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PROGRAMAS DE SEGURANÇA
NO TRABALHO
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3 UNIDADE 1 - Introdução
5 UNIDADE 2 - Comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA
7 UNIDADE 3 - Equipamento de proteção individual – EPI
11 UNIDADE 4 - Serviço especializado em engenharia de segurança e medicina do trabalho – SESMT
13 UNIDADE 5 - Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA
16 UNIDADE 6 - Programa de controle médico de saúde ocupacional – PCMSO
18 UNIDADE 7 - Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção – PCMAT
22 UNIDADE 8 - Perfil profissiográfico previdenciário – PPP

SUMÁRIO
24 UNIDADE 9 - Outros programas
24 9.1 Programa de Conservação Auditiva – PCA

24 9.2 Programa de Proteção Respiratória – PPR

25 9.3 Programa de Prevenção e Riscos em Prensas e Similares – PPRPS

31 UNIDADE 10 - Insalubridade e periculosidade


33 UNIDADE 11 - Inspeção e fiscalização do trabalho
38 REFERÊNCIAS
39 ANEXOS
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UNIDADE 1 - Introdução
Ao se tratar da segurança e saúde do de controle, indicar equipamentos de pro-
trabalho nas organizações, lembramos teção individual e coletiva, colaborar nos
do setor responsável pelas atividades projetos e implantação de novas tecnolo-
prevencionistas, chamado SESMT – Ser- gias da empresa, promover atividades de
viço Especializado em Engenharia de Se- conscientização, educação e orientação,
gurança e em Medicina do Trabalho – que esclarecer e conscientizar os empregados
segundo a Norma Regulamentadora NR 4 dos riscos, analisar os acidentes e regis-
do Ministério do Trabalho, possui “a fina- trar os dados.
lidade de promover a saúde e proteger a
Outro apoio para a prevenção nas em-
integridade do trabalhador no local de
presas é chamada CIPA – Comissão Interna
trabalho”.
de Prevenção de Acidentes, que tem como
A existência ou não deste setor é vin- tarefa a “prevenção de acidentes e doen-
culada à graduação de risco da atividade ças decorrentes do trabalho, de modo a
principal da empresa e ao número total de tornar compatível permanentemente o
empregados que trabalham no estabele- trabalho com a preservação da vida dos
cimento, sendo este entendido como cada empregados e do empregador, sendo os
uma das unidades da empresa, funcionan- primeiros eleitos em escrutínio secreto e
do em lugares diferentes, tais como: fá- os outros indicados pela empresa. À CIPA
brica, refinaria usina, escritório, oficina e cabe apontar os atos inseguros dos tra-
depósito. balhadores e as condições de insegurança
existentes na organização.
Este setor deve ser composto por pro-
fissionais com formação na área, devendo Apesar do apoio fornecido por este
a empresa exigir no ato da contratação a setor especializado, no caso do SESMT, e
qualificação necessária para a investidu- orientador, no caso da CIPA, verifica-se a
ra no cargo. Os profissionais que formam necessidade da criação de uma cultura or-
este serviço são os seguintes: Engenheiro ganizacional que seja voltada para a segu-
de Segurança do Trabalho, Médico do Tra- rança e saúde. A ideia deve partir da alta
balho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de gerência da empresa, integrando nos es-
Enfermagem do Trabalho, Auxiliar de En- forços da organização, ações efetivas vol-
fermagem do Trabalho e o Técnico de Se- tadas para segurança, saúde e bem-estar
gurança do Trabalho (SENAC, 2006). e moral de seus funcionários, através de
uma abordagem estruturada para a ava-
As competências do SESMT nas organi-
liação e o controle dos riscos no trabalho.
zações, conforme a NR 4, estão baseadas
nas aplicações e conhecimentos sobre A alta administração deve definir, do-
prevenção de acidentes e doenças no am- cumentar e ratificar sua política de segu-
biente de trabalho e todos seus compo- rança e saúde no trabalho, reconhecendo
nentes, de modo a eliminar os riscos exis- este tema como parte integrante do de-
tentes. Deve também determinar medidas sempenho de seu negócio, fornecendo
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recursos adequados e responsabilizando


os gerentes de linha, do mais alto execu-
tivo ao primeiro nível de supervisão, pelo
cumprimento desta política.

