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ESTADO DE GOIÁS

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E


ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA
POLÍCIA MILITAR
COMANDO DE CORREIÇÕES E DISCIPLINA
MANUAL BÁSICO DE DIREITO PENAL MILITAR – NÍVEL OFICIAIS

Major PM SANDRO Araújo BATISTA e Capitã PM SILVIA Francisca Monteiro Batista

CAPÍTULO VII

PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA

1. INTRODUÇÃO
Na definição de Cleber Olympio, “pena é a sansão imposta pelo Estado ao autor
de uma conduta criminalmente relevante” (p. 401).

Dos vários mecanismos de controle social existentes, a sanção penal é a que


gera mais interesse e controvérsias entre os estudiosos do Direito e das ciências sociais.

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“Martírio de Tiradentes”, quadro pintado por Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo. O Mártir da
Independência e Patrono da Polícia Militares do Brasil foi condenado à pena de morte por enforcamento,
pena executada em 21 de abril de 1792. No Brasil, a pena de morte ainda é permitida pela Constituição
Federal, em caso de guerra externa declarada. Sua execução, de acordo com o CPM, ocorre por fuzilamento.
1
Isso porque a punição aplicada pelo Direito Penal (comum ou Militar) traz consigo severas
repercussões, uma vez que priva ou restringe o gozo de liberdades individuais.

Sobre as finalidades da sanção penal, três teorias se destacam:

a) Teoria absoluta ou da retribuição: tem por fundamento a ideia de que a


sanção penal é uma retribuição ao mal praticado. A pena, com sua função retributiva,
confere uma sensação de “satisfação” no meio social, eliminando os desejos de vinganças
privadas.

b) Teoria relativa ou utilitária: confere à sanção penal uma finalidade prática


de prevenção. Esta prevenção pode ser geral (dirigida a toda a sociedade) ou específica
(intimida o indivíduo para não mais delinquir).

c) Teoria mista, unificadora ou conciliatória: conjuga a essência das teorias


absoluta e relativa, ou seja, a pena é, ao mesmo tempo, retribuição e intimidação
(prevenção). Tem sido a mais aceita, atualmente, pelos estudiosos do Direito Penal.

Nesse sentido, Guilherme de Souza Nucci (p. 114) explica que a pena é a sanção
imposta pelo Estado ao criminoso, por meio da ação penal, como retribuição ao delito
perpetrado e prevenção a novos crimes.

Existem princípios que orientam a previsão e aplicação das sanções penais. Os


mais importantes são:

a) Princípio da legalidade e anterioridade: a pena deve ser prevista em lei que


seja anterior à prática do crime.

b) Princípio da personalidade: a pena não pode passar da pessoa do


condenado.

c) Princípio da individualidade: a sanção penal há de ser proporcional e


adequada à culpabilidade de cada condenado.

d) Princípio da inderrogabilidade: uma vez imposta, a sanção penal deve ser


certa e invariavelmente cumprida, ou seja, não pode deixar de ser aplicada. Existem,
todavia, exceções previstas na lei a este princípio, como a suspensão condicional da pena
(art. 84), a anistia ou indulto (art. 123, II).

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No Código Penal Militar, as penas são divididas em principais (art. 55 e
seguintes) e acessórias (art. 98 e seguintes).

Nota-se que o Código Penal Militar ainda mantém a previsão de penas


principais e acessórias, ao contrário do que dispõe o Código Penal comum, que eliminou
de seu texto as penas acessórias, sendo estas transformadas em efeitos da condenação. Já
o CPM também prevê, além das penas (principais e acessórias), os efeitos da condenação.

Contudo, o legislador penal militar não se preocupou em estabelecer as


características de algumas dessas penas, como também deixou de distinguir a reclusão da
detenção, em razão do que o aplicador da lei dever recorrer à Lei de Execução Penal (Lei
7.210/1984).

No Código Penal Militar, não há a previsão de benefícios previstos na legislação


penal comum, como a progressão de regime (LEP, art. 112), a remição da pena (LEP, art.
126 a 130) ou de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (CP,
art. 44). Todavia, no que tange à progressão de regime e à remição da pena, existem
julgados do Supremo Tribunal Federal admitindo a sua aplicação2.

