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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE


PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

QUALIDADE NA TERCEIRIZAÇÃO INDUSTRIAL:


Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

Rosemeri da Silva Paixão

Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

QUALIDADE NA TERCEIRIZAÇÃO INDUSTRIAL:


Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

OBJETIVOS:

O objetivo desse trabalho é demonstrar o


que faz uma empresa confiar a fabricação
dos seus produtos a terceiros e o que faz
uma empresa ser prestadora de serviços
e produzir para a empresa cliente, tendo
que ser responsável pela qualidade e
auxiliando na redução de perdas para o
contratante, cumprindo os prazos de
entrega dos produtos.
3
AGRADECIMENTOS

A Jeová, que tem me guiado durante


toda a vida, Aos alunos e
professores do Instituto “A Vez do
Mestre” que, direta ou indiretamente
contribuíram para confecção desse
trabalho acadêmico.
4
DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha família


que sempre esteve comigo na saúde
e na doença e que me ensinou que
devemos ser fortes diante das
dificuldades da vida.
5
RESUMO

Este trabalho apresenta uma metodologia que visa tornar mais eficiente e
confiável o processo de terceirização nas organizações, tendo como base à
bibliografia disponível (suporte teórico) e os casos práticos estudados e
analisados em uma empresa cosmética especializada em envasamento de
produtos em aerossóis. Utilizando estes critérios, a proposta metodológica
desenvolvida contribui para que sejam tomadas, de forma mais adequada, as
decisões que envolvem o processo de qualidade na terceirização. As decisões
do processo de terceirização de produtos pelo prestador de serviço de
terceirização são caracterizadas por três etapas básicas: (1) as vantagens de
prestar o serviço de terceirização de produtos; (2) como prestar o serviço de
terceirização de produtos com qualidade, que possa vir a ser considerado um
bom negócio; e ainda, (3) avaliar periodicamente a satisfação do cliente e o
fornecedor escolhido. Para a tomada de decisão em cada caso, utiliza-se uma
rotina única para todas as situações. Nesta rotina, são realizadas várias
análises, e envolvem-se todos os níveis de decisão da organização para que o
processo de terceirizar seja realizado com qualidade e sucesso.

Palavras-Chave: Qualidade; Terceirzar; Produção.


6
METODOLOGIA

O caso a ser estudado estará apresentando uma empresa cosmética


especializada em envasamento de produtos em aerossóis sendo uma
referência de como manter uma empresa competitiva, mesmo quando seus
produtos estão tão bem no mercado, utilizando a terceirização como um forte
aliado dos problemas cotidianos.

A empresa tem suas atividades voltadas para o envasamento de


produtos de em aerossol onde a mesma não pensava que iria ter chances de
se firmar diante de multifuncionais que dominavam o setor, mas esta empresa
precisava provar que sabia fazer, e partiu para oferecer os seus serviços a
outras empresas que vieram a ser seus concorrentes. O seu mix de produtos
abrange a fabricação de cosméticos (laquês, removedores de esmalte,
shampoo, condicionadores, secantes de esmalte, silicones para cabelos,...),
fabricação de produtos de festas (serpentina, tinturas temporárias para o
cabelo,...), fabricação de produtos eletroeletrônicos (limpa contatos
eletrônicos,...), produtos automotivos (reparadores de pneus, graxa, silicone
automotivos, desengraxantes,...).

Foi preparada uma entrevista com o diretor da empresa e esta entrevista


busca conhecer melhor, o porquê terceirizar, quais as vantagens e as
desvantagens deste serviço, dando um entendimento do por que a empresa
decidiu entrar no ramo da terceirização e quais os procedimentos utilizados
para a qualidade dos produtos. Esta parceria com as empresas concorrentes
também faz parte deste trabalho e o causa uma curiosidade em entender o
porque esta parceria com empresas que deveriam estar concorrendo e sendo
competitivas entre si e não parceiras neste momento de globalização e
disputas acirradas.
7
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPITULO I

Outsourcing 11

CAPÍTULO II

Diretrizes de Qualidade para Terceirização de


Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes 22

CAPÍTULO III

Case 31

CONCLUSÃO 39

ANEXOS 45

ÍNDICE 47

ÍNDICE DE FIGURAS 48
8
INTRODUÇÃO

O presente trabalho analisou um caso de uma empresa que fornece


produtos e serviços de terceirização que é definida como a contratação de
terceiros para executar parte ou totalidade de determinadas funções da
organização, ou seja, a empresa delega à terceiros a responsabilidade de
realização de determinadas atividades relacionadas ao seu processo produtivo,
para concentrar-se naquelas atividades em que mais tem competência.

A empresa estudada desenvolve uma metodologia que permite


encontrar parceiros para o processo de fabricar produtos, que em muitas vezes
são seus próprios concorrentes e, mesmo assim a empresa está preocupada
com o custo e a qualidade dos produtos que fabrica para seus clientes. Ela é
reconhecida no ramo como sendo uma especialista na produção e uma
consultora na execução dos serviços prestados.

Escolher o parceiro certo para o desenvolvimento de um produto não é


fácil, é preciso uma grande pesquisa para esta escolha, pois o prestador deste
serviço terá que ter grande conhecimento e capacidade produtiva para se
responsabilizar em fabricar um produto que pertence a terceiros, já que ele
será o transformador da imagem do produto da empresa contratante, e este
produto refletirá a imagem da empresa no mercado.

O estudo de caso é em uma empresa cosmética especializada em


envasamento de produtos em aerossóis, uma empresa familiar que foi fundada
pela em julho de 1965, tendo suas atividades voltadas a envasamentos de
produtos cosméticos, industriais, automotivos e de festas, especialmente
aerossóis e prestação deste serviço a terceiros. Mesmo possuindo uma marca
própria, a empresa passou a prestar serviço de terceirização visando o
aumento da necessidade de envasamento de produtos em aerossol no
mercado, aumentando assim a sua produtividade para poder atender as
diversas necessidades dos clientes.

Os dois (teoria e caso) se associam devido a empresa ser voltada à


9
terceirização de produtos e por se preocupar com seus clientes, sendo
responsável pela qualidade dos produtos, tendo pessoas especializadas que
auxiliam no lançamento do produto no mercado, prestando assim consultoria a
seus clientes.

Este estudo de caso sobre terceirização se difere, da maioria dos


trabalhos sobre o tema, pelo foco do estudo estar no caso de uma empresa
que fornece os produtos e serviços terceirizados e não na empresa cliente. Tal
perspectiva permite realçar as motivações e vantagens para a empresa
fornecedora de serviços e produtos para o cliente que pretende terceirizar parte
de suas atividades. Esta pesquisa, portanto, segue na contramão das
freqüentes teorizações sobre o tema terceirizar, que costuma avaliar esses
aspectos considerando o ponto de vista da empresa cliente.

O objetivo desse trabalho é demonstrar como a fabricação de produtos


para terceiros, pode ser também lucrativo para empresas que detêm know how
e maquinários que estão sem uso e assim poder transformá-los em um ativo
imobilizado que gere lucros para a empresa. O trabalho pretende também
analisar as vantagens e desvantagens de empresas produzirem para terceiros
e o porquê a empresa analisada se propõe a se ingressar no ramo de
terceirização de produtos. Originando, assim, as motivações que viabilizam a
decisão de prestar este serviço.

Pretende-se demonstrar o que faz uma empresa confiar a fabricação dos


seus produtos a terceiros e o que faz uma empresa ser prestadora de serviços
e produzir para a empresa cliente, tendo que ser responsável pela qualidade e
auxiliando na redução de perdas para o contratante, cumprindo os prazos de
entrega dos produtos.

