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PÃO E CIRCO

“Normalmente o que consideramos como alegria não é alegria; no máximo é


entretenimento, é apenas uma maneira de evitar a si mesmo, de intoxicar a si mesmo, de
mergulhar em algo para que você possa se esquecer de sua infelicidade, de sua
preocupação, de sua angústia.
Todos os tipos de entretenimento são considerados como sendo alegria, mas não
são! Tudo o que vem de fora não é alegria, não pode ser; tudo o que depende de algo não
é alegria, não pode ser. A alegria surge de sua própria essência; ela é absolutamente
independente de qualquer circunstância externa. E ela não é uma fuga de si mesmo, mas
realmente encontra a si mesmo. A alegria surge apenas quando você chega em casa.
Assim, tudo o que é conhecido como alegria é apenas ao contrário, o
diametralmente oposto, e não alegria. Na verdade, por não ter alegria, você procura
entretenimentos.
Aconteceu de um dos maiores romancistas russos, Maxim Gorky, visitar os
Estados Unidos. Foi lhe mostrado todos os tipos de divertimento que os americanos
criaram para se entreterem, para se perderem. O guia esperava que ele ficasse muito feliz,
porém quanto mais Mixim Gorky via o que o guia lhe mostrava, mais infeliz e triste
parecia.
O guia lhe perguntou: “ O que há você? Não pode entender? ”
Maxim Gorky respondeu: “Posso entender, e é por isso que estou me sentindo
triste. Este país não deve ter alegrias; senão, não haveria necessidade de tantos
entretenimentos”.
Somente uma pessoa sem alegria precisa entretenimento. Quanto mais o mundo
ficar sem alegria, mais precisaremos de televisão, de cinema, de cidades enfeitadas e mil
e uma coisas. Precisamos cada vez mais de bebidas alcoólicas, cada vez mais de novos
tipos de droga, apenas para evitar a infelicidade na qual estamos, apenas para não encarar
a angustia na qual estamos, apenas para, de alguma maneira, nos esquecermos de tudo.
Mas, ao esquecer, nada é alcançado.
Quando você aprender a encarar a sua infelicidade, começará a ser alegre, nesse
próprio encarar a infelicidade começa a desaparecer e você começa a ficar cada vez mais
integrado.
Um dia a felicidade estará presente, e você a encarara – e, de repente, a quebra:
você pode perceber a infelicidade separada de você e você separado dela. Você sempre
esteve separado; ela era apenas uma ilusão, uma identificação que você teve. Agora você
sabe que você não é isso; então há um acesso de alegria, uma explosão de alegria (...)”
“ (...) Então o que é alegria? A alegria é um estado de transcendência. A pessoa nem está
feliz nem está infeliz, mas completamente serena, quieta, em absoluto equilíbrio, tão
silenciosa e tão viva que o seu silencio é uma canção e a sua canção nada mais é do que
o seu silencio.(...)”
(Alegria A felicidade que vem de dentro – OSHO)

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