2. PENAS PRINCIPAIS

As penas principais são aquelas previstas no preceito secundário da norma


penal incriminadora.

2.1. Pena de morte

É a sanção capital, em que o criminoso paga, com a própria vida, pela infração
cometida. De acordo com a Constituição Federal (art. 5º, inciso XLVII, “a”), a pena de morte
somente pode ser aplicada em casos de guerra externa declarada.

A pena de morte é executada por fuzilamento (art. 56) cujo rito procedimental
encontra-se previsto no Código de Processo Penal Militar – CPPM (arts. 707-708).

2
HC 104.174-RJ – 2ª T. – Rel. Min. Ayres Britto – j. 29-3-2011 (progressão de regime). HC 85.940-SP – 1ª T. –
Rel. Min. Cezar Peluso – j. 20-6-2006 (remissão).
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2.2. Penas privativas de liberdade

São aquelas que, uma vez imputadas, retiram o infrator do convívio social. De
acordo com o CPM são as seguintes:

a) Reclusão: é aplicada aos crimes mais graves, que exigem condenações mais
severas. O regime de cumprimento pode ser fechado, semiaberto ou aberto, e
normalmente é cumprida em estabelecimentos de segurança máxima ou média. Admite o
regime inicial fechado.

De acordo com o art. 58 do CPM, o mínimo da pena de reclusão é de um ano e


o máximo de trinta anos.

b) Detenção: é aplicada para condenações mais leves e não admite que o início
do cumprimento seja no regime fechado. Em regra, a detenção é cumprida no regime
semiaberto, em estabelecimentos menos rigorosos como colônias agrícolas, industriais ou
similares, ou no regime aberto, nas casas de albergado ou estabelecimento adequados.

De acordo com o art. 58 do CPM, o mínimo da pena de detenção é de trinta


dias e o máximo de dez anos.

c) Prisão: é o resultado da conversão das penas de reclusão e detenção,


inferiores a dois anos, desde que não seja possível a concessão de suspensão condicional
da pena, conforme dispõe o art. 59 do CPM. Trata-se de uma sanção mais benéfica ao
condenado, porque, em se tratando de Oficial, será cumprida em recinto de
estabelecimento militar, ou seja, em quartel, e, se Praça, será executada em
estabelecimento penal militar, porém, em separado, apartado dos presos disciplinares e
daqueles com condenação superior a dois anos.

d) Impedimento: aplicada no crime de insubmissão (art. 183), restringe o


infrator aos limites da unidade, sem prejuízo da instrução militar. Trata-se de uma pena
com nítido caráter ressocializador e educativo, pois privilegia o trabalho e o estudo
(instrução militar), em detrimento do simples encarceramento e segregação do
condenado.

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2.3. Penas restritivas de direitos

São aquelas que, embora não tirem o condenado do convívio social, impõe-lhe
diminuição de patrimônio ou cerceamento de gozo de certas prerrogativas.

Estão previstas no art. 98 e seguintes do CPM e são:

a) Suspensão do exercício de posto, graduação, cargo ou função: é a situação


em que o condenado pode ser agregado, afastado, licenciado ou colocado em
disponibilidade, sem prejuízo de seu comparecimento regular à sede do serviço e com
prejuízo do tempo de serviço, que não será contado em função da pena (art. 64). Se o
condenado, quando proferida a sentença, já estiver na reserva, ou reformado ou
aposentado, esta pena será convertida em pena de detenção, de três meses a um ano (art.
64, par. único). Exemplo de aplicação dessa pena vemos no crime de “Omissão de eficiência
da força”:

Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando


em estado de eficiência:
Pena - suspensão do exercício do posto, de três meses a um ano.

b) Reforma: é o desligamento definitivo do militar, em relação ao serviço ativo.


