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Resolução Política da 1

12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche


Índice
1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................................... 4

2 – EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO POLÍTICA NACIONAL ..................................................................................................................... 4

3 – BALANÇO DA ACTIVIDADE DO PARTIDO E SITUAÇÃO POLÍTICA CONCELHIA ........................................................................... 6

4 – TERRITÓRIO, POPULAÇÃO, RENDIMENTOS E EMPREGO......................................................................................................... 8

4.1 – População............................................................................................................................................................................. 8
4.2 – Rendimentos da população .................................................................................................................................................. 8
4.3 – Emprego ............................................................................................................................................................................... 8
5 – CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA SOCIO-ECONÓMICA DO CONCELHO ................................................................................. 9

5.1 – Sector Primário .................................................................................................................................................................... 9


5.1.1 – Agricultura .................................................................................................................................................................... 9
5.1.2 – Pescas ........................................................................................................................................................................... 9
5.2 – Sector Secundário .............................................................................................................................................................. 11
5.3 – Sector terciário ................................................................................................................................................................... 11
5.4 – Habitação ........................................................................................................................................................................... 12
5.5 – Turismo e Património ......................................................................................................................................................... 12
6 - A LUTA DA CLASSE OPERÁRIA E DOS TRABALHADORES ........................................................................................................ 13

7 – SERVIÇOS PÚBLICOS E FUNÇÕES SOCIAIS DO ESTADO.......................................................................................................... 15

7.1 – Saúde ................................................................................................................................................................................. 15


7.2 – Educação, Ciência e Investigação. ...................................................................................................................................... 15
7.3 – Outros Serviços Públicos e do Estado ................................................................................................................................. 16
7.3.1 - O direito à justiça ......................................................................................................................................................... 16
7.3.2 - O Instituto de Emprego e Formação Profissional ......................................................................................................... 16
7.3.4 – A Caixa Geral de Depósitos .......................................................................................................................................... 16
7.3.5 – Empresas públicas de serviços privatizadas ................................................................................................................. 17
8 – AMBIENTE, ÁGUA E SANEAMENTO ..................................................................................................................................... 17

8.1 – Defesa da Água Pública ...................................................................................................................................................... 17


8.2 – Preservação dos recursos ambientais e naturais................................................................................................................ 18
8.3 – Espaço, Higiene e Limpeza urbanos ................................................................................................................................... 18
9 - O PCP E A CDU NAS AUTARQUIAS DE PENICHE ..................................................................................................................... 19

10 - RESULTADOS ELEITORAIS NO CONCELHO ........................................................................................................................... 21

Eleições para o Parlamento Europeu .......................................................................................................................................... 21


Eleições Legislativas .................................................................................................................................................................... 21
Eleições presidenciais ................................................................................................................................................................. 21
Eleições Autárquicas ................................................................................................................................................................... 21
11 – O PARTIDO........................................................................................................................................................................ 22

Mais Organização, mais intervenção, por um PCP mais forte e influente no Concelho de Peniche. ........................................... 22
11.1 – Estrutura Orgânica ........................................................................................................................................................... 23
11.2 – Estrutura de Direcção ....................................................................................................................................................... 24
11.3 - Situação Financeira e Meios Próprios Do Partido ............................................................................................................. 24
11.3.1 – Receitas e Despesas da Organização Concelhia de Peniche. ...................................................................................... 24
11.3.2 - Quotização ................................................................................................................................................................. 25
11.4 – Imprensa do Partido ......................................................................................................................................................... 25
11.5 – Orientações para o reforço orgânico do Partido. ............................................................................................................. 25
11.5.1 – Objectivos para o Reforço Orgânico .......................................................................................................................... 26

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1 – INTRODUÇÃO
1.1 - A realização da XII Assembleia da Organização Concelhia de Peniche do Partido
Comunista Português (AOCP) é, para além do cumprimento de importantes normas
estatutárias, uma concretização dos princípios que regem o funcionamento
democrático do PCP, constituindo um importantíssimo instrumento e momento para
que os militantes do Partido decidam colectivamente - a partir da sua reflexão,
experiência e luta e da sua militância e participação na vida do Partido – a orientação
política e as medidas para reforçar o PCP, a sua organização, intervenção e influência. É
esta construção colectiva, e o compromisso que dela decorre, indissociável da base
ideológica do PCP – o marxismo-leninismo-, que constitui a base da coesão e força do
PCP, fazendo dele um partido sem paralelo no panorama nacional.

1.2 - Compete à XII AOCP proceder de forma colectiva, abrangente, democrática e


organizada à análise do trabalho e intervenção do Partido no Concelho de Peniche;
avaliar da sua ligação às massas e à realidade do Concelho; definir as principais
propostas políticas do PCP para o Concelho e traçar as linhas para o reforço da
organização e para o trabalho futuro do Partido.

A Assembleia de Organização não é um fim em si mesmo, nem um ponto de chegada. É


sobretudo um ponto de Partida para, com as orientações e directrizes de trabalho que
a Assembleia determinar, se reforçar o Partido no concelho de Peniche, melhorar a sua
intervenção, afirmar o PCP e avançar na luta em defesa dos interesses e aspirações dos
trabalhadores e da população do nosso Concelho.

1.3 - O reforço do PCP, da sua organização e da sua capacidade de intervenção é a


melhor e mais sólida garantia para alargar e fortalecer a intervenção de todos os
democratas e progressistas que, nomeadamente no quadro da CDU, partilham
connosco um projecto distintivo de intervenção em prol dos interesses da população do
Concelho e que ao nosso lado desenvolvem lutas e acções em prol do desenvolvimento
económico e progresso social do Concelho de Peniche e do País.

2 – EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO POLÍTICA NACIONAL


2.1 – Os quase quatro anos que decorreram desde a XI Assembleia de Organização
Concelhia de Peniche foram marcados por alterações significativas na situação política
nacional em resultado das eleições legislativas de Outubro de 2015 e da intervenção do
PCP que determinou uma nova fase na vida política nacional.

Por força da luta dos trabalhadores e do povo, e pela acção decisiva do PCP, foi possível
no quadro das eleições legislativas de 2015, interromper a acção destruidora do
Governo do PSD/CDS e abrir uma nova fase da vida política nacional com uma solução
política que visando a recuperação de direitos e rendimentos dos trabalhadores e do
povo permitiu pôr fim a vários anos de violentos cortes nos salários, de ataques brutais

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a direitos laborais e sociais, de total submissão às imposições e chantagens externas e
de ataques sucessivos à democracia e à Constituição da República.

Foi a intervenção do PCP que permitiu retirar as correctas ilações políticas dos
resultados das eleições legislativas e recentrar a discussão política na Assembleia da
República, demonstrando na prática aquilo que o PCP sempre afirmou: que as eleições
legislativas não são uma eleição para primeiro ministro; que o que conta para a definição
das políticas e para a formação de um Governo é a correlação de forças e as opções
políticas de cada um dos partidos e, finalmente, que os deputados eleitos pelo PCP
contam sempre para aprovar tudo o que for positivo para os trabalhadores e o povo e
para combater tudo que vá contra os seus interesses.

Embora com alcance limitado, e não rompendo com a política de direita nos seus eixos
centrais, e num quadro em que o PCP manteve toda a sua independência política e
ideológica, a solução política encontrada tem permitido desde Outubro de 2015
devolver e repor rendimentos e direitos roubados durante o Governo PSD/CDS e a
vigência do Pacto de Agressão subscrito por PS, PSD e CDS. Foi e é a luta e a intervenção
do PCP que está na origem da conquista novos direitos e dos avanços, ainda que
insuficientes, na elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo.

A evolução da situação económica do País dá razão ao PCP quanto ao papel do aumento


das condições de vida dos trabalhadores e do povo no desenvolvimento económico.
Comprova que não só é necessário, como é possível ir mais longe, se para tal houver
vontade política.

2.2 - Apesar da evolução positiva recente, o País continua confrontado com problemas
e défices estruturais a que o Governo do PS não está a dar resposta. Tais défices e
problemas só poderão ser enfrentados com uma clara ruptura com a política de direita
e a adopção de uma política patriótica e de esquerda que dê resposta a questões
centrais como a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a renegociação da dívida,
o desenvolvimento do aparelho produtivo, o controlo público de sectores estratégicos
da economia nacional, a defesa e investimento nos serviços públicos e a defesa da
soberania nacional, rompendo com décadas de submissão às políticas do Euro e da
União Europeia.

Contudo a realidade comprova que o PS mantém opções e políticas que nas questões
estruturais confirmam o seu comprometimento com os interesses do grande capital e
com o processo de integração capitalista na Europa – a União Europeia, continuando a
convergir com PSD e CDS em questões que, como estas, constituem o núcleo da política
de direita.

2.3 - Apesar do carácter limitado da solução política encontrada, os grandes interesses


económicos e os sectores políticos que os representam – com destaque para o PSD e
CDS, mas também sectores do PS – não se conformam com o espaço perdido pela
política de direita, nem com o papel que o PCP tem na actual fase da vida política
nacional. Estão em desenvolvimento projectos reaccionários, quer a partir das forças do

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grande capital e dos sectores políticos a elas associados, quer com recurso à criação e
promoção de soluções populistas, que visam intensificar a exploração, retomar o rumo
de liquidação de direitos e reabilitar a política de direita, seja pelo velho projecto do
chamado “bloco central”, seja por via dos chamados “acordos de regime”.

