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CAPÍTULO VII
1. INTRODUÇÃO
Na definição de Cleber Olympio, “pena é a sansão imposta pelo Estado ao autor
de uma conduta criminalmente relevante” (p. 401).
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“Martírio de Tiradentes”, quadro pintado por Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo. O Mártir da
Independência e Patrono da Polícia Militares do Brasil foi condenado à pena de morte por enforcamento,
pena executada em 21 de abril de 1792. No Brasil, a pena de morte ainda é permitida pela Constituição
Federal, em caso de guerra externa declarada. Sua execução, de acordo com o CPM, ocorre por fuzilamento.
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Isso porque a punição aplicada pelo Direito Penal (comum ou Militar) traz consigo severas
repercussões, uma vez que priva ou restringe o gozo de liberdades individuais.
Nesse sentido, Guilherme de Souza Nucci (p. 114) explica que a pena é a sanção
imposta pelo Estado ao criminoso, por meio da ação penal, como retribuição ao delito
perpetrado e prevenção a novos crimes.
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No Código Penal Militar, as penas são divididas em principais (art. 55 e
seguintes) e acessórias (art. 98 e seguintes).
2. PENAS PRINCIPAIS
É a sanção capital, em que o criminoso paga, com a própria vida, pela infração
cometida. De acordo com a Constituição Federal (art. 5º, inciso XLVII, “a”), a pena de morte
somente pode ser aplicada em casos de guerra externa declarada.
A pena de morte é executada por fuzilamento (art. 56) cujo rito procedimental
encontra-se previsto no Código de Processo Penal Militar – CPPM (arts. 707-708).
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HC 104.174-RJ – 2ª T. – Rel. Min. Ayres Britto – j. 29-3-2011 (progressão de regime). HC 85.940-SP – 1ª T. –
Rel. Min. Cezar Peluso – j. 20-6-2006 (remissão).
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2.2. Penas privativas de liberdade
São aquelas que, uma vez imputadas, retiram o infrator do convívio social. De
acordo com o CPM são as seguintes:
a) Reclusão: é aplicada aos crimes mais graves, que exigem condenações mais
severas. O regime de cumprimento pode ser fechado, semiaberto ou aberto, e
normalmente é cumprida em estabelecimentos de segurança máxima ou média. Admite o
regime inicial fechado.
b) Detenção: é aplicada para condenações mais leves e não admite que o início
do cumprimento seja no regime fechado. Em regra, a detenção é cumprida no regime
semiaberto, em estabelecimentos menos rigorosos como colônias agrícolas, industriais ou
similares, ou no regime aberto, nas casas de albergado ou estabelecimento adequados.
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2.3. Penas restritivas de direitos
São aquelas que, embora não tirem o condenado do convívio social, impõe-lhe
diminuição de patrimônio ou cerceamento de gozo de certas prerrogativas.
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3. PENAS ACESSÓRIAS
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militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal
especial, em tempo de guerra;
(grifamos)
e) Perda da função pública, ainda que eletiva: é aplicada aos não militares,
quando condenados a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder
ou violação de dever inerente à função pública; ou, quando condenados por outro crime a
penal privativa de liberdade, por mais de 2 anos.
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f) Inabilitação para o exercício de função pública: trata-se de uma agravação
da pena acessória de perda da função pública, cominando uma interdição de direitos por
um período que vai de 2 a 20 anos. Ou seja, não basta que o agente volte à liberdade após
cumprir a pena, a lei não lhe permite retornar à função da qual resultou o crime.
De acordo com o art. 276 do Código de Processo Penal Militar, essa suspensão
deve ser processada no juízo cível.
O atual Código Civil brasileiro (Lei 10.406/2002), em seu art. 1.630, passou a
tratar o pátrio poder como poder familiar. Já o art. 1.637, parágrafo único, trata da
suspensão temporária de tal poder, em virtude de condenação a pena de prisão superior a
dois anos.
4. MEDIDAS DE SEGURANÇA
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Assim como a pena, também é imposta por sentença. Todavia, difere da pena
no seguinte:
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4.2. Medidas de segurança de caráter pessoal
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Júlio Fabbrini Mirabete lembra que, quando o estabelecimento penal não
estiver aparelhado para prover a assistência médica psiquiátrica necessária, esta pode ser
prestada em outro local mediante autorização da direção do estabelecimento (LEP, art. 14,
§ 2º, c.c. art. 42). E informa que o Supremo Tribunal Federal já decidiu pela possibilidade
de internação em hospital particular por não haver estabelecimento adequado ao
tratamento em hospital público, negando a transferência, entretanto, quando entendeu
haver dúvidas sobre a custódia e a segurança da pessoa com nítida periculosidade.
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exclusivo de militares, estejam em poder ou em uso do agente, ou de pessoa não
devidamente autorizada; abandonadas, ocultas ou desaparecidas.
O confisco de instrumentos e produtos do crime, além disso, é um dos efeitos
extrapenais da sentença condenatória, previsto no art. 109, inc. II, alíneas “a” e “b” do
Código de Processo Penal Militar.
OBRAS CONSULTADAS
CÓDIGO PENAL MILITAR COMENTADO
Enio Luiz Rosseto
Ed. RT
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