A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade, não podendo perceber
mais de um vinte e cinco avos do soldo, por ano de serviço, nem receber importância
superior à do soldo. Se o condenado for oficial, ela pode ser aplicada de modo alternativo
ou cumulativo. Exemplo de aplicação dessa pena vemos no crime de “Ordem arbitrária de
invasão”:

Art. 170. Ordenar, arbitrariamente, o comandante de força, navio,


aeronave ou engenho de guerra motomecanizado a entrada de
comandados seus em águas ou território estrangeiro, ou sobrevoá-
los:
Pena - suspensão do exercício do posto, de um a três anos, ou
reforma.

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3. PENAS ACESSÓRIAS

Na lição de Silvio Martins Teixeira, as penas acessórias são medidas de garantia


social, supressões ou restrições necessárias dos direitos do condenado, além das
compreendidas na pena principal.

Como já adiantamos acima, o Código Penal comum, após a alteração em sua


Parte Geral (pela Lei 7.209/1984) não mais prevê a existência de penas acessórias, assim
transformadas em efeitos da condenação, elencados em seus artigos 91 e 92.

De acordo com o art. 98 do CPM, as penas acessórias são:

a) Perda de posto, patente e de condecorações: é aplicada ao oficial em


consequência da condenação a pena privativa superior a dois anos (art. 99). Entretanto,
conforme adverte Jorge Cesar de Assis, essa pena extrapolou o universo do Código Penal
Miliar para ficar tutelada pela Constituição Federal. Vejamos o que dispões a Lei Maior:

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros


Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do
art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso
X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores.
[...]
Art. 142 ...
[...]
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares,
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as
seguintes disposições:
[...]
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno
do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal

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militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal
especial, em tempo de guerra;
(grifamos)

b) Indignidade para com o oficialato: indignidade é o não merecimento, pelo


condenado, da condição de oficial, em face seu comportamento baixo, sórdido, indigno. O
juiz atribui essa sanção em virtude de condenação, qualquer que seja a pena, pela prática
dos seguintes crimes: traição (art. 355), espionagem (art. 366), covardia (art. 363), ultraje
a símbolo nacional (art. 161), pederastia (art. 235), furto (art. 240), roubo (art. 242),
extorsão (art. 243), extorsão mediante sequestro (art. 244), chantagem (art. 245),
estelionato (art. 251), abuso de pessoa (art. 252), peculato – simples ou mediante erro de
outrem (arts. 303 e 304), falsificação de documento (art. 311) ou falsidade ideológica (art.
312).

c) Incompatibilidade com o oficialato: incompatibilidade é a situação em que


a falta do militar é inconciliável com sua manutenção na ativa. O juiz atribui essa sanção
como resultado da condenação a crimes de entendimento para gerar conflito com país
estrangeiro (art. 141) e tentativa a contra a soberania nacional (art. 142).

d) Exclusão das forças armadas: é a exclusão da praça em virtude de sua


condenação a pena privativa de liberdade superior a 2 anos, que, tratando-se de militar
das forças auxiliares, não pode ser automática em razão do disposto no art. 125, § 4º, da
Constituição Federal.

Ressaltamos que a exclusão de praças das Forças Auxiliares também pode


ocorrer por meio de processo administrativo disciplinar. Sobre isso já se manifestou o
Supremo Tribunal Federal – STF:

Súmula 673: O art. 125, § 4º, da Constituição não impede a perda


da graduação de militar mediante procedimento administrativo.

e) Perda da função pública, ainda que eletiva: é aplicada aos não militares,
quando condenados a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder
ou violação de dever inerente à função pública; ou, quando condenados por outro crime a
penal privativa de liberdade, por mais de 2 anos.

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f) Inabilitação para o exercício de função pública: trata-se de uma agravação
da pena acessória de perda da função pública, cominando uma interdição de direitos por
um período que vai de 2 a 20 anos. Ou seja, não basta que o agente volte à liberdade após
cumprir a pena, a lei não lhe permite retornar à função da qual resultou o crime.

g) Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela: prevista para o condenado a


pena privativa de liberdade superior a 2 anos, como interdição temporária (tempo da
sentença), decorre da impossibilidade do titular de exercer esse poderes-deveres, em
relação aos filhos, pupilos ou incapazes.