A metodologia contribuirá para saber os critérios para escolha dos


parceiros que irão satisfazer as necessidades de conveniência da empresa
contratante e contratado, alcançando um relacionamento em que se chegue a
uma verdadeira parceria entre contratante e contratado.
10
Para as empresas que desejam investir nessa tendência do mercado,
que é a terceirização, ela pode ser usada como uma ferramenta para driblar os
riscos externos. A terceirização pode ser, inclusive, uma boa saída para as
empresas que obtém maquinários obsoletos pela falta de demanda de seus
produtos, utilizando a alternativa de fabricar produtos com a marca de seus
clientes.

Visto que empresas que fornecem este serviço detêm o know-how para
estes processos. A terceirização se justifica pela obtenção dos resultados
positivos, se tiver parceiros que de fato detenham mão-de-obra altamente
qualificada para que consiga um produto final bem acabado, obtendo um
menor custo e com melhor qualidade, em relação quando executado pela
contratante.

Este tema da terceirização tem sido bastante pesquisado sob o ponto de


vista da empresa que contrata este serviço. Entretanto, este projeto de
pesquisa está na contramão dessa corrente, já que propósito é estudar o tema
na perspectiva da empresa que fornece esse tipo de serviço. Esse ponto de
vista ainda carece de informações, esta pesquisa pode contribuir neste sentido.
11
CAPÍTULO I

OUTSOURCING

O termo Outsourcing (Out = fora; Source = fonte externa), conhecido no


Brasil pela palavra terceirização que se refere também a uma situação
alternativa em que a empresa identifica a necessidade de uma atividade nova,
no entanto, decide pelo desenvolvimento desta atividade por um fornecedor, ao
invés de desenvolvê-la e incorpora-la ao seu processo.

De acordo com Giosa (1993) a terceirização não é uma técnica só


aplicada nos dias de hoje, ela vem crescendo desde o início da II Guerra
Mundial, com as indústrias bélicas, que se concentravam na produção de
armamentos, e faziam isso como empresas produtoras de serviços mediante a
contratação. E Queiroz (1998, p.59), complementa que a terceirização se
“originou-se nos Estados Unidos da América por volta de 1940, quando este
país aliou-se aos países europeus para combater as forças nazistas e
posteriormente o Japão”.

A abertura comercial, significativa, no Brasil pode ter causado


conseqüente aumento da competição no mercado interno, alterando o perfil
das micros e pequenas empresas brasileiras. Uma pesquisa realizada pelo
Sebrae de acordo com o site Diário do Nordeste, com 1,5 mil indústrias
envolvidas em operações de subcontratação, revela que em vez de fabricar o
produto final, 69% das micros e 26% das pequenas empresas passaram a
produzir e fornecer peças, componentes, subconjuntos e serviços técnicos para
uma outra empresa, responsável pela finalização dos produtos.

Mas o que vem a ser terceirização de produtos industrializados? De


acordo com Giosa (1993), este conceito vem evoluindo com o tempo, com a
horizontalização das organizações, onde as empresas passaram a se
concentrar em suas atividades fins e a deixar para terceiros as operações que
pudessem ser delegadas a empresas que tivessem no mínimo o mesmo nível
12
de qualidade ou superior, para a realização de tarefas que eram realizadas
internamente.

“Terceirização ou outsourcing pode ser definida como a


contratação de terceiros para executar parte ou a
totalidade de determinadas funções da organização. Na
realidade, trata-se de uma transferência de atividades de
uma organização para outra [...] que passam a ser
fornecedores. [...] substituindo-se custos fixos por custos
variáveis e efetuando-se desinvestimento em ativo fixo”
(CHIAVENTO 1999a, p. 415)

De acordo com Trevisam (2005, p.26) a terceirização é a contratação de


serviços de terceiros para a execução de etapas de fabricação ou fabricação
total de produtos.

Como este trabalho trata de uma especifica atividade da terceirização


que é a produção total ou parcial de produtos de higiene pessoal, cosméticos e
perfumes, por empresas contratadas para executarem este serviço, segue
abaixo algumas definições dadas pelo SGT11 Saúde/Comissão de Produtos
para a Saúde/Grupo Ad Hoc de Cosméticos de acordo com o artigo 1°,
demonstrado por Trevissan (2005 p.26):

Ø Empresa Contratante: empresa titular do produto, que contrata serviços


de terceiros, responsável por todos os aspectos legais e técnicos
vinculados com o produto e processo objeto da terceirização;

Ø Empresa Contratada: empresa que executa etapas de fabricação ou


fabricação total de produtos, co-responsável pelos aspectos técnicos e
legais inerentes à atividade objeto da terceirização. Chamada de
empresa TERCEIRISTA;

Ø Fabricação/Manufatura: todas as operações necessárias para a


obtenção dos produtos contemplados pela legislação sanitária vigente;
13
Ø Produção/Elaboração: operações envolvidas a reparação de
determinado produto desde o recebimento dos materiais,
processamento, embalagem, até a conclusão do produto
acabado/terminado;

Ø Representante Legal: pessoa que representa a empresa e responde


administrativamente, civil, comercial e penalmente pela mesma;

Ø Responsável Técnico / Diretor Técnico / Regente: profissional


legalmente habilitado pela Autoridade competente para exercer a
responsabilidade técnica das atividades desenvolvidas pela empresa e
reguladas pela legislação sanitária vigente.

Estas definições foram mais tarde regulamentadas pelo âmbito do


Mercosul: Grupo de Mercado Comum, Resolução de n°. 26 de 2006
(MERCOSUL/GMC/RES. Nº 26/06) – Contratação de Terceirização para
Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, Tendo em vista o
Tratado de Assunção, o Protocolo de Ouro Preto, a Decisão Nº 20/02 do
Conselho do Mercado Comum e as Resoluções Nº 110/94 e Nº 41/96 do Grupo
Mercado Comum.

1.1 - Terceirização e Qualidade

As atividades terceirizadas podem conduzir a um maior controle da


qualidade, à redução dos desperdícios e retrabalho, tornando a empresa mais
competitiva para enfrentar os desafios cada vez maiores da era
contemporânea, em meio à globalização econômica (GIOSA, 1993).

Administrar a qualidade deve buscar continuamente a satisfação do


cliente, mas necessidade das pessoas mudam continuamente e os
concorrentes estão sempre tentando se enquadrar a estas mudanças, segundo
Campos (2004, p. 109), desta forma a inovação contínua tem como referência
os clientes e os concorrentes. Sendo assim:
14
“A Garantia da Qualidade é uma função da empresa que
tem como finalidade confirmar que todas as atividades da
qualidade estão sendo conduzidas da forma requeria.
Portanto a garantia da qualidade é a embaixatriz do
cliente na empresa, é a função que visa a confirmar que
todas as ações necessárias para o atendimento das
necessidades dos clientes estão sendo conduzidas de
forma completa e melhor que o concorrente.” (CAMPOS,
2004, p. 113).

Mas, quando este concorrente é o nosso cliente? Sendo este nosso


parceiro deve-se por ética prover as mesmas Garantias de Qualidade da
empresa contratada.

Em uma entrevista Fernanda Mendonça, gerente-geral da Freedom


Cosméticos considerou que “aos olhos dos clientes, não é interessante ter
linhas próprias, pois o cliente receia que todo o empenho dedicado à sua linha
de produtos possa ser compartilhado com a linha da empresa contratada”
(Moraes, 2007). Mas em relação a qualidade esta observação pode ser
considerada como inadequada, visto que o “prestador ou fornecedor de
serviços com tecnologia própria, administra e supervisiona as suas atividades
(...). Tem resultados de qualidade, eficiência e eficácia” (QUEIROZ, 1998, p.
27).

