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Responsável pelo Conteúdo:

Profa. Ms. Júlia de Cássia Pereira Nascimento


Profa. Ms. Adriana Xavier da Silva
Profa. Ms. Fátima Furlan
Abordagens de Ensino e
Aprendizagem

Na Unidade II de nossa disciplina vamos conhecer e refletir


sobre diferentes abordagens do processo de ensino e
aprendizagem, baseados na concepção da autora Maria das
Graças Nicoletti Mizukami.

Vamos também discutir sobre o saber e o saber-fazer dos


professores, pois para refletir sobre as abordagens de ensino
e a aprendizagem temos que visualizar o papel do professor
de acordo o contexto social atual. Para tanto, tomaremos
por base uma análise do relatório elaborado por Delors
(1998) para a UNESCO, “Os quatro pilares para a
educação do século XXI”.

Após estas reflexões, focaremos a Didática e o trabalho


docente, agora sob um novo tema: o professor na era
digital.

Não se esqueçam de que a aprendizagem ocorre com a


informação, participação, reflexão e comentários, portanto
leiam os textos, realizem as atividades propostas e
participem do fórum.

Atenção

Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Contextualização

Todos os assuntos tratados nesta disciplina colaboram de forma positiva na formação


de vocês como professores.

Mas, como atuar no contexto atual de nossa sociedade, que nos pede formação e
atualização constantes?

Como preparar uma aula? Quais posturas, abordagens, métodos utilizar? E quanto ao
planejamento?

Mais ainda, que sociedade é esta que nos cobra conhecimentos e habilidades
diferenciadas para trabalhar a educação? O que se espera de nós, professores, neste cenário
de novas tecnologias? Devemos conhecê-las e utilizá-las ou somente nosso conhecimento
didático é suficiente para atender às necessidades de aprendizagem de nossos alunos?

Assista ao vídeo “Tecnologia ou Metodologia”, para refletir sobre o que nos espera.
Pense na maneira como os professores estão atuando nas salas de aula, sob quais abordagens
e metodologias e se há utilização de novas tecnologias no processo ensino-aprendizagem.

O vídeo está disponível em http://www.youtube.com/watch?v=IJY-NIhdw_4

Estou certa de que vocês ficaram curiosos quanto aos assuntos desta unidade.
Material Teórico

1. Abordagens dos Processos de Ensino e de Aprendizagem


Por meio dos estudos já realizados pudemos perceber que a didática tem importante
papel no trabalho do professor, uma vez que a mesma dedica-se ao estudo e aprofundamento
das maneiras de desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, objetivos primordiais da
educação.

Nesta unidade estudaremos algumas abordagens do processo de ensino e


aprendizagem, que darão ao professor uma direção a seguir no desenvolvimento de suas
aulas, na relação com os alunos e em sua prática pedagógica.

Sabemos que a educação é um processo que está em constante formação e


transformação e trabalha de diferentes formas, de acordo com a teoria ou abordagem do
processo ensino-aprendizagem adotado.

A adoção de determinada abordagem pelo professor não se dá de forma aleatória, não


é uma simples escolha. As diferentes abordagens de ensino estão cada qual ligada a conceitos
e escolhas mais profundas, que se relacionam a ideologias, visão de mundo e visão de
educação, por exemplo.

Esta escolha deve também contemplar diferentes


momentos da sala de aula, as individualidades de cada
aluno, os conteúdos a serem trabalhados e os objetivos que
se pretende atingir naquele momento. É fruto de uma
interpretação pessoal do fenômeno educacional, assim
como de uma tomada de posição em relação ao sujeito e
ao meio.

As bases de nossa reflexão sobre as abordagens do


processo ensino aprendizagem serão as considerações da
Profª. Dra. Maria das Graças Nicoletti Mizukami.