De acordo com o art. 276 do Código de Processo Penal Militar, essa suspensão
deve ser processada no juízo cível.

O atual Código Civil brasileiro (Lei 10.406/2002), em seu art. 1.630, passou a
tratar o pátrio poder como poder familiar. Já o art. 1.637, parágrafo único, trata da
suspensão temporária de tal poder, em virtude de condenação a pena de prisão superior a
dois anos.

h) Suspensão dos direitos políticos: o condenado, durante a execução da pena


privativa de liberdade ou da medida de segurança substitutiva, não pode votar nem ser
votado. Todavia, essa suspensão passou a ser regulada pela Constituição Federal de 1988,
que assim determina:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou


suspensão só se dará nos casos de:
[...]
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
seus efeitos;

4. MEDIDAS DE SEGURANÇA

4.1 Conceito e noções

Na definição de Cléber Olympio, a medida de segurança “é uma sanção penal


de caráter preventivo, aplicável a quem praticou um ato ilícito e perigoso, a fim de que o
criminoso não volte a praticar infrações penais”.

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Assim como a pena, também é imposta por sentença. Todavia, difere da pena
no seguinte:

a) caráter preventivo: ao passo que a pena tem um caráter retributivo e


preventivo.

b) fundamento na periculosidade do agente: a pena baseia-se culpabilidade


do infrator.

O Brasil adota o sistema vicariante, aplicando-se ao semi-imputável a pena ou


medida de segurança, conforme o caso.

No CPM (art. 110), as medidas de segurança são divididas da seguinte forma:

Internação em manicômio judiciário


Internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao
Detentivas
manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em
Pessoais seção especial de um ou de outro
Cassação de licença para direção de veículos motorizados
Não-detentivas Exílio local
Proibição de frequentar determinados lugares
Interdição de estabelecimento ou sede de sociedade ou
Patrimoniais associação
Confisco

No Direito Penal Militar, em especial, as medidas de segurança interferem com


maior agressividade na vida das pessoas, o que as tornam muito mais próximas das penas
propriamente ditas. Isso porque, enquanto no Direito Penal comum existem somente duas
espécies de medidas de segurança, no CPM são previstas medidas que mais se assemelham
às penas restritivas do direito penal comum, tais como o exílio local, a proibição de
frequentar determinados locais, a cassação da licença para dirigir veículos motorizados e a
interdição de estabelecimento, sociedade ou associação.

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4.2. Medidas de segurança de caráter pessoal

a. Medidas de Segurança Detentivas:

1) Internação em manicômio judiciário: quando o agente é inimputável (art.


48), mas suas condições pessoais e o fato praticado revelam que ele oferece perigo à
incolumidade alheia, o juiz determina sua internação em manicômio judiciário.

2) Substituição da pena por internação: quando o condenado se enquadra no


parágrafo único do art. 48 (semi-imputáveis) e necessita de especial tratamento curativo,
a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação em estabelecimento
psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção
especial de um ou de outro.

Processo: Ap. 48315 PE 1999.01.048315-2. Ementa: Sargento


do Exército. Incapacidade definitiva para o serviço ativo.
Alienação mental. Inimputabilidade. Manutenção da sentença
absolutória. Comprovado que ao tempo do crime atribuído ao
acusado o mesmo sofria de doença mental e que em razão de tal
moléstia foi submetido a inspeção de saúde por junta médica oficial
e considerado: "Incapaz definitivamente para o serviço ativo do
Exército. Inválido. Necessita de cuidados permanentes de
enfermagem e hospitalização. A invalidez decorre de episódio
depressivo grave. (É alienação mental)", há de ser o militar tido
como inimputável e, consequentemente, absolvido do delito a ele
assacado,"ex vi" do art. 439, d, do CPPM, c/c o art. 48, do CPM.
Negado provimento ao apelo ministerial, para manter a Sentença
"a quo", alterando-se, tão-só, a fundamentação da absolvição.
Decisão unânime.