2.4 - As potencialidades e também as contradições da actual fase da vida política


nacional colocam uma grande exigência à luta dos trabalhadores e à intervenção do
Partido. Só o reforço do PCP em todos os domínios, a par com o desenvolvimento da
luta de massas, poderá fazer o País avançar, abrindo caminho à ruptura com a política
de direita, à construção de uma política patriótica e de esquerda, por um Portugal com
futuro.

O fortalecimento da luta reivindicativa, nas empresas e locais de trabalho, exigindo que


se vá mais longe na recuperação e conquista de direitos; a intensificação da luta das
populações, nomeadamente em defesa dos serviços públicos; a demonstração da
possibilidade de uma alternativa política, por via da afirmação da política patriótica e de
esquerda; a valorização das conquistas alcançadas, e a preparação atempada,
abrangente e unitária das batalhas eleitorais que se realizarão em 2019, são elementos
centrais da orientação do Partido para os próximos anos no Concelho de Peniche.

3 – BALANÇO DA ACTIVIDADE DO PARTIDO E SITUAÇÃO


POLÍTICA CONCELHIA
3.1 - No período desde a última Assembleia de Organização Concelhia o Partido deu
resposta no essencial às tarefas que lhe foram colocadas. Realizou vários debates e
sessões públicas; desenvolveu várias acções de propaganda junto das maiores empresas
do concelho e nos locais de maior concentração populacional; mobilizou-se em defesa
da recuperação, valorização e requalificação da Fortaleza de Peniche como espaço de
memória, resistência e luta; desenvolveu várias acções no âmbito da Campanha contra
a precariedade e da Campanha em defesa da Produção Nacional e contra a submissão
ao Euro; contribuiu para a construção e divulgação da Festa do Avante; dinamizou o
Centro de Trabalho do Partido com iniciativas e convívios; travou as batalhas eleitorais
das Eleições para o Parlamento Europeu de 2014, das Eleições legislativas de 2015 e das
Eleições para a Presidência da República em 2016; aumentou a difusão da imprensa
partidária; e travou as muito exigentes eleições autárquicas de 2017. O Partido
empenhou-se nas comemorações do centenário da Revolução Outubro, com a
realização de uma Exposição e duas iniciativas públicas.

O Partido contribuiu para a mobilização dos trabalhadores nas grandes acções de luta
contra a politica do Governo PSD/CDS e do Pacto de Agressão em 2014 e 2015, e nas
acções de luta no quadro da nova fase da vida política nacional. Interveio na mobilização
de sectores específicos como os reformados, para grandes acções em defesa dos seus
direitos, como o picnicão, ou a juventude, como foi o caso das manifestações da
juventude trabalhadora, ou das mulheres, com uma importante mobilização na
manifestação nacional de mulheres a 10 de Março de 2017.

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Merece destaque a acção do Partido junto dos pescadores do Porto de Peniche, de
estímulo à sua luta em defesa dos seus direitos, rendimentos e condições a bordo.

O Partido deu ainda um importante contributo para o desenvolvimento da luta das


populações, de onde se destacam a importante luta em defesa do Hospital de Peniche
e outras acções em defesa do direito à saúde; a acção contra o encerramento da Caixa
Geral de Depósitos na Atouguia da Baleia ou mais recentemente a acção em defesa do
serviço de correios e pelo controlo público dos CTT.

3.2 – A situação política no concelho registou no ano de 2017 alterações significativas.


Os resultados das eleições autárquicas de Outubro de 2017 ditaram a interrupção da
Gestão CDU da Câmara Municipal de Peniche após 12 anos de sucessivos mandatos à
frente dos destinos do Concelho, e uma decorrente alteração da gestão autárquica do
Concelho de Peniche.

As alterações verificadas na situação política concelhia, e as condições concretas em que


decorreram as últimas eleições autárquicas comportam ensinamentos sobre a
organização, informação e comunicação no trabalho autárquico, apontam a
necessidade de reforçar a organização do Partido e de melhorar o seu funcionamento e
ligação aos trabalhadores e às populações, bem como a sua intervenção política e
autárquica.

Contudo, não põem em causa o profundo orgulho que o PCP tem na obra realizada pela
CDU e pelos seus eleitos ao longo de vários anos e no legado que deixa ao Concelho em
termos de desenvolvimento, saúde financeira e projectos estratégicos. De igual modo
que não altera a determinação em prosseguir uma intervenção dedicada e qualificada
em torno de todos os eixos de intervenção autárquica no Concelho.

O PCP não se deixa condicionar nem por resultados eleitorais negativos, nem por
arremessos, mais ou menos dissimulados, pontuados por populismo, discurso anti-
partidos e anticomunismo que, como a realidade e a história comprovam, são sempre
ataques à própria democracia.

Aos trabalhadores e à população, o PCP reafirma que será sempre uma força política
autárquica construtiva, com iniciativa, com propostas e alternativas à actual gestão,
determinada em prosseguir a acção em defesa dos interesses de Peniche e do seu povo.
A população de Peniche pode continuar a contar com o PCP e a CDU, um projecto de
trabalho, honestidade e competência, uma força necessária para levar mais longe o
desenvolvimento e o progresso do Concelho de Peniche e das suas Freguesias.

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4 – TERRITÓRIO, POPULAÇÃO, RENDIMENTOS E EMPREGO
4.1 – População
O Concelho de Peniche tinha em 2016 uma população residente estimada (estimativa
do INE) de 26848 habitantes. A taxa de variação da população de Peniche foi nesse ano
de -0,54%, traduzindo a tendência de diminuição da população residente iniciada em
2010.

O território do Concelho de Peniche tem uma área de 77,6 km2 dividida entre território
continental e ilhas (Berlengas). 74 Km2 dizem respeito à parte continental. O território
do Concelho é dividido em 4 Freguesias: Peniche; Atouguia da Baleia; Ferrel e Serra D’el
Rei. A densidade média populacional é de 348,3 indivíduos por Km2.

Acompanhando a tendência geral, o envelhecimento da população do Concelho de


Peniche é um fenómeno preocupante. Segundo dados de 2015, por cada 100 jovens
residentes no Concelho existem 144 idosos, em 2009 eram 122.

Em 2001 a percentagem da população com 65 anos ou mais era de 16,8%, tendo


aumentado para 21,5% em 2016, acompanhando assim o ritmo de crescimento desta
faixa etária na região Oeste e no território nacional. Em contrapartida a população
jovem com menos de 14 anos reduziu-se nesse mesmo período de 16% para 14,5% e a
população entre 15 e 64 anos reduziu-se de 67,2% para 64%.

4.2 – Rendimentos da população


Segundo os dados censitários de 2011, 47% da população de Peniche com mais de 15
anos vivia dos rendimentos do trabalho; 29,2% de pensões ou reformas; 4,3% de
subsídios temporários e 0,6% de Rendimento social de inserção. Em 2011 15,6% da
população viva a cargo da família correspondendo no essencial à população jovem. Em
2011, 78,3% da população do Concelho era trabalhador por conta de outrem e 19,8 por
conta própria. As empresas com menos de 10 trabalhadores constituíam em 2016,
96,8% do total de empresas existentes no Concelho.

O poder de compra per/capita da população de Peniche corresponde a 85,9% do poder


de compra per/capita a nível nacional e o ganho médio mensal (ilíquido) dos
trabalhadores por conta de outrem era, em 2015, de 845, 30 Euros. É de realçar a
enorme disparidade do ganho médio mensal entre homens e mulheres (944,2 Euros
para os homens e 753,9 Euros para as mulheres), facto que não está desligado da política
de baixos salários em industrias que tradicionalmente empregam mulheres (como é o
caso da industria conserveira).

4.3 – Emprego
Apesar de uma recuperação do emprego desde 2014 - resultante, por um lado, da nova
fase da vida política nacional, e por outro da política da Câmara Municipal de estímulo
ao desenvolvimento económico e criação de emprego - o desemprego no Concelho de

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Peniche continua preocupantemente alto. Em Dezembro de 2017 o total de
desempregados no Concelho era de 1122 pessoas, uma redução de cerca 500
desempregados relativamente a Dezembro de 2014. Destes, 623 são mulheres (55,5%),
o que representa um aumento da percentagem de mulheres desempregada
relativamente a Dezembro de 2013. O Desemprego juvenil mantém-se em níveis
inaceitáveis. Os jovens trabalhadores desempregados são cerca de 31% do total dos
desempregados no Concelho (Cerca de 350 trabalhadores com menos de 35 anos).

O desemprego de longa duração reduziu-se de 30% em Dez 2013 para 23% em Dez 2017,
continuando a ser um drama social que afecta de forma vincada o Concelho de Peniche.
O facto de a esmagadora maioria dos desempregados no Concelho de Peniche estarem
à procura de um novo emprego (94%), ou seja, por terem sido despedidos do seu
anterior emprego, é a maior prova de dois elementos que marcam a realidade laboral
no Concelho – a sazonalidade associada a sectores como a pesca ou o turismo, e a
elevada precariedade laboral nestes e noutros sectores, que para lá dos efeitos no
desemprego sazonal e na instabilidade social, pressiona os salários praticados em
diversos sectores.