Os profissionais que compõem o ser-


viço de segurança e medicina do traba-
lho devem ter o papel de assessores da
empresa, contribuindo para o processo,
a formação de ideias e a conscientização.
Seu papel será o de, além de cumprir a le-
gislação, orientar e contribuir com novas
ideias (SILVA, 2008).

Esta pequena introdução vem mostrar


a importância dos serviços de segurança
no trabalho e ao longo desta apostila dis-
correremos sobre os vários programas que
devem ser observados pelas empresas
não só para atender às exigências legais,
mas principalmente visando a segurança
dos seus empregados que são o bem mais
importante de qualquer organização.

Esta apostila não é uma obra inédita,


trata-se de uma compilação de autores e
temas ligados aos programas que existem
na área de medicina e segurança no traba-
lho e tomamos o cuidado de disponibilizar
ao final da mesma, várias referências que
podem complementar o assunto e sanar
possíveis lacunas que vierem a surgir.

Desejamos bons estudos a todos!


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UNIDADE 2 - Comissão interna de preven-
ção de acidentes – CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de lho seja qual for sua característica – co-
Acidentes de Trabalho – CIPA, visa à pro- mercial, industrial, bancária, com ou sem
teção da saúde dos trabalhadores dentro fins lucrativos, filantrópica ou educativa e
das empresas. A constituição de órgãos empresas públicas – desde que tenham o
dessa natureza dentro das empresas foi mínimo legal de empregados regidos pela
determinada pela ocorrência significativa CLT conforme o quadro 1 da NR-5 (em ane-
e crescente de acidentes e doenças típi- xo).
cas do trabalho em todos os países que se
A CIPA é composta por representantes
industrializaram.
titulares do empregador e dos emprega-
A participação dos trabalhadores nes- dos e seu número de participantes deve
ses órgãos tem variado a depender do ní- obedecer as proporções mínimas na NR
vel de democracia e da organização, força –5.
e poder de representação da classe traba-
Quanto ao registro da CIPA, a empresa
lhadora em cada país.
deve solicitar ao órgão do Ministério do
No Brasil, esta participação, prevista na Trabalho, através de requerimento, jun-
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), tando cópias das atas de eleição, insta-
se restringe à CIPA, onde os trabalhado- lação e posse com o calendário anual das
res formalmente ocupam metade de sua reuniões ordinárias e o livro de atas com
composição após eleições diretas e anu- o termo de abertura e as atas acima men-
ais. cionadas transcritas.