Considerações sobre as medidas detentivas

A Lei nº 7.210/1984 - Lei de Execução Penal, em seu art. 99, extinguiu o


manicômio judiciário, os estabelecimentos psiquiátricos anexos a ele ou ao
estabelecimento penal e as seções de ambos, fundindo todos no Hospital de Custódia e
Tratamento Psiquiátrico.

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Júlio Fabbrini Mirabete lembra que, quando o estabelecimento penal não
estiver aparelhado para prover a assistência médica psiquiátrica necessária, esta pode ser
prestada em outro local mediante autorização da direção do estabelecimento (LEP, art. 14,
§ 2º, c.c. art. 42). E informa que o Supremo Tribunal Federal já decidiu pela possibilidade
de internação em hospital particular por não haver estabelecimento adequado ao
tratamento em hospital público, negando a transferência, entretanto, quando entendeu
haver dúvidas sobre a custódia e a segurança da pessoa com nítida periculosidade.

b. Medidas de Segurança Não-detentivas:

1) Cassação de licença para dirigir veículos motorizados: destinada a quem


cometeu o crime na direção de veículos motorizados ou em condutas a ela relacionadas,
sendo essa conduta perigosa para a incolumidade alheia. Essa cassação deve ser efetuada
pela autoridade de trânsito competente, em cumprimento à decisão judicial
(doutrinariamente, existem opiniões em contrário).

2) Exílio local: é a proibição de o condenado residir ou permanecer, por pelo


menos um (1) ano, no município, comarca ou localidade em que o crime foi cometido.

3) Proibição para frequentar determinados lugares: é a privação de o


condenado frequentar lugares que venham a favorecer que ele retorne ao crime, cuja
fiscalização é de responsabilidade da autoridade local.

4.3. Medidas de segurança de caráter patrimonial


1) Interdição de estabelecimento ou sede de sociedade ou associação: medida
que proíbe, no local, o exercício do mesmo comércio, indústria ou atividade social,
decretada por tempo não inferior a 15 dias, nem superior a 6 meses, quando qualquer deles
servia para a prática do crime.
2) Confisco: mesmo quando não apurada a autoria do delito, ou mesmo quando
o agente seja inimputável ou não punível, deve ordenar o confisco dos instrumentos e
produtos do crime, desde que consistam em coisas: cujo fabrico, alienação, uso, porte ou
detenção constitui fato ilícito; que, pertencendo às forças armadas ou sendo de uso

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exclusivo de militares, estejam em poder ou em uso do agente, ou de pessoa não
devidamente autorizada; abandonadas, ocultas ou desaparecidas.
O confisco de instrumentos e produtos do crime, além disso, é um dos efeitos
extrapenais da sentença condenatória, previsto no art. 109, inc. II, alíneas “a” e “b” do
Código de Processo Penal Militar.

OBRAS CONSULTADAS
CÓDIGO PENAL MILITAR COMENTADO
Enio Luiz Rosseto
Ed. RT

COMENTÁRIOS AO CÓDIGO PENAL MILITAR


Jorge César de Assis
Ed. Juruá

DIREITO PENAL MILITAR


Célio Lobão
Ed. Brasília Jurídica

APONTAMENTOS DE DIREITO PENAL MILITAR


Cícero Robson Coimbra Neves e Marcelo Streifinger
Ed. Saraiva

CÓDIGO PENAL MILITAR COMENTADO


Paulo Tadeu Rodrigues Rosa
Ed. Líder

DIREITO PENAL MILITAR


Loureiro Neto
Ed. Atlas

CÓDIGO PENAL MILITAR COMENTADO


Alexandre Saraiva
Ed. Método

CÓDIGO PENAL MILITAR COMENTADO


Guilherme de Souza Nucci
Ed. Revista dos Tribunais

RESUMÃO JURÍDICO – DIREITO PENAL MILTAR


Cid Sabelli e Lauro R. Escobar Jr

VADE MECUM SÍNTESES OBJETIVAS: ÁREA MILITAR


Cleber Olympio
Ed.: Rideel

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