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Resumo
Este estudo aborda a gestão por competências como um serviço prestado por consultorias de recursos
humanos da Grande Florianópolis, tema que está presente na pauta de discussão de assuntos
gerenciais contemporâneos. Este novo formato de gestão surgiu em decorrência das exigências de
crescimento, competitividade e qualidade dos mercados globalizados. Acredita-se que estudar as
formas pelas quais a gestão por competências vem se tornando parte das empresas atualmente traz
uma visão de como a relação colaborador-empresa é dependente entre si. Para tanto se empreendeu o
presente estudo com o objetivo de analisar o processo de implantação da gestão por competências por
empresas de consultoria em recursos humanos da Grande Florianópolis/SC. Trata-se de uma pesquisa
exploratória descritiva com abordagem qualitativa. Os dados foram agrupados em quatro grandes
blocos de estudo: a gestão por competências nos projetos desenvolvidos pela consultoria; motivos que
levam as organizações a buscarem a gestão por competências; aspectos facilitadores e dificultadores
da implantação da gestão por competências e perfil dos gestores antes e após a implantação da gestão
por competências. Verificou-se que a adoção da gestão por competências parte muito mais de um
esforço das próprias consultorias em implantar este serviço junto às empresas clientes do que
propriamente do conhecimento e solicitação deste tipo de serviço por parte dos gestores.
Palavras-chave: Gestão por competência. Consultoria. Recursos Humanos.
Abstract
This study addresses the competency management as a service provided by human resources
consultancies of Florianópolis, a theme that part of the discussion of contemporary management
issues. This new management format has emerged as an answer to requirements for growth,
competitiveness and quality of globalizing markets. It is believed that studying the ways in which
competency management is becoming a part of business today brings a vision of how employee and
company are dependent on each other. For that we undertook this study to analyze the process of
establishing management by skills by consulting firms in human resources in Florianópolis/SC. This is
an exploratory descriptive research with a qualitative approach and semi-structured interviews as a
tool for data collection. The data were grouped into four large blocks of study: management by skills in
projects developed by the consultant; reasons that take companies to seek competency management;
aspects that make competency management easy and hard to establish and the profile of managers
before and after the implementation of competency management. It was found that the adoption of the
competency management is more of an effort by the consultants in deploying this service to
companies than proper knowledge and application of this type of service by the managers.
Keywords: Management by competencies. Consulting. Human Resources.
Introdução
gestão por competências. Finalmente, na quinta seção, trata-se das considerações finais.
(DUTRA, 2004).
Em geral, pode-se dizer que os sistemas de gestão de pessoas por competências elevam o
desenvolvimento de competências ao status de preocupação básica da função da gestão de
pessoas. Isso se dá, principalmente, pela articulação fundamental entre competências
organizacionais (básicas, seletivas, essenciais e funcionais) e competências individuais, ou
seja, pelo principio básico da gestão por competências que é a unificação. Dessa forma,
construir um sistema eficiente de gestão por competências requer que se identifiquem as
competências organizacionais mais relevantes à empresa para então derivar as competências
individuais e funcionais. Ao final de todo esse processo, ter-se-á definido os parâmetros de um
sistema de gestão de pessoas que põe em destaque a integração entre a visão estratégica da
organização, suas competências organizacionais importantes, as competências individuais
requeridas e a gestão dessas competências (RUAS, 2005; MASCARENHAS, 2008).
Desta forma, a gestão por competências define-se também como um conjunto integrado de
atividades de recursos humanos destinado a otimizar o desenvolvimento e a utilização de
competências do empregado afim de aumentar a eficácia individual e, posteriormente,
aumentar a eficácia organizacional (ATHEY and ORTH, 1999; PAULSSON et. al. apud
HEINSMAN, HOOG, KOOPMAN, 2008). “A gestão por competências propõe-se a alinhar
esforços para que as competências humanas possam gerar e sustentar as competências
organizacionais necessárias à consecução dos objetivos estratégicos da organização.”