Vicente Falconi, um dos grandes estudiosos no assunto de Qualidade no


Brasil, diz que o gerenciamento da qualidade evita muitos problemas no
momento da produção de um bem, por isso, a pratica de controle da qualidade
é uma obrigação da empresa contratada e também da contratante. Segundo o
autor deve haver um “Gerenciamento da Rotina do Trabalho”:

“O Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a Dia (ou


simplesmente Rotina) é conduzido de tal forma a
proporcionar o melhoramento contínuo na empresa pela
conjunção das operações de manutenção (cumprimento
15
de padrões e atuação na causa dos desvios) e melhorias
(alteração dos padrões para melhor resultado)”.
(CAMPOS, 2004, p. 49).

Há também a Auditoria de Qualidade, que pode e deve ser efetuada pelo


contratante, com o objetivo de assegurar a conformidade dos produtos
fabricados pelos terceiristas. E que é assegurado pela Portaria n°. 348/97 da
Anvisa. Por isso a preocupação de empenho dedicado à linha de produtos do
contratante possa ser compartilhado com a linha da empresa contratada, só
pode acontecer com contratados que não são parceiros e que não tem a
qualidade como objetivo principal dos serviços prestados, o que também pode
ser visto em seus produtos de marca própria.

1.2 - Seleção do Parceiro

A seleção da parceria deve ser muito avaliada, para tanto deve se


estabelecer uma relação de muita confiança e solidez. Ambas precisam estar
em sintonia, ou seja, devem ter os mesmos objetivos e metas pré-
estabelecidas. Muito embora tenham papéis diferentes no que fazem devem
querer atingir o mesmo resultado. E este resultado alcançado é partilhado
como se fosse uma sociedade, onde a igualdade de decisões deve ser
respeitada e a hierarquia abolida.

Vicente Falconi cita, em seu livro, Monteiro Lobato, referente ao


Programa proposto aos operários da empresa editora que trazia o seu nome,
que dizia que o sócio-consumidor participa dos lucros, recebendo artigos cada
vez mais caprichados e por preços cada vez mais baixos. A industria que
procura lesar esse sócio, impingindo artigos malfeitos e caros, não é indústria,
é pirataria.

A troca de parceiros de uma organização se dá por muitos motivos e o


principal é a insatisfação do serviço prestado. A contratada pode vir a falhar em
muitos aspectos como: falha na entrega, má qualidade nos produtos ou
16
serviços ou até mesmo a confiabilidade que foi passada a contratante e que
não está sendo mais cumprida.

Peter Druck (1993, p. 263), dizia que a “melhoria visa aperfeiçoar ainda
mais aquilo que já tem sucesso, é uma atividade ininterrupta que requer metas
quantitativas específicas [...]. A melhoria começa com o feedback [...]. Desta
forma podemos observar que os parceiros além da melhoria de seus processos
devem também ser respeitados com a atividade de retroação das atividades
executadas por terceiros.

1.3 - A terceirização em Atividade de Assessoria

Algumas organizações não agregam valor aos seus produtos e serviços,


quando isso acontece às organizações adotam a terceirização como
alternativa, contratando uma empresa prestadora de serviços que faz um
levantamento no foco da empresa para chegar a uma conclusão sobre o que
terceirizar.
“Muitas organizações preferem concentrar-se
exclusivamente no seu core business, transferindo para
outras organizações as atividades não-essenciais que
estas poderiam fazer melhor e a custo mais baixos. Isso
significa livrar a carga de supervisão e diminuir a
amplitude de atividades organizacionais diferenciadas,
reduzindo o leque de múltiplas atenções do nível
institucional e permitindo à organização dedicar-se
exclusivamente às suas atividades essenciais”.
(CHIAVENATO, 1999a. p. 415)

A terceirização dentro da linha de produção, nada mais é que, os


produtos ou acessórios que a empresa fabrica ou monta, em um determinado
espaço físico localizado dentro da empresa ou não, ou até mesmo com a
limpeza de suas máquinas bem como a manutenção.
17

Já fora do ambiente de produção no ambiente externo, o transporte, a


entrega, de peças ou até mesmo de máquinas, a jardinagem da fábrica e o
serviço de limpeza de todos os setores, e bem como a parte da segurança.

Onde, toda atividade exercida pela empresa, todos os setores, e o local


de todo o processo da empresa, bem como: fabricação ou montagem do
produto, o local de armazenamento e o controle dos produtos, o transporte e a
entrega do produto, todas as máquinas envolvidas na fabricação, à parte de
segurança da empresa ou até mesmo a escolta do produto até o cliente.

1.4 – Vantagens e Riscos da Terceirização

Prestar o serviço de terceirização de produtos, dá a empresa contratada


à responsabilidade de demonstrar as vantagens deste tipo de serviço prestado,
mas mesmo que estas empresas tentem enumerar estas vantagens, há
sempre o lado negativo para este serviço.

A terceirização pode trazer alguns riscos. A organização abre mão do


controle sobre a atividade, visto que o produto é do contratante. Ela fica à
mercê dos clientes externos. O produto ou serviço produzido internamente se
transforma em produto acabado a ser adquirida pelo contratante que às vezes
exigi demais ao terceirista. (CHIAVENATO, 1999a).

Ao terceirizar parte da produção a empresa que contrata o serviço “a


divisão do trabalho é transferida para além das fronteiras da organização. O
segredo é ponderar as vantagens e os riscos decorrentes da terceirização”.
(CHIAVENATO, 1999a, p. 416).

Problemas externos também podem causar atrasos na entrega do


produto ao contratado, e se o terceirista não estiver atento a estes problemas
18
pode perder clientes.

Se o contratado também produz para si mesmo, ele deve estar atento


aos problemas com a capacidade de produção, pois se a demanda de produtos
for maior que a oferta de disponibilidade para produzir dentro da empresa do
contratado, este problema poderá acarretar a perda do cliente.

À medida que há uma crescente evolução na globalização, aonde o


mercado vem exigindo cada vez mais produtos altamente qualificados e com
as crises que vêm acontecendo durante essas mudanças, torna-se primordial
para uma empresa se apegar àquilo que ela faz de melhor, concentrando suas
energias para atuar em processos que irão trazer resultados reais.

Na avaliação do Sebrae, muitas das micros e pequenas encontraram na


subcontratação uma fórmula eficaz para sobreviver criando alianças
estratégicas.

“Algumas empresas enfrentam uma demanda em declínio


e vêem poucas possibilidades de crescimento. Outras,
porém, estão criando novas soluções para os novos
problemas dos consumidores. Muitas estão encontrando
formas de oferecer ‘mais por menos” (KOTLER E
ARMSTRONG, 1999, p. 15).

Podem ser enumeras as razões para que uma empresa preste o serviço
de terceirização de produtos:

“São três as justificativas para a terceirização. Em


primeiro lugar, o argumento de custo. As economias de
escala permitem que as organizações sejam capazes de
fornecer determinadas atividades especializadas com
custos unitários mais baixos. Em segundo lugar, o
argumento de qualidade. As organizações fornecedoras
19
de determinadas atividades especializadas podem fazê-lo
de maneira melhor. Uma organização que pretende
realizar todas as coisas diferentes ao mesmo tempo
jamais conseguirá fazê-lo com qualidade adequada. Em
terceiro lugar, o argumento do core business. O core
business de uma organização representa suas atividades
essenciais ligadas diretamente à sua missão e objetivos
organizacionais” (CHIAVENATO, 1999a, p. 415).

Uma pesquisa feita pelo Sebrae, conforme o site do Diário do Nordeste


(2000), para 40% as empresas contratantes, a maior vantagem do sistema é
não precisar contratar funcionários especializados, nem investir em máquinas e
equipamentos. Outros 19% optam pelo sistema para reduzir custos gerais,
garantir maior lucratividade e rapidez de produção, mas para o contratado que
já está acostumado com este tipo de serviço e que dispõem de maquinário,
estes possivelmente não seriam grandes problemas.

