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Resumo: A validação da determinação do teor de álcool Brasília, a metrologia constitui os alicerces dos processos
etílico anidro combustível (AEAC) em gasolina de inovação tecnológica e de competitividade comercial.
automotiva segundo a norma NBR 13992 foi investigada Assim sendo, o apoio das universidades e centros
tendo sido avaliadas possíveis fontes de erro. Uma tecnológicos à dispersão da cultura metrológica deve ser
gasolina certificada tipo A à qual foi adicionado um incentivado, implementando-se os instrumentos e recursos
volume conhecido de AEAC foi empregada como apropriados. [3] O Programa de Instrumentação e
material de referência sendo a amostra uma gasolina Metrologia Científicas, criado na mencionada Reunião,
comercial. Foram feitas doze determinações do teor de identifica as dificuldades existentes na disseminação do
AEAC por três analistas em três dias diferentes, conhecimento nessa área e propõe ações para
empregando-se dois tipos de provetas: uma certificada e minimizálas. No Brasil há um longo caminho a percorrer
calibrada ao 0,01 mL e outra calibrada ao mL, sem no sentido de mudar comportamentos profundamente
certificação. No ajuste do menisco na proveta foram arraigados. [4]
empregados um copo de béquer e uma pipeta. Os
resultados mostram que o ajuste do menisco da proveta Tendo as universidades consolidado um papel de
com béquer pode ser admitido porém, para as avaliações referência em pesquisas tecnológicas, procuram agora
intra e inter-laboratoriais é recomendável o uso de pipeta. alcançar a excelência metrológica com comprometimento
social. Neste sentido, para um laboratório de química
analítica faz-se necessário adequar-se aos documentos
Palavras chave: AEAC, validação, qualidade. regulamentadores das atividades desenvolvidas.
4 . CONCLUSÃO
Observa-se que o ajuste do menisco empregando um copo Os desvios padrão para a gasolina de referência, com
de béquer introduz uma incerteza significativa provetas não certificadas foi significativo. Portanto, faz-se
diminuindo, como esperado, a precisão dos resultados, necessário aferir a calibração das provetas não certificadas
particularmente para os resultados obtidos empregando antes do uso no laboratório.
uma proveta certificada. Todos os desvios padrão se situam na faixa exigida pelo
cliente o que permite o uso de provetas não certificadas na
análise de rotina, desde que com verificação prévia da
Para o ajuste de volume com pipeta, os valores do desvio calibração nas diferentes faixas de leitura.Os resultados
padrão para provetas certificadas e não certificadas estão mostram ainda que o ajuste do menisco da proveta com
reunidos na Tabela 3 enquanto a Tabela 4 apresenta os de copo de béquer pode ser admitido, em função da maior
repetibilidade e reprodutibilidade. Neste caso, evidencia- rapidez na análise. Porém, para as avaliações intra e
se uma maior precisão dos resultados obtidos empregando inter-laboratoriais é recomendável o uso de pipeta.
provetas certificadas, para as quais a dispersão dos
resultados encontrada é menor. Evidenciou-se ainda neste estudo a necessidade de
conciliar as áreas da metrologia química e da química
analítica para tratar os problemas reais da química
analítica e dar suporte aos laboratórios de rotina a um [15] M. Valcárcel, A. Rios, Required and delivered analytical
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