A Comissão Interna de Prevenção de O requerimento e as cópias das atas


Acidentes é um instrumento que os tra- datilografadas devem ser em duas vias,
balhadores dispõem para tratar da pre- sendo que uma via será devolvida proto-
venção de acidentes do trabalho, das colada pelo agente fiscalizador. O registro
condições do ambiente do trabalho e de deve ser feito no prazo máximo de dez
todos os aspectos que afetam sua saúde dias após a data da eleição. Comunicada
e segurança. a Delegacia Regional do Trabalho (DRT),
uma cópia protocolada deve ser envia-
A CIPA é regulamentada pela Consolida-
da ao setor responsável pela segurança
ção das Leis do Trabalho (CLT) nos artigos
do trabalho na empresa. Após ter sido
162 a 165 e pela Norma Regulamentadora
registrada na DRT, a CIPA não pode ter o
5 (NR-5), contida na portaria 3.214 de 08
seu número de representantes reduzidos
de junho de 1978, baixada pelo Ministério
nem pode ser desativada antes do térmi-
do Trabalho. O objetivo básico da CIPA é fa-
no do mandato, ainda que haja redução de
zer com que empregadores e empregados
empregados na empresa.
trabalhem conjuntamente na tarefa de
prevenir acidentes e melhorar a qualidade Em relação ao processo eleitoral, os re-
do ambiente de trabalho. A organização presentantes do empregador são desig-
da CIPA é obrigatória nos locais de traba- nados pelo próprio, enquanto que os dos
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empregados são eleitos em votação se- (DRTS) fiscalizar a organização das CIPAs.
creta representando, obrigatoriamente, A empresa que não cumprir a lei será au-
os setores de maior risco de acidentes e tuada por infração ao disposto no artigo
com maior número de funcionários. 163 da CLT, sujeitando-se à multa prevista
no artigo 201 desta mesma legislação.
A votação deve ser realizada em horário
normal de expediente e tem que contar O mandato dos membros titulares da
com a participação de, no mínimo, a me- CIPA é de um ano e aqueles que faltarem a
tade mais um do número de funcionários quatro reuniões ordinárias, sem justifica-
de cada setor. A lista de votação assinada tiva, perderão o cargo, sendo substituídos
pelos eleitores deve ser arquivada por um pelos suplentes. Não é válida, como justi-
período mínimo de três anos na empresa. ficativa, a alegação de ausência por moti-
A lei confere a DRT, como órgão de fiscali- vo de trabalho.
zação competente, o poder de anular uma
Os representantes dos empregados ti-
eleição quando for constatado qualquer
tulares da CIPA não podem sofrer demis-
tipo de irregularidade na sua realização.
são arbitrária entendendo-se como tal a
Os candidatos mais votados assumem que não se fundamentar em motivo disci-
a condição de membros titulares. Em caso plinar, técnico ou econômico. Esta garan-
de empate, assume o candidato que tiver tia no emprego é assegurada ao cipeiro
maior tempo de trabalho na empresa. Os desde o momento em que o empregador
demais candidatos assumem a condição tomar conhecimento da sua inscrição de
de suplentes, de acordo com a ordem de- candidatos às eleições da CIPA e prolon-
crescente de votos recebidos. Os candida- ga-se até um ano após o término do man-
tos votados não eleitos como titulares ou dato.
suplentes devem ser relacionados na ata
Os cipeiros não podem também ser
da eleição, em ordem decrescente de vo-
transferidos para outra localidade a não
tos, possibilitando uma futura nomeação.
ser que concordem expressamente. A re-
A CIPA deve contar com tantos suplentes
eleição deve ser convocada pelo empre-
quantos forem os titulares sendo que
gador, com um prazo mínimo de 45 dias
estes não poderão ser reconduzidos por
antes do término do mandato e realizada
mais de dois mandatos consecutivos.
com antecedência de 30 dias em relação
A estrutura da CIPA é composta pelos ao término do atual mandato. Os membros
seguintes cargos: Presidente (indicado da CIPA eleitos e designados para um novo
pelo empregador); Vice-presidente (no- mandato serão empossados automatica-
meado pelos representantes dos empre- mente no primeiro dia após o término do
gados, entre os seus titulares); Secretário mandato anterior.
e suplente (escolhidos de comum acordo
pelos representantes do empregador e
dos empregados).

