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FACULDADE INTERNACIONAL SIGNORELLI

DIREITO ADMINISTRATIVO

AGENTES PÚBLICOS

Nome do aluno: WICTOR ROBERTO DE SOUZA LIMA


CARUARU
22/12/2017

DESENVOLVIMENTO

Os agentes públicos são as pessoas naturais, vinculados à Administração Pública direta


ou indireta, e tal vinculação pode dar-se em caráter permanente ou temporário. Eles são os
responsáveis pelo bom funcionamento da máquina Administrativa.
Ressalvadas poucas exceções, todas as pessoas que atuam na Administração Pública
são agentes públicos, desde o Presidente da República até aqueles agentes temporários, como
mesários convocados a atuar nas épocas de eleições e os conscritos no período do serviço
militar obrigatório.
Regra geral, os agentes públicos estão vinculados ao Estado, alternativamente,
submetidos a três regimes jurídicos distintos, a saber: regime estatutário ou de cargo público,
regime celetista ou de emprego público e regime de contrato por tempo determinado.
A diferença entre estes três regimes reside no fato de que o regime estatutário e o
regime celetista sujeitam-se aos mesmos princípios e regras de direito público previstos na
Constituição Federal, como a admissão por concurso público, enquanto que o regime de
contrato por tempo determinado não se sujeita totalmente a tais princípios, como a
obrigatoriedade do concurso público admissional.
Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura
organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3ª, Lei nº 8.112, de 11/12/1990. O
titular do cargo público é denominado servidor público.
Função pública é a atribuição de uma competência específica no âmbito daquelas
estabelecidas pela lei para a Administração Pública e seus agentes, de modo que a todo cargo
público deve obrigatoriamente corresponder uma função pública.
Enquanto o regime de emprego público caracteriza o empregado público, que se
encontra vinculado à Administração Pública a partir de um contrato de trabalho regido pelas
disposições constantes da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
No regime de contrato por tempo determinado existe apenas um contrato de prestação
de serviços celebrado entre o contratado e a Administração Pública, por prazo determinado,
sem cargo público e sem vínculo empregatício. Embora este contratado por tempo
determinado seja considerado será considerado agente público para fins legais, durante a
vigência do seu contrato.
Ainda há os agentes públicos que recebem da Administração pública apenas a função
pública, sem qualquer cargo ou emprego público ou ainda contrato por tempo determinado. É
o caso dos mesários convocados para atuar durante o pleito eleitoral, também dos tabeliões
públicos titulares dos cartórios extrajudiciais. Estes casos demonstram que é o exercício da
função pública que caracteriza o agente público.
Segue a definição de agente público presente no Código Penal, em seu art. 327, caput
e §1º:
“Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada
para a execução de atividade típica da Administração Pública”.
Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que atendam aos
requisitos estabelecidos em lei, bem como aos estrangeiros, também nas hipóteses legais,
conforme previsto na Constituição Federal, em seu art. 37, I. Cada um dos poderes da
República possuirá autonomia para criação de cargos em sua estrutura.
A forma de ingresso em cargo ou emprego publico é através de aprovação prévia em
concurso público de provas ou concurso público de provas e títulos, na forma prevista em lei.
Algumas exceções a esta regra são: as nomeações para cargos em comissão, os cargos
públicos eletivos, as funções públicas cujo acesso ocorre através contratação por tempo
determinado, e as funções públicas resultantes de imposição legal, como ocorre com os
mesários nas eleições, os jurados nos tribunais de Júri e os conscritos em fase de serviço
militar obrigatório.
A ordem dos aprovados em concurso público não pode ser desrespeitada, em caso
contrário, ocorrerá ofensa ao direito do candidato aprovado e classificado dentro do número
de vagas divulgadas em edital, mas que não tenha sido ainda convocado, durante o prazo de
validade do concurso público. Embora este direito esteja previsto na Constituição Federal,
houve um tempo em que não se admitia que o candidato aprovado em concurso público
tivesse o direito subjetivo à nomeação. A doutrina e jurisprudência entendiam tal situação
como sendo ato discricionário da Administração Pública.
Atualmente, há o entendimento, da doutrina e jurisprudência, de que a Administração
Pública somente poderá deixar de promover a nomeação e provimento do cargo ou a
contratação para o emprego público mediante motivação satisfatória, e não apenas utilizando
o argumento da mera discricionariedade.

