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AMIGO, EU [NÃO] SOU TÃO CHATO QUANTO PAREÇO

Oi, você me conhece?

Qual ‘eu’ você conhece: o que te surge em aparência, imagem embaçada,

Ou ‘eu’ oculto, visível apenas àqueles com bons olhos?

Você consegue ver o meu eu por trás de mim, por trás da face às vezes sorridente, às vezes
carrancuda?

Se não, não julgue conhecer-me,

Eu não sou tão chato quanto pareço

Se não gostas de mim, tudo bem, mas saiba que eu não sou tudo o que pareço, e não pareço
tudo o que sou

Não que queira não o ser, apenas não consigo ser o meu eu genuíno...ainda

E esse genuíno, quero realmente sê-lo, ou não seria ainda pior?

Quem sabe, quem sabe...

Yin e Yang

Queria eu dizer que só há bem dentro de mim

Mas, se é manifesto algo não bom, então o mal também habita aqui

Que tristeza!

Eu realmente posso ser tão chato quanto pareço

Mas não me julgue, por favor

Pois escondido nas falas rudes, às vezes há gentil declaração

Na frieza de um rosto fechado, pode haver um sorriso caloroso, esperando para acordar

Nas sombras de um olhar vago, há um quarto escondido, iluminado,

Luz da alma esperando para desvelar-se aos que verdadeiramente interessarem-se em


descobrir

Por que, apesar do que parecem revelar os sentidos, eu não sou tão chato quanto pareço...

E quem há de despertá-lo? Quem há e tirar as palavras lacradas num coração cansado e

Entenda, por favor, amigo,

Que o amargo e o azedo, quando o sou, não é por tomá-los como a um doce saboroso
Mas eu mesmo desejaria algo diferente, se o pudesse

E não é que não o possa, mas, às vezes, há de se precisar de uma mão amiga, palavra que
levante, empurrãozinho que falta...

Ah, querido amigo, perdoa-me, peço-te, pela fraqueza não superada

Saiba que, com mais frequência que imaginas, as rudezas em que incorro pesam demais aos
meus olhos marejados, tal é a dor de tê-las cometido

Por isso, não me imponhas esmagador juízo, amigo, pois sou teu companheiro apesar de tudo,

Mas ajuda, peço-te, a superar, exceder os limites do eu e ser melhor, eu, o meu maior rival

Afinal, com um pouco de ajuda, eu consigo não ser tão chato quanto pareço

Por fim, que tenhas por certo ao menos isto sobre mim:

Apesar de tudo e qualquer coisa, em qualquer tempo, lugar e circunstância,

Se te chamo de Amigo, podes me chamar Amigo, pois estarei lá (aí) para o que der e vier

E enquanto me suportares, seja quão trabalhoso fores, também a ti suportarei,

E, seja na brisa suave ou nos ventos impiedosos, isso não será razão para ausentar-me

Pois mesmo na distância, Amigo, eu posso ser ainda mais chato e, assim, fazer-me presente

Para que possa manifestar, nem que seja só um pouco,

Quem é, verdadeiramente, o Eterno e Melhor Amigo de nossas almas

Jesus Cristo

Que se entregou até o fim

Por tudo isso,

E assim, seremos,

de fato e de verdade,

Amigos.

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