1.4.1 – Tributação na prestação de serviços para


terceiros:

Uma das grandes vantagens da prestação de serviço de terceirização de


produtos são os impostos para o terceirizado, quem presta o serviço fica isento
do IPI (Imposto sobre produtos Industrializados), de acordo com Código Fiscal
de Operações e Prestações – CFOP – disponibilizado no site do Portal da
Receita, Finanças e Controle do Estado do Rio de Janeiro, o IPI fica a cargo de
quem é o fabricante do produto e não de quem está prestando um serviço de
fabricação.

Lembrando que esta operação é apenas para empresas que enviam


insumos para industrialização, seguem abaixo, na figura 1, as classificações
dos Códigos Fiscais de Operação (CFOP):
20

NOTA FISCAL EMITIDA PELO CLIENTE PARA O TERCEIRISTA


CFOP NATUREZA DE OPERAÇÃO
Remessa para Industrialização

Suspensão de IPI conf. Art. 42 Inc. VI decreto 4.544/02-RIPI


5.901
Suspensão do ICMS conf. Art. 52 do livro 1 decreto 27.427 de
17.11.00
NOTAS FISCAIS EMITIDAS PELO TERCEIRISTA APÓS
INDUSTRIALIZAÇÃO DOS INSUMOS
CFOP NATUREZA DE OPERAÇÃO
Retorno de industrialização
5.124
Suspensão de IPI conf. Art. 42 Inc. VII decreto n. 4.544/02 -
RIPI
Retorno de material utilizado no processo de
industrialização

5.902 Suspensão de IPI conf. Art. 42 Inc. VII decreto 4.544/02-RIPI

Suspensão do ICMS conf. Art. 52 do livro 1 decreto 27.427 de


17.11.00
Retorno de material não utilizado no processo de
industrialização

5.903 Suspensão de IPI conf. Art. 42 Inc. VII decreto 4.544/02-RIPI

Suspensão do ICMS conf. Art. 52 do livro 1 decreto 27.427 de


17.11.00

Figura 1 – Classificação Fiscal para terceirização de produtos. Fonte: Portal da Receita,


Finanças e Controle do Estado do Rio de Janeiro.

Sendo assim, o IPI é tributado apenas uma vez, na nota fiscal em que o
produto é vendido para o comércio.

Esta vantagem pode ser de grande proveito ao terceirista que além de


aproveitar o tempo ocioso que sua máquina possa ter sem que fabrique seu
próprio produto, ele pode usar desta vantagem de terceirista para se livrar de
alguns impostos mesmo que esteja produzindo.
21
1.5 - A Decisão de Manter Ou Não a Terceirização

A empresa contratada para a fabricação do produto tem uma grande


responsabilidade ao produzir, visto que, o produto reflete a imagem da
empresa contratante no mercado. Dentro desse contexto, o processo da
terceirização deve ser periodicamente avaliado para se verificar se o mesmo
está atingindo os objetivos esperados. Essas avaliações dão base na tomada
de decisão da empresa contratante no que diz respeito a decidir se mantém ou
desfaz o processo com a empresa contratada. Daí a necessidade desta última
atender e superar as exigências, objetivando a manutenção e até, a inclusão
de novos produtos no processo da terceirização.

Para a empresa iniciar a prestação da terceirização de produtos com


eficácia, esta deve ter o conhecimento das diretrizes e critérios claros para que
o objetivo seja alcançado, seguem algumas relacionadas, como: o produto a
ser produzido pode ser um que se exija alto grau de especialização de
funcionários ou um avançado maquinário, ou ainda, pode ser um produto onde
as atividades sejam secundárias ao negócio central da empresa contratante.

Criação de parceiros é fundamental para a empresa, para isso é


importante que a mesma possua experiência na execução da atividade, com
quadro de profissionais capacitados para demonstrar segurança. E para a
manutenção dos parceiros é necessário manter a qualidade na produção dos
produtos igual, ou melhor, do que era produzido pela própria empresa (Giosa,
1993).
22
CAPÍTULO II

DIRETRIZES DE QUALIDADE PARA TERCEIRIZAÇÃO


DE PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS
E PERFUMES

A diretriz é o conjunto de instruções ou indicações para se levar a termo


um negócio ou uma empresa e o objetivo de qualquer empresa é satisfazer o
mercado, sem compreender o mercado, fica quase impossível uma empresa
sobreviver, para Slack, Chambers e Johnston (2002), os objetivos de
desempenho ajudam a tornar uma empresa competitiva, pois formam os cinco
tipos de providências que uma empresa precisa tomar para contribuir com a
competitividade que são: qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e
custo.

Estes objetivos devem perseguir os produtos e os serviços para


satisfazer o cliente e em todos esses a qualidade tem o seu papel principal em
relação ao atendimento, os produtos e o custo dos produtos, a abordagem da
qualidade baseada no valor defende que a qualidade seja percebida em
relação ao preço (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).

“O gerenciamento pelas diretrizes é uma sistema


administrativo, praticado por todas as pessoas da
empresa, que visa garantir a sobrevivência [...], conduzido
pela alta administração da empresa, tem como objetivo
maior direcionar a caminhada eficiente do controle da
qualidade (Rotina) para a sobrevivência da empresa a
longo prazo.” (CAMPOS, 2004, p. 75).

A “qualidade é a capacidade do produto de desempenhar suas funções.


Inclui sua durabilidade geral, confiabilidade, precisão, facilidade de operação e
de consertos, e outros atributos valiosos” (KOTLER E ARMSTRONG, 1999, p.
192). Mas não só as diretrizes descritas acima elevam o sucesso da
23
organização:

“Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas em suas


atividades, as organizações estão mudando os seus
conceitos e alterando as suas práticas gerenciais. Em vez
de investirem diretamente em produtos e serviços, elas
estão investindo nas pessoas [...]. Em vez de investirem
diretamente nos clientes, elas estão investindo nas
pessoas que os entendem e as servem e que sabem
como satisfaze-los e encanta-los. As pessoas passam a
constituir o elemento básico do sucesso empresarial”
(CHIAVENATO, 1999b, p. 4)

Para Paladini (2008, p. 229), as estratégias da produção da qualidade


são conhecidas como qualidade na origem. Tratando-se de um processo que
visa induzir as pessoas a produzir com qualidade. Para tanto, segundo o
mesmo autor, é preciso que as pessoas envolvidas no processo de fabricação
devam ter uma nova postura, mentalidade, hábitos e comportamentos.

As pessoas são a vida de uma organização, saber fazer com que elas
entendam o objetivo organizacional e fazer com que a organização ajude as
pessoas a alcançarem seus objetivos pessoais, faz com que haja uma sinergia
constante em melhoria e desenvolvimento organizacional, as empresas que
hoje estão atentas a este diferencial que são as pessoas, passam a ser mais
competitivas. Sendo assim, uma empresa que presta serviços de terceirização,
ter pessoas comprometidas pode ser tornar também um diferencial e ajuda o
terceiro a cumprir as diretrizes estabelecidas pelos órgãos governamentais.
24
2.1 – Assuntos Regulatórios

Uma das preocupações das empresas contratantes é que a empresa


contratada esteja em dia com as exigências dos Órgãos Governamentais,
estando com as licenças e os certificados atualizados para que a mesma não
seja interditada por esses órgãos, o que poderia ocasionar o atraso ou até
mesmo a não entrega dos produtos. Por isso, a empresa contratante e a
contratada devem estar atentos às legislações pertinentes e em suas
atualizações para que não haja surpresas nas fiscalizações dos órgãos
competentes.

Algumas empresas contratam um Analista de Assuntos Regulatórios


(Regulatory Affairs) para controlar os Certificados e Licenças dos Órgãos
Federais, Estaduais e Municipais tais como:

- Agencia Nacional de Vigilância Sanitária e Secretaria de Vigilância


Sanitária do Estado referente aos Registros e Notificações de Produtos,
Procedimento Operacional Padrão, Boas Práticas de Fabricação;

- Matérias-Primas Controladas pela Polícia Federal, Polícia Civil (DFAE),


Ministério do Exército;

- Órgãos Ambientais: IBAMA, FEEMA, Secretarias do Meio Ambiente do


Estado e do Município.

