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Com as armas podendo ser obtidas pelos cidadãos (de bem), pelo
ao menos a bandidagem vai pensar duas vezes antes de entrar na
casa de alguém, mas, se os criminosos souberem que só eles e a
polícia têm armas, aí a coisa fica feia, pois é dar a faca e o queijo ao
bandido. A polícia não tem condições de proteger a todos, isto é fato.
Se civis armados podem evitar massacres como os de Columbina ou
do Realengo, também é verdade que os massacres em si
dependem das armas. As restrições governamentais podem evitar
esses casos?
As leis holandesas incorporam quase todas as demandas dos
defensores do mais rígido controle sobre o comércio de armas. Essa
política teve resultados: há apenas três armas de fogo para cada 100
holandeses. E nada disso impediu que por lá ocorresse algo muito
similar ao que se viu no Rio de Janeiro, quando no dia 9 de abril,
apenas dois dias depois do massacre no Realengo, um atirador
entrou em um shopping na Holanda e matou ao menos sete pessoas,
ferindo também outras 16.
Se fosse verdade que a possibilidade de resistência popular armada
à tirania é algo irrelevante, os piores regimes do século XX não teriam
dedicado tanta energia ao desarmamento de suas populações. O
confisco de armas de fogo ocorreu tanto na Itália fascista quanto na
Alemanha nazista. Na União Soviética, a propriedade de armas de
fogo não foi abolida até 1929 data que coincide com o início do
período mais repressivo do stalinismo.