Para a autora, é importante que se reflita sobre a


questão “o que fundamenta a ação docente?”, uma vez que
desta ação dependem a aprendizagem do aluno e a
Fonte: http://migre.me/cIozV
educação como processo. É preciso que o professor perceba
que a educação é um fenômeno humano e histórico, onde
estão presentes diferentes dimensões: humana, técnica,
cognitiva, emocional, sócio-política e cultural. Estas
dimensões trazem implicações e relações diferenciadas no
processo educativo.
Quando trabalhamos com alunos dos cursos de licenciaturas, procuramos organizar as
disciplinas pedagógicas de forma que o futuro professor possa organizar um corpo de ideias
que justifiquem e dêem subsídios à sua prática pedagógica. A partir destas ideias, cada
professor vai filtrar e escolher sua prática baseado em suas próprias vivências, ideologias e
crenças.

Por este motivo é importante que se conheçam diferentes abordagens ou linhas


pedagógicas usualmente utilizadas no ensino brasileiro, as quais servirão de diretrizes à ação
docente, uma vez que a utilização e elaboração de cada professor serão individuais e
intransferíveis, e trarão em si as escolhas pessoais, humanas, sócio-político e ideológicas.

Vejamos então cada uma das abordagens do processo de ensino e aprendizagem, em


seus aspectos mais fundamentais.

Abordagem Tradicional: A abordagem Tradicional


apresenta como característica uma concepção e uma prática
educacional, com ênfase à transmissão de conteúdos de forma
sistematizada pelo professor e reprodução dos mesmos pelos
alunos.

A didática tradicional poderia ser resumida em "dar a


lição" e "tomar a lição". Sendo assim, as avaliações passam a
ter um fim sem si mesmas, mantendo-se o mesmo ritual:
avalia-se conforme o que o aluno pode “reproduzir” acerca
do que lhe foi “transmitido”. As notas obtidas funcionam , na
Fonte: http://migre.me/cIoGH
escola e na sociedade , como níveis de aquisição do
patrimônio cultural.

Podemos concluir, em relação à abordagem tradicional que a escola é o local da


apropriação do conhecimento, por meio da transmissão de conteúdos pelo professor, que
detêm todo o saber, e confrontação com modelos e demonstrações. O indivíduo nada mais
é do que um ser passivo, um receptáculo de conhecimentos escolhidos e elaborados por
outros para que ele se aproprie. Nesta escola os alunos têm apenas a função de receber,
memorizar e reproduzir com a máxima exatidão possível, os ensinamentos transmitidos
pelo professor.

Abordagem Comportamentalista: Na concepção comportamentalista o


desenvolvimento e a aprendizagem são entendidos como transformações resultantes das
interações ocorridas entre o comportamento apresentado e os acontecimentos do ambiente.

Esta abordagem vê o homem como uma consequência das influências ou forças


existentes no meio ambiente, sendo que suas ações são resultado das condições do meio, que
uma vez estabelecido, pode antecipar os resultados. O ser humano não depende apenas de si
mesmo, mas principalmente daqueles que o ensinaram a construí–lo.
Ao analisarmos o processo ensino aprendizagem nesta abordagem percebemos que
ensinar consiste em saber usar o condicionamento e o reforço para manter o conhecimento,
sendo papel de o professor assegurar a aquisição do comportamento necessário. Estes
comportamentos serão instalados e mantidos por condicionamento e reforçadores arbitrários
(elogios, notas, prestígio, castigos) e associados a reforçadores mais remotos e generalizados
(status, profissão, diploma).

Podemos entender, portanto que a abordagem comportamentalista consiste na


aquisição de determinados comportamentos pelos alunos, que os levarão à aprendizagem. A
aprendizagem garante-se pelo programa estabelecido e pela aquisição de comportamentos
desejáveis, instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários, sejam positivos
ou negativos.

Abordagem Humanista: Na abordagem humanista privilegia-se a vida emocional e


psicológica do individuo, sua orientação e o desenvolvimento de uma visão de si orientada
para uma realidade individual e grupal. O homem é
considerado como uma pessoa situada no mundo. È
único e relaciona-se consigo mesmo e com as
pessoas em seu redor, realizando constantes
descobertas em sua vida. Deste modo, constrói seu
próprio mundo exterior, partindo de suas
experiências.