Nossa Constituição estabelece dois regimes principais de contratação para o serviço


público, a saber, o estatutário, ou de cargo público, e o celetista, ou de emprego público.
Resulta em duas categorias básicas entre os agentes públicos: os servidores estatutários e os
empregados públicos.
O regime estatutário é regime comum de contratação de agente públicos pela
Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e pela Administração
Indireta, como autarquias, fundações públicas e associações públicas. Este regime é
disciplinado, no âmbito federal, na Lei nº 8.112/90 – Estatuto do Servidor Público Federal.
Os servidores estatutários ingressam através de concurso público para ocupar os
cargos públicos e adquirem estabilidade após se sujeitarem a um estágio probatório. Trata-se
de um regime mais vantajoso e protetivo que o de emprego público, pois foi concebido para
garantir maior estabilidade no exercício das funções públicas, protegendo o servidor das
influências partidárias e pressões políticas decorrentes da alternância dos gestores do Estado.
Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar
empregos públicos, possuindo uma vinculação contratual com o Estado regida pela CLT –
Consolidação das Leis do Trabalho.
Comparado ao regime estatutário de cargo público, o regime de emprego público é
menos protetivo e está constitucionalmente definido como o sistema de contratação a ser
utilizado nas pessoas jurídicas de direito privado da Administração Pública Indireta (empresas
públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais e consórcios privados).
Posteriormente a posse, os empregados públicos não têm estágio probatório, mas
devem passar por um período de experiência com duração de noventa dias, conforme prevê o
art. 455, parágrafo único, da Consolidação das Leis do Trabalho.
Ainda temos os particulares em colaboração com a Administração, que constituem
uma classe de agentes públicos, em regra, sem vinculação permanente e remunerada com o
Estado.
Segundo classificação feita por Celso Antônio Bandeira de Mello, essa categoria de
agentes públicos é composta por:
a) Requisitados de serviço (Exemplo: mesários, conscritos);
b) Gestores de negócios públicos (Exemplo: socorrista de parturiente);
c) Contratados por locação civil de serviços (Exemplo: jurista famoso contratado
para emitir um parecer);
d) Concessionários e permissionários: exercem função pública por delegação
estatal;
e) Delegados de função ou ofício público (Exemplo: titular de cartório).

Temos que, em regra, é proibida a acumulação remunerada de cargos ou empregos


públicos. Embora haja previsão na Constituição Federal com um rol taxativo de situações
excepcionais em que a acumulação é permitida. Importante salientar que esta acumulação
somente será possível se houver compatibilidade de horários e observado o limite máximo de
dois cargos.
As hipóteses de acumulação de cargos autorizadas são:
a) dois cargos de professor, art. 37, XVI, a;
b) um cargo de professor com outro técnico ou científico, art. 37, XVI, b;
c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas (art. 37, XVI, c), inclusive militares.
d) um cargo de vereador co outro cargo, emprego ou função pública, art. 38, III;
e) um cargo de magistrado com outro de magistério, art. 95, parágrafo único, I;
f) um cargo de membro do Ministério Público com outro no magistério.

Quanto as formas de ruptura do vínculo jurídico dos agentes públicos com a


Administração Pública, há quatro possibilidades legais, a saber:
a) Demissão: tem caráter punitivo e consiste na extinção do vínculo estatutário entre
agente e a Administração Pública.
b) Exoneração: extinção do vínculo existente entre a Administração e o agente
público, que poderá dar-se a pedido do agente público, ou, quando cabível, em
virtude de avaliação vinculada ou discricionária da autoridade administrativa
competente.
c) A anulação do ato de investidura: decorre da existência de algum vício insanável
identificado no ato de investidura.
d) Falecimento: a morte do agente público gera a imediata extinção do vínculo
jurídico até então existente entre o agente e a Administração Pública.
REFERÊNCIAS

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 13. ed. São
Paulo: Malheiros, 2001. pp. 560 – 561.

GOMES, Fabio Bellote. Elementos do Direito Administrativo. Saraiva. São Paulo. 2012.

MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. Saraiva. São Paulo. 2015.

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