5 – CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA SOCIO-ECONÓMICA


DO CONCELHO
As principais actividades económicas do Concelho são a Pesca; a Agricultura; as
Industrias de transformação de pescado (de onde se destaca a industria conserveira); o
turismo; o comércio e os serviços. O concelho de Peniche sofre claramente do enorme
desinvestimento feito pelos sucessivos governos no aparelho produtivo nacional, com
especial incidência em Peniche no sector da pesca.

5.1 – Sector Primário


As ultimas décadas têm sido marcadas por uma tendência de decréscimo do peso do
sector primário (pescas e agricultura). Em 1981 a população empregada no sector
primário correspondia a 38,4% do total. Em 2011 eram 9,7%. Esta diminuição assenta
na redução acentuada dos operários agrícolas (em 2009 já eram apenas 3,4% da
população) e dos pescadores.

5.1.1 - Na área da Agricultura coloca-se a necessidade de um sério investimento, que


valorize este sector com peso nas freguesias rurais nomeadamente por via de acções no
plano municipal que acompanhem a política agrícola, e potenciem as oportunidades
para os agricultores, promovendo a segurança e a modernidade nas práticas agrícolas.

5.1.2 - Na Pesca verificou-se nos últimos quatro anos um ligeiro aumento do número de
pescadores matriculados no Porto de Peniche, que são hoje 1143, contra cerca de 1000
em 2014. Dados de 2016 indicam que existem no Porto de Peniche 13 embarcações de
pesca da Frota do Cerco; 3 embarcações da Frota do Arrasto; 6 embarcações da Frota
de Palangre de Superfície e 83 embarcações de Palangre de Fundo.

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Quanto às descargas e comercialização de Pescado, dos dados disponíveis relativos a
2016 verificou-se um aumento de 11,4% do volume total de pescado descarregado na
lota de Peniche relativamente a 2015.

O Porto de Peniche é o 3º maior Porto em volume total de pescado descarregado em


Lota (10.766.093 toneladas em 2016) e o 1º Porto do País em valor gerado na 1ª venda
em Lota (30.836.878,00 Euros em 2016), valor que cruzado com o volume descarregado
reflecte a grande qualidade e diversidade de espécies transaccionadas na Lota de
Peniche.

Estes dados indicam que apesar do retrocesso neste sector, ele continua a ter uma
importância estratégica para o Concelho e confirmam a necessidade de prosseguir e
intensificar a intervenção do Partido neste sector e junto dos trabalhadores da Pesca,
nomeadamente por via da dinamização da Célula do Porto de Pesca.
Apesar de uma tímida recuperação nos últimos anos, o sector da pesca continua a sofrer
com as consequências da politicas de sucessivos governos do PS, PSD e CDS
subordinadas à política comum de pescas da União Europeia que penaliza Portugal e
diversos sectores piscatórios – nomeadamente a pequena pesca e a pesca artesanal.

Em Peniche a política de abates saldou-se numa forte destruição de embarcações e


postos de trabalho em catadupa sem qualquer critério. A suas repercussões vão muito
para lá do impacto económico e social no Concelho, constituindo um verdadeiro ataque
à economia nacional e à soberania alimentar do País. O papel da pesca no
aprovisionamento alimentar, na multiplicação dos postos de trabalho e na contribuição
para a fixação das populações no Litoral é insubstituível. Para que este sector tenha
futuro é preciso defender toda a pesca, em especial a costeira, nomeadamente por via
da renovação da Frota, cuja idade média já ultrapassa os 30 anos; pela valorização do
Pescado na 1ª venda defendendo o mercado tradicional interno e promovendo os
produtos pesqueiros no mercado internacional; pela garantia de segurança nos portos
e barras; e por um programa de apoio à pequena pesca costeira.

O PCP sublinha que defesa da Pesca passa em primeiro lugar pela defesa dos direitos
dos trabalhadores da Pesca que trabalham numa profissão de alto risco, em condições
muito adversas e com um horário e ritmo de trabalho acima da média, em muitos casos
sem direitos a fins de semana ou feriado. A não dignificação da profissão de pescador
põe em risco o futuro desta actividade, não atraindo as novas gerações para uma tão
importante actividade económica do nosso Concelho e do País.

Assim, urge garantir direitos básicos aos trabalhadores da Pesca como o Salário Mínimo
Nacional; o apoio financeiro para as paragens forçadas; a formação profissional
adequada; a segurança a bordo; e o direito a uma reforma digna, designadamente
garantindo que os períodos de interdição da Pesca decretados pelo Governo e União
Europeia passam a contar para efeitos do tempo de reforma.

A XII AOCP valoriza a conquista alcançada por intervenção do PCP do subsídio à Gasolina
da Pesca. O PCP continuará a lutar pelo acesso ao combustível a custos reduzidos em
todos os segmentos da frota e a todos os tipos de combustível.

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5.2 – Sector Secundário
A população empregada no sector secundário no Concelho de Peniche era em 2011
25,5% do total da população empregada (em 2001 era 33,2%). Não havendo dados
estatísticos disponíveis para o ano de 2016, as estimativas apontam para uma
diminuição do emprego neste sector até ao ano de 2015, tendo depois havido uma
recuperação. A tal facto não é alheia a política da Câmara Municipal de Peniche que se
empenhou na defesa do emprego no sector da industria conserveira, que por via do
protocolo com a maior entidade empregadora deste sector (ESIP) permitiu a passagem
de 200 trabalhadores com contractos a prazo para os quadros da empresa, que em 2017
atingiu o número recorde de trabalhadores, cerca de 1000, apesar da escassez de
matéria prima, nomeadamente a sardinha.

O PCP continuará a lutar pela defesa dos interesses dos trabalhadores da industria no
concelho, nomeadamente exigindo uma política de salários justa e digna, combatendo
a precariedade, lutando pela igualdade salarial entre homens e mulheres e defendendo
os direitos laborais e sindicais, nomeadamente o direito à contratação colectiva.
Simultaneamente continuará a exigir do Governo e da Câmara Municipal de Peniche
medidas de incentivo à fixação de industria e criação de emprego com direitos. Neste
sentido a dinamização da Zona Industrial do Vale do Grou ou o projecto do Parque
tecnológico do mar têm, entre outros exemplos, uma importância estratégica.

5.3 – Sector terciário


O sector terciário (comércio, turismo e serviços) teve uma muito pronunciada expansão
nos últimos 30 anos. Em 1981 cerca de 30% da população empregada trabalhava neste
sector, em 2011 era 64,9%, valor que terá aumentado até aos dias de hoje. A maior
contribuição para o aumento do emprego no sector terciário é proveniente do turismo,
especialmente nos sectores do alojamento, da restauração e dos serviços que lhes estão
associados. O elemento mais marcante desta evolução reside no turismo assocado à
fileira do Surf e das actividades relacionadas com o mar. A capacidade hoteleira do
Concelho aumentou exponencialmente na última década. Em 2009 existiam 7
estabelecimentos hoteleiros no Concelho de Peniche, em 2015 eram 28. Neste mesmo
período o número de hóspedes estrangeiros em estabelecimentos hoteleiros aumentou
de 38.133 para 74170.

Sendo claramente positivo, o crescimento do sector do turismo não garante só por si


um desenvolvimento sustentado do Concelho de Peniche, assente numa visão de
progresso social. As políticas de baixos salários em vários subsectores e a precariedade
continuam a marcar este sector.

O sector do comércio e serviços teve evoluções contraditórias. Sectores como o da


restauração e similares, ou freguesias como a de Ferrel evidenciaram francos avanços
na ultima década. Contudo persistem problemas e insuficiências no sector do Comércio
Tradicional, nomeadamente na Freguesia de Peniche. O PCP, à imagem do que a CDU
propôs no seu programa eleitoral para as eleições autárquicas 2017, defenderá um

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conjunto de medidas e programas que visem a redinamização do comércio tradicional;
uma sua maior interligação com a actividade turística e hoteleira; a promoção do
associativismo no comércio tradicional e a adopção de um conjunto de acções de
promoção do comércio tradicional.

5.4 – Habitação
A realidade social do Concelho de Peniche continua marcada por uma grande
disparidade de rendimentos entre diferentes estratos sociais e profissões, pelos efeitos
do envelhecimento da população, da precariedade e sazonalidade e pela contracção de
sectores que tradicionalmente empregaram a maior parte da população do Concelho.

Tais factores, aliados ao desemprego e a razões históricas migratórias no contexto do


desenvolvimento dos sectores da pesca e transformação de pescado, bem como do
processo de descolonização, determinam que Peniche seja um dos Concelhos do País
com maior percentagem de fogos de habitação social (22,1 fogos / 1000 habitantes).
Segundo dados do Diagnóstico social de Peniche 2015, da responsabilidade da Rede
Social Peniche, residiam em 602 fogos sociais cerca de 1400 pessoas. Persiste um
elevado número de pedidos de habitação social por satisfazer, em resultado das
dificuldades socioeconómicas e laborais das famílias.

O PCP considera que é necessário continuar o trabalho desenvolvido pela gestão CDU
da Câmara Municipal de Peniche que investiu vários milhões de Euros durante os seus
12 anos de mandatos na recuperação de vários bairros sociais e melhoria das zonas
envolventes e desenvolveu uma política de apoio social e inclusão junto dos seus
habitantes.