A atitude básica presente nesta abordagem é a


de confiança e de respeito ao aluno.

A aprendizagem tem a qualidade de um Fonte: http://migre.me/cIoTbed.bmp


envolvimento pessoal. O aluno é considerado em sua
sensibilidade e sob o aspecto cognitivo é incluído de fato na aprendizagem. O aprender , o
comprrender vem de dentro do aluno, ainda que o primeiro impulso venha de fora, do
professor.

Podemos dizer que nesta abordagem a aprendizagem é significativa e penetrante, uma


vez que ela provoca modificações no comportamento e nas atitudes dos alunos.

Não existe, portanto, em relação à avaliação, qualquer padronização de produtos de


aprendizagem e competências do professor, sendo muito utilizada a auto-avaliação, pois tanto
os alunos quanto os professores têm a responsabilidade de definir os critérios para avaliar se
seus objetivos estão sendo atingidos. O próprio aluno sabe se está ou não satisfazendo suas
necessidades, se está aprendendo o que antes ignorava.
Abordagem Cognitivista: A Abordagem Cognitivista preocupa-se com a maneira
como se dá a aprendizagem e utilizá-la pede que se estude a aprendizagem como um produto
do ambiente, das pessoas ou de fatores que são externas aos alunos. É, portanto, uma
abordagem predominantemente interacionista, na medida em que privilegia a capacidade que
o aluno tem de integrar informações e processá-las.

O importante nesta abordagem é a


maneira como acontece a organização do
conhecimento, o processamento das
informações e os comportamentos que dizem
respeito às tomadas de decisões.

Neste processo de interação e formação


do conhecimento, esta abordagem encontra
respaldo na teoria de Jean Piaget, que consiste
no estudo do desenvolvimento mental do ser
humano, no campo do pensamento, da
linguagem e da afetividade. Fonte: http://images04.olx.pt/ui/2/04/31/18320331_1.jpg

Priorizam-se as atividades do sujeito,


considerando-o inserido numa situação social.

Abordagem Construtivista: Alguns autores entendem que a Abordagem


Construtivista é uma vertente da Abordagem Cognitivista, devido à citação de que “a
inteligência se constrói a partir da troca do organismo com o meio, por meio das ações do
indivíduo” (MIZUKAMI, 1986, p.78).

No construtivismo o aluno está sempre criando algo


novo, num processo permanente de evolução e criatividade.
Aqui o ato de aprender depende do aluno e o objetivo da
educação é liberar sua capacidade tanto intelectual quanto
emocional, desenvolvendo características como a
autodescoberta e a autodeterminação, na busca do
conhecimento e da aprendizagem.

Nesta abordagem são oferecidas aos alunos algumas


situações de desafios à sua percepção, análise e raciocínio,
assim como jogos, leituras, visitas, excursões, trabalho em Fonte: http://migre.me/cIp0B
grupo, arte, oficinas, teatro, etc. Assim, novas aprendizagens são
assimiladas por uma estrutura já existente, que provoca uma reestruturação do conhecimento.

A aprendizagem só se realiza quando o aluno elabora seu conhecimento. Isso


porque conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo. O mundo deve
ser reinventado. (MASETTO,1997, p.44)
Na Abordagem Construtivista há uma grande preocupação com a aprendizagem e com
a participação do aluno nesta aprendizagem, elaborando seu próprio conhecimento,
valorizando o ensaio e o erro e reinventando o mundo que o cerca com novos
conhecimentos.

Abordagem Sócio-Cultural: A abordagem sócio-cultural busca a superação da


relação entre opressor e oprimido e as situações de ensino-aprendizagem devem contribuir
para esta superação , por meio de algumas condições como nos mostra Masetto (1986,p.44):

a) Solidarizar-se com o oprimido, o que implica assumir a sua situação;


b) Transformar radicalmente a situação objetiva geradora de opressão

As obras mais relacionadas a esta abordagem, por


se referirem ao aspecto político-social mais significativo
no contexto brasileiro, são as escritas por Paulo Freire

A abordagem sócio-cultural trabalha com a


educação problematizadora, cujo objetivo é o
desenvolvimento da consciência crítica e libertadora,
como forma de superar as contradições da educação
tradicional. Entende que por meio da reflexão o aluno
torna-se sujeito da educação, podendo assim refletir
sobre sua realidade e transformá-la.