Cabe ao Ministério do Trabalho, atra-


vés das Delegacias Regionais do Trabalho
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UNIDADE 3 - Equipamento de proteção indi-
vidual – EPI
Segundo a NR-6, o Equipamento de de informações e descrições importantes
proteção Individual (EPI) é um dispositivo para assegurar a sua identificação e o uso:
de uso individual destinado a neutralizar
Luvas
ou atenuar um possível agente agressivo
contra o corpo do trabalhador; evitam le- Um dos equipamentos de proteção
sões ou minimizam sua gravidade e prote- mais importantes, pois protege as partes
gem o corpo contra os efeitos de substân- do corpo com maior risco de exposição, as
cias tóxicas, alérgicas ou agressivas, que mãos.
causam as doenças ocupacionais.
Existem vários tipos de luvas no merca-
Quanto ao EPI, cabe ao emprega- do e a utilização deve ser de acordo com o
dor: tipo de formulação do produto a ser ma-
nuseado.
Distribuir gratuitamente o EPI ade-
quado à função e ao risco em que o em- A luva deve ser impermeável ao pro-
pregado esteja exposto; duto químico. Produtos que contêm sol-
ventes orgânicos, como, por exemplo, os
Fornecer o treinamento adequado concentrados emulsionáveis, devem ser
ao uso; manipulados com luvas de BORRACHA
Fazer controle do preenchimento NITRÍLICA ou NEOPRENE, pois estes ma-
da ficha de EPI, onde deve constar a des- teriais são impermeáveis aos solventes
crição do mesmo, juntamente com a cer- orgânicos. Luvas de LÁTEX ou de PVC po-
tificação (CA) pelo órgão nacional com- dem ser usadas para produtos sólidos ou
petente (MTE), a data de recebimento formulações que não contenham solven-
e devolução e a assinatura do termo de tes orgânicos.
compromisso. De modo geral, recomenda-se a aqui-
Quanto ao empregado: sição das luvas de borracha NITRÍLICA ou
NEOPRENE, materiais que podem ser uti-
Cabe fazer uso do EPI apenas para lizados com qualquer tipo de formulação.
as finalidades a que se destina;
Existem vários tamanhos e especifica-
Responsabilizar-se pelo bom uso e ções de luvas no mercado. O usuário deve
conservação; certificar-se sobre o tamanho ideal para a
Comunicar qualquer alteração (SE- sua mão, utilizando as tabelas existentes
BRAE/ES, 2008). na embalagem.

Principais EPIs utilizados na atua-


lidade
Abaixo, estão listados os principais
itens de EPI disponíveis no mercado, além
8

Devem estar sempre limpos, higieniza-


dos e os seus filtros jamais devem estar
saturados.

Antes do uso de qualquer tipo de res-


pirador, o usuário deve estar barbeado,
além de realizar um teste de ajuste de ve-
dação, para evitar falha na selagem.

Quando estiverem saturados, os filtros


devem ser substituídos ou descartados.

É importante notar que, se utilizados


de forma inadequada, os respiradores tor-
nam-se desconfortáveis e podem trans-
Respiradores formar-se numa verdadeira fonte de con-
Geralmente chamados de máscaras, os taminação.
respiradores têm o objetivo de evitar a O armazenamento deve ser em local
inalação de vapores orgânicos, névoas ou seco e limpo, de preferência dentro de um
finas partículas tóxicas através das vias saco plástico.
respiratórias. Existem basicamente dois
tipos de respiradores: sem manutenção Viseira facial
(chamados de descartáveis) que possuem
Protege os olhos e o rosto contra res-
uma vida útil relativamente curta e re-
pingos durante o manuseio e a aplicação.
cebem a sigla PFF (Peça Facial Filtrante),
e os de baixa manutenção que possuem A viseira deve ter a maior transparên-
filtros especiais para reposição, normal- cia possível e não distorcer as imagens.
mente mais duráveis. Deve ser revestida com viés para evitar
corte. O suporte deve permitir que a vi-
Os respiradores mais utilizados nas
seira não fique em contato com o rosto do
aplicações de produtos fitossanitários
trabalhador e embace. A viseira deve pro-
são os que possuem filtros P2 ou P3.
porcionar conforto ao usuário e permitir o
Os respiradores são equipamen- uso simultâneo do respirador, quando for
tos importantes, mas que podem ser necessário.
dispensados em algumas situações, Quando não houver a presença ou
quando não há presença de névo- emissão de vapores ou partículas no ar, o
as, vapores ou partículas no ar, por uso da viseira com o boné árabe pode dis-
exemplo: pensar o uso do respirador, aumentando o
conforto do trabalhador.
a) aplicação tratorizada de produtos
granulados incorporados ao solo; Existem algumas recomendações de
uso de óculos de segurança para proteção
b) pulverização com tratores equipa-
dos olhos. A substituição dos óculos pela
dos com cabines climatizadas.
viseira protege não somente os olhos do
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aplicador, mas também o rosto. O uso de roupas de algodão por baixo da