2.1.1 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

A Anvisa é um Órgão Federal, que atua em diversas áreas da saúde e


uma dessas atividades é garantir a segurança e a qualidade dos produtos de
higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Por todas as empresas que fabricam,
terceirizam ou prestam serviço de terceirização destes produtos, sendo total ou
parcial, devem ter uma Licença de Funcionamento de Empresa (LFE) expedido
da Anvisa, publicado no Diário Oficial.
25
“Ato privativo do órgão competente do Ministério da
Saúde, incumbido da Vigilância Sanitária dos produtos de
que trata o Decreto nº 79.094/77, contendo permissão
para que as empresas exerçam as atividades sob regime
de Vigilância Sanitária, instituído pela Lei nº 6.360/76,
mediante comprovação de requisitos técnicos e
administrativos específicos” (ANVISA, 2008).

Uma das grandes atribuições legais é o cumprimento da Portaria N°.


348, de 18 de agosto de 1997 da Anvisa, onde há um dos principais conceitos
de Qualidade Total na fabricação de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos
e Perfumes, sendo esta, o Manual de Boas Práticas de Fabricação e Controle
(BPF e C), que as empresas contratante e contratada vão se guiar para
implementar as BPF e C e garantir um nível de qualidade para os produtos
fabricados.

A Portaria 348/97 descreve as atividades que guiam a garantia da


qualidade, dando definições e orientações de como a empresa contratante ou
contratada devem efetuar as operações de fabricação, recebimento de
materiais e estocagem, bem como a elaboração de processos, capacitação de
pessoal e procedimentos que visam a limpeza e desinfecção de máquinas
utilizadas durante a fabricação e aferição/calibração de instrumentos de
medição, onde há regulamentações são estabelecidas pelo Instituto Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). A Portaria
348/97 também define as responsabilidades na fabricação com terceiros e os
deveres do Terceirista além de todos os cumprimentos das diretrizes
estabelecidas.

Para atender as exigências do MERCOSUL/GMC/RES. Nº 26/06, a


Anvisa aprova o Regulamento Técnico na Resolução N°. 176, de 21 de
setembro de 2006, referente à Contratação de Terceirização para Produtos de
Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Que estabelece as definições para
exercer as atividades de tercerização.
26
Para que haja uma sinergia entre contratante e contratado, sem
que haja problemas com desentendimentos, é preciso que ambos formalizem
um contrato para que possam identificar suas responsabilidades, este por fim,
é de vital importância de acordo com Trevisan (2005, p. 26) “o contrato é o
documento devidamente legalizado em cada Estado Parte que estabelece o
vinculo entre as empresas envolvidas nas atividades objeto”, sendo este
necessário para que os órgãos regulamentadores possam analisar o vínculo de
parceria entre as empresas.

2.1.2 - Matéria-Prima controlada por Órgãos


Governamentais

Na composição dos Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e


Perfumes, pode haver matérias-primas que também são utilizadas para outro
seguimento de produto, como explosivos e entorpecentes. Estas matérias-
primas são controladas, e suas vendas restritas para as empresas quem detêm
os Certificados e Licenças para poderem comprá-las. Alguns Órgãos
controlam, fiscalizam e licenciam as empresas para que possam fabricar e
adquirir através de compras, estas matérias-primas, de acordo com suas
legislações:

- Matérias-Primas utilizadas também para produtos explosivos são


regulamentadas pelo Ministério do Exército no Decreto nº. 3665, de 20 de
Novembro de 2000 que cria a Diretoria de Fiscalização de Produtos
Controlados (DFPC), e quem fiscaliza as empresas é a Divisão de Fiscalização
de Armas e Explosivos da Polícia Civil (DFAE), as empresas que utilizam
qualquer matéria-prima listada pelos órgãos devem preparar o movimento de
consumo industrial e depósito dos produtos químicos controlados e obter o
Certificado de Registro do Exército e do DFAE.

- Matérias-Primas utilizadas também para produtos entorpecentes, são


regulamentadas pela Central de Controle de Produtos Químicos do
27
°.
Departamento de Polícia Federal de acordo com a Portaria N 1274, de 25 de
agosto de 2003, que compromete a exercer o controle e a fiscalização de
precursores e outros produtos químicos essenciais empregados na fabricação
clandestina de drogas, como estratégia fundamental para prevenir e reprimir o
tráfico ilícito e o uso indevido de entorpecentes e substâncias psicotrópicas.
Para isso as empresas devem obter Certificado de Registro Cadastral e o
respectivo Certificado de Licença de Funcionamento e seguir todos os tramite
de controle exigidos pelo Órgão.

2.1.3 – Órgãos Ambientais

Órgãos Ambientais devem ser uma preocupação dos Terceiristas, pois


estes também influenciam na operação da empresa, por isso devem estar
atendos as legislações ambientais e suas atualizações sejam eles de qualquer
instância: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
(FEEMA), as Secretarias Estadual e Municipal do Meio Ambiente, etc.

O contratante deve ter atualizados os Certificados Ambientais


analisando periodicamente os efluentes, poluição do ar, poluição sonora, etc,
desempenhando assim, um papel sócio-ambiental e sendo uma empresa
ecologicamente correta.

2.1.4 – Associações, Federações, Fundações e Sindicatos

Para alguns terceiristas que queiram se aprofundar ainda mais nos


Assuntos Regulatórios e que visam a melhoria e a qualidade de seus serviços,
podem procurar algumas entidades que auxiliam muitas empresas a serem
vistas pelos contratantes como uma empresa responsável que tem como
objetivo a Qualidade Total. Sendo assim temos:
28
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos (ABIHPEC), que é uma entidade que representa, nacional e
internacionalmente, empresas relacionadas à produção, promoção e
comercialização de produtos acabados e insumos destinados aos cuidados
pessoais.

E para as empresas no Rio de Janeiro temos o Sindicato das Indústrias


de Produtos Cosméticos e Higiene Pessoal do Rio de Janeiro (SIPATERJ) que
é filiado a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) e
que também é associado a ABIHPEC. O SIPATERJ tem como Missão,
promover ações que contribuam efetivamente para o progresso e
desenvolvimento das Indústrias de Cosméticos, Perfumaria e Higiene Pessoal
do Estado do Rio de Janeiro.

Já a O Sistema FIRJAN é composto por cinco Instituições que são o


Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ), Serviço Social da Indústria (SESI),
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Instituto Euvaldo Lodi
(IEL) que trabalham de forma integrada para o desenvolvimento da indústria
fluminense, promovem ações para garantir uma posição de destaque para o
estado no cenário nacional nos níveis político, econômico e social. Todas as
Instituições se caracterizam hoje fortemente como prestadoras de serviços às
empresas.

Não podendo esquecer do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e


Pequenas Empresas (SEBRAE) da Região, que auxilia as empresas nos
desafios do empreendedorismo e que são de grande valia para orientar sobre o
mercado e as necessidades para crescimento institucional.

Para as empresas que querem receber prêmios de qualidade podem


também se candidatar ao Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ), concedido
pela Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) que tem como missão
”Disseminar os fundamentos da Excelência em Gestão para o aumento de
competitividade das organizações e do Brasil”.
29
Algumas entidades orientam o contratado no desenvolvimento do seu
negócio, o que pode atrair uma clientela que valoriza a qualidade de seus
produtos através das diretrizes que estas entidades proporcionam.

2.2 – Entrega do Produto Final com Rapidez e Qualidade

O contratado que exerce o serviço de terceirista e que detêm marca


própria, deve ter uma logística que vá de encontro com os seus interesses e
aos interesses do contratante, nunca se esquecendo de um bom Planejamento
e Controle da Produção (PCP), “normalmente as atividades de PCP são
desenvolvidas por um departamento de apoio a Produção, dentro da Gerência
Industrial” Tubino (2000, p.23).

