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construção harmonica não se baseava nos acordes como a de hoje. A harmonia surge por meio
da interação entre melodias consecutivas. Sendo portanto a melodia o objetivo musical, era
Outro aspecto importante é o fato de que a escala maior e a menor que conhecemos na música
não existiam ainda, ou pelo menos não era utilizada como base da organização das notas. O
sistema era o modal e portanto eram os Modos a forma de organização das alturas. Quatro
modos eram particularmente mais utilizado do que os outros, eram chamados de Dórico,
Frígio, Lídio e Mixolídio. Não iremos entrar em detalhes sobre a história dos modos, esta
Dórico: T, 1t, 1/2t, 1t, 1t, 1t, 1/2t, 1t (Exemplo: Ré, mi, fa, sol, la, si, do, re)
Frígio: T, 1/2t, 1t, 1t, 1t, 1/2t, 1t, 1t (Exemplo: Mi, fa, sol, la, si, do, re, mi)
Lídio: T, 1t, 1t, 1t, 1/2t, 1t, 1t, 1/2t (Exemplo: Fa, sol, la, si, do, re, mi, fá)
Mixolídio: T, 1t, 1t, 1/2t, 1t, 1t, 1/2t, 1t (Exemplo: Sol, la, si, do, re, mi, fá, sol)
A música contrapontística
forma que não conseguimos claramente a presença de músicas que não tenham sido
influenciada por este estilo, a polifonia, ou seja, a música construída por meio de 2 ou mais
Algumas das mais belas melodias foram criadas ao abrigo do contraponto e como a sonoridade
Na lição anterior fizemos uma abordagem geral sobre o início do contraponto e como este
Os Modos são uma maneira de organizar os intervalos dentro de uma oitava, seus nomes já
existiam na Grécia antiga, mas foram “retomados” na Idade Média. Embora os nomes sejam
os mesmos dos modos gregos e modos litúrgicos (praticados na Idade Média pela igreja
católica), na verdade as notas de um dado modo não eram as mesmas, ou seja, o Modo Dórico
Nos exemplos que colocamos na lição anterior (se você não viu então clique aqui) vemos que
todos os modos só possuíam notas naturais, mas daí você pergunta, então não existiam o
Na verdade os modos que foram apresentados não eram a forma geral de cada modo, ou
seja, o modo dórico, por exemplo, não tem que começar na nota ré, podendo iniciar em
lembrar que a escala maior, por exemplo, também pode iniciar em qualquer nota, sendo a
Vamos ver como funciona. O modo dórico apresentado na lição anterior iniciando em Ré não
teríamos nenhuma nota com acidente, mas se iniciarmos em outra nota os intervalos seríam
Iniciando em Mi
Iniciando em Sol
Percebe-se que os acidentes aparecem nos modos transpostos, mas como saber qual acidente
aplicar os intervalos a cada modo e transposição. Outra forma é relacionar o modo às escalas
Se compararmos o modo dórico que não tem acidente com a escala maior de Do que também
não tem acidentes veremos que o modo Dórico iniciaria na segunda nota da escala maior, veja
abaixo:
Escala Maior de Dó
Do, re, mi, fa, sol, la, si, do
Modo dórico em Re
Daí decorre a afirmação de que o modo dórico é o modo do 2º grau. Portanto fica fácil
dórico iniciando na nota si, então nos perguntaríamos, a nota si é o 2º grau de que escala
Escala maior de La
Perceberam como é fácil, o mesmo pode ser feito com os demais modos e teríamos:
aprimoramento intervalar. A primeira espécie é então composto apenas por semibreve e assim
podemos nos concentrar nos intervalos de cada compasso. A 1ª espécie é também uma forma
de percebermos como se relacionam os intervalos dos tempos fortes de cada compasso, como
Outra questão importante na compreensão das espécies é que elas são guias e são formuladas
normalmente por meio de indicações ou regras, mas não pensem que as regras são como leis,
elas são indicações de como podemos construir melodias com contorno e sonoridade próximas
difundidas tinham uma sonoridade diferentes das de hoje e portanto para eles criarem dentro
desta sonoridade era muito comum. Para nós que não temos ideia de como esta música soava
complicados a primeira vista, mas são procedimentos objetivos e simples e que necessitam de
prática.