vestimenta melhoram sua performance,
Jaleco e calça hidrorrepelentes
com maior absorção do suor, melhorando
São confeccionados em tecido de algo- o conforto ao trabalhador com relação ao
dão tratado para se tornarem hidrorre- calor. As vestimentas confeccionadas em
pelentes, são apropriados para proteger não tecido têm durabilidade limitada e não
o corpo dos respingos do produto formu- devem ser utilizadas quando danificadas.
lado e não para conter exposições extre-
As vestimentas de não tecido não de-
mamente acentuadas ou jatos dirigidos.
vem ser passadas a ferro, não são a prova
É fundamental que jatos não sejam diri-
ou retardantes de chamas, podem criar
gidos propositadamente à vestimenta e
eletricidade estática e não devem ser
que o trabalhador mantenha-se limpo du-
usadas próximo ao calor, fogo, faíscas ou
rante a aplicação.
em ambiente potencialmente inflamável
Os tecidos de algodão com tratamen- ou explosivo, pois se auto consumirão.
to hidrorrepelente ajudam a evitar o mo- Devem ser destruídas em incineradores
lhamento e a passagem do produto tóxi- profissionais para não causarem danos ao
co para o interior da roupa, sem impedir ambiente.
a transpiração, tornando o equipamento
Boné árabe
confortável.
Confeccionado em tecido de algodão
Estes podem resistir até 30 lavagens,
tratado para tornar-se hidrorrepelente.
se manuseados de forma correta. Os teci-
dos devem ser preferencialmente claros, Protege o couro cabeludo e o pescoço
para reduzir a absorção de calor e ser de de respingos e do sol.
fácil lavagem, para permitir a sua reutili-
Capuz ou touca
zação.
Peça integrante de jalecos ou maca-
Há calças com reforço adicional nas per-
cões, podendo ser em tecidos de algodão
nas, que podem ser usadas nas aplicações
tratado para tornar-se hidrorrepelente ou
onde exista alta exposição do aplicador à
em não tecido.
calda do produto (pulverização com equi-
pamento manual, por exemplo). Substituem o boné árabe na proteção
do couro cabeludo e pescoço.
Jaleco e calça em não tecido
Avental
São vestimentas de segurança confec-
cionados em não tecido. Existem vários Produzido com material resistente a
tipos de não tecidos e a diferença entre solventes orgânicos (PVC, bagum, tecido
eles se dá pelo nível de proteção que ofe- emborrachado aluminizado, nylon resina-
recem. do ou não tecidos), aumenta a proteção
do aplicador contra respingos de produ-
Além da hidrorrepelência, oferecem
tos concentrados durante a preparação
impermeabilidade e maior resistência me-
da calda ou de eventuais vazamentos de
cânica a névoas e às partículas sólidas.
equipamentos de aplicação costal.
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Botas
Devem ser impermeáveis, preferen-
cialmente de cano alto e resistentes aos
solventes orgânicos, por exemplo, PVC.
Sua função é a proteção dos pés. É o único
equipamento que não possui C.A. (ANDEF,
2010).
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UNIDADE 4 - Serviço especializado em enge-
nharia de segurança e medicina do trabalho
– SESMT
O Serviço Especializado em Engenharia tas. De acordo com essa norma, a cons-
de Segurança e em Medicina do Trabalho é trução civil, antes classificada como ativi-
mantido, obrigatoriamente, pelas empre- dade econômica de grau de risco 3 (três),
sas privadas e públicas, pelos órgãos pú- passa a ser classificada como grau de risco
blicos da administração direta e indireta 4 (quatro) a partir da Portaria nº 1, de 12
e dos Poderes Legislativo e Judiciário que de maio de 1995.
possuam empregados registrados pela
A Portaria nº 169, de 14 de julho de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
2006, suspende o prazo de entrada em
O SESMT tem a finalidade de promover vigor da Portaria de 1995, permanecendo,
a saúde e promover a integridade do tra- então, grau de risco 3 (três) para a cons-
balhador no local de trabalho. O dimensio- trução civil.
namento do SESMT vincula-se a gradação
do risco da atividade principal e ao número
total de empregados do estabelecimento
constantes na Norma Regulamentadora
de Segurança e Medicina do Trabalho, NR
4.

