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A Unidade Da Aliança Da Graça - Robert L. Reymond
A Unidade Da Aliança Da Graça - Robert L. Reymond
GRAÇA
Extraído do livro “A New Systematic Theology of the Christian Faith”
Traduzido por Anamim Lopes Silva - Páscoa/2003.
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VII/II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto
foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita
obediência pessoal.
VII/III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse
pacto [a primeira aliança], o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto,
geralmente chamado Aliança da Graça[8]; nesse pacto ele livremente oferece aos
pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que
sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu
Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer.
VII/V. Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do
Evangelho. Sob a Lei, foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela
circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo
judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas,
pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar
os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos
pecados e a vida eterna: essa dispensarão chama-se o Velho Testamento. (ênfase
sublinhada)
Ainda que a obra da redenção não foi realmente cumprida por Cristo senão depois
da sua encarnação; contudo a virtude, a eficácia e os benefícios dela, em todas as
épocas sucessivamente desde o princípio do mundo, foram comunicados aos
eleitos naquelas promessas, tipos e sacrifícios, pelos quais ele foi revelado e
significado como a semente da mulher que devia esmagar a cabeça da serpente,
como o cordeiro morto desde o princípio do mundo, sendo o mesmo ontem, hoje e
para sempre. VIII/VI
três dessas dispensações ou regras de vida podem ser deduzidas das Escrituras, a
saber, a dispensação da lei mosaica, a presente dispensação da graça e a futura
dispensação do reino milenário.
era historicamente impossível que [os santos do Velho Testamento] pudessem ter
consciência do objeto de sua fé no Filho encarnado e crucificado, o Cordeiro de
Deus (João 1:29), e é evidente que eles não compreendiam, como nós hoje o
fazemos, que os sacrifícios representavam a pessoa e a obra de Cristo [e] que eles
não entendiam o significado redentivo das profecias e tipos concernentes aos
sofrimentos de Cristo (I Pe 1:10-12), entretanto, cremos que a fé deles diante de
Deus era manifestada de outras maneiras como é mostrado no longo registro de
Hebreus 11:1-40 [que a fé manifestada era] considerando a retidão deles.
Conforme o ensino do dispensacionalismo clássico, enquanto os santos do Antigo
Testamento (incluindo Moisés, Davi, Isaias e todos os outros profetas maiores)
eram salvos pela graça mediante a fé, eles não eram salvos mediante uma fé
consciente em Cristo como suficiente salvador, uma vez que, 1) “era
historicamente impossível que eles pudessem ter consciência que o objeto de sua
fé era o Filho encarnado e crucificado, o Cordeiro de Deus”, 2) “eles não
compreendiam... que os sacrifícios representavam a pessoa e a obra de Cristo” e
3) “não entendiam o significado redentivo das profecias e tipos concernentes aos
sofrimentos de Cristo”.
A Declaração Doutrinária não explica claramente porque essas três coisas são
historicamente impossíveis para os santos do Antigo Testamento, mas a Nova
Bíblia Anotada de Scofield (1967), do mesmo que a original Bíblia Anotada de
Scofield antes dela (1917), nos provê uma explanação dispensacionalista-padrão
quando se comenta a proclamação de Jesus em Mateus 4:17, “Arrependei-vos,
porque o reino de Deus está próximo”:
A expressão bíblica “está próximo” jamais é uma afirmação que a pessoa ou algo
de que se diz está realmente próxima [à mão, iminente etc] devendo
imediatamente aparecer, mas somente que não se sabe quando mas o evento
predito deverá certamente ocorrer. Quando Cristo apareceu ao povo judeu, o algo
próximo, em relação à revelação que ali se já encontra, deve ser o reino davídico
que se seguirá. No conhecimento de Deus, ainda não descortinado, encontra-se a
rejeição do reino e do rei, o longo período da forma abscônondita do reino, a
pregação mundial da cruz e a chamada externa da Igreja. Mas isso ainda estava
fechado dentro dos conselhos secretos de Deus (Mt. 13:11,17; Ef. 3:3-12).”[11]
Dizemos “ao menos dois diferentes planos de salvação” por que os estudiosos
dispensacionalistas insistem que a fé salvadora em Deus do Antigo Testamento foi