5.5 – Turismo e Património


Na área do Turismo e Património Peniche tem um enorme potencial que a Câmara
Municipal de gestão CDU soube potenciar e rentabilizar. Para lá das actividades ligadas
aos desportos e actividades lúdicas náuticas o Concelho de Peniche tem um grande
conjunto de património edificado e patrimonial que em parte já foi valorizado - como
por exemplo com a 1ª fase da recuperação do fosso das muralhas, a recuperação do
Forte da Consolação, e o caminho que a gestão CDU deixou aberto para a 2 fase do fosso
das Muralhas – e que é fundamental continuar a preservar e valorizar.

Neste quadro adquire particular importância a luta pela recuperação, requalificação e


valorização da Fortaleza de Peniche. A decisão do Governo de ali instalar o museu
nacional da resistência e da liberdade, significa um passo importante no objectivo de
valorizar a Fortaleza de Peniche como um dos mais importantes monumentos nacionais
de preservação da memória histórica do que foi a luta contra o fascismo e pela liberdade
e de promoção e difusão dos valores da Revolução de Abril. Trata-se um passo
indissociável da luta que os comunistas e muitos outros democratas travaram ao longo
dos anos, e que agora alcança uma importante vitória.

Resolução Política da 12
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
Decide também prosseguir o acompanhamento e apoio à criação do Museu Nacional da
Resistência e da Liberdade na Fortaleza de Peniche, a par com a requalificação daquele
monumento e a instalações naquele espaço de equipamentos de qualidade que trarão
a Peniche mais possibilidades para actividades várias, nomeadamente culturais.

A requalificação da Fortaleza de Peniche e a instalação no Concelho de Peniche de um


dos 15 museus nacionais existentes em Portugal, será um enorme factor de
desenvolvimento turístico e económico do Concelho, que não pode ser desvalorizado
nem desperdiçado. Compete à actual gestão da CMP dar continuidade a esse grande
projecto que contribuirá para uma maior projecção de Peniche no plano nacional e
mesmo internacional.

Uma das mais emblemáticas marcas da gestão CDU no Concelho de Peniche reside no
projecto levado a cabo de valorização de Peniche como território de forte identidade,
intimamente ligado ao mar. A promoção do Concelho por via dos desportos náuticos,
que fez com que Peniche seja hoje reconhecido como um destino turístico de âmbito
internacional – “Peniche, capital da onda”; a promoção das actividades económicas
ligadas à pesca, nomeadamente as conservas de Peniche; e a promoção nacional e
internacional das Rendas de Bilros, constituem, entre outras, acções concretas de defesa
do património material e imaterial do Concelho de Peniche.

6 - A LUTA DA CLASSE OPERÁRIA E DOS TRABALHADORES


A classe operaria e os trabalhadores foram o alvo principal da brutal ofensiva contra os
direitos sociais e laborais levada a cabo no plano politico pelo governo PSD/CDS-PP ao
serviço do grande capital e do patronato, com vista á intensificação da exploração e à
destruição de conquistas alcançadas com a Revolução de Abril e com a luta dos
trabalhadores

Tratou-se de uma ofensiva suportada num intenso ataque ideológico baseado na


mentira, entretanto desmascarada pela realidade, de que o desenvolvimento do País, e
a saída da crise, passava pelo empobrecimento e degradação das condições de vida dos
trabalhadores e do povo. Uma ofensiva que passou pelos cortes brutais nos salários,
pelo roubo de quatro feriados, pelo assalto às horas extraordinárias, pelo aumento e
desregulamentação dos horários de trabalho, ao mesmo tempo que se entregavam
milhões ao capital financeiro, se aumentavam os benefícios fiscais às grandes empresas
e se tentava reduzir a sua contribuição para os apoios sociais e reformas.

Neste período foi desenvolvida uma brutal ofensiva aos direitos laborais e sindicais,
nomeadamente o direito à contratação colectiva. Promoveu-se o desemprego - que no
concelho de Peniche registou níveis insuportáveis - promoveu-se a precariedade, que
aumentou sobretudo entre as camadas mais jovens, e os trabalhadores empobreceram
a trabalhar.

Resolução Política da 13
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
A luta dos trabalhadores e das populações foi determinante para alterar o rumo de
ataque aos direitos socias e laborais, para derrotar o PSD e o CDS e para iniciar um
caminho de devolução de rendimentos e direitos que está longe de estar terminado.
Também no Concelho de Peniche assim foi.

Os trabalhadores do Concelho realizaram muitas lutas, de variada dimensão e


visibilidade. Das muitas lutas travadas são de destacar a luta dos pescadores em defesa
da redução do preço dos combustíveis para o Sector da pesca, em defesa do Salário
Mínimo para a Pesca, ou perante a imposição das paragens forçadas e ameaças de
quotas inaceitáveis, como foi a questão da Sardinha; a luta dos trabalhadores dos
estaleiros navais pela recuperação da empresa; a luta dos trabalhadores da ESIP por
melhores condições de trabalho, pelo aumento dos salários, e pelo combate a
precariedade, em que conquistaram importantes vitórias; a luta dos trabalhadores da
Ramires contra o enceramento da empresa; a luta vitoriosa dos trabalhadores da
autarquia pelas 35 horas e pela assinatura do ACEP; a luta dos trabalhadores da saúde,
em convergência com a população, em defesa das valências do hospital; ou ainda a luta
do povo de Peniche em defesa da recuperação, requalificação e valorização da Fortaleza
de Peniche como espaço público de memória da resistência e da luta contra o fascismo,
luta na qual os trabalhadores de Peniche se empenharam.

A nova fase da vida política nacional só foi possível com o desenvolvimento da luta dos
trabalhadores, a par com a intervenção do PCP. Será também a luta que determinará
quanto mais longe pode ir o actual caminho de reposição e conquista de direitos e
rendimentos.

No imediato colocam-se como objectivos de luta: O aumento dos salários e em


particular do salário mínimo nacional, que contrariamente às necessidades e
possibilidades existentes, e não obstante o aumento verificado, ficou aquém dos 600€
a partir de 1 de Janeiro como o PCP propunha e defendia; a revisão das leis laborais para
fortalecer os direitos laborais; o aumento dos salários; a redução do horário de trabalho;
e a diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social, entre outros.

O PCP irá empenhar-se na dinamização das lutas dos trabalhadores e no fortalecimento


das suas organizações de classe, desde logo a partir das empresas e locais de trabalho,
estimulando a luta reivindicativa.

A luta vai continuar, desde já com a participação nas comemorações do dia internacional
da mulher, seja por via da mobilização para semana da igualdade da CGTP/IN de 5 a 10
de Março seja na mobilização para a Manifestação Nacional de Mulheres, convocada
pelo MDM, no dia 10 de Março em Lisboa; na Manifestação da juventude trabalhadora
no dia 28 de Março em Lisboa; nas comorações do 25 de Abril e na forte mobilização
para as comemorações do 1º de Maio no Distrito de Leiria como expressão reivindicativa
da luta dos trabalhadores de cada empresa e sector e grande jornada de luta de todos

Resolução Política da 14
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
os trabalhadores, especialmente para a Manifestação convocada pela União de
Sindicatos de Leiria para Leiria no 1º de Maio.

7 – SERVIÇOS PÚBLICOS E FUNÇÕES SOCIAIS DO ESTADO


7.1 – Saúde
Persistem no Concelho de Peniche vários problemas de saúde pública intimamente
relacionados com a realidade social do Concelho, que exigiram, e continuam a exigir
muito na área da saúde pública e do apoio social. É o caso do crescimento dos casos de
doença mental, nomeadamente doença mental degenerativa, toxicodependências e
alcoolismo e elevada prevalência de doenças associadas a comportamentos de risco.

Apesar da vitoriosa luta em defesa das Urgências no Hospital de Peniche em que o PCP
se empenhou fortemente, persistem, em consequência do desinvestimento na área da
Saúde por sucessivos governos do PS, PSD e CDS, enormes insuficiências ao nível de
meios humanos, técnicos e de infra-estruturas nas estruturas do Serviço Nacional de
Saúde. A taxa de doentes sem médico de família representa mais de 40% dos utentes
do concelho de Peniche, realidade indissociável do facto de no Concelho de Peniche
existir apenas 1,4 médicos por mil habitantes (quando a média da região Oeste é de 1,9)
e 2,4 enfermeiros por mil habitantes, quando a média da Região Oeste é de 3,6.

A situação no Centro de Saúde de Peniche é cada vez mais insustentável quer do ponto
de vista dos meios humanos, quer de infra-estruturas, equipamentos e acessibilidades
para pessoas com mobilidade reduzida. As condições para o seu funcionamento de
acordo com as necessidades e exigências mínimas são precárias, havendo uma evidente
carência de médicos e enfermeiros, bem como de pessoal administrativo, num quadro
em que parte dos profissionais que ali prestam serviços médicos são contratados por via
de empresas de trabalho temporário.

O PCP irá intervir política e institucionalmente para que a população de Peniche tenha
direito a um Serviço Nacional de Saúde de qualidade, intervirá para que no quadro da
necessária melhoria da Rede Hospitalar do Oeste, Peniche não só mantenha o seu
Hospital e o Serviço de Urgência, como reforce a sua capacidade e condições.