O SESMT deve manter entrosamento


permanente com a CIPA, dela valendo-se
como agente multiplicador, e devem estu-
dar suas observações e solicitações, pro-
pondo soluções corretivas e preventivas,
conforme disposto na Norma Regulamen-
tadora de Segurança e Medicina do Traba-
lho, NR 5.

A empresa é responsável pelo cumpri-


mento da NR 4, devendo assegurar, como
um dos meios para concretizar tal respon-
sabilidade, o exercício profissional dos
componentes do SESMT. O impedimento
do referido exercício profissional, mesmo
que parcial, e o desvirtuamento ou desvio
de funções constituem, em conjunto ou
separadamente, infrações classificadas
de acordo com Norma Regulamentadora
de Segurança e Medicina do Trabalho, NR
28 – Fiscalização e Penalidades, para os
fins de aplicação das penalidades previs-
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Grau Número de empre- 50 101 251 A 501 1001 2001 3501 **


de gados A A 500 A A A A
risco Técnicos 100 250 1000 2000 3500 5000

3 Técnico de Segurança 1 2 3 4 6 8 3
do Trabalho 1* 1 1 2 1
Engenheiro de Seg. 1 2 1 1
do Trabalho 1
Aux. de Enfermagem 1* 1* 1 2 1
do Trabalho
Enfermeiro do Traba-
lho
Médico do Trabalho

4 Técnico de Segurança 1 2 3 4 5 8 10 3
do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
Engenheiro de Seg. 1 1 2 1 1
do Trabalho 1
Aux. de Enfermagem 1* 1* 1 1 2 3 1
do Trabalho
Enfermeiro do Traba-
lho
Médico do Trabalho

*Tempo parcial mínimo de 3 horas.


**Acima de 5000 para cada grupo de 4000 ou fração acima de 2000. O dimensionamento total deverá ser feito levando-
-se em consideração o dimensionamento da faixa de 3501 a 5000.

Obs: hospitais, ambulatórios, materni-


dades, casas de saúde e repouso, clínicas
e estabelecimentos similares com mais de
500 (quinhentos) empregados deverão
contratar um Enfermeiro do Trabalho em
tempo integral.

A NR-4 teve sua redação alterada pela


Portaria nº 17/2007 de 01/08/07, com re-
lação ao SESMT, possibilitando a formação
de SESMT COMUM para empregados con-
tratados, desde que previsto em Conven-
ção ou Acordo Coletivo de Trabalho.
13
UNIDADE 5 - Programa de prevenção de ris-
cos ambientais – PPRA
O Programa de Prevenção de Riscos Poeiras e fumos;
Ambientais ou PPRA é um programa es-
Névoas e neblinas;
tabelecido pela Norma Regulamentadora
NR-9, da Secretaria de Segurança e Saúde Gases e vapores.
do Trabalho, do Ministério do Trabalho.

Este programa tem por objetivo, definir


uma metodologia de ação que garanta a
Agentes biológicos são aqueles oriun-
dos da manipulação, transformação e mo-
preservação da saúde e integridade dos
dificação de seres vivos microscópicos,
trabalhadores levando em consideração
dentre eles: genes, bactérias, fungos, ba-
a proteção do meio ambiente e dos recur-
cilos, parasitas, protozoários, vírus e ou-
sos naturais.
tros.
A legislação de segurança do trabalho
brasileira considera como riscos ambien- Objetivos do programa
tais, agentes físicos, químicos e biológi- O objetivo primordial e final do PPRA é
cos. Para que sejam considerados fatores evitar acidentes que possam vir a causar
de riscos ambientais, estes agentes preci- danos à saúde do trabalhador, entretanto,
sam estar presentes no ambiente de tra- existem objetivos intermediários que as-
balho em determinadas concentrações ou segurarão a consecução da meta final.
intensidade, e o tempo máximo de expo-
sição do trabalhador a eles é determinado Objetivos intermediários
por limites preestabelecidos. Criar mentalidade preventiva em
São agentes de Risco: trabalhadores e empresários;