A educação é, portanto, um descobrimento


constante da realidade, num esforço para que os alunos
possam, criticamente, perceberem-se como participantes Fonte: http://migre.me/cIp4f
do mundo e como se inserem neste mundo. Neste
processo é preciso que os alunos assumam desde o início
o papel de sujeitos cidadãos.

A cultura constitui a aquisição sistemática da experiência humana, que se dará através


da conscientização crítica e criadora do homem. Todo conhecimento é elaborado e criado a
partir do pensamento e da crítica.

Neste sentido, a educação é um ato de conhecimento da realidade que se dará através


da consciência crítica, que não é um produto acabado e sim um processo contínuo. Este
processo de ensino-aprendizagem constitui-se na troca de experiências que procura
transformar a situação concreta que gera a opressão.

Professores e alunos relacionam-se de forma horizontal, não há imposição e o diálogo


é desenvolvido por meio da cooperação, da união, da solução conjunta dos problemas.
Alunos e professor participam juntos do processo.
Educador e educando são, portanto, sujeitos de um processo em que crescem
juntos, porque “ninguém educa ninguém, ninguém se educa. Os homens se
educam entre si mediatizados pelo mundo” (MASETTO,1997:p.44)

Por este motivo, a metodologia utilizada deve ser ativa, dialógica e crítica, com um
conteúdo próprio, estabelecido a partir da consciência que se tem da realidade.

A abordagem sócio-cultural pressupõe que o aluno seja sujeito de sua própria


educação. Toda ação educativa deverá promover o indivíduo e não ser instrumento de ajuste
deste ao mundo. A interação homem-mundo ou sujeito-objeto é imprescindível para que o ser
humano se torne sujeito de sua obra.

Esta abordagem procura desenvolver a ação e reflexão dos homens sobre o mundo
com o objetivo de transformá-lo.

Quanto mais o aluno reflete sobre a realidade,


sobre ser sujeito e não objeto desta realidade, analisando
seu ambiente e o contexto histórico no qual está inserido,
maior será sua possibilidade de tornar-se crítico, ou seja
com consciência crítica comprometido a intervir na
realidade para mudá-la , libertando-se porque é sujeito e
não mero expectador.

Ao estudarmos as Abordagens do Processo de


Ensino Aprendizagem, não podemos perder de foco
nossa disciplina, que é Didática. Certamente cada um de
nós está interessado em uma formação, que nos permita
desempenhar da melhor forma possível nossa atividade
docente.

Fonte: http://migre.me/cIp8B

Ao assumirmos a Didática como uma reflexão sistemática sobre o processo de ensino-


aprendizagem, na busca de melhores soluções para os problemas que enfrentamos em nossa
prática pedagógica, é preciso que possamos refletir profundamente sobre cada uma das
abordagens aqui apresentadas, para que possamos escolher aquela que julgamos mais
próxima de nossos pensamentos, ideologias, práticas e posicionamento sócio-político e
cultural.

Nesse sentido, é preciso que nos coloquemos numa postura constante de reflexão-
ação, partindo do compromisso com a transformação social e individual de nossos alunos,
buscando alternativas pedagógicas que tornem o ensino mais eficiente, a partir das teorias e
concepções de ensino-aprendizagem já desenvolvidas, ou ainda, criando novas alternativas de
trabalho a partir de nossas próprias experiências e concepções.
2. O Professor para o Aprendizado do Aluno

O aprendizado dos seus futuros alunos é de sua responsabilidade e você deve


certificar-se de que as metas de aprendizado e métodos de ensino estejam de acordo
com o contexto no qual a sua escola está inserida.