(BRANDÃO; CARBONE, 2009)
A gestão por competências é uma via de mão dupla, que permite à organização transferir seu
patrimônio para as pessoas, tornando-as mais preparadas para enfrentar novas situações, ao
mesmo tempo em que desenvolvem a capacidade individual e transferem seu aprendizado
para a organização (DUTRA, 2004). “Pode-se dizer que a gestão de pessoas por competências
tem como objetivo incorporar de maneira sistematizada as competências dos indivíduos aos
critérios de avaliação e regulação para fins de gestão de pessoas.” (MASCARENHAS, 2008)
Para Brandão e Guimarães (2001), muitas empresas têm recorrido à utilização de modelos de
gestão por competências com o objetivo de planejar, selecionar e desenvolver todas as
competências necessárias ao seu negócio. Assim, a gestão por competências faz parte de um
sistema maior de gestão organizacional. Na prática, a ênfase desse novo modelo de gestão de
pessoas manifesta-se principalmente por meio dos processos típicos já existentes nos
modelos anteriormente utilizados pelas organizações em sua gestão de recursos humanos.
Ao assumir-se que o alinhamento e o desenvolvimento das competências são extremamente
importantes à competitividade de uma organização, deve-se reconhecer a necessidade de
criar um sistema integrado e coerente de gestão de pessoas que proporcione a interação entre
os indivíduos e o intercâmbio entre os diversos tipos de conhecimentos, possibilitando a
aprendizagem nos diversos níveis da empresa. O sistema proposto deve articular diversos
subsistemas de recursos humanos e não apenas aqueles processos tradicionalmente
conhecidos, como técnicas de treinamento e desenvolvimento. Em termos práticos, o
desenvolvimento de uma competência implica desde o recrutamento e a seleção de pessoas
com certas competências individuais até a etapa da remuneração, de forma a promover
atitudes e comportamentos coerentes com a visão estratégica da organização. Quanto ao
subsistema de movimentação de pessoas, este deve ser configurado e administrado de forma
a refletir as necessidades associadas à construção das competências organizacionais. Por fim,
as avaliações de desempenho devem ser consideradas um instrumento de desenvolvimento
capaz de integrar os interesses da organização aos do indivíduo. (MASCARENHAS, 2008).
Segundo Bianco et. al. (2011), a gestão por competências se configura como um mecanismo
que possibilita a consideração de eixos de carreira como estruturas que definem a ascensão
dos profissionais de acordo com a natureza de seu trabalho, além de considerar também as
competências orientadas aos princípios, valores e estratégia da empresa, integrando todos os
subsetores de recursos humanos. Para Picarelli Filho e Wood Jr (2004), o aumento do
interesse por esse tema é fruto da convergência de vários fatores. O primeiro deles seria o
crescimento do setor de serviços na economia que veio acompanhado por um aumento na
demanda por profissionais mais qualificados. Em segundo lugar destaca-se a ascensão das
empresas de conhecimento intensivo, como as de alta tecnologia. Além disso, foi evidente a
reestruturação das empresas para a utilização de um sistema hierárquico mais flexível. Em
quarto lugar nota-se a experiência acumulada com a implantação de sistemas de remuneração
e carreira por habilidades em áreas técnicas e operacionais. Por último, destaca-se a
popularidade do conceito de competência, dando status estratégico ao tema.
Segundo Bitencourt (2004) a gestão por competências nas empresas brasileiras encontra-se
em uma fase inicial de desenvolvimento, caracterizada por questionamentos relacionados
principalmente à seleção e à priorização de atributos de competências. A autora destaca que é
necessário considerar as diferenças culturais também como um elemento fundamental na
definição e sustentação de qualquer estratégia que venha a ser adotada no desenvolvimento
de competências. Por fim, pode-se concluir que, independente do processo que se for aplicar
com a adoção da gestão por competências, é imprescindível ter como base as reflexões que
privilegiem o coletivo, o desenvolvimento contínuo e a ênfase em ações. Complementando
esta ideia, Silva Filho (2011) afirma que “a construção do conceito de competência parece ser
um esforço acadêmico em processo de acomodação na perspectiva da gestão pessoas”. O
autor afirma que os debates sobre conceitos e modelos gerenciais existem, porém ainda
deixam de lado algumas questões importantes sobre como o mapeamento de competências é
o principal elo entre a teoria e a prática da gestão por competência.