manifestada de “diferentes modos”, dependendo da dispensação, e para provar
este ponto referem-se ao “longo registro em Hebreus 11:1-40”. E eles insistem
que os mais claros exemplos dos dois diferentes “meios de fé”, que se encontram
dos no próprio Antigo Testamento, pelos quais Deus se relacionam com os homens
são, em primeiro lugar, a “dispensação da promessa”, depois de viverem sobre os
termos da aliança abraâmica, cuja dispensação veio chegar-se ao fim quando os
descendentes de Abraão “temerariamente aceitaram a lei”[12] no Sinai “trocando
a graça pela lei” e, em segundo lugar, seguiu-se imediatamente depois a
“dispensação da lei” durante a qual o “ponto de prova” de Deus à nação de Israel
com respeito ao tema de sua “fé nele” era 1) “obediência legal como condição de
salvação”[13] e “ 2) a esperança futura que aponta para a vinda do Messias, não
como o salvador suficiente e pessoalagonizante, mas como o rei davídico
conquistador. De acordo com o ensino dispensacionalista, o Messias como o
Savador vicário não poderia ser objeto de fé para Israel, uma vez que como Rei de
Israel “não poderia ser objeto de fé para os gentios”[14]. Em outras palavras, a
era mosaica era um período de tempo durante o qual Deus expressamente exclui a
fé na morte do Messias como “um meio próprio de fé”! Conseqüentemente, os
estudiosos dispensacionalistas ensinam que os salvos na era mosaica (Israel “sob a
lei”) são o povo terreno de Deus unido por um abençoado destino, enquanto os
salvos desta era (a Igreja “sobre a graça”) é o povo celestial de Deus unido por
outro destino abençoado. Como Ryrie, sem rodeios, afirmam, no mesmo tom
descrito acima,, que os dispensacionalistas
distinguem o programa de Deus para Israel do seu programa para a Igreja. Logo a
Igreja não começou no AT mas nos dias de Pentecostes, e a Igreja não vê
cumpridas presentemente as promessas para Israel no AT que ainda serão
cumpridas.[15]
Duas eras distintas com dois distintos conteúdos de fé distintos, e como resultado
dois povos de Deus distintos com dois destinos distintos, com essas duas eras e
dois povos, jamais “mescladas ou confundidas, mas cronologicamente sucessivas”,
no caso de sendo vvê-las istas como unma, incorre-se no erro do galacianismo (a
mescla de lei e graça, obras e fé, que Paulo veementemente condena em sua carta
à igrejas da Galácia) - este é o entendimento dispensacionalista do relacionamento
entre o Israel do Antigo Testamento e a Igreja do Novo Testamento.[16]
[A partir deste ponto ainda ficou pendente de tradução, mas os pontos salientes
podem ser desenvolvidos a partir dessa introdução]
A. Uma vez que a Aliança da Graça passou a veio a ser a expressão das promessas
espirituais da aliança abraâmica, a aliança abraâmica tornou-se salvificamente a
definitiva para todas as épocas que a sucederiam.
D. A Igreja de Jesus Cristo é nos dias de hoje a expressão do único povo de Deus
que tem suas raízes remontando a Abraão.
DESAPROVAÇÃO E RESPOSTA
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[2] A idéia geral de que “tudo o que é Protestante” originou-se com Martinho
Lutero é simplesmente errado. William Cunningham corretamente anota:
O importante movimento que Zwinglio por assim dizer foi o criador e líder, foi
inteiramente independente de Lutero, o que equivale dizer que Lutero não foi de
modo algum direta ou indiretamente, a causa ou a ocasião de Zwingli ter esposado
as idéias que ele promulgou, ou adotou em todo o decurso de sua vida. Zwingli foi
levado a defender os principio da verdade protestante, e a prega-las em 1516, um
ano antes da publicação das Teses de Lutero; e é inteiramente certo que depois
disso ele continuou agindo por si próprio, com seu próprio juízo e
responsabilidade, derivando seus pontos de vista de seu próprio estudo pessoal e
independente da Palavra de Deus. Este fato mostra como é equivocado identificar
a Reforma com Lutero, como se todos os reformadores derivaram suas opiniões
dele, e tão somente seguiram seu exemplo no abandono à Igreja de Roma e na
organização de igrejas à parte da comunhão com ela. Muitos neste tempo, em
diferentes partes da Europa, foram dirigidas ao estudo das Sagradas Escrituras, e
por conseguinte foram dirigidos a derivarem seus estudos da divina verdade
substancialmente da mesma maneira, e decididamente se opuseram de forma
geralmente não calculada à Igreja de Roma. (“Zwinglio e a Doutrtina dos
Sacramentos”, em “The Reformers and The Theology of the Reformation 1862-
reimpressão London, Banner of Truth, 1967) 213-214.. .