O PCP deve “administrar os recursos humanos e físicos com base nos


planos, direcionar a ação dos recursos humanos sobre o físico e acompanhar
esta ação, permitindo a correção de prováveis desvios” Tubino (2000, p.23). E
para diminuir estes desvios, o PCP deve ter os critérios que serão os princípios
que se tomam como referências para emitir uma apreciação e conduzir uma
análise. De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2002 p.97): “À medida
que o volume dos produtos e serviços cresce, os concorrentes começam a
desenvolver seus próprios produtos e serviços [...]. Acompanhar a demanda
pode ser a principal preocupação [...]”. Visto que para prever esta demanda é
preciso ter conhecimento dos concorrentes, pois estes poderão ser os futuros
clientes.

Ser criterioso com processo de terceirização faz com que os produtos


saiam da empresa com qualidade, pois a satisfação do cliente é ligada à
qualidade, a percepção imediata desta qualidade é muito importante. “A
satisfação do cliente depende do desempenho do produto percebido com
relação ao valor relativo às expectativas do comprador”. (KOTLER E
ARMSTRONG, 1999, p. 6). Sendo assim, para os autores se o desempenho
30
faz jus às expectativas, o comprador fica satisfeito.

Na terceirização, de produtos industriais, tem que haver um bom


planejamento estratégico da produção para prever a demanda e atende-la sem
que possa atrasar a produção do cliente, de acordo com Tubino (2000), deve-
se assim formular planos, direcionar as ações dos recursos humanos para que
as pessoas auxiliem nas funções dos sistemas de produção e principalmente
prever a capacidade de produção que é o fator físico limitante do processo
produtivo, se a empresa está preparada para prestar serviço de terceirização
ela deve se planejar a tempo, antes mesmo que o pedido chegue, consultando
o cliente e pedido um planejamento antecipado da produção.
31
CAPÍTULO III

CASE

O caso estudado foi em uma empresa cosmética especializada em


envasamento de produtos em aerossóis. A entrevista foi feita com o Diretor
Geral da empresa que concedeu uma visita no dia 02 de outubro de 2008,
nessa visita foi respondida uma entrevista que está no Anexo I.

A empresa está há mais de 40 anos no mercado tendo marcas próprias,


e a terceirização industrial faz parte de uma das finalidades da mesma, tendo
por volta de 20 contratantes e já prestou e presta serviços de terceirização para
grandes empresas nacionais e multinacionais.

3.1- Objetivos de Ser Terceirista

O objetivo da empresa entrevistada diz não ser só financeiro, serve


também para criar fama no mercado, se relacionar com diretores de grandes
corporações, tendo como resultado a troca de conhecimento e tecnologia.

Tendo como missão “Produtos melhores para viver melhor, através dos
aerossóis”, nesta missão o objetivo de colocar produtos cada vez mais
responsáveis em relação ao meio ambiente, até porque o aerossol utilizava o
gás CFC (clorofluorcarbono), um gás que prejudicava a camada de ozônio e
hoje a empresa utiliza o gás butano/propano, que não trás nenhum mal ao
planeta.

3.1.1 - Flexibilidade

A empresa tem uma grande flexibilidade de modificar seus produtos


como também em desenvolver o produto que o cliente desejar independente
32
dos que ela possui no mercado. Isso se dá pelo grande investimento em
maquinários, treinamento do pessoal e seu laboratório de desenvolvimento
equipado para atender a necessidade do cliente.

Os clientes da empresa, em geral, querem os menores lotes possíveis e


entregas em cima da hora, ou seja, o Just In Time, prazos longos de
pagamento, e o máximo de garantia possível para o produto final mesmo que
eles tenham dado a fórmula ou tenham mandado o produto para apenas
envasar. Por isso, a empresa dá aos contratantes diversos meios possíveis
para que eles possam escolher a forma que desejam ser atendidos e a forma
que eles querem que a empresa manipule seus produtos, visando assim a
excelência do produto final e a flexibilidade de poder oferecer os seus serviços
a um mercado tão exigente e competitivo.

3.1.2 - Especialização

A empresa observou que havia empresas que tinham dificuldades de


produzir o seu produto e lançá-lo no mercado, empresa estas que não
possuem a especialização em envasamentos de produtos em aerossóis.
Pensando assim, a mesma investiu em mais maquinário para que pudesse
atender a demanda de produtos próprios e produtos de terceiros, aproveitando
o momento de mudanças mundiais, e começando a conquistar fatias
significativas deste mercado.

Para que a empresa pudesse ser tão flexível, ela teria que ter em seu
quadro funcional, pessoas especializadas no tipo de atividade que ela exerce,
então a empresa passou a treinar seus funcionários para que haja qualidade
deste o recebimento dos insumos até a entrega do produto final ao contratante.
33
3.1.3 - Responsabilidades

Para a empresa a responsabilidade da terceirização é muito complexa,


isso se dá pelo produto final obtido, este deve estar em conformidade com os
padrões estabelecidos pela empresa contratada, o que nem sempre é possível,
pois os fornecedores também fazem parte desta tarefa, já que devem entregar
os insumos em tempo hábil e com qualidade.

Firmar um contrato para cada contratante e de extrema importância,


principalmente quando o terceirista atende várias empresas com vários tipos de
produtos que acabam recebendo vários tipos de processos de produção. O
contrato servirá para que as responsabilidades de cada um sejam claras, pois
se houver um insucesso no produto o terceirista possa se respaldar naquilo
que foi acordado entre as partes.

Pagnoncelli (1993), diz que “a responsabilidade com o serviço é muito


grande para o terceirista, visto que para atender os pedidos ele deve estar
atento” em por exemplo: greve de transporte público, greve da categoria, atraso
na entrega de insumos, férias coletivas, feriados, etc.

A responsabilidade da empresas contratada deve ser da entrega do


insumo até a entrega do produto ao contratante do serviço de terceirização.
Sendo assim, o contratado deve ser responsável pelas boas praticas de
fabricação, peso, volume, relatórios de início, meio e fim de cada produção.

3.1.4 - Vantagens e Desvantagens de Ser Terceirista

Para a empresa a vantagem principal de ser terceirista é a de reduzir o


seu custo fixo, ter a oportunidade de desenvolver novas tecnologias em
aerossol para várias empresas, aumentando assim a participação sobre o total
de aerossóis produzidos no país.
34
A desvantagem encontrada pela empresa é a falta de conhecimento de
técnico dos engenheiros das empresas contratantes, pois alguns produtos que
eles vendem em embalagens plásticas como: géis, pomadas, cremes..., e que
querem transformar estes produtos em aerossóis, acabam não compreendendo
que esta modificação deve ser bem estudada para que o produto alcance a
conformidade e que pressionados pelo departamento de marketing, acabam
querendo lançar o produto rapidamente no mercado, e por fim não realizam
certos testes de estabilidade e compatibilidade.

3.2 - Entrevista com o Diretor

Quando a empresa foi fundada no início da década de 60 o ambiente da


indústria de aerossol estava apenas nascendo no país. Uma firma pequena
não tinha chance de se afirmar diante de poucas multinacionais que
dominavam o setor.

Os aerossóis eram uma espécie de “mágica”. Constituíam e ainda


constituem a embalagem mais completa e complexa inventada pelo homem por
várias razões, entre elas a embalagem não serve apenas para proteger o
produto até o momento do consumo, mas também é o seu sistema de
aplicação dispensação e uso, parecendo ter vida em si, uma vez que a pressão
interna se manifesta ao toque de um simples botão.

Assim a empresa precisava provar que sabia fazer, e partiu para


oferecer os seus serviços a outras empresas que viriam a ser suas
concorrentes mais adiante. Há mais de quatro décadas a firma terceiriza
cosméticos, produtos domésticos, produtos de uso automotivo, produtos
técnicos, produtos sanitários saneantes e outros.

