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ANTROPOLOGIA DO CORPO E DA SAÚDE 

DOCENTE: DR. CARLOS GUILHERME OCTAVIANO


DO VALLE

Médico: herói, deus e humano

DISCENTES:
Alan Keuce
Laís Barreto
Médico: herói e deus
 Hospital como lugar central na cura e médico como figura central desse processo;
 Assim, o médico se torna herói, na medida em que luta contra a doença que traz a morte;
 O poder de decisão sobre o processo de cura (ou seja, manter a vida) do paciente aproxima
simbolicamente o médico de um deus;
 Para o médico, o primeiro profissional da saúde, foi historicamente dado um grande
prestígio, visto que ele teria a maior competência técnica para decidir o melhor tratamento
e, por isso, a palavra final;
 Vale lembrar que não é a troco de nada o prestígio dado ao médico, e que é grande a
responsabilidade que pesa sobre seus ombros;
 Para usar o melhor de sua capacidade técnica, o médico deve se importar com o paciente,
mas não demais;
Médico: herói e deus
 Apesar do paciente ser o centro das ações curativas, numa visão em que o
paciente como uma máquina aguardando o conserto, é por vezes desejável para o
médico/enfermeiro que ele seja passivo, pois sua atividade, se não for
cooperativa, pode atrapalhar o trabalho de cura e promover o “fracasso” (a não
melhora do quadro);
 Dentro da classe médica, os intensivistas (divindades superiores), que travam
batalhas mais árduas contra a morte iminente, teriam uma primazia, um status
superior aos demais;
 É como se o sentimento de onipotência fosse necessário para travar essa batalha
contra o que aproxima da morte, talvez fazer esquecer que no fim, todos os
mortais “perderão” para ela;
Empatia
 A forma como o paciente “sente” o seu quadro tem a capacidade de afetar sua resposta ao tratamento, tanto em
nível comportamental quando biológico;
 Ações inclusivas e positivas dos profissionais de saúde para com os pacientes tem impacto tanto na cooperação do
paciente quanto na motivação dos próprios profissionais em relação à cura do paciente (fator subjetivo da análise);
 Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde tem relações com o paciente perpassadas
cada uma pelo conjunto de técnicas e conhecimentos que lhe são próprios;
 Os diversos instrumentos e aparelhagens utilizados, o uso constante da linguagem técnica, bem como eufemismos
no que se refere à morte podem lhe servir de escudo contra o contato direto com o sofrimento do paciente, que tem
o poder de lembrar o médico de sua humanidade, com emoções e limitações;
 Nesse sentido, é como se o cuidado com as emoções do paciente, se necessário, fosse responsabilidade de outro,
que não do médico, visto que este deve lidar com as afecções do corpo.
 O Método Rességuier (que embasa o projeto mencionado por Silva) constrói uma relação com o corpo como
forma de transcender o sujeito social, apontando para uma comunicação entre “essências”;
Descentralização da cura
 A descentralização do poder de cura entre diferentes profissionais e terapêuticas vai de encontro
ao orgulho médico, enquanto que abraçar a descentralização é reconhecer as limitações de sua
categoria profissional, ou mais, reconhecer a própria humanidade;
 Mudar a prática profissional em decorrência de pontos de vista diferentes de outras categorias
profissionais significa reconhecer a complementaridade (não apenas suplementaridade) de outros
saberes além do médico;
 Empatia – diferenças na relação com o paciente entre médicos, enfermeiros e outros profissionais
da saúde;
Para refletir...

Considerando a descentralização, a não-hierarquização e a ação


conjunta dos profissionais da saúde como ideal,
como pode ser superado o medo da invasão de outras áreas em
campos e práticas próprios?

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