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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS


CAMPUS XVIII – EUNÁPOLIS
CURSO DE HISTÓRIA
NUCLEO DE ESTUDO E PESQUISA EM HISTÓRIA

AMACILENE BRITO DA ROCHA


GLÓRIA REGINA BERTOCHE

PLANEJAMENTO, AVALIAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO


PEDAGÓGICO.
JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA

EUNÁPOLIS-BA 2008
AMACILENE BRITO
GLÓRIA REGINA

JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA

Trabalho apresentado à disciplina de


Planejamento, avaliação e organização
Do trabalho pedagógico, proposto pela
Professora Cristiane Mendes.

EUNÁPOLIS – BA 2008
Justificativa para a inserção da disciplina de história no currículo escolar.

“Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades,


o tempo não pára... eu não tenho data pra comemorar...”.
[Cazuza-O tempo não pára]

Durante um longo período a história limita-se à narração de fatos políticos,


econômicos e à memorização de datas, era aquela disciplina chata que não
tinha nenhuma aplicação prática que fosse realmente útil. Hoje o estudo da
história configura-se como uma ciência humana que estuda o desenvolvimento
do homem no tempo.
O termo história (do grego historíai) tem suas origens nas pesquisas de
Heródoto, um grego que viveu no século V a.C. Em sua obra sobre a inversão
Persa na Grécia, conhecida como histórias de Heródoto, ele não apenas grava
fatos do passado, mas o considera um tema para pesquisas que poderiam
explicar muito no que diz respeito ao comportamento humano.
A história tem não somente a função de conhecer o passado, ela tem a
possibilidade de analisar o presente como sendo um produto das experiências
e processos anteriores e o futuro será uma representações das construções
presentes. Conhecer história significa também conhecer os caminhos
percorridos pela humanidade para chegar ao que ela é no hoje, neste momento
atual.
Tomemos como exemplo a problemática da violência no mundo atualmente.
Não se trata de um fato isolado ou de um problema de alguns países ou
territórios, mas em algumas localidades as dimensões tomadas pelas práticas
ilícitas são tão assustadoras e grandiosas que parece impossível erradicá-la.
Enquanto isso algumas nações raramente precisam lidar com esse tipo de
problema, pois ele praticamente não existe. Então porque o mesmo problema
se apresenta de maneiras tão diferentes em territórios com formas similares de
organização política? A resposta está no tratamento que foi dado ao problema
ao longo da história para impedir que ele prevalecesse e se proliferasse, nos
diferentes caminhos tomados para resolver o mesmo problema.
Por isso ao estudar História e ao ensiná-la é preciso perceber que esse
conhecimento é de extrema importância para a formação de uma consciência
crítica na medida em que possibilita uma análise dos fatos do cotidiano que
influenciam diretamente a vida dos indivíduos como, por exemplo, o
crescimento da violência.
A história não é só a história da humanidade como um todo, ela é também a
história de grupos sociais, movimentos religiosos, culturais, lutas de gênero e
diversos grupos da sociedade. Tomo agora como exemplo, a trajetória do
movimento gay no ocidente.
Até meados da década de 1970 no Brasil, os homossexuais eram considerados
viciados ou doentes. Graças à movimentação dos interessados na causa da
defesa dos homossexuais na busca por direitos e leis que oferecessem
proteção do descaso e da discriminação impostos pela sociedade, foram
criados os movimentos de resistência e do orgulho gay.
Esse é o processo histórico que explica porque hoje os homossexuais têm seu
espaço, direitos e leis criadas para beneficiá-los especificamente, algo que há
pouco tempo atrás seria inimaginável se não repugnante.
Não dá pra imaginar que a concepção coletiva de homossexualismo tenha
dado um salto e o que antes era visto como doença tenha passado de um dia
para o outro a ser tratado como assunto corriqueiro de qualquer sala de aula do
ensino fundamental de escolas públicas ou privadas.
Existe sim um processo histórico que explica como determinados conceitos vão
se transformando na sociedade devido à ação de alguns grupos, é o caso do
movimento feminista que ganhou forças na década de 1960 e a inserção da
mulher no mercado de trabalho hoje, a luta dos movimentos de defesa do povo
negro e as recentes leis de punição ao racismo.
Para toda construção coletiva de pensamento atual, existe um processo
histórico de formação de conceitos que explique a transformação das
mentalidades, por isso se faz tão importante o ensino da disciplina de história
ainda no ensino fundamental e médio, pois ajuda o aluno a entender as
formações sociais, políticas, econômicas e culturais da atualidade, além de
demonstrar a necessidade de assumir um compromisso social já que as
transformações só ocorrem depois das lutas.
Ao se discutir e analisar fatos históricos em sala dá-se ao aluno a possibilidade
de se perceber enquanto agente transformador da sociedade para que no
futuro não venham a ficar como se dia na canção:

”[.] minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos ainda
somos os mesmos e vivemos como os nossos pais...”.
[Como os nossos pais - Belchior]

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