A vantagem principal de prestar o serviço é reduzir o seu custo fixo,


também desenvolver novas tecnologias pioneiras, e aumentar a participação
sobre o total de aerossóis produzidos no país.
35
As dificuldades encontradas são principalmente a falta de
conhecimentos técnicos dos engenheiros das outras empresas, que
pressionados pelo Departamento de Marketing querem fazer lançamentos de
produtos rapidamente sem realizar os devidos testes de estabilidade e
compatibilidade.

Os ganhos empresariais são de tornar a firma conhecida no ambiente


corporativo, pois ela torna-se responsável por uma quantidade de produtos que
seus clientes, empresas muito maiores, não tem conhecimentos ou condições
de produzir.

O diferencial que a firma oferece é a sua experiência de mais de 40 anos


prestando este serviço, o conhecimento das melhores fontes de suprimentos
de matérias primas e componentes para o ramo, e sua flexibilidade de mudar
de um produto para o outro sem abandonar o foco de Controle de Qualidade da
linha oferecendo uma garantia de performance superior ao que o mercado está
acostumado em serviços terceirizados.

Empresa foi a primeira empresa a investir na criação, com muita


dificuldade, de uma usina de tratamento de hidrocarbonos alifáticos para
substituir os CFCs que estavam atacando a camada de ozônio.

A responsabilidade de uma terceirização é complexa no ambiente


empresarial do Brasil, pois as leis tendem a ser contraditórias e excessivas
gerando diferentes interpretações. Uma das principais armadilhas é a
responsabilidade trabalhista ao se terceirizar um produto. Outro problema é
saber até que ponto o terceirista garantirá o produto produzido em suas
dependências pois, tudo depende dos componentes que ele recebe do seu
cliente, e pelos quais o cliente deverá se responsabilizar. No caso de o
terceirista oferecer o serviço no estilo Full Service, isto é dando tudo menos a
marca do produto (em alguns casos até a marca é alocada com exclusividade
para um determinado cliente sujeitando o mesmo a um consumo mínimo para
permanecer dono no mercado da referida marca) neste caso, o terceirista
deverá assumir a total responsabilidade até o consumo final do produto e
36
também diante do Código do Consumidor. Em geral este não é o caminho pois
a firma cliente não quer perder o controle, e assim sendo ela acaba se
responsabilizando pelo produto, ficando o terceirista responsável apenas pelas
boas práticas de manufatura, peso e volume corretos, e relatórios de início
meio e fim de cada produção.

Para se terceirizar um produto há várias pré-condições entre elas


estabelecer a parte legal de registro, estudar a viabilidade, ver se o produto já
existe sob embalagem tradicional não aerossol e neste caso adaptar a fórmula
para aerossol o que pode significar a mudança completa da mesma, a firma
também exige que os engenheiros da empresa cliente se interessem pela
parte científica do empreendimento, pois deve tentar se empenhar no processo
para poder compreendê-lo e assumir uma parte da responsabilidade do
processo. Isto é determinado em um contrato de serviços onde é indicado onde
começa e onde acaba a responsabilidade de cada uma das partes.

Tentar “encuralar” o mercado só porque se é dono de uma tecnologia,


nunca deu certo para pequenas empresas. Isto apenas deu certo para grandes
grupos empresariais que conseguem impor marcas, embalagem, e estabelecer
hábitos de uso. Colocar um produto no mercado é tão difícil como fabrica-lo, ou
talvez ainda mais e exige grande dedicação, equipes de grande porte e grande
investimento de capital. Certamente não é o caminho mais confortável para se
agir.

Os clientes em geral querem os menores lotes possíveis, entrega


encima da hora, ou seja, o Just In Time, prazos longos de pagamento, e o
máximo de garantia possível para o produto final mesmo que eles tenham dado
a fórmula ou tenham mandado o produto para apenas envasar. Há uma
tendência de fugir da responsabilidade em relação ao produto e o segundo e
terceiro escalão das firmas em geral tende a culpar o terceiro pelo insucesso
do produto, pois esta é a maneira mais confortável de salvar a própria pele. Um
contrato de serviço muito refinado deve ser negociado com cada um dos
clientes e para cada um dos produtos, pois pode ter enorme diferença de
37
produto a produto. No exterior, muitos países legislaram sobre esta situação e
existem contratos modelo prontos para serem assinados. Escritórios de
advocacia se especializaram em cuidar de causas de litígio em volta de
envasamento de aerossóis.

Prestar serviços para o próprio concorrente, quando o cliente é um


concorrente de verdade, ele sabe do que está falando e as limitações e
exigências para cada produto, o que torna a coisa mais fácil. Prestar serviços
para alguém que está tentando entrar no mercado ignorando quase tudo sobre
o mesmo é a atividade mais difícil, pois se deve explicar cada pequeno
pormenor o que onera a operação.

A maioria dos clientes escolheu a firma para terceirizar justamente


porque ela está bem colocada no mercado, e demonstra possuir a tecnologia
necessária para produzir o que eles querem. Alguns dos clientes, até colocam
isto como pré-condição antes de escolher o envasador.

O objetivo da terceirização na empresa não é apenas financeiro, mas


tem fundo acadêmico, serve para treinar as próprias equipes, diluir custos, criar
fama no mercado, e ser relacionar com as diretorias de grandes corporações
tendo como resultado a tramitação de novas tecnologias, e a antecipação de
lançamentos no mercado internacional e outros resultados intangíveis.

A firma desenvolve produtos novos sem parar, mesmo que não haja
encomenda para eles, ou não sejam lançados de imediato. São chamados
produtos prontos "de prateleira" assim estarão prontos para aproveitar
oportunidades. Os clientes em geral ficam dependentes da consultoria do
envasador para dar o acabamento final aos seus produtos. Em casos raros o
cliente já vem com a tecnologia desenvolvida.

A missão da empresa é "Produtos melhores para viver melhor, através


dos aerossóis". Também pode ser incluído como missão perseguir o objetivo
de colocar no mercado produtos cada vez mais responsáveis em relação ao
meio ambiente, e investir nas pessoas visando não espremer lucros delas
38
como alias acontece na maioria das corporações competitivas de hoje, mas
vislumbrando o elemento humano, pois sem as pessoas nada disso estaria
aqui. As riquezas não existem sem pessoas, e a qualidade das pessoas
determina o proveito que se pode tirar das riquezas produzidas.

A observação final é que todo o setor e toda a atividade podem ser


realizadores desde que as pessoas criem foco, aprendam a amar o que estão
fazendo, e não percam o rumo, isto é, não torne os lucros seu alvo, mas como
foi dito "viver melhor" criar satisfação, criar valor agregado ao produto e
qualidade. Não seremos lembrados pelo nosso saldo bancário, mas
certamente podemos deixar nossa marca se pudermos influir de forma positiva
e construtiva na vida dos outros. Produtos industrializados, não só os
aerossóis, são objetos que convivem conosco e passam a fazer parte de nosso
dia a dia, é importante que eles sejam honestos, ter o preço justo, faça o que
se propõe a fazer, e facilitem a nossa vida, de outra maneira perdem a sua
razão de ser, e passam a ser apenas um modismo passageiro.

Um dos fatores principais de trabalhar para terceiros, sendo estes


concorrentes, é que se a empresa contratada não fizer, outro vai fazer. Desta
forma é melhor que este movimento financeiro fique conosco do que acabe
caindo nas mãos de outra empresa sem muita especialização.
39
CONCLUSÃO

A terceirização pode ser de grande valia para empresas que tentem


maquinário, espaço, tempo e capacitação tecnológica para poder se
responsabilizar em prestar o serviço de ser terceirista e para tanto deve esta
preparado para poder atender todas as exigências dos contratantes.

