos processos de separação na
secção de Processos Biológicos.

Outro desenvolvimento já amplamente implantado a nível industrial é o dos Processos de Separação Híbridos em que, no mesmo
equipamento, se combinam simultaneamente mais do que um mecanismo. Um exemplo já bastante comum é o da Destilação
Reactiva (w w w .engin.umich.edu/~cre/w eb_mod/distill/), utilizada por exemplo em processos de trans-esterif icação (por ex.
do ácido acético) e de isomerização, com a vantagem de permitir uma maior velocidade de separação, maior eficiência e
conversões f inais mais elevadas.

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Também ao nível da modelação dos Processos de Separação, os últimos desenvolvimentos encaminham-se para uma modelização
baseada nos fenómenos que ocorrem ao nível molecular (Molecular Based Simulation, ver “Osm osis Sim ulator” e D. Babic e A.
Pfennig 2004 e 2006), embora para os sistemas mais complexos tal abordagem ainda não se tenha traduzido em modelos com
aplicação prática na indústria.

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REFERÊNCIAS

1. D. Babic, A. Pfennig, “Direct Modelling of Unit Operations on Molecular Level”, Proc. 16th Eu. Symp. Computer Aided
Process Eng. and 9th Int. Symp. PSE, Eds. W. Marquardt, C. Pantelides, Elsevier, 359-364, 2006.
2. A. Pfennig, “Distillation Simulated on Molecular Level”, Molecular Simulation, 30(6), 361-366, 2004.

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