7.2 – Educação, Ciência e Investigação

O PCP contribuiu com a sua luta e com as suas propostas para a defesa da Escola Pública, uma
escola pública, gratuita, verdadeiramente democrática, que esteja ao serviço do povo e do
desenvolvimento do país. Devido à intervenção e luta do PCP, no próximo ano lectivo 550 mil
alunos irão ter manuais escolares gratuitos (1º e 2º ciclos) e o número de alunos por turma será
reduzido, contribuindo assim para o aumento da qualidade de ensino. O PCP prossegue a sua
luta contra o subfinanciamento das escolas de ensino superior, nomeadamente do IPL e pela
cobertura nacional de uma rede pública de ensino pré-escolar.

Resolução Política da 15
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
A aposta na educação foi uma das prioridades da gestão CDU na Câmara Municipal de
Peniche. Peniche tem hoje um parque escolar (Pré-Escolar e 1°Ciclo) modernizado que
mantém a proximidade às populações. A CMP generalizou o serviço de refeições
escolares (mais de 120 mil refeições por ano escolar) e criou mais de 100 bolsas para
estudantes de Peniche a frequentar o ensino superior.

O Ensino superior teve um importante desenvolvimento ao longo dos últimos doze anos.
É de valorizar o crescimento do número de estudantes da Escola Superior de Turismo e
Tecnologia do Mar (Peniche) do Instituto Politécnico de Leiria, que ultrapassou os 1300
alunos entre cursos de Técnico Superior Profissional, Licenciaturas e Mestrados. O papel
da formação superior e da investigação que é hoje desenvolvida pela ESTM é de grande
importância para o presente e o desenvolvimento futuro do Concelho de Peniche,
nomeadamente na potenciação de todo o sector da economia do mar, baseada na
biotecnologia marinha, na aquacultura, na inovação alimentar e na conservação do
património natural com enfoque na Reserva da Biosfera das Berlengas (UNESCO). As
parcerias e colaborações que ao longo do mandato da CDU foram desenvolvidas com o
IPLeiria, que permitiram a instalação do edifício CETEMARES, devem ser continuadas e
potencializadas. Projectos como o Centro Ciência Viva ou o Parque de Ciência e
Tecnologia do Mar são estruturais para o desenvolvimento económico e social de
Peniche.

7.3 – Outros Serviços Públicos e do Estado

7.3.1 - O direito à justiça foi fortemente atacado pelo anterior Governo do PSD/CDS.
São de má memória as decisões de encerramento de tribunais em dezenas de Concelhos
do País, situação que já foi revertida em parte por proposta do PCP. Não tendo
encerrado, o Tribunal de Peniche foi também afectado pelos cortes e desmandos do
anterior Governo, com consequências que ainda se mantêm. O número insuficiente de
funcionários continua a ser um problema que é urgente resolver.

7.3.2 - O Instituto de Emprego e Formação Profissional viu, por acção do Governo do


PSD/CDS reduzido ainda mais o seu horário de atendimento que por si já era reduzido
(3ª e 6ª das 09:00 as 16:00). Hoje já só é possível aceder aos serviços do IEFP por via de
marcação prévia, facto que constitui um desrespeito pelos direitos dos trabalhadores,
nomeadamente daqueles que procuram o IEFP, os desempregados.

7.3.4 – O encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos da Atouguia da Baleia


em 2017 fez com que o Concelho passasse a dispor de uma única agencia do Banco
público para todo o Concelho. A população da freguesia da Atouguia da Baleia e em
particular os mais idosos que têm de se deslocar cerca de 7,5km até à Agência de
Peniche, com a agravante de não existirem transportes públicos entre esta Freguesia e
a sede do Concelho. Mais recentemente a CGD avançou com um novo ataque aos
direitos dos seus clientes e utentes ao anunciar o encerramento do terminal automático
que ainda mantinha na Freguesia da Atouguia da Baleia. Por sua vez o Balcão de Peniche

Resolução Política da 16
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
viu agravados os problemas de atendimento, com durações médias de atendimento
inaceitáveis, que podem ir até duas horas, ou mais.

O PCP desenvolverá todos os esforços para forçar a reabertura da Agência da Atouguia


da Baleia e no imediato está a intervir para impedir o encerramento do terminal
automático (Multibanco e Caixa Automática).

7.3.5 – A realidade nacional e a situação no Concelho comprovam a razão do PCP quando


alertou para os perigos e consequências da privatização de empresas publicas de
serviços e sectores estratégicos.

Os CTT, depois de empurrarem para o poder local a garantia do funcionamento do


serviço postal – como foi o caso da Freguesia da Serra D’el Rei – acentuaram a
degradação do serviço postal após a privatização. Neste momento os CTT de Peniche
desenvolvem um sem fim de actividades e negócios, direccionados para o acumular de
lucros e dividendos dos seus accionistas, menos aquele ao qual estão obrigados, o
serviço postal e de encomendas.

É notória a incapacidade de assegurar o serviço postal no concelho, com enormes


atrasos na distribuição e o crescimento exponencial de queixas dos utentes. Na
sequência da acção nacional em defesa do Serviço Público de Correios o PCP tudo fará
para que os CTT retornem ao controlo público, como empresa estratégica para garantir
um serviço público.

De igual forma a PT Comunicações, agora Altice, viu piorar os seus serviços. O serviço
oficial da PT mais próximo de Peniche é nas Caldas da Rainha. O mesmo diagnóstico se
aplica à EDP a que acresce o constante aumento dos preços da energia. Tratam-se de
duas empresas estratégicas que deveriam estar sob controlo público e não a serem
desmanteladas e entregues ao capital estrangeiro.

8 – AMBIENTE, ÁGUA E SANEAMENTO


8.1 – Defesa da Água Pública
Peniche manteve, durante a gestão CDU da Câmara Municipal, a gestão pública do
sistema de abastecimento de água. A água é um bem público, de primeiríssima
necessidade, indispensável à vida humana, não é nem nunca poderá ser uma
mercadoria. O PCP entende que a sua captação e fornecimento às populações deve ser
pública. São conhecidas as ambições de vários grupos económicos e a opção política de
alguns para se apoderarem de um sector tão estratégico e sensível, fulcral no normal
funcionamento da sociedade. O PCP reafirma o seu compromisso em defesa da água
pública e em defesa dos sistemas públicos de Água e Saneamento de acordo com o que
aliás está definido no artigo 84º da Constituição da República Portuguesa.

Resolução Política da 17
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
No plano do sistema de saneamento e abastecimento de água, o PCP considera ser
necessário dar resposta à questão da remodelação e modernização da ETAR de Peniche
e reforçar o abastecimento de água em algumas zonas do Concelho.

8.2 – Preservação dos recursos ambientais e naturais


A qualidade ambiental, a defesa dos recursos naturais e a preservação dos ecossistemas
é cada vez mais uma questão central do desenvolvimento de um território. Tem
implicações directas e indirectas na qualidade de vida e bem-estar das populações. Pelas
suas características muito próprias o desenvolvimento do Concelho de Peniche é de
forma ainda mais acentuada, inseparável da defesa do meio ambiente, da preservação
dos recursos naturais, incluindo os recursos marinhos, da protecção do património
natural. A qualidade ambiental é em si um recurso estratégico para o Concelho de
Peniche.

O PCP orgulha-se de ter sido a Câmara Municipal de Peniche a apresentar com sucesso,
em 2011, a candidatura do território das Berlengas a Reserva Mundial da Biosfera da
UNESCO, um reconhecimento do enorme potencial e valor do património natural
daquele arquipélago.

Na linha do que foi a actuação da CDU na Câmara Municipal de Peniche e do património


da nossa intervenção e propostas neste domínio, o PCP continuará a defender uma
compatibilização do desenvolvimento económico e social do Concelho, nomeadamente
na área do turismo, industria e pescas, com a valorização dos recursos naturais do
Concelho. Nesse sentido o PCP reafirma a proposta da Criação do Conselho Municipal
do Ambiente, com a função de monitorização da qualidade ambiental do Concelho.

As praias do Concelho de Peniche são um importante recurso ambiental e económico


do Concelho. Nesse sentido, considera que, na linha do que a gestão CDU da CMP vinha
seguindo, se deve continuar a investir na melhoria ambiental contínua das praias,
nomeadamente com a requalificação das zonas balneares e a sensibilização ambiental
dos utilizadores e medidas de protecção do sistema dunar.

O PCP considera positiva a decisão de cancelamento dos contractos de exploração de


petróleo na bacia de Peniche, que tinham sido assinados sem uma ampla discussão
pública sobre as vantagens, desvantagens e impactos ambientais de tal decisão. Por
princípio O PCP não se opõe à prospecção e exploração de recursos naturais,
nomeadamente energéticos, cuja exploração sirva os interesses nacionais, do povo e do
País. Não obstante, pelas suas características próprias, pela existência de
importantíssimos recursos naturais e biodiversidade, e pelas actividades económicas
que se desenvolveram na bacia de Peniche (nomeadamente a pesca, actividades lúdicas
e desportivas marítimas e o turismo), o PCP considera que tal decisão seria prejudicial
para os interesses e desenvolvimento do Concelho.

