DIA 1 – CHAMADOS À LIBERDADE
Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como
desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus.
(1 Pedro 2.16)
Quando pensamos em liberdade, a primeira coisa que nos
vem à mente é a ideia de fazer o que quisermos, quando quisermos
e como quisermos. É a vontade soberana do indivíduo. O texto de
Pedro, que lemos acima, diz o oposto disso: vivemos como pessoas
livres quando vivemos como servos de Deus. Como assim, liberdade
na servidão? Parece contraditório.
Nesta semana, vamos refletir sobre a liberdade que Cristo nos
oferece e como ela se relaciona com a santidade. Quem entende
a santidade como uma lista de coisas que não se deve fazer, tem
dificuldade em entender a liberdade. Acaba vivendo uma vida de
religiosidade, como os fariseus. Por outro lado, há quem pense na
liberdade sem pensar na santidade. Acaba numa vida de
libertinagem.
O cenário cristão do nosso país oscila entre esses dois lados:
religiosidade e libertinagem. Diante disso, como devemos nos
portar?
Iniciando essa semana, quero te convidar a meditar no texto
de 1 Pedro acima e a refletir hoje sobre o que a liberdade significa
para você. Como você tem vivido a liberdade e a santidade no seu
dia-a-dia?
ORE:
O que Deus falou contigo no texto de Pedro? Como você vai
responder? Peça a Deus para sondar o seu coração: como você
tem usado a liberdade que Cristo te deu?
DIA 2 – LIBERDADE E RELIGIOSIDADE
Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres.
(João 8.36)
Costumamos ouvir esse versículo em mensagens para não
crentes, mas se lermos o contexto em que Jesus disse esse texto é
surpreendente. Ele estava falando com os religiosos de sua época.
Se você ler a partir do capítulo 7 de João vai encontrar
diversos embates de Jesus com os religiosos judeus. Eles se diziam
livres (Jo 8.33), mas Jesus lhes respondeu: “Digo-lhes a verdade:
todo aquele que vive pecando é escravo do pecado” (Jo 8.34).
Os ouvintes de Jesus ficaram perplexos. Como assim eles
eram escravos do pecado? Logo eles que se consideravam
legítimos herdeiros de Abraão, cumpridores da Lei, conhecedores
de Deus! Pois é... a religião não afasta ninguém do pecado. Só
ajuda a criar uma aparência de santidade, vazia de verdade.
O religioso se orgulha de nunca ter matado, adulterado ou
cometido pecados mais visíveis, por assim dizer. Mas peca pelo
orgulho, pela avareza, inveja, mentira... Olha os outros com um ar
de superioridade, julga, condena, critica, aponta.
E nós? Temos agido como religiosos? Consideramo-nos livres
quando na verdade somos escravos do pecado? A imagem que
transmitimos aos irmãos domingo à noite é a mesma que nossa
família e colegas de trabalho ou da escola veem de segunda a
sábado? Somente Jesus Cristo pode nos libertar da religiosidade.
Somente o relacionamento com Ele pode gerar em nós o
verdadeiro fruto do Espírito, que nasce de dentro pra fora.
ORE:
Você tem atitudes religiosas? O seu exterior reflete o seu interior? Há
pecados que ninguém vê além de Deus? Reflita nisso, ore e
apresente suas respostas diante de Deus com o coração aberto
para que Ele te mostre o que precisa ser mudado em suas atitudes.
DIA 3 – LIBERDADE E SANTIDADE
Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a
liberdade para dar ocasião à vontade da carne (...) Por isso digo:
Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da
carne. (Gálatas 5.13,16)
Pense numa linha reta. Numa ponta dela está a religiosidade,
que acredita que não há liberdade; não podemos fazer nada
porque tudo é pecado. Na outra ponta da reta está a libertinagem,
que defende que não há regras, que podemos fazer tudo. Nada é
pecado. No primeiro caso, vive-se por uma lista de regras de “faça
isso, não faça aquilo” como os fariseus da época de Jesus. No
segundo caso, não há regra nenhuma além da vontade do
indivíduo, como vemos em muitas pessoas hoje em dia.
Porém, Paulo nos ensina a fugir desses dois extremos, vivendo
a liberdade na santidade. O que isso significa? Trata-se não de viver
segundo uma lista de regras ou sem regra nenhuma, mas de viver
sob a orientação do Espírito. Quanto mais os nossos ouvidos
estiverem preparados para ouvir a voz do Espírito Santo, mais
saberemos viver neste mundo sem nos mancharmos com ele. É
aquela velha história da garça, que vive em meio à lama, mas não
se suja com ela.
De modo prático, quanto mais orarmos e meditamos na
Bíblia, mais aprendemos a viver, mais o Espírito nos ajuda a
encontrar respostas para saber como agir no dia-a-dia, mais
vencemos a nossa carne, mais fazemos a vontade de Deus. Em
resumo: mais nos santificamos.
ORE:
Você tem vivido pelo Espírito? Você ouve a voz do Espírito no seu
dia-a-dia? Se não, o que tem te impedido?
DIA 4 – LIBERDADE E TENTAÇÃO
Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: “Estou sendo
tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a
ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau
desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então, esse desejo,
tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ser
consumado, gera a morte. (Tiago 1.13-15)
Esse texto de Tiago é interessantíssimo, porque ele explica o
processo da tentação à consumação do pecado. Ele inicia
explicando que a tentação não provém de Deus, mas do nosso
próprio mau desejo. O que significa isso?
Todos nós temos um ponto fraco, uma área da nossa vida em
que estamos mais suscetíveis a cair em tentação. Essa fraqueza é
diferente em cada pessoa. Para uns pode ser a bebida, para outros
o sexo, ainda para alguns pode ser a mentira, o orgulho, a inveja, a
ira, a maledicência... A lista é enorme. Você sabe qual é o seu
ponto fraco? O Diabo sabe! E é aí que ele tenta nos fazer cair.
Tiago continua dizendo que esse desejo nos arrasta e nos
seduz. Ele ocupa nossas mentes de tal modo a nos levar a cometer
aquela ação. E assim nasce o pecado.
Todos os cristãos, desde o novo convertido até aquele que já
tem décadas de vida cristã estão sujeitos à tentação. Ser tentado
não é pecado, mas permitir ou ceder à tentação, sim! Por isso, Jesus
nos ensina a vencer a tentação com meditação na Palavra
(Mateus 4.1-11), com oração e vigilância (Marcos 14.38).
ORE:
Em que área da sua vida você é mais tentado? Você tem
conseguido resistir à tentação ou está caindo nela? Apresente suas
respostas a Deus em oração, peça a Ele que sonde seu coração e
busque Nele a força para resistir às tentações.
DIA 5 – OS LIMITES DA LIBERDADE: CONVENIÊNCIA E DOMÍNIO DE SI
“Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é
permitido”, mas eu não deixarei que nada me domine.
(1 Coríntios 6.12)
Como já vimos, a liberdade cristã não se confunde com a
libertinagem, isto é, a liberdade está sempre associada à
responsabilidade. Isso significa que nossa liberdade tem limites. O
primeiro limite é a conveniência; o segundo é o domínio próprio.
Em 1 Coríntios, Paulo responde a um ditado comum na
época. As pessoas diziam “tudo é permitido”. E o apóstolo
responde: “mas nem tudo convém”. O que significa isso? Há coisas
que não são pecaminosas por natureza, mas se praticadas no
contexto errado, se tornam pecado. Por isso, elas não convêm. Um
exemplo disso é o sexo. Ele foi criado por Deus e, por isso, não é sujo
ou mau. Contudo, há um contexto próprio para ser exercido: o
casamento. Quando praticado fora do casamento, torna-se
pecado. Outro exemplo é comer. Comer não é pecado, mas a
glutonaria ou gula (comer em excesso), sim (Rm 13.12,13; Lc 21.34).
O segundo limite da liberdade é o domínio próprio. Ele é
apontado como uma parte do fruto do Espírito em Gálatas 5.22,23
e significa que nada nem ninguém além de Cristo deve dominar
nossas mentes, corações, agenda e recursos. Portanto, devemos
examinar a nossa vida para ver se há coisas que nos dominam,
coisas sobre as quais não exercemos controle. Ver TV, usar as redes
sociais, por exemplo, não são pecados. Mas se não tivermos
controle, essas coisas dominam nossas vidas e nosso tempo,
prejudicando nossa vida devocional, familiar, nossos estudos e
nosso trabalho.
ORE:
Há algo na sua vida que você diz que “não tem nada a ver”, mas
que está sendo praticado no momento errado? Você pode dizer
que Cristo é de fato o Senhor, aquele que domina, a sua vida?
DIA 6 – O ÚLTIMO LIMITE DA LIBERDADE: O AMOR
Contudo, tenham cuidado para que o exercício da liberdade de
vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos.
(1 Coríntios 8.9)
Se você ler o capítulo 8 da carta, verá que Paulo orienta a
igreja em relação a uma prática comum na época. As carnes
vendidas no mercado eram antes dedicadas aos ídolos (deuses) da
cidade de Corinto. Os irmãos mais maduros na fé já tinham o
entendimento de que não existe outro deus além do nosso Deus e,
por isso, comiam a carne entendendo que era apenas um alimento,
nada além disso. Não havia nenhum significado religioso naquilo.
Porém, os irmãos menos maduros na fé, vendo essa ação, sem ter o
correto entendimento, acabavam comendo a carne tendo em
mente o significado religioso do ato.
Diante dessa situação, qual é a orientação de Paulo? Que os
irmãos mais maduros evitem comer a carne; não pelo significado
religioso, mas porque poderia levar os irmãos menos maduros a
pecarem, porque estavam comendo sem entendimento, como se
estivessem participando do culto pagão. Essa orientação deixa
uma lição para nós sobre a liberdade: mesmo que um ato não seja
pecado, mesmo que ele seja conveniente e que não nos domine,
se esse ato influenciar um irmão a pecar, é melhor evitar sua prática.
O último limite da liberdade cristã está justamente no fato de
que somos uma comunidade, um corpo. As minhas ações devem
servir para edificar os irmãos, não prejudicá-los. Nossa consciência
não é individual, é coletiva. Não devo pensar apenas em mim, mas
nos outros. Passamos, assim, de uma dimensão pessoal da
santificação para uma dimensão coletiva.
ORE:
Você costuma pensar no impacto que suas ações têm na
edificação da igreja como corpo, como comunidade?
DIA 7 – VIDA LIVRE

Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares

deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês
se submetem a regras: “Não manuseie!”, “Não prove!”, “Não
toque!”? (...) Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria,
com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com
o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da
carne. Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem
as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de
Deus. (Colossenses 2.20,21,23; 3.1)

Começamos essa semana compreendendo que a

santificação é um processo que não tem a ver nem com
religiosidade (uma lista de regras) nem com a libertinagem
(ausência de regras). Entendemos, ainda, que precisamos vigiar, ou
seja, prestar atenção aos nossos desejos (ponto fraco), pois são
neles que o Diabo foca para nos tentar. Ainda que a tentação não
seja pecado, se não vigiarmos, orarmos e estivermos firmes na
Palavra, ela se torna a brecha para que o pecado se instale. Vimos
também que nossa liberdade tem 3 limites: a conveniência, o
domínio próprio e o amor ao próximo.
Chegando ao final dessa semana, avalie: O que você
compreendeu e praticou? O que ainda falta praticar? Ao fazer essa
análise, tenha em mente o texto de Colossenses acima. Ele contém
uma preciosa lição: O segredo da santificação não está no
cumprimento de regras, mas em procurar as coisas do alto e manter
o pensamento nelas. Conforme você se relaciona com Deus, Ele
mesmo vai te ajudar a pensar, agir e sentir como Cristo. E isso é
santificação!

ORE:
Medite no texto de Colossenses, avalie sua semana e apresente a
Deus essa avaliação. O que Deus está te falando? Como você vai
responder?