Pizzato (2010) complementa a ideia defendida por Bittencourt (2004) reforçando que um dos
grandes questionamentos que as organizações têm vivenciado é o grau de realidade da
vinculação dos modelos de competência aos sistemas de remuneração adotados. Costuma-se
perguntar até que ponto as empresas estão internamente organizadas para a adoção deste
modelo que exige uma forte transparência nas relações gestor/subordinado e constante troca
de feedback. Por mais que se tenha um modelo de gestão por competências estabelecido é
necessário observar o quanto a organização deve estar preparada para a adoção desse
modelo, seja atrelada ou não à remuneração. É fator-chave de sucesso que os gestores
entendam claramente a sistemática de funcionamento do sistema antes de iniciar sua
implantação, avaliando em que medida o modelo de gestão da organização está coerente com
o modelo de remuneração a ser adotado.
Para Campion et al (2011) a personalização dos modelos de competências à diferentes
realidades organizacionais inclui não somente o desenvolvimento de competências
específicas mas também o próprio modo como as competências são descritas, considerando o
contexto e os fatores que influenciam os comportamentos dos empregados, tais como a
cultura organizacional, o mercado consumidor, as relações entre as pessoas e outros. No
modelo baseado em competências, as principais características do trabalhador são a
flexibilidade, a transferibilidade, a polivalência e a empregabilidade. Para o sistema
capitalista, a gestão por competências implica dispor de empregados cada vez mais flexíveis
para lidar com as mudanças no processo produtivo, capazes de enfrentar imprevistos e aptos
a serem transferidos de uma função para outra dentro da empresa, sendo necessário com isso
que sejam polivalentes e estejam em constante atualização de suas competências, permitindo-
lhes uma maior empregabilidade (BELLAS, 2009). De modo geral a gestão de recursos
Procedimentos Metodológicos
Trata-se de uma pesquisa exploratória, já que “o objetivo é explorar ou examinar um
problema ou situação para proporcionar conhecimento e compreensão.” (MALHOTRA, 2005).
A pesquisa exploratória não pretende fornecer evidências conclusivas para que se determine
um curso de ação. Em geral, é conduzida com a expectativa de que será necessária uma
pesquisa subsequente para fornecer evidências conclusivas (ZIKMUND, 2006).
Com o objetivo de determinar o processo de implantação da gestão por competências
realizadas pelas empresas de consultoria em rrecursos humanos, foi definida como a melhor
opção a pesquisa descritiva, pois esta “busca determinar as respostas para as perguntas
quem, o que, quando, onde e como” (ZIKMUND, 2006).
Para que se pudesse definir “quem” e “quantos” seriam os entrevistados, buscou-se listar
todas as empresas de consultoria em recursos humanos da Grande Florianópolis. Esse tipo de
técnica auxiliou na definição da amostragem que no presente artigo caracterizou-se como
amostragem por conveniência, a partir do entendimento de que os elementos a serem
entrevistados são escolhidos com base no julgamento do pesquisador e de que o elemento
selecionado irá contribuir para a pesquisa. (MALHOTRA, 2005). Para tanto, a partir da seleção
das empresas de consultoria o questionário foi aplicado para “consultores”, denominação
genérica utilizada para as pessoas que prestaram as informações no estudo.
Como instrumento de coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada, que pode ser
definida como um instrumento no qual “são feitas perguntas controladas pela teoria e
direcionadas para as hipóteses” (FLICK, 2009), ou seja, perguntas que foram construídas para
responder a objetivos específicos, mas que podem e devem ser exploradas pelos
entrevistadores, a fim de buscar questões mais complexas, desbravando aspectos profundos.
Os respondentes foram os consultores das consultorias.