Iniciando
Para entendermos melhor o que ocorre naquela época, as músicas era construídas por mais
de uma melodia interdependente. A voz de base é chamada de canto chão e era formada com
características melódicas específicas. estas regras melódicas são aplicadas a todas as melodias
6 – Não devem ser usados os intervalos melódicos de: sétimas, sexta maior, sexta menor
do movimento.
conjunto, embora só a finalização seja obrigatória. O maior salto é uma quarta entre o 4º e 5º
compassos, a maioria dos intervalos são grau conjunto, o outro salto é uma terça. Não existem
No segundo exemplo, que está no modo jônico, é composto de apenas um salto de 3ª menor,
Agora é sua vez, cheque cada uma das regras acima e veja se encontra algum problema.
O contraponto em 1ª espécie
No caso da voz do contraponto, que é construida com as mesmas regras melódicas, deve-se
e menor) e 10ª (maior e menor). Não poderá ser utilizado mais de três vezes o mesmo
intervalo seguido.
4 – Os intervalos de 5ª e 8ª, quando utilizado, devem ser alcançados por movimento contrário
7 – O ponto culminante não deve estar no mesmo compasso do ponto culminante da voz de
base.
Uma boa prática vista no exemplo acima é ir colocando o intervalo harmônico entre as vozes,
assim fica mais fácil de verificar como está indo. Observe que existem dois intervalos de 5ª ao
escrito no modo dórico e vemos que existe uma nota alterada que a nota dó, isto porque o
do# ajuda na aproximação sonora da resolução e só deve ser utilizada no penúltimo compasso.
Melodicamente também vemos que o grau conjunto é o intervalo mais tocado, são poucos os
Até aqui vemos vários conceitos e tentaremos construir outras lições com exercícios e
exemplos.
Contraponto Modal. Você que está acompanhando as lições pode estar se perguntando, “mas
eu ainda nem aprendi a 1ª espécie?”. Bem, na verdade este curso não tem o caráter prático
necessário para que você aprenda totalmente a criar peças em contraponto, nosso objetivo é
apresentar os princípios que norteiam esta técnica. Claro que você poderá praticar a partir do
estamos expondo e acredito que você poderá criar muitas coisas interessantes. Esperamos no
futuro poder ampliar este curso com mais partes práticas e exercícios, assim como áudios e
vídeos com dicas, mas no momento ficaremos com esta abordagem rápida.
A 2ª espécie é onde nos deteremos aos tempos fracos do compasso, ou seja, dividiremos os
compassos em dois tempos (o primeiro sendo considerado como tempo forte do compasso e
o segundo como tempo fraco) e assim o contraponto terá duas notas contra uma nota
do Cantus Firmus (voz de base). Nesta espécie poderemos incluir alguns elementos que não
existiam na espécie anterior, como as pausas e as dissonâncias (por enquanto por nota de
passagem).
1 – O contraponto inicia-se em tempo forte ou fraco, quando em tempo forte pode iniciar em
uníssono, oitava ou 5ª, se no tempo fraco pode-se iniciar com qualquer consonância.
3 – Não realiza-se quintas ou oitavas sucessivas (tempo forte para tempo forte ou tempo
fraco para tempo fraco) nem consecutivas (tempo forte para fraco ou tempo fraco para
forte)
Cantus firmus
7 – Não repetir nota do tempo secundário para tempo forte, do forte para fraco é possível
8 – O último compasso deve contar semibreve e o penúltimo pode conter duas mínimas ou
uma semibreve.
Exemplos
consonâncias e em sua maioria de 3ª e 6ª. As 5ª que aparecem estão bem afastadas uma das
outras e assim evitam 5ª paralelas ou sucessivas. Além disto podemos ver que nos compassos
2, 5 e 7 o tempo fraco é preenchido por uma 4ª que era considerada dissonância, mas que
neste exercício foi colocada como nota de passagem. Ao final o cromatismo encerra a
aproximação da 8ª.
Como exercício você poderia tentar encontrar algum erro nos exemplos 2 e 3, basta você rever
os procedimento acima e procurar entender como os exemplos acima foram feitos. Boa sorte