Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Kiyoshi Harada*
1
d).......................
e) os que tiverem sido condenados em primeira ou única instância
ou tiverem contra si denúncia recebida por órgão colegiado pela prática
de crimes descrito nos incisos XLII1 ou XLIII2, do art. 5°, da CF ou por
crimes contra a economia popular, a fé pública, o mercado financeiro,
pelo tráfico de entorpecentes e drogas afins, por crimes dolosos contra a
vida, crimes de abuso de autoridade, por crimes eleitorais, por crime de
lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, pela exploração sexual
de crianças e adolescentes e utilização de mão-de-obra em condições
análogas à de escravo, por crime a que a lei comine pena não inferior a
10 (dez) anos, ou por houverem sido condenados, em qualquer
instância, por ato de improbidade administrativa, desde a
condenação ou o recebimento da denúncia, conforme o caso, até o
transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena.
O projeto legislativo elencou várias outras hipóteses de
inelegibilidade, mas, a mais importante inovação é aquela da letra “e”
supra transcrita.
Basta condenação em primeira instância ou instância única
(competência originária do tribunal) ou o recebimento da denúncia por
órgão judicial colegiado pela prática dos crimes mencionados na
referida letra. Conforme esse inciso legal, torna-se inelegível, também,
quem tiver sido condenado por ato de improbidade administrativa em
qualquer instância, desde a condenação ou o recebimento da denúncia
conforme o caso3, até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o
cumprimento da pena.
Por conta disso, muitos políticos que já foram condenados em
primeira instância por ato de improbidade administrativa, inclusive, por
desvio de verbas destinadas ao pagamento de precatórios judiciais,
poderão ter negado o registro de sua candidatura.
Aprovado o projeto legislativo em discussão, não mais poderá ser
invocado o art. 20, da Lei n° 8.429/92 que prescreve:
1
Prática do racismo.
2
Crimes inafiançáveis e insusceptíveis de graça ou anistia.
3
Ilícito cível/administrativo ou ilícito penal.
2
“A perda da função pública e a suspensão dos direitos
políticos só se efetivam com o transito em julgado da
sentença condenatória”.
Vigência e Aplicação
4
A lei que altera o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
3
aplica-se a nova lei em relação ao candidato que, ainda, não tenha
requerido o registro de sua candidatura até a data da vigência da nova
lei.
Nem é preciso que a lei nova seja sancionada antes da convenção
para escolha dos candidatos, pois ela não estabelece os critérios dessa
escolha, mas, tão somente as hipóteses de inelegibilidade. E o momento
certo para aferir os requisitos da elegibilidade é exatamente quando o
candidato requer o registro de sua candidatura.
Assim, sem embargos das opiniões em contrário, entendo que se a
proposta legislativa em discussão for aprovada antes do início do prazo
para registro de candidaturas ela poderá ser aplicada nas eleições de
2010.
SP, 13-5-2010.