Estar preparado para uma mudança na empresa, referente a um


possível choque de cultura, pode fazer com que o negócio não seja bem
sucedido, mas estando preparado para a competitividade e as ameaças, assim
como no próprio produto da empresa, a terceirização poderá ser um aliado,
tanto na troca de informações entre empresas como também entre um forte
laço de parceria, já que trocar de terceirista não e como parar de comprar em
outra padaria. Na terceirização tem que existir um compromisso sério, assim
como na fabricação de um produto próprio.

O terceirista deve se estar atendo as mudanças globais e no que o


mercado vem exigindo, olhando sempre para o micro e macro ambiente. Saber
gerir o negócio não só com o capitalismo, mas também com o lado humano,
fazendo das pessoas os maiores colaboradores para o sucesso da
organização.

Para prestar um serviço de terceirização a organização não deve ser só


um terceirista, mas também deve ser um consultor que auxilia o cliente no
desenvolvimento do produto, devido a sua experiência do mercado, sendo
holístico nas contingências que poderão surgir no futuro, para que assim tenha
sempre o cliente fidelizado.

Perceber qual é a hora de prestar um serviço de terceirização é ter “em


mãos”, pessoas qualificadas, capacidade para produzir, fornecedores e pessoal
capacitado e comprometido. Pois com a globalização muitas empresas
multinacionais podem estar precisando de um terceirista, para poderem ser um
40
parceiro na produção de seus produtos, basta o terceirista estar preparado
para gerir mais esse desafio.

A gestão da qualidade não deve estar em um segundo plano, pois é com


ela que o contratante irá se basear na escolha do terceirista, estar atento as
normas existentes que visam dar diretrizes para a qualidade na terceirização
industrial de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes é um
diferencial para que a terceirização seja vista com uma boa alternativa para o
contratado.
41

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TREVISAN, Carlos Alberto. Terceirização. São Paulo: Cosmetics & Toiletries


(Ed. Em Português), 2005.

TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de planejamento e controle da produção.


São Paulo: Atlas, 2000.
44
ANEXOS
Índice de anexos

Anexo 1 >> Entrevista com o Diretor da empresa pesquisada 45


45
ANEXO 1
Entrevista com o diretor da empresa pesquisada.

1. O que levou a empresa a entrar no ramo da terceirização? E há quanto tempo presta


esse tipo de serviço? Quando fundamos a empresa no início da década de 60 o ambiente da
indústria de aerossol estava apenas nascendo no país. Uma firma pequena não tinha chance
de se afirmar diante de poucas multinacionais que dominavam o setor.

2. Há alguma flexibilidade? A empresa observou que havia empresas que tinham


dificuldades de produzir o seu produto e lançá-lo no mercado, empresa estas que não possuem
a especialização em envasamentos de produtos em aerossóis. Pensando assim, investimos
em mais maquinário para que pudesse atender a demanda de produtos próprios e produtos de
terceiros, aproveitando o momento de mudanças mundiais, e começando a conquistar fatias
significativas deste mercado.

3. Quais as vantagens de prestar este tipo de serviço e quais as dificuldades


encontradas? A vantagem principal de prestar o serviço é reduzir o seu custo fixo, também
desenvolver novas tecnologias pioneiras, e aumentar a participação sobre o total de aerossóis
produzidos no país. As dificuldades encontradas são principalmente a falta de conhecimentos
técnicos dos engenheiros das outras empresas, que pressionados pelo Departamento de
Marketing querem fazer lançamentos de produtos rapidamente sem realizar os devidos testes
de estabilidade e compatibilidade.

4. Qual a Missão? Qual o diferencial? Produtos melhores para viver melhor, através dos
aerossóis e o diferencial que a firma oferece é a sua experiência de mais de 40 anos prestando
este serviço, o conhecimento das melhores fontes de suprimentos de matérias primas e
componentes para o ramo, e sua flexibilidade de mudar de um produto para o outro sem
abandonar o foco de Controle de Qualidade da linha oferecendo uma garantia de performance
superior ao que o mercado está acostumado em serviços terceirizados.

5. Quais os ganhos empresariais de uma terceirização? O objetivo da terceirização não é


apenas financeiro, mas tem fundo acadêmico, serve para treinar as próprias equipes, diluir
custos, criar fama no mercado, e ser relacionar com as diretorias de grandes corporações
tendo como resultado a tramitação de novas tecnologias, e a antecipação de lançamentos no
mercado internacional e outros resultados intangíveis.

6. Como é dividida a responsabilidade de terceirização? A firma desenvolve produtos


novos sem parar, mesmo que não haja encomenda para eles, ou não sejam lançados de
imediato. São chamados produtos prontos "de prateleira" assim estarão prontos para
aproveitar oportunidades. Os clientes em geral ficam dependentes da consultoria do envasador
para dar o acabamento final aos seus produtos. Em casos raros o cliente já vem com a
tecnologia desenvolvida.

7. A empresa utiliza os critérios de excelência para prestar o serviço de terceirização?


Utilizamos as normas da Anvisa e principalmente as Boas Praticas de Fabricação exigido pela
mesma. Também seguimos todos os procedimentos exigidos pelos Órgãos Governamentais
para que possamos estar enquadrados em suas exigências, desta forma temos as licenças e
os certificados de todos os órgãos pertinentes.

8. Quais as maiores exigências de seus clientes? A maioria dos clientes escolheu a firma
para terceirizar justamente porque ela está bem colocada no mercado, e demonstra possuir a
tecnologia necessária para produzir o que eles querem. Alguns dos clientes, até colocam isto
como pré-condição antes de escolher o envasador.
46
9. A empresa tem várias linhas de produtos? Porque prestar um serviço de
terceirização se poderiam investir na qualidade de seus próprios produtos? Um dos
fatores principais de trabalhar para terceiros, sendo estes concorrentes, é que se a nossa firma
não fizer, outro vai fazer, de forma que é melhor que este movimento financeiro fique conosco
do que acabe caindo em outra empresa. E em relação a qualidade, este é um fator primordial
não só para a nossas marcas, mas também para os nossos parceiros.

10. Parar sua produção para fazer produtos de terceiros, não gera falta de qualidade
para seus próprios produtos? Como isso é gerenciado? Temos um setor de PCP (Programa
e Controle da Produção) dividido para os nossos produtos e para os produtos de terceiros,
desta forma os dois se comunicam para que possam programar a fabricação dos produtos.
47
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 8

CAPITULO I

OUTSOURCING 11
1.1 – Terceirização e Qualidade 13
1.2 – Seleção do Parceiro 15
1.3 – A terceirização em Atividade de Assessoria 16
1.4 – Vantagens e Riscos da Terceirização 17
1.4.1 – Tributação na Prestação de Serviços para Terceiros 19
1.5 – A Decisão de Manter Ou Não a Terceirização 21

CAPÍTULO II

DIRETRIZES DE QUALIDADE PARA TERCEIRIZAÇÃO


DE PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES 22
2.1 – Assuntos Regulatórios 24
2.1.1 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 24
2.1.2 – Matéria-Prima Controlada por Órgãos Governamentais 26
2.1.3 – Órgãos Ambientais 27
2.1.4 – Associações, Federações, Fundações e Sindicatos 27
2.2 – Entrega do Produto Final com Rapidez e Qualidade 29

CAPÍTULO III

CASE 31
3.1 – Objetivos de Ser Terceirista 31
3.1.1 – Flexibilidade 31
3.1.2 – Especialização 32
3.1.3 – Responsabilidades 33
3.1.4 – Vantagens e Desvantagens de Ser Terceirista 33
3.2 – Entrevista com o Diretor 35

CONCLUSÃO 39

ANEXOS 45

ÍNDICE 47

ÍNDICE DE FIGURAS 48
48

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – Fonte de Informação Segundo Portal da Receita, Finanças e


Controle do Estado do Rio de Janeiro 20

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