A coleta dos dados foi realizada entre os dias 14 de setembro de 2011 até o dia 04 de outubro
de 2011. Foram ouvidos cinco consultores de empresas de pequeno porte de consultoria em
recursos humanos da Grande Florianópolis que trabalham a gestão por competências em seu
portfólio de serviços. As entrevistas foram iniciadas com perguntas sobre a empresa de
consultoria, tais como: “Qual o tamanho da organização?”; “Quais são os serviços prestados
pela consultoria?” e em seguida foram feitas outras perguntas para entender um pouco mais
da dinâmica da empresa e também como a mesma está organizada em seus processos. Após
essa introdução, buscou-se compreender como e porque as consultorias passaram a oferecer
serviços em gestão por competências, por meio de perguntas tais como “Quais foram os
prestados eram apenas na área de recrutamento e seleção, mas com o tempo foram
ampliados. A gestão por competências surgiu como uma forma de se obter melhores
resultados junto ao cliente e também como um aprimoramento dos serviços prestados. Os
principais clientes da empresa são prestadores de serviços e também organizações que atuam
no ramo de tecnologia.
Os resultados obtidos através das entrevistas com Consultores foram analisados e
organizados em quatro grandes blocos de estudo conforme segue: a gestão por competências
nos projetos desenvolvidos pela consultoria; motivos que levam as organizações a buscarem a
gestão por competências; aspectos facilitadores e dificultadores da implantação da gestão por
competências; perfil dos gestores antes e após a implantação da gestão por competências.
‘Consultor A’, “isso parte geralmente dos proprietários, dos maiores líderes da empresa. Se o
líder consegue se colocar no lugar dos funcionários fica muito mais fácil, surge um sentimento de
justiça com os funcionários”. O ‘Consultor E’ ainda complementa esta visão posicionando as
empresas pequenas como as que possuem um maior envolvimento dos gestores e também
dos funcionários. Ele afirma que “facilita muito também quando a empresa é pequena e tá
querendo se estruturar para expandir. Aí eles dão mais valor e depositam maior confiança nos
processos”.
Alguns consultores também relataram sobre as dificuldades que enfrentam ao prestar um
serviço para organizações públicas. Segundo o ‘Consultor C’, “empresas públicas tem um perfil
completamente diferente de empresas privadas. Empresas públicas têm estabilidade.” Lá as
pessoas são muito mais restritas a mudanças e tem medo que uma nova abordagem ponha em
risco a estabilidade e a forma de trabalho já estabelecida. (‘Consultor D’)
A partir dos relatos apresentado na entrevista pelos cinco consultores das empresas
estudadas, pode-se destacar com ainda mais convicção a ideia transmitida por Bittencourt
(2004), quando esta afirma que independentemente do processo que se for aplicar com a
adoção da gestão por ccompetências, é essencial que se tenha como base as reflexões que
privilegiem o coletivo, o desenvolvimento contínuo e ênfase em ações. Apesar de o mercado
de Florianópolis contar com empresas pouco estruturadas internamente e com grande
resistência sobre a adoção de novas metodologias, há um consenso de que o desenvolvimento
contínuo é necessário para um crescimento sustentável e de longo prazo. Os próprios gestores
tem exercido papel fundamental nessa mudança de mentalidade e abertura por parte dos
colaboradores para a adoção de ferramentas que buscam principalmente a motivação e
envolvimento de todos.
Considerações Finais
A pesquisa realizada junto aos consultores das empresas de consultoria em recursos humanos
da Grande Florianópolis abordou num primeiro momento as atuais demandas que estas
possuem em relação à gestão por competências. Verificou-se que a adoção da gestão por
competências parte muito mais de um esforço das próprias consultorias em implantar este
serviço junto às empresas clientes do que propriamente do conhecimento e solicitação deste
tipo de serviço por parte destas últimas. Com o objetivo de entregar serviços com resultados
melhores é que as consultorias estão inserindo a gestão por competências em seus serviços,
independentemente da solicitação do gestor da empresa contratante. A partir deste cenário
visualiza-se a necessidade de, conforme elucidado por Leme (2005), haver uma
sensibilização/conscientização do novo modelo na organização.