Agentes físicos são aqueles decorren- Reduzir ou eliminar improvisações


tes de processos e equipamentos produ- e a “criatividade do jeitinho”;
tivos, podem ser: Promover a conscientização em re-
Ruído e vibrações; lação a riscos e agentes existentes no am-
biente do trabalho;
Pressões anormais em relação a
pressão atmosférica; Desenvolver uma metodologia de
abordagem e análise das diferentes situ-
Temperaturas extremas (altas e ações (presente e futuras) do ambiente
baixas); do trabalho;
Radiações ionizantes e radiações Treinar e educar trabalhadores para
não ionizantes. a utilização da metodologia.
Agentes químicos são aqueles decor-
rentes da manipulação e processamento
de matérias-primas e destacam-se:
14

Metodologia doras; magazines; entre outras.

O Programa de Prevenção de Riscos Aqueles que não cumprirem às exigên-


Ambientais deverá incluir as seguintes cias desta norma estarão sujeitos a pena-
etapas: lidades que variam de multas e até inter-
dições.
Antecipação e reconhecimento dos
riscos; Evidentemente que o PPRA tem de ser
desenvolvido especificamente para cada
Estabelecimento de prioridades e
tipo de atividade, sendo assim, torna-se
metas de avaliação e controle;
claro que o programa de uma drogaria
Avaliação dos riscos e da exposição deve diferir do programa de uma indústria
dos trabalhadores; química.

Implantação de medidas de contro- Fundamentalmente, o PPRA visa pre-


le e avaliação de sua eficácia; servar a saúde e a integridade dos traba-
lhadores por meio da prevenção de riscos,
Monitoramento da exposição aos e isto significa:
riscos;
Antecipar;
Registro e divulgação dos dados.
Reconhecer;
Obrigatoriedade da implementa-
ção do PPRA Avaliar e controlar riscos existen-
tes e que venham a ser introduzidos no
A Legislação é muito ampla em relação ambiente do trabalho.
ao PPRA, as atividades e o número de es-
tabelecimentos sujeitos a implementação Opções de implementação do pro-
deste programa são tão grandes que tor- grama PPRA
na impossível a ação da fiscalização e em
Para uma grande indústria que possui
decorrência disto, muitas empresas sim-
um organizado Serviço Especializado de
plesmente ignoram a obrigatoriedade do
Segurança, a elaboração do programa não
mesmo.
constitui nenhum problema, para um su-
A lei define que todos empregadores e permercado ou uma oficina de médio por-
instituições que admitem trabalhadores te, que por lei não necessitam manter um
como empregados são obrigadas a imple- SESMT, isto poderá vir a ser um problema.
mentar o PPRA.
As opções para elaboração, desen-
Em outras palavras, isto significa que volvimento, implementação do PPRA
praticamente toda atividade laboral onde são:
haja vínculo empregatício está obrigada
Empresas com SESMT – neste caso
a implementar o programa, como: indús-
o pessoal especializado do SESMT será
trias; fornecedores de serviços; hotéis;
responsável pelas diversas etapas do
condomínios; drogarias; escolas; super-
programa em conjunto com a direção da
mercados; hospitais; clubes; transporta-
empresa.
15

Empresas que não possuem SESMT


– nesta situação a empresa deverá con- Riscos Biológicos (MARROM)
tratar uma firma especializada ou um En-
genheiro de Segurança do Trabalho para o Consideram-se como agentes de risco
desenvolvimento das diversas etapas do biológico as bactérias, vírus, fungos, pa-
programa em conjunto com a direção da rasitas, entre outros.
empresa.

