Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apenas Dinheiro Não Segura Funcionários - Saiba Como Retê-Los - EXAME
Apenas Dinheiro Não Segura Funcionários - Saiba Como Retê-Los - EXAME
com
Negócios 23/07/2013 17:02
Apenas dinheiro não segura
funcionários: saiba como retêlos
São Paulo Se hoje as empresas falam muito em investimentos para reter os funcionários,
uma pesquisa (http://exame.abril.com.br/topicos/pesquisas)recente do Hay Group, em
parceria com o Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios, revela que a preocupação
não é gratuita.
Quando uma pessoa deixa o emprego, o investimento em sua contratação e treino é
perdido e há ainda a necessidade de a companhia desembolsar mais dinheiro para buscar
alguém para o seu lugar. Outro problema da perda de um colaborador é que, junto com ele,
podem ir embora experiências e talentos difíceis de se encontrar no mercado.
Por isso, criar um ambiente que incentive o funcionário a ficar é vital para o sucesso do
negócio. A má notícia é que a rotatividade deve aumentar ainda mais nos próximos anos,
em todo o mundo, segundo o Hay Group. O estudo levou em conta tendências e estimativas
macroeconômicas e opiniões de cerca de 5,5 milhões de funcionários de 450 empresas, de
19 países, incluindo o Brasil.
De acordo com o documento, no próximo ano o número de desligamentos em companhias
do mundo todo deve aumentar em 7%, se comparado a 2013. Esse índice está diretamente
ligado ao crescimento econômico global , previsto para recomeçar no segundo semestre de
2013 e continuar em 2014.
Nos próximos cinco anos, cerca de 49 milhões de funcionários devem deixar suas
empresas, em comparação com 2012. Já em 2018, 192 milhões de pessoas procurarão
novas oportunidades, o que representa 23,4% dos colaboradores do mundo todo.
Segundo o Hay Group, 90% das empresas entrevistadas admitem que têm problemas de
retenção, mas apenas 7% delas afirmam ter um programa para diminuir a saída dos
funcionários, o que é crítico se levado em conta que uma substituição pode ter um custo
equivalente ao de 12 a 18 meses de salário do colaborador que deixa a empresa.
“São custos provenientes do tempo gasto até encontrar uma nova pessoa, os gastos com
documentação e consultorias para a contratação e também de adaptação. Levase de três
meses a um ano, dependendo da função, para que o funcionário dê um retorno sólido para
a companhia”, afirma a consultora do Hay Group, Roberta Brandi.
Há ainda o risco de o novo colaborador não se adaptar à empresa e também a perda na
“qualidade do cliente”, já que no processo de transição perdese um pouco do contato e do
histórico do cliente, de acordo com Roberta.
Os pontos críticos
Ao cruzar o dados da pesquisa, o Hay Group chegou a cinco principais pontos que motivam
os funcionários a permanecerem em suas companhias:
1 Confiança na organização e em sua liderança
Trinta e oito por cento dos colaboradores entrevistados afirmaram ter dúvidas sobre o
direcionamento da empresa, enquanto 31% disseram não ter confiança em seus gestores
seniores.
2 Espaço pra crescimento
Quase metade das pessoas que participaram da pesquisa não tem certeza de que pode
alcançar seus objetivos de carreira na empresa em que trabalham. Do total, 44% desejam
maiores oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento e 43% dizem necessitar de
mais apoio dos líderes para se desenvolverem.
3“Troca justa”
Grande parte dos funcionários ouvidos pelo Hay Group tem dúvidas de que a contribuição
que oferece à empresa está balanceada com o retorno que obtém dela. Cinquenta e três
por cento deles se preocupam com a justiça da remuneração, enquanto 43% não acha que
as empresas demostram cuidado e preocupação com sua força de trabalho.
4 Ambiente propício para o sucesso
De acordo com a pesquisa, os funcionários desejam trabalhar onde se sintam apoiados
para trabalhar de forma inteligente e os funcionários ajudem uns aos outros. Porém, 40%
das pessoas entrevistadas não sentem que sua empresa é administrada de forma eficiente
e 46% não veem colaboração e apoio entre os departamentos.
5Autoridade e influência
A maioria dos funcionários ouvidos quer autonomia para desempenhar suas funções. Nesse
caso, os número são positivos: 69% sentem que tem autoridade para desempenhar seu
papel e 66% sentem que a sua empresa apoia a criatividade e inovação.
Como reverter
De acordo com o Hay Group, após a identificação do risco de rotatividade, baseada em
pesquisas de clima, é possível adotar algumas práticas para garantir maior retenção dos
funcionários nas empresas. “É preciso ter um bom diagnóstico, identificar as áreas mais
críticas para investir tempo e recursos nesses aspectos”, ressalta Roberta Brandi. Veja
algumas atitudes que podem contribuir, seguindo os problemas apontados na pesquisa:
Deixar claro o objetivo da empresa
Para o instituto, definir uma estratégia e tornar claro o objetivo por trás dela é fundamental
para garantir segurança. O funcionário deve saber qual o seu papel para contribuir com a
meta da empresa. Deve haver ainda recompensas que valorizem ações específicas
tomadas em cumprimento das tarefas.
Inspirar confiança de que a empresa conseguirá alcançar os objetivos
Incentivar os líderes a “viver a visão” pode ser muito eficiente. Além disso, ajudar os líderes
a entender qual é o seu estilo de liderança e trabalhar em favor de um ambiente positivo,
pode contribuir para aumentar a confiança dos colaboradores na empresa. O ambiente de
trabalho pode impactar resultados finais em até 30%, segundo a pesquisa.
Incentivar o desenvolvimento
Dar suporte para que o funcionário cresça é essencial. Líderes das companhias mais
admiradas do mundo dedicam até 30% de seu tempo para treinar e desenvolver pessoas,
segundo o Hay Group. Os treinamentos, além de técnicos, devem ser comportamentais e
auxiliar os funcionários a alcançar suas metas pessoais. Mostrar para o colaborador as
oportunidades que ele tem dentro da empresa a estrutura organizacional, os papéis
disponíveis e as competências necessárias para desempenhar cada um deles também
pode ser uma boa alternativa para retêlo. “Às vezes não dá pra investir em todo mundo,
então é preciso saber identificar os talentos e investir nas pessoas certas”, diz Roberta
Brandi.
Dar suporte organizacional
Para evitar a rotação de pessoal, as empresas precisam dar espaço aos funcionários e
permitir que eles tenham autoridade para desempenhar o seu papel. Além disso, é
importante que eles possam fornecer feedback e que os líderes tenham tempo para ouvilos
e considerar suas informações. É preciso também deixar os colabores livres para inovar e
estimular o trabalho em conjunto.
Alinhar recompensas
A remuneração deve ser competitiva não no mercado, mas também deve estar alinhada
internamente, para que não haja diferenças salariais injustas nos níveis de cargo. Além
disso, os funcionários devem entender como são as estruturas e políticas de remuneração e
benefícios, para que percebam a importância de recompensas menos tangíveis que o
salário e o bônus, por exemplo. Demonstrar cuidado com o funcionário e incentivar os
gestores a serem mais afetivos e compreensivos, também pode ser um diferencial.