Neste sentido identificou-se que a gestão por competências configura-se num modelo
alternativo de gestão de pessoas proposto pelos consultores, como uma solução em serviços
para resolver problemas muitas vezes relacionados à motivação de pessoas ou ainda para
ganho de competitividade junto à concorrência. As consultorias empreendem um esforço para
adequar suas soluções às necessidades das empresas que se torna tangível por meio da gestão
por competências. Assim, dentre os principais serviços realizados com base na gestão por
competências, está o recrutamento e seleção, avaliação de desempenho e treinamento e
desenvolvimento, processos tradicionais da gestão de pessoas, dentro de uma nova roupagem
que procura alinhamento à noção de competências.
Foram levantados inúmeros motivos que dificultam a implantação da gestão por
competências, entre eles estão, principalmente, a falta de conhecimento do tema por parte dos
gestores da organização. O desconhecimento dos benefícios dessa nova abordagem é evidente
de modo a ser questão levantada para redução de preço da consultoria prestada. A partir do
momento em que não há conhecimento sobre o serviço que está sendo contratado, inúmeras
outras dificuldades surgem, como a falta de comprometimento do gestor em relação à
disponibilidade para a tomada de decisão e o incentivo para que seus colaboradores
participem ativamente do processo de construção e/ou aperfeiçoamento de um modelo eficaz
de gestão de pessoas. Por outro lado, há alguns aspectos que facilitam a implantação da gestão
por competências, como por exemplo, quando o gestor tem a capacidade de se colocar no
lugar de seus funcionários, de forma a tornar o processo o mais produtivo possível. Em todas
as cinco empresas cujos consultores foram entrevistados houve manifestação de que há uma
mudança visível no comportamento do gestor antes e após o desenvolvimento da gestão por
competências em sua organização. O gestor passa a entender a diferença da metodologia e
visualizar melhor os benefícios que área de recursos humanos pode trazer para o
desenvolvimento e retenção de seus talentos, de forma a mantê-los sempre motivados.
Assim, é preciso ter em mente que a maioria das organizações que buscam uma empresa de
consultoria em recursos humanos não tem claro a distinção entre a gestão por competências e
um outro serviço. Foram listados, pelos consultores, vários motivos que levam as
organizações a quererem algum serviço na área de recursos humanos. A maioria dos
depoimentos relatou a necessidade de uma reestruturação interna, principalmente da área de
recursos humanos e também uma conscientização da necessidade de desenvolvimento da
gestão de pessoas para um crescimento estruturado. Além disso, muitos consultores também
relataram que seus clientes estão em busca de crescimento, com uma necessidade maior de
investir em desenvolvimento de seus colaboradores para mantê-los motivados e competentes
para permanecer na organização, impulsionado principalmente pela falta de pessoal
qualificado e pelo espaço que os concorrentes vêm ganhando em todos os setores.
A prática das empresas abordadas na pesquisa mostra que ainda está longe a associação do
conceito de competência à agregação de valor ao indivíduo e à organização, conforme defende
Fleury (2004). O estudo mostra que o espaço onde se trata a questão das competências de fato
é indefinido e de difícil contextualização de acordo com o que explicita Ruas (2005), aspecto
que se evidencia na fala dos consultores, quando estes relatam principalmente suas
dificuldades em serem entendidos pelas empresas acerca dos serviços prestados.
Por fim, pode-se dizer que ficou visível a distorção que há entre o ponto em que se encontra
discussão da gestão por competências na literatura e na aplicação de seus conceitos por parte
de empresas na Grande Florianópolis. Verificou-se que há um grande desconhecimento sobre
a abordagem e seus possíveis benefícios para o desenvolvimento dos colaboradores. Além
disso, os gestores ainda possuem receio em investir na área de recursos humanos sem que
haja uma necessidade evidente de retenção dos talentos por um crescimento da concorrência
ou uma necessidade de realizar um crescimento estruturado da empresa como um todo.
Percebe-se que há uma maior proximidade, nas ações realizadas com a aplicação da gestão de
competências, em seu sentido mais estrito, mas ainda faltam elementos para caracterizar de
fato tal abordagem dentro da expressão ampla de gestão por competências.
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