[3] Veja as Decades de Bullinger, cinco livros contendo cada um dez grandes
sermões que são estruturados inteiramente sob a idéia da aliança.
[4] Paul Helm perfila evidências nesse sentido em seu artigo “Calvin and teh
Covenant: Unity and Continuity“, Evangelical Quarterly 55 (1981): 65-81, ao
mostrar que todas os aspectos essenciais da teologia da aliança – a aliança de
redenção entre o Pai e o Filho, a aliança das obras (em forma elementar) entre
Deus e Adão, e aliança da graça entre Deus e o redimido – têm raízes claras na
teologia de Calvino.
[5] Veja o Catecismo Maior de Ursino – Perguntas 1, 2, 9, 19, 20, 86, 131, 147,
223.
[7] Isso não significa que a teologia da aliança seja simplesmente uma “tradição
humana” que aparece em cena pela primeira vez na Reforma. Os reformadores
suíços conheciam bem a antiga literatura patrística, tendo citado os pais antigos
extensivamente, e eles encontravam neles várias nuanças da teologia da aliança.
Após a época de Agostinho o estudo bíblico declinou-se, e como resulta disso os
pais da igreja fralharam em não desenvolver a teologia da aliança. Mas Vos está
certo em anotar que uma vez tendo os reformadores retornado a igreja ao estudo
da Escritura e insistido que Deus tinha a proeminência em tudo as coisas,
particularmente no tocante ao homem em relação a Deus,
Vos então prossegue mostrando que esta tripla pretensão induziu a teologia da
aliança, com a eterna aliança da redenção se transformando no ponto em que se
encontra os pré-requisitos, e a aliança das obras e a aliança da graça, que flui da
aliança da redenção, cada uma a sua maneira há o cumprimento das pretensões
em todas as três partes. Veja Vos: The Doctrine of the Covenant” 242-67. Veja
também Donald Macleod, Covenant, Theology”, em Dictionary of Scotish Church
History and Theology, ed, Nigel M. de S.Cameron (Downers Grove, Ill. InterVarsity
Presss. 1993) 214-18, para uma excelente panorâmica do desenvolvimento
histórico da teologia da aliança.
[8] A Nova Aliança, enquanto para o pecador eleito é “aliança da graça” , foi para
Cristo, o mediador e cabeça da aliança, o original “aliança das obras”, requereram
dele obediência pessoal perfeita e perpétua. Como o “último Adão” e “segundo
homem vindo do céu” (I Cor 15:45,47) , ele perfeitamente cumprir as obrigações
da aliança das obras.
[9] Veja a nota sobre Gênesis 1:28 tanto na Bíblia Anotada Scofield, quanto na
Nova Bíblia Anotada Scofield.
[12] Bíblia Anotada Scofield (BAS) nota sobre Gênesis 12:1. A Nova Bíblia Anotada
Scofield (NBAS) não diz isso, mas insiste mesmo assim que “como uma prova
especifica para a economia de Israel da divina verdade, a dispensação da
promessa é substituída, embora não anulada, pela lei que foi dada no Sinai (note
sobre Gen. 12:1). A NBAS ainda declara que em Exodo 19:5, do mesmo modo que
na BAS, “o que estava debaixo da lei como um método de distribuição divina ...
Para Abraão a promessa precede o mandamento, no Sinai o mandamento precede
a promessa. Na Nova Aliança a ordem abraâmica é seguida. Mas o que essa
declaração significa dizer que debaixo da lei, o mandamento (obediência legal) era
a condição para a promessa de salvação?
[14] Bíblia Anotada Scofield, nota sobre João 12:23: “Um Cristo em carne, Rei dos
Judeus, não deveria ser propriamente objeto de fé para os gentios, apesar de
assim os judeus poderem crer n’Ele. Para os gentios [!] o grão de trigo precisa cair
no chão e morrer, Cristo precisa ser levantado na Cruz e crido como sacrifício pelo
pecado, como semente de Abraão, não de Davi.”
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