Existem muitos recursos de ensino, mas o professor é o principal. De nada adianta


tecnologia de ponta, os melhores livros, recursos e escola, se não há comprometimento
do professor, se ele não se vê ou age como um dos protagonistas do processo de
ensino/aprendizagem. O professor do século XXI não é mais o guardião do saber, ele é o
mediador e parceiro que precisa usar todos os recursos disponíveis para envolver,
conquistar e trazer o aluno para a sua disciplina.

Você já ouviu falar em Augusto Cury? Ele é psiquiatra, cientista e autor. É também
diretor da Academia de Inteligência, um instituto que promove o treinamento de
psicólogos, educadores e público em geral.

Augusto Cury, em um dos seus livros chamado Pais brilhantes, professores


fascinantes, apresenta os sete hábitos dos bons professores e dos professores
fascinantes. Vou compartilhar esses hábitos com você, pois é de suma importância que o
futuro professor reflita sobre a sua prática e exerça o seu papel social de educador
fazendo a diferença na vida do aluno.

Vejamos então, segundo Augusto Cury (2003), os sete hábitos dos bons
professores e dos professores fascinantes:

Bons professores são eloquentes, professores fascinantes conhecem o


funcionamento da mente.
Bons professores têm uma boa cultura acadêmica e transmitem com segurança e eloquência as
informações em sala de aula. Os professores fascinantes ultrapassam essa meta. Eles procuram
conhecer o funcionamento da mente dos alunos para educar melhor. Para eles, cada aluno não é
mais um número na sala de aula, mas um ser humano complexo, com necessidades peculiares.

Bons professores possuem metodologia, professores fascinantes possuem


sensibilidade.
Bons professores falam com a voz, professores fascinantes falam com os olhos. Bons
professores são didáticos, professores fascinantes vão além. Possuem sensibilidade para falar ao
coração dos seus alunos.
Bons professores educam a inteligência lógica, professores fascinantes educam a
emoção.
Bons professores ensinam seus alunos a explorar o mundo em que estão, do imenso espaço ao
pequeno átomo. Professores fascinantes ensinam os alunos a explorar o mundo que são, o seu
próprio ser. Sua educação segue as notas da emoção.

Bons professores usam a memória como depósito de informações, professores


fascinantes usam-na como suporte da arte de pensar.
Bons professores usam a memória como armazém de informações, professores fascinantes
usam a memória como suporte da criatividade. Bons professores cumprem o conteúdo
programático das aulas, professores fascinantes também cumprem o conteúdo programático,
mas seu objetivo fundamental é ensinar os alunos a serem pensadores e não repetidores de
informações.

Bons professores são mestres temporários, professores fascinantes são mestres


inesquecíveis.
Um bom professor é lembrado nos tempos de escola. Um professor fascinante é um mestre
inesquecível. Um bom professor procura os alunos, um professor fascinante é procurado por
eles. Um bom professor é admirado, um professor fascinante é amado. Um bom professor se
preocupa com as notas de seus alunos, um professor fascinante se preocupa em transformá-los
em engenheiros de ideias.

Bons professores corrigem comportamentos, professores fascinantes resolvem


conflitos em sala de aula.
Bons professores corrigem os comportamentos agressivos dos alunos. Professores fascinantes
resolvem conflitos em sala de aula.

Bons professores educam para uma profissão, professores fascinantes educam


para a vida.
Um bom professor educa seus alunos para uma profissão, um professor fascinante os educa
para a vida. Professores fascinantes são profissionais revolucionários. Ninguém sabe avaliar o
seu poder, nem eles mesmos. Eles mudam paradigmas, transformam o destino de um povo e um
sistema social sem armas, tão-somente por prepararem seus alunos para a vida através do
espetáculo das suas ideias.

O que você achou dos sete hábitos? Sonho ou realidade? Possível ou impossível?
Acreditamos que eles sejam possíveis no processo ensino-aprendizagem. De nada
adianta ser doutor em língua portuguesa e usar tecnologia de ponta, se o professor não
enxergar o aluno. Pense nisso quando for entrar em sala de aula, combinado?

