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DADOS BIOBIBLIO GRÁPICOS

DO AUTOR

C a r l o s H e n r iq u e d a R o c h a L im a nasceu na antiga capital da Repúbli-


ca, hoje cidade do Rio de Janeiro, aos 22 de outubro de 1915. Filho de
Marcellino Pitta da Rocha Lima e Evangelina Ramos da Rocha Lima. Viú-
vo de Maria de Lourdes da Rocha Lima, teve três filhas e cinco netos.
Curso primário no Externato do Sagrado Coração de Jesus, em São
Cristóvão, escola particular de grande prestígio à época. Estudos secun-
dários, durante cinco anos, no (extinto) Internato do Colégio Pedro II,
em cujo Externato completou o sexto ano, a fim de diplomar-se Bacha-
rel em Ciências e Letras (turma de 1935). No ensino universitário, gra-
duou-se Doutor em Letras, ao conquistar, na Universidade Federal
Fluminense, o título de livre-docente em língua portuguesa.
Iniciou sua escalada em 1936, ao disputar com 23 candidatos, em
concurso de provas, um lugar ao sol no magistério público da então Pre-
feitura do Distrito Federal. Classificado em segundo lugar — em chave
com Antônio Houaiss (o primeiro lugar coube a outro amigo, Sílvio
Elia) —, foi nomeado professor de português, latim e literatura do Ensino
Técnico-Secundário, com exercício na Escola Visconde de Cairu (1938),
e, depois, na Escola Paulo de Frontin (1941), para, finalmente, ser alça-
do, por merecimento, ao Instituto de Educação (1947), onde contribuiu,
por estirados anos, para a formação de numerosas turmas de normalistas.
Nesse mesmo ano de 1947, a convite de Guimarães Rosa (a quem só
então conheceu pessoalmente), passou a reger a cadeira de português do
Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores. Aí, também,
deixou um pouco de si numa geração de diplomatas.
Ainda por essa época, integrou a Missão Cultural ao Uruguai, em
cumprimento de Convênio Internacional. Anos mais tarde (1962-1964),
caber-lhe-ia, mais uma vez, divulgar a cultura brasileira em terras estran-
geiras, quando exerceu em Londres a função de diretor da Casa do Brasil
na Grã-Bretanha.
16 ROCHA LIMA

Em 1956, tornou-se catedrático de português do Colégio Pedro II,


depois de concurso de provas e títulos, no qual se classificou em primei
ro lugar, entre oito concorrentes de alto nível. Nessa sesquicentenária
instituição de ensino humanístico (da qual foi professor emérito), res-
pondeu, interinamente, por duas cátedras de literatura — vagas pelo
falecimento de Álvaro Lins e pela aposentadoria de Afrânio Coutinho;
integrou o Conselho de Curadores e o Conselho Departamental; che-
fiou, durante longo tempo, o Departamento de Português e Literatura;
e, por coroamento, ascendeu ao posto de diretor do velho Internato e à
alta hierarquia de presidente da Congregação de Catedráticos, muitos
dos quais haviam sido professores seus.
Dentro das salas de aula, no ensino secundário e no superior; em car-
gos de administração escolar, no país e fora dele; em vastíssima atividade
do magistério da pena (livros didáticos, teses de concurso, ensaios dou-
trinários, etc.), desempenhou ininterrupta e fecunda atividade. Foi pro-
fessor titular da Faculdade de Humanidades Pedro II; ensinou na Escola
de Aeronáutica dos Afonsos; nos Cursos de Aperfeiçoamento de Profes-
sores, do Instituto de Educação; na Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro; na Universidade Santa Úrsula. Serviu os cargos de dire-
tor do Colégio Pedro II — Internato; diretor da Casa do Brasil na Grã-
-Bretanha; diretor do Departamento de Educação Técnico-Secundário;
diretor do Instituto de Pesquisas Educacionais; diretor da Escola Técni-
ca Sousa Aguiar. Pertenceu a órgãos colegiados federais, como a Comis-
são Nacional do Livro Didático, o Conselho Nacional do Serviço Social
e o Conselho Consultivo da Fundação Casa de Rui Barbosa. Atuou, como
examinador, em concursos para titular e livre-docente, em várias uni-
versidades federais.
Membro efetivo da Academia Brasileira de Filologia; da Academia
Brasileira da Língua Portuguesa; da Sociedade Brasileira de Língua e Li-
teratura; do Círculo Lingüístico do Rio de Janeiro; da Sociedade de Es-
tudos Filológicos de São Paulo; do PEN Clube do Brasil; da Associação
Brasileira de Educação. Membro temporário (1962-1964) do Portuguese
Language Committee, da Inglaterra; membro honorário da Academia
Cearense da Língua Portuguesa.
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA 17

Quando se aposentou, em 1982, a Assembleia Legislativa do Estado


do Rio de Janeiro conferiu-lhe, por unanimidade, em sessão solene, a láurea
de Cidadão Benemérito, por serviços relevantes à educação e à cultura. E,
em 1985, a Câmara dos Vereadores de sua cidade natal outorgou-lhe, tam-
bém por unanimidade, a Medalha Pedro Ernesto, a mais importante dis-
tinção concedida a um carioca. Em 2010 foi eleito o homenageado do ano
do XIV Congresso Nacional de Lingüística e Filologia /Círculo Fluminense
de Estudos Filológicos e Lingüísticos, homenagem póstuma prestada a um
brasileiro ilustre que tenha se destacado com sua contribuição intelectual.
Possuiu, além dessas, as seguintes condecorações: Ordem do Mérito
Judiciário do Trabalho, conferida pelo Tribunal Superior do Trabalho,
na área de educação; Medalha Oscar Nobiling (de Mérito Lingüístico e
Filológico); Medalha Anchieta; Medalha Rui Barbosa; Medalha Pedro II;
Medalha Tamandaré; Medalha José de Alencar.
Autor de numerosos estudos lingüísticos e literários, e de obras didá-
ticas — estas últimas de larga influência nos rumos do ensino de portu
guês no país.
Morreu aos 22 de junho de 1991, na Casa de Rui Barbosa, entre seus
pares do Círculo Lingüístico. Fazia conferência sobre poema de Manuel
Bandeira. Só a morte súbita interrompeu-lhe a palavra: morreu vivo.

OBRAS

T r a ba l h o s f il o l ó g ic o s

Através da “Oração aos moços”: tentativa de interpretação estilística de


Rui Barbosa. Rio de Janeiro, 1949 (esg.).
Contribuição para o estudo da língua de Castro Alves, explicação gra-
matical e literária do poema “Vozes d'África" — Monografia inédita,
laureada com o prêmio Centenário de Castro Alves, da Secretaria-
-Geral de Educação e Cultura do Distrito Federal, em 1946.
Discurso no Colégio Anchieta, de Rui Barbosa (com estabelecimento do
texto, prefácio e breves notas explicativas). Rio de Janeiro: Fundação
Casa de Rui Barbosa, 1981.

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