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1. Teoria Finalista
2. Teoria Maximalista
Seria, por exemplo, a padaria que compra um veículo automotor para utilizá-lo
na entrega das encomendas e este apresenta diversos vícios de produção; ou ainda, a
empresa de entrega de correspondências que adquire um veículo para utilizar no
transporte de mercadorias e este apresenta os mesmos problemas encontrados no
automóvel adquirido pela padaria. Há de se notar que tanto o padeiro como a empresa
de entrega de correspondências possuem habilidades distantes da produção de
automóveis, portanto podem não ter o menor conhecimento técnico sobre veículos, da
mesma maneira que qualquer outra pessoa que adquire o veículo para uso privado. Para
a teoria mista, são todos igualmente vulneráveis neste aspecto. (NORAT, 2012).
Destarte, corrente criada pelo STJ, não restam dúvidas de que a corrente que
adota a teoria finalista aprofundada é a mais condizente com o intento e com os
princípios que conduzem todo o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, a saber:
o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor e a aferição da boa-fé nas relações
entre consumidores e fornecedores.(NORAT, 2012).
4. Jurisprudências
Teoria Finalista:
Ementa
Processo
REsp 1358231 SP 2012/0259414-1
Orgão Julgador
T3 - TERCEIRA TURMA
Publicação
DJe 17/06/2013
Julgamento
28 de Maio de 2013
Relator
Ministra NANCY ANDRIGHI
Acordão
Teoria Maximalista:
Processo
REsp 445854 MS 2002/0079754-9
Orgão Julgador
T3 - TERCEIRA TURMA
Publicação
DJ 19/12/2003 p. 453
RJADCOAS vol. 54 p. 38
Julgamento
2 de Dezembro de 2003
Relator
Ministro CASTRO FILHO
Ementa
CONTRATOS BANCÁRIOS – CONTRATO DE REPASSE DE EMPRÉSTIMO
EXTERNO PARA COMPRA DE COLHEITADEIRA – AGRICULTOR –
DESTINATÁRIO FINAL – INCIDÊNCIA – CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR – COMPROVAÇÃO – CAPTAÇÃO DE RECURSOS –
MATÉRIA DE PROVA – PREQUESTIONAMENTO – AUSÊNCIA.
I – O agricultor que adquire bem móvel com a finalidade de utilizá-lo em sua
atividade produtiva, deve ser considerado destinatário final, para os fins do
artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor.
II – Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor às relações jurídicas originadas
dos pactos firmados entre os agentes econômicos, as instituições financeiras e os
usuários de seus produtos e serviços.
III – Afirmado pelo acórdão recorrido que não ficou provada a captação de recursos
externos, rever esse entendimento encontra óbice no enunciado n.º 7 da Súmula desta
Corte.
Acordão
Resumo Estruturado
APLICAÇÃO, CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, CONTRATO,
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, REPASSE, FINANCIAMENTO EXTERNO,
EMPRESTIMO, PESSOA FISICA, PRODUTOR RURAL, OBJETIVO,
AQUISIÇÃO, MAQUINA AGRÍCOLA, CARACTERIZAÇÃO, CONSUMIDOR
FINAL.
Processo
AgRg no REsp 1149195 PR 2009/0134616-0
Orgão Julgador
T3 - TERCEIRA TURMA
Publicação
DJe 01/08/2013
Julgamento
25 de Junho de 2013
Relator
Ministro SIDNEI BENETI
Ementa
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR PARA PROTEÇÃO DE PESSOA JURÍDICA. TEORIA
FINALISTA APROFUNDADA. REQUISITO DA VULNERABILIDADE NÃO
CARACTERIZADO. EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO ASSUMIDA EM
MOEDA ESTRANGEIRA. FUNDAMENTO DO ACÓRDÃO NÃO ATACADO.
1.- A jurisprudência desta Corte tem mitigado os rigores da teoria finalista para
autorizar a incidência do Código de Defesa do Consumidor nas hipóteses em que a
parte (pessoa física ou jurídica), embora não seja tecnicamente a destinatária final do
produto ou serviço, se apresenta em situação de vulnerabilidade.
2.- No caso dos autos, tendo o Acórdão recorrido afirmado que não se vislumbraria a
vulnerabilidade que inspira e permeia o Código de Defesa do Consumidor, não há
como reconhecer a existência de uma relação jurídica de consumo sem reexaminar
fatos e provas, o que veda a Súmula 07/STJ.
3.- As razões do recurso especial não impugnaram todos os fundamento indicados
pelo acórdão recorrido para admitir a exigibilidade da obrigação assumida em moeda
estrangeira, atraindo, com relação a esse ponto, a incidência da Súmula 283/STF.
4.- Agravo Regimental a que se nega provimento.
Acordão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam
os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,
negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino (Presidente), Ricardo Villas Bôas
Cueva e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente,
justificadamente, a Sra. Ministra Nancy Andrighi.
5. Referência