Explore:
Recomendamos a leitura na íntegra do livro:
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
3. Os alunos
Agora, vamos tratar da outra ponta do processo ensino-aprendizagem: os alunos.
Que bom seria se os nossos alunos pudessem ser programados para cada aula do ensino
fundamental e médio, não? Seria perfeito, o professor prepara e ministra a aula; os alunos
assistem à aula, fazem exercícios, respondem aos questionamentos e aprendem. Simples
assim, não?

Na verdade, não é nem um pouco simples. Nossos alunos são únicos e trazem
para a sala de aula toda bagagem cultural, educação, experiência de vida, medos,
alegrias e anseios. E nós estamos lá na frente com a nossa aula preparada para o grupo
e não para cada um deles. Difícil, não?

Talvez pelo desejo subconsciente de simplificar seu trabalho docente, o


professor tende, em geral, a considerar o corpo discente como uma massa
homogênea e indiferenciada. É possível que apenas três tipos de
estudantes escapem desse anonimato: o estudante brilhante, o badalador
e o encrenqueiro. No jogo das relações professor-aluno, com efeito, esses
tipos de estudantes fornecem os maiores prêmios e ameaças e, por
conseguinte, chamam a atenção do professor. (BORDENAVE & PEREIRA,
2005, p.59)

Existem as múltiplas inteligências e cada aluno aprende de maneira diferente, e é


importante que o professor olhe e trate seus alunos como pessoas singulares e adeque
seus métodos didáticos às diferenças individuais de cada um.

Em meio a tanta singularidade, cabe ao professor despertar nos alunos o interesse


pela Língua Portuguesa, mostrando sempre a importância do idioma para a vida social,
escolar e profissional.

Sabemos que não é fácil conhecer todos os alunos, memorizar seus nomes,
preparar atividades individualizadas, dar conta do conteúdo programático e do calendário
escolar. No entanto, só conseguiremos trazer os alunos para a nossa aula e disciplina, se
formos competentes o suficiente para darmos conta do conteúdo, ou parte dele, em um
ambiente repleto de significado, respeito e educação.

Os problemas nas salas de aula são inúmeros, muitos alunos são difíceis e trazem
de casa sérios problemas familiares, mas quem deve ter maturidade e inteligência
emocional para administrar os conflitos e propiciar bons momentos de ensino-
aprendizagem é você, futuro professor de português.
Quando atuamos na área da educação, precisamos ficar atentos às inteligências
múltiplas. Cada ser humano aprende de uma maneira. Nos ensinos fundamental e médio,
as Instituições de ensino fornecem aos alunos diferentes disciplinas e, em tese, espera-se
que eles desenvolvam as inteligências que lhes são inerentes. No entanto, algumas delas
são mais valorizadas no período escolar e muitos alunos são rotulados quando não
conseguem ter bons desempenhos em determinadas áreas. Como já foi dito
anteriormente, cada um aprende de uma maneira, e tem uma inclinação para determinada
área. É importante que os professores respeitem isso e permitam desabrochar o que há
de melhor em todo aluno.

A Teoria das Inteligências Múltiplas foi proposta por Howard Gardner (1985) como
uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única,
que permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de
atuação. Insatisfeito com essa ideia, Gardner redefiniu a inteligência à luz das origens
biológicas da habilidade para resolver problemas. Depois de muitos estudos e pesquisas,
a Teoria de Gardner apontou existência de 8 inteligências múltiplas:

1. Verbal/Linguística - A habilidade para brincar com as palavras, contar histórias, ler


e escrever. A pessoa com esse estilo de aprendizagem tem facilidade em recordar
nomes, lugares, datas e coisas semelhantes.

2. Lógica/Matemática – A capacidade para brincar com as questões, para o raciocínio


e pensamento indutivo e dedutivo, para o uso de números e resolução de problemas
matemáticos e lógicos.

3. Visual/Espacial – Habilidade para visualizar objetos e dimensões espaciais, para


criar imagens internas. Esse tipo de pessoa adora desenhar, pintar, visitar
exposições, visualizar slides, vídeos e filmes...