8.3 – Espaço, Higiene e Limpeza urbanos


A gestão CDU da CM de Peniche enfrentou, na área da qualidade do espaço, higiene e
limpeza urbanas sérias restrições decorrentes do ataque desencadeado pelo Governo

Resolução Política da 18
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
PSD/CDS ao poder local democrático. Não ignorando insuficiências resultantes dos
constrangimentos financeiros e de pessoal, o PCP valoriza o facto de a CM de Peniche
ter investido no ultimo mandato em novos veículos de limpeza e outros veículos e
maquinarias.

9 - O PCP E A CDU NAS AUTARQUIAS DE PENICHE


9.1 - Na sequência das eleições autárquicas de 2017 a CDU deixou de estar à frente dos
destinos do Concelho de Peniche. Tem presentemente um vereador eleito na CM; três
membros eleitos na Assembleia Municipal; ocupa a Presidência da Assembleia de
Freguesia de Atouguia da Baleia; tem dois eleitos na Freguesia de Peniche e Preside ao
Executivo da Junta de Freguesia e à Assembleia de Freguesia de Serra D’el Rei, na
sequência da vitória nas ultimas eleições com maioria absoluta reforçada.

9.2 – O PCP tem orgulho no trabalho desenvolvido pela CDU e os seus eleitos ao longo
de 12 anos de gestão autárquica entre 2005 e 2017. Deixa um importantíssimo legado e
tem provas dadas nas mais variadas áreas. O PCP, a CDU e os seus eleitos nos diversos
órgãos autárquicos promoveram o concelho apresentando obra, mesmo em tempos de
dificuldades impostas pela Troika.

Os actuais eleitos da CDU apresentam-se neste mandato, com a responsabilidade e


exigência de quem liderou os destinos do município durante 12 anos assente num
inabalável compromisso com os interesses dos trabalhadores e da população de Peniche

9.3 - O PCP olha com orgulho para os eixos estratégicos de valorização do Concelho que
foram desenvolvidos ao longo dos últimos doze anos, nomeadamente na área da
Economia do Mar e defesa da fileira da pesca e das actividades económicas associadas;
no Turismo e Deportos Náuticos – com destaque para o Surf; na defesa e valorização do
património do Concelho – como foi e é exemplo a Renda de Bilros; na defesa do meio
ambiente e valorização dos recursos naturais do Concelho, como foi o caso da Berlenga
– Reserva da Biosfera, entre vários outros exemplos possíveis.

É inegável que a gestão da CDU tornou o concelho de Peniche mais atractivo em diversos
planos, permitindo a criação de postos de trabalho na indústria, unidades hoteleiras e
serviços, apesar de um período negro na economia nacional com intervenção da Troika.

A gestão da CDU deixou marca de relevo na área da Educação, com a Modernização do


Parque Escolar (desde o Pré-Escolar ao 1.º Ciclo) e no apoio social escolar, prioridades a
pensar no futuro do concelho de Peniche.

No domínio do planeamento estratégico do concelho, a CDU avançou com a elaboração


da Magna Carta, concretizou o Plano de Urbanização do Vale do Grou e concretizou a
Carta Educativa do concelho de Peniche.

No plano de descentralização para as Freguesias, a CDU alargou os Protocolos de


Competências para todas as Freguesias com um valor anual a rondar os 600 mil euros,
valor sem paralelo desde o 25 de Abril de 1974.

Resolução Política da 19
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
A gestão da CDU deixou ao Concelho de Peniche o caminho aberto para um ainda maior
desenvolvimento contribuindo decisivamente para a aprovação de 22 projectos no
“Centro 2020”, com investimento elegível superior a 12 milhões de euros e que a nova
gestão da Câmara Municipal não deve e não pode desperdiçar.

A gestão da CDU trouxe rigor às contas do Município tendo reduzido a dívida municipal
ao longo dos seus mandatos, até ao valor de 7,2 milhões de euros. A CDU chegou ao
final do seu mandato autárquico 2013/2017, com um valor nos cofres da CMP de 1,7
milhões de euros e mais de 4,8 milhões de euros nos SMAS, permitindo ao novo
Executivo Municipal satisfazer os projectos em curso e uma gestão diária sem problemas
financeiros, com pagamentos a fornecedores a menos de 30 dias.

9.4 - Pela obra desenvolvida, pela marca deixada durante 12 anos, e também pela falta
de visão estratégica do actual Executivo Municipal bem patente nas Grandes Opções do
Plano que a CDU não aprovou, a CDU tem não só a legítima intenção de reconquistar a
autarquia como entende que o regresso da CDU à gestão da Câmara Municipal de
Peniche é do interesse dos trabalhadores e da população do Concelho.

Com a realização a XII AOCP o PCP dá início a um processo que, em articulação com os
eleitos da CDU e os muitos independentes que connosco continuam a lutar pelo
desenvolvimento do concelho e pelo seu progresso social, procederá a uma actualização
do projecto da CDU para o Concelho de Peniche, assente numa análise do muito de
positivo que ele contem e também das insuficiências registadas e que o PCP reconhece,
com vista à recuperação da Presidência da Câmara de Peniche, reafirmando o carácter
unitário e distintivo do Projecto CDU.

9.6 - A XII AOCP define como Orientações para o trabalho nas autarquias locais do
Concelho de Peniche as seguintes medidas a serem concretizadas pela Comissão
Concelhia de Peniche do PCP a ser eleita por esta Assembleia:

a) Dinamizar e regularizar o funcionamento da Comissão de Acompanhamento ao


trabalho autárquico já estabelecida, e na qual participam todos os eleitos da CDU
na CMP, Assembleia Municipal e Assembleias de freguesia, com vista a
acompanhar de perto os trabalhos dos eleitos nos órgãos autárquicos, escrutinar
o trabalho desenvolvido pelo actual executivo camarário e de freguesias e
promover a defesa dos interesses da população do concelho de Peniche. Esta
Comissão deve reunir quinzenalmente e sempre que a Comissão Concelhia ou o
seu executivo assim entenda necessário.
b) Realizar sessões de esclarecimento com a população, em cada Freguesia do
Concelho, com uma periodicidade não inferior a seis meses.
c) Manter reuniões regulares com as diversas instituições, do concelho,
nomeadamente com as associações, colectividades e IPSS’s.
d) Informar regulamente a população da análise do PCP da actividade do PCP e da
CDU na Camara e Assembleia Municipais, nas Assembleias e Juntas de Freguesia,
especialmente da Serra D’el Rei, pelas responsabilidades acrescidas da CDU.
e) Editar o Boletim anual da CDU de prestação de contas do nosso trabalho
fazendo-o chegar a toda a população.
f) Intervir de forma regular junto da comunicação social para divulgar a actividade
do PCP, da CDU e dos seus eleitos.

Resolução Política da 20
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
g) Promover o Encontro Anual do Poder Local, que reúna activistas e eleitos da CDU
do Concelho de Peniche
h) Realizar pelo menos duas vezes por ano, plenários de activistas e eleitos da CDU.

O exercício do poder pelos comunistas e seus aliados, não é um fim em si mesmo, pelo
contrário e um instrumento, que solucionando os problemas e desafios imediatos,
contribui para a promoção dos princípios e valores que norteiam a intervenção do PCP,
para a difusão da possibilidade de uma alternativa, patriótica e de esquerda, e para
concretização do projecto do PCP de uma democracia avançada com os valores de Abril
no futuro de Portugal, tendo como horizonte a construção do Socialismo.

10 - RESULTADOS ELEITORAIS NO CONCELHO


Desde a 11ª Assembleia de Organização, o PCP participou, no quadro da CDU, em 4 actos
eleitorais:

• 2014 – Eleições para o Parlamento Europeu: O Partido Socialista foi a força mais
votada no concelho de Peniche, com 30% dos votos, seguido do PSD/CDS (26%). A CDU foi a
terceira força mais votada, tendo obtido 1143 votos e 16%. Em relação às eleições de 2009 a
CDU aumentou 67 votos, cerca de 1,7%, no concelho de Peniche. Os resultados no Concelho de
Peniche acompanharam a tendência nacional. A taxa de abstenção no Concelho de Peniche foi
de 72%, cerca de 6 pontos percentuais acima da média nacional.

• 2015 – Eleições Legislativas: Trata-se do acto eleitoral onde, por via da correlação de
forças determinada pelos resultados eleitorais, e pela intervenção do PCP logo na noite das
eleições, se conseguiu interromper a acção destruidora do Governo PSD/CDS e iniciar uma nova
fase da vida política nacional, com um Governo minoritário do PS.

No concelho de Peniche o Partido Socialista foi a força mais votada com 33% dos votos, seguido
de PSD com 31%. A CDU foi a terceira força mais votada com 11,2% e 1388 votos. O BE teve 10%.
A taxa de Abstenção foi de 51%, acima da média nacional. Em relação às eleições anteriores a
CDU registou uma diminuição de 9 votos (em função do aumento da abstenção) e um aumento
de 0,59 pontos percentuais.