4. Somato-Quinestésica – Conhecimento do corpo e habilidade para controlar os


movimentos corporais. As pessoas com esse tipo de inteligência movem-se
enquanto falam, usam o corpo para expressar as suas ideias, gostam de dançar, de
praticar desportos e outras atividades motoras.

5. Musical/Rítmica – Habilidade para reconhecer sons e ritmos; trata-se de pessoas


que gostam de ouvir música, de cantar e até de tocar algum instrumento musical.
6. Interpessoal – Capacidade de relacionamento interpessoal. São pessoas que estão
sempre rodeadas de amigos e gostam de conviver.

7. Intrapessoal – Autorreflexão, metacognição e consciência das realidades


espirituais. São pessoas que preferem estar sozinhas e pouco dadas a convívios.

8. Naturalista – Alta sensibilidade para as questões ambientais. São pessoas com


elevado interesse pelas ciências da natureza e particular dom para lidar com plantas
e animais.

Você, futuro professor, pode explorar todas essas inteligências em suas aulas.
Portanto, use sem moderação!

Quer saber mais sobre Howard Gardner e a sua Teoria das Inteligências Múltiplas?
Então, acesse os sites abaixo:

http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/multiplas_inteligencias.html Acesso em 30/09/14

http://www.homemdemello.com.br/psicologia/intelmult.html Acesso em 30/09/14


Material Complementar

A fim de proporcionar um melhor entendimento da relação entre a importância das


abordagens de ensino e aprendizagem e o fazer pedagógico do professor, sugiro o link
http://www.youtube.com/watch?v=NpAJOtjY6J4.

Ao final da visualização do link vocês poderão refletir de forma sobre a distância ou a


proximidade entre o fazer pedagógico e as abordagens de ensino e aprendizagem que
estudamos ao longo desta Unidade.
Referências

BORDENAVE, J. D. e PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis:


Vozes, 26. ed., 2005.

CARVALHO, Ana Maria Pessoa; PEREZ, Daniel Gil. O saber e o saber fazer do professor. In
CASTRO, Amélia Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa, orgs. Ensinar a Ensinar:
didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
Cap. 6. p.107-124

CHAVES, Eduardo O.C. Educação e Tecnologia: da fala de Sócrates à multimídia de


hoje. 2006. Disponível em http://palestras.net/textos-self/edutec.htm. Acesso em fev.2009

CUNHA, Emmanuel Ribeiro. Os Saberes Docentes ou Saberes Dos Professores.


Revista Cocar, v. 1, p. 31-39, 2007. Disponível em
http://www.nead.unama.br/prof/admprofessor/file_producao.asp?codigo=17 Acesso em
fev.2009.

CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante,


2003.

DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília,
DF: MEC UNESCO, 1998. “Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre
educação para o século XXI”.

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a Teoria na Prática. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1995.

KENSKI, Vani Moreira. O Papel do Professor na Sociedade Digital. In CASTRO, Amélia


Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa, orgs. Ensinar a Ensinar: didática para a
escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. Cap. 5. p.95-106

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1993. Coleção magistério – 2º grau.
Série formação do professor

LIMA, Adriana Luzia. Educar para a Tecnologia ou Educar com a Tecnologia? 2005.
Disponível em http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=18&texto=1016
Acesso em fev. 2009

MASETTO, Marcos Tarciso. Didática: a aula como centro. 4. Ed. São Paulo:FTD, 1997.
Coleção aprender e ensinar.

MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As abordagens do processo. São


Paulo:EPU, 1986
NASCIMENTO, Julia C.P. TIC’s – a difícil inclusão no processo educacional. 2007.
Disponível em
http://www.alvoradaplus.com.br/Docs/revista_eletronica/edicao_3/Artigo_julia.pdf. Acesso em
fev.2009

RODRIGUES, Zuleide Blanco. Pensando na qualidade da educação, a partir do


conhecimento de “Os quatro pilares da Educação do Século XXI”. 2008. Disponível
em http://www.pedagobrasil.com.br/pedagogia/pensandoaqualidade.htm. Acesso em
fev.2009.
Anotações

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