• 2016 – Eleições presidenciais: O PCP mobilizou-se no apoio à candidatura Edgar Silva


que se assumiu como a candidatura dos trabalhadores e vinculada aos valores de Abril. O
resultado nacional ficou aquém do valor que o seu projecto exigia. No concelho de Peniche a
candidatura de Edgar Silva obteve 4,72% (482 votos), uma votação acima da média nacional e
do distrito de leiria, tendo sido a quarta candidatura mais votada, ficando à frente da candidata
Maria de Belém, mas distante dos outros 3 candidatos (Marcelo R. Sousa, Sampaio da Nóvoa e
Marisa Matias). Em relação às eleições para a Presidência da República de 2011, a candidatura
apoiada pelo PCP teve menos 346 votos, cerca de 3,96%. Na leitura dos resultados há que ter
em conta que em 2016 concorreram 10 candidatos, mais 4 que em 2011, facto que levou a uma
maior dispersão dos votos.

• 2017 – Eleições Autárquicas: A CDU perdeu a Presidência e a maioria relativa na


Câmara Municipal de Peniche. Obteve 1 mandato, e 15% dos votos dos eleitores. Para a
Assembleia Municipal alcançou 3 dos 21 lugares deste órgão (15%). Conquistou 1 das 4
freguesias do Concelho, freguesia de Serra d’El Rei com maioria absoluta.

Resolução Política da 21
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
Pela primeira vez concorreram 2 listas de grupos de cidadãos eleitores. O Grupo de Cidadãos
eleitores por Peniche - encabeçado pelo Presidente da Junta de Freguesia de Peniche eleito em
sucessivas eleições pela CDU e que abandonou a CDU para se candidatar à Presidência da
Câmara de Peniche - foi a força política mais votada, tendo conquistado a Presidência da Câmara
Municipal com 3 mandatos na CM; 7 na Assembleia Municipal e tendo conquistado a maioria na
Freguesia de Peniche. A situação no Concelho de Peniche confirmou, no que às listas de cidadãos
eleitores diz respeito, a análise do PCP. Tratam

PS e PSD mantiveram as maiorias nas juntas de freguesia que já possuíam, Ferrel e Atouguia da
Baleia. A abstenção de 49%, em 2013 tinha sido de 56%.

No quadro abaixo é possível verificar a comparação dos 2 últimos actos eleitorais.

2013 2017

CM AM AF CM AM AF
4535 (41,32) 4105 (37,57) 4088 (37,42) 1898 (15,10) 1903 (15,15) 1819 (14,47)
CDU 3 mandatos 9 mandatos 17 mandatos 1 mandatos 3 mandatos 8 mandatos

2660 (24,24) 2735 (25,03) 2769 (25,35) 2354 (18,73) 2457 (19,56) 2439 (19,41)
PS 2 mandatos 6 mandatos 13 mandatos 1 mandato 4 mandatos 10 mandatos

2512 (22,89) 2858 (26,16) 3236 (29,62) 3643(28,98) 3627 (28,87) 4144 (32,98)
PSD 2 mandatos 6 mandatos 14 mandatos 2 mandatos 7 mandatos 16 mandatos

3896 (31,00) 3665 (29,17) 3608 (28,71)


N/A N/A N/A
GCIPP 3 mandatos 7 mandatos 10 mandatos

Abstenção 56,67% 49,25%

O resultado da CDU foi negativo, tendo a CDU passado de 1ª a 4ª força política, com uma clara
perda de votos e mandatos em 2017. No conjunto dos órgãos autárquicos a CDU passou de 29
para 12 mandatos e diminuiu 2637 votos para a Câmara Municipal. A distribuição dos mandatos
passou a ser dividida por 4 forças políticas, anteriormente era de 3.

Não obstante os resultados negativos sublinha-se a importante pré-campanha e campanha


eleitoral realizadas, com dezenas de iniciativas e a mobilização de muitas centenas de activistas
da CDU, facto distintivo da maioria das outras candidaturas.

O PCP reafirma a sua intenção de reforçando o caracter abrangente e unitário da CDU definir
desde já o objectivo de reconquistar a maioria na Câmara Municipal de Peniche.

11 – O PARTIDO
Mais Organização, mais intervenção, por um PCP mais forte e influente no Concelho
de Peniche.
Maior organização, mais intervenção, por um PCP mais forte e mais influente – É este o
lema que sintetiza as orientações do XX Congresso relativas ao reforço orgânico e que
foram recentemente reafirmadas e desenvolvidas na Resolução do Comité Central do
PCP de 20 e 21 de Janeiro último, e nas Medidas para o Reforço do Partido definidas
pela DORLEI na sua reunião de 27 de Janeiro de 2018.

Resolução Política da 22
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
Trabalhar para um Partido mais forte e mais influente é uma exigência que se coloca aos
comunistas para reforçar o seu Partido, mas é também e acima de tudo uma
necessidade para reforçar a luta e defender os interesses dos trabalhares e do povo
português.

O reforço da Organização do Partido no Concelho de Peniche, a sua maior afirmação, e


uma mais regular intervenção própria, são de importância estratégica para o reforço da
influência política do PCP e da CDU.

Este esforço deve ter como eixo central o reforço e elevação da militância,
nomeadamente por uma acção de contactos que persiga esse fim e por medidas que
permitam uma melhor estruturação do Partido e da sua ligação às massas e à realidade
do Partido, especialmente nas empresas e locais de trabalho, de que são exemplo a ESIP,
a Câmara Municipal e os SMAS, ou o Porto de Pesca.

O Reforço do Partido junto da classe operária e dos trabalhadores é de extrema


importância, pelo que a Organização Concelhia dará toda a atenção à Campanha em
curso de Contacto com Trabalhadores, visando a sua inscrição no Partido.

Reforço esse para dar mais força á luta de massas, para melhorar a intervenção política,
estruturar melhor a organização e melhorar o seu funcionamento nas várias áreas.

A entrega dos novos cartões é uma excelente oportunidade para o reforço orgânico do
Partido, que exige o aumento da capacidade de direcção e a responsabilização de mais
quadros e militantes, bem como uma acção decidida e organizada visando o
recrutamento para o Partido, a integração dos novos militantes na vida do Partido e a
responsabilização de quadros por tarefas concretas, incluindo tarefas permanentes.

O Reforço da Organização passa também pelo reforço dos meios que temos ao nosso
dispor para a acção e intervenção do Partido. Desde logo a imprensa do Partido –
Avante e O Militante -; mas também os meios para informação e propaganda e, com
grande importância, o reforço da independência financeira do Partido, via quotização,
iniciativas, etc.

11.1 – Estrutura Orgânica


O Partido conta no Concelho de Peniche com mais de uma centena de militantes, que
se concentram na sua esmagadora maioria na Freguesia de Peniche e que são na sua
grande maioria operários e trabalhadores por conta de outrem.

A estrutura orgânica do PCP no concelho de Peniche assenta nas organizações de base


por local de trabalho e por freguesia, sendo o seu funcionamento ainda insuficiente.

No plano das organizações de base por empresa ou local de trabalho (células) estão em
funcionamento a Célula da ESIP, em fase de redinamização a Célula da CM de Peniche e
dos SMAS, e em fase de criação a Célula do Porto de Pesca.

No plano das Organizações de Base por local de residência está em curso a melhoria do
funcionamento da Organização de Freguesia de Peniche e em perspectiva a criação da
Organização de Freguesia da Atouguia da Baleia.

Resolução Política da 23
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
11.2 – Estrutura de Direcção
A estrutura de direcção do Partido no Concelho de Peniche assenta na Comissão
Concelhia e no seu Executivo. No plano da estrutura de direcção concelhia estão ainda
em funcionamento o Organismo para o Trabalho Autárquico, o Colectivo para a
dinamização do Centro de Trabalho, o Organismo para a Informação e Propaganda e a
Célula Concelhia dos Trabalhadores Reformados.

De realçar ainda o colectivo da Festa do Avante, que não constituindo propriamente um


Organismo, envolve um número significativo de camaradas e amigos na preparação e
construção da Festa do “Avante!”.

A XII AOCP decide que a estrutura de Direcção do Partido no Concelho deve continuar a
assentar na Comissão Concelhia, que deve procurar reunir com uma periodicidade de 3
semanas, e no executivo da Comissão Concelhia. A Comissão Concelhia poderá, se assim
sentir necessário, eleger um Secretariado.

Devem manter-se os organismos concelhios existentes para questões concretas,


devendo melhorar-se o seu funcionamento.

11.3 - Situação Financeira e Meios Próprios Do Partido


Assegurar a independência financeira do Partido é indispensável para garantir a sua
independência politica, orgânica e ideológica. O PCP é um Partido independente dos
interesses do grande capital, os seus meios são assegurados pela contribuição militante
ou solidária dos seus militantes ou amigos. Todos os meios financeiros do PCP são
canalizados para a actividade do Partido e para o desenvolvimento da luta dos
trabalhadores e do povo.

O pagamento da Quota de militante do Partido é, para lá de uma obrigação estatutária


decorrente da condição de militante comunista, a forma mais segura e constante de
assegurar o normal financiamento e funcionamento do Partido.

A Comissão Concelhia eleita pela XII AOCP deve empenhar-se em aumentar o número
de camaradas com quotas em dia, aproveitando os novos cartões para concretizar este
objectivo.

Deve ser garantido em todos os casos a concretização do principio estatutário do Partido


de que os eleitos comunistas em instituições não devem ser nem beneficiados nem
prejudicados pelo exercício de cargos públicos, devendo por isso assegurar-se
contribuição financeira dos eleitos para o normal funcionamento do Partido.

Deve-se ainda promover com maior regularidade a recolha de contribuições de


militantes, simpatizantes e amigos do Partido, nomeadamente por via de campanhas de
fundos.

11.3.1 – Receitas e Despesas da Organização Concelhia de Peniche.


No ano de 2015 o total de receita foi de: 11.739,35€; em 2016 de: 7.736,58€ e 2017 de:
10.687,27€.

No que se refere á despesa: no ano de 2015 foi de 12.265,55€; no ano de 2016 de


7.482,08€; e no ano de 2017 de 9.582,44€. Os maiores valores de despesa respeitam a
transferências para a direcção regional, correspondente a 46,52% do total da despesa e
a pagamentos à Editorial Avante com 12,46% do total das despesas.

Resolução Política da 24
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
11.3.2 - Quotização
No que se refere á quotização no ano de 2015 foi de 2.313,00€; em 2016 de 2.272,50€
e 2017 de: 1.645,50€

De referir que a diminuição de quotização no ano de 2017 sucedeu, em grande parte,


por ser ano de eleições autárquicas. Neste quadro é importante referir que a Campanha
de Fundos do PCP para as eleições autárquicas ficou muito aquém das necessidades para
fazer face a todas as despesas da Campanha Eleitoral da CDU.

Entre Assembleias Concelhias o valor recolhido de quotizações aumentou 18,65%


(979,00€ - na XI AOC). A percentagem de quotas/militante em termos de valor
efectivamente cobrado entre assembleias foi de 59,87%. Mais de 50% dos militantes
não pagam quotas regularmente, situação que tem de ser invertida.

11.4 – Imprensa do Partido


O Avante!, órgão central do Partido, tem um papel fundamental na informação e no
esclarecimento político e ideológico dos membros do Partido e das massas
trabalhadoras e populares. A discussão e concretização de medidas para o alargamento
da difusão do “Avante!” é em si um instrumento e contributo para o fortalecimento da
organização do Partido.
A Organização Concelhia de Peniche aumentou consideravelmente o número de
Avantes vendidos. Retirando os exemplares que a Organização Concelhia de Peniche
oferece a instituições do Concelho (6), no período da anterior Assembleia eram vendidos
24 exemplares e hoje são vendidos 35.
A experiência no Concelho de Peniche demonstra que há campo para o aumento da
venda do Avante. Para consolidar os avanços registados e para progredir na venda do
“Avante!” é necessário que mais camaradas possam vender o Avante, devendo
constituir-se uma pequena comissão para a difusão do Avante. Devem fazer-se
regularmente listas de possíveis compradores do Avante e deve-se avançar mais nas
vendas e bancas públicas de rua.
O Militante, instrumento de informação e formação política e ideológica e de
tratamento de questões da Organização constitui um instrumento importante para a
formação ideológica e política dos militantes, para a batalha das ideias e para o prestígio
do Partido, dada o seu excelente nível de qualidade e a abrangência de temas que
aprofunda.
A venda do “O militante” na organização concelhia de Peniche é muito insuficiente,
apenas se vendem 2 exemplares. Deve-se trabalhar para divulgar mais a revista “O
Militante”, nomeadamente com leitura colectiva de artigos, e a Comissão Concelhia
deve estabelecer metas para o aumento da venda do “O Militante”.
11.5 – Orientações para o reforço orgânico do Partido.
O fortalecimento da Organização do Partido, do seu trabalho de direcção, dos seus
meios e capacidades, afirma-se e reforça-se no trabalho colectivo e na responsabilização
individual de cada militante do Partido.

Necessitamos de melhorar a nossa organização a nível concelhio, de aprofundar os


nossos contactos, de trazer mais militantes ao Partido e de responsabilizar mais quadros
pelas diversas tarefas que estão colocadas.

Resolução Política da 25
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
Uma das prioridades para os próximos anos deve ser o reforço da organização do Partido
nas empresas e locais de trabalho, com a constituição de células, o funcionamento
regular do sector de empresas e um trabalho mais efectivo de acompanhamento à
intervenção dos comunistas no movimento sindical.

A proposta da comissão concelhia apresentada á XII Assembleia de Organização


Concelhia de Peniche do PCP tem como objectivo aprofundar a ligação aos
trabalhadores e á população em geral, de renovar os quadros de direcção do PCP no
Concelho de Peniche e de dar passos num mais profundo trabalho colectivo de direcção
e de acompanhamento aos diferentes colectivos, a fim de dar as respostas necessárias
à situação política nacional, regional e concelhia.

11.5.1 - A XII Assembleia da Organização Concelhia de Peniche do PCP define como


objectivos de reforço orgânico:

a) Recrutar no ano de 2018, 11 novos militantes, devendo a Comissão Concelhia


estabelecer metas para os anos de 2019 de acordo com as orientações da
Direcção Regional de Leiria.
b) Responsabilizar 5 novos camaradas por tarefas de direcção, ou por tarefas
concretas, durante o ano de 2018, devendo a Comissão Concelhia estabelecer
novas metas para os anos subsequentes.
c) Aumentar a venda do “Avante!” para 50 exemplares no ano de 2018 e tentar
atingir a meta de 70 Avantes nos próximos quatro anos. Aumentar a venda de
“O Militante” para 10 exemplares até à próxima Assembleia de Organização.
d) Elevar a percentagem de membros do Partido a pagar quotas para 55% no ano
de 2018, tomando-se as medidas para que essa percentagem atinja os 70% nos
próximos quatro anos. Aumentar o número de camaradas a cobrar quotas
tentando atingir uma proporção de 1 /15 militantes.
e) Realizar plenários da Organização Concelhia de Peniche com uma
periodicidade não superior a 3 meses.
f) Reforçar a célula da ESIP, nomeadamente por via do recrutamento de novos
militantes do Partido.
g) Redinamizar a Célula da Câmara Municipal e dos SMAS.
h) Criar já no ano de 2018 a Célula do Porto de Pesca
i) Garantir a regularidade de reunião do sector de empresas de Peniche.
j) Redinamizar a Comissão de Freguesia de Peniche.
k) Criar a Comissão de Freguesia de Atouguia da Baleia.
l) Garantir a realização de reuniões regulares com militantes das Freguesias de
Ferrel e da Serra D’el Rei.
m) Dinamizar a Célula de Reformados e dedicar esforços ao Reforço da Associação
de Reformados Pensionistas e Idosos do Concelho de Peniche.

Resolução Política da 26
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche
n) Aprofundar a discussão colectiva no Partido e estimular a luta em defesa dos
serviços públicos, contribuindo para a criação de movimentos unitários em
defesa dos direitos à saúde e educação, entre outros.
o) Apoiar e estimular a dinamização do Núcleo da União dos Resistentes
Antifascistas Portugueses (URAP) de Peniche.
p) Prosseguir na dinamização do Centro de Trabalho, com a regularidade das
reuniões da Comissão do CT e Iniciativas, e com o objectivo de realizar, pelo
menos uma vez por mês, uma iniciativa no Centro de Trabalho.
q) Avançar na tomada de posições públicas do PCP sobre questões locais.
r) Acompanhar e estimular a intervenção dos comunistas nos movimentos
unitários e no movimento associativo do concelho.
s) Editar um boletim anual do PCP à população.
t) Propor junto dos nossos aliados na CDU, a edição de um boletim anual da CDU
u) Realizar Iniciativas do Partido em cada freguesia, pelo menos uma em cada
freguesia uma vez por ano.
v) Realizar anualmente, e em articulação com os nossos aliados na CDU, um
Encontro de eleitos e activistas e duas reuniões de trabalho por ano com
eleitos e activistas da CDU.
w) Realizar regularmente cursos e iniciativas de formação ideológica dos
militantes do Partido, bem como debates e sessões públicas que combatam a
desinformação e manipulação ideológica da ideologia dominante.

***
Os comunistas do concelho de Peniche continuam determinados em fortalecer o seu
Partido, em reforçar a sua ligação às massas, em fortalecer as organizações e
movimentos unitários e em dinamizar a luta dos trabalhadores e da população.

O PCP prosseguirá a sua intervenção com a determinação característica de uma força


que – pelo seu percurso e intervenção – se afirma como um Partido e um colectivo de
homens e mulheres portador de um projecto de ruptura e de mudança, capaz de pôr
fim a décadas de política de direita e abrir caminho a uma política, patriótica e de
esquerda.

Em Peniche o tempo futuro será o de Afirmar o Partido e, sempre com os trabalhadores


e o povo do nosso Concelho, Avançar na Luta!

Alicerçado no inabalável compromisso com os trabalhadores e o povo, afirmando a sua


identidade comunista, honrando a sua dimensão e percurso de partido patriótico e
internacionalista, o PCP não negará esforços para assegurar um Portugal democrático,
desenvolvido e soberano, e continuará firmemente empenhado na afirmação do seu
programa e projecto, na luta por uma democracia avançada, com os valores de Abril no
futuro de Portugal, tendo como horizonte o socialismo e o comunismo.

Resolução Política da 27
12ª Assembleia da Organização Concelhia de Peniche

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