A responsabilidade pela elaboração e Riscos Ergonômicos (AMARELO)


implementação deste Programa é única e
total do Empregador, devendo ainda zelar Qualquer fator que possa interferir nas
pela sua eficácia, sendo sua profundidade características físicas e mentais do tra-
e abrangência dependentes das caracte- balhador, causando desconforto ou afe-
rísticas, dos riscos e das necessidades de tando sua saúde. São exemplos de risco
controle. ergonômico: levantamento de peso, ritmo
excessivo de trabalho, monotonia, repeti-
Na Construção Civil, enquadram-se tividade, postura inadequada de trabalho,
os riscos físicos, químicos e biológicos, entre outros.
abrangendo ainda os riscos ergonômicos
e os de acidentes.
Riscos de Acidentes (AZUL)

Riscos Físicos (VERDE) Qualquer fator que coloque o trabalha-


dor em situação de risco e possa afetar
Consideram-se agentes de risco físico sua integridade e seu bem-estar físico
as diversas formas de energia que pos- e mental. São exemplos de risco de aci-
sam estar expostos os trabalhadores, tais dente: as máquinas e equipamentos sem
como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, proteção, possibilidade de incêndio e ex-
radiações ionizantes e não-ionizantes, vi- plosão, falta de organização no ambiente,
bração, entre outras. armazenamento inadequado, entre ou-
tros. (SEBRAE/ES, 2008).

Riscos Químicos (VERMELHO)


Consideram-se agentes de risco quími-
co os compostos, as substâncias ou pro-
dutos que possam penetrar no organismo
do trabalhador pelas vias respiratórias,
pele ou ingestão nas formas de poeiras,
fumos, gases, neblinas, névoas ou vapo-
res.
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UNIDADE 6 - Programa de controle médico
de saúde ocupacional – PCMSO
A Norma Regulamentadora referente to clínico-epidemiológico na abordagem
ao Programa de Controle Médico de Saú- da relação entre sua saúde e o trabalho.
de Ocupacional (PCMSO) é a NR-7 que tem
O Programa tem caráter de prevenção,
como objetivo principal promover e pre-
rastreamento o diagnóstico precoce dos
servar a saúde dos trabalhadores.
agravos à saúde relacionados ao trabalho,
Estabelece a obrigatoriedade de ela- inclusive de natureza subclínica, além de
boração e implementação de PCMSO por constatação da existência de casos de do-
parte de todos os empregadores e insti- enças profissionais ou danos irreversíveis
tuições que admitam trabalhadores como à saúde dos trabalhadores. Este programa
empregados, com o objetivo de promoção deve ser planejado e implantado com base
e preservação da saúde dos seus traba- nos riscos à saúde dos trabalhadores.
lhadores.
Por determinação do Delegado Re-
O PCMSO deverá ter caráter de preven- gional do Trabalho, com base em parecer
ção, rastreamento e diagnóstico, feitos técnico conclusivo da autoridade regional
através dos Atestados de Saúde Ocupa- competente em matéria de segurança e
cionais (ASO), emitidos por médicos do saúde do trabalhador, ou em decorrên-
trabalho, realizados na admissão do tra- cia de negociação coletiva, as empresas
balhador, periodicamente e no momento poderão ser obrigadas a realizar o exame
da demissão. médico demissional, independentemente
da época de realização de qualquer outro
Compete ao empregador: exame, quando suas condições represen-
Garantir a elaboração e efetiva im- tarem potencial de risco grave aos traba-
plementação do PCMSO, bem como zelar lhadores.
pela sua eficácia;
Para cada exame médico realizado, o
Custear todos os procedimentos médico emitirá o Atestado de Saúde Ocu-
relacionados ao PCMSO, sem qualquer pacional – ASO, em duas vias.
tipo de repasse ao trabalhador (SEBRAE/
A primeira via do ASO ficará arquivada
ES, 2008).
no local de trabalho do trabalhador, in-
O PCMSO é parte integrante do conjun- clusive frente de trabalho ou canteiro de
to mais amplo de iniciativas da empresa obras, à disposição da fiscalização do tra-
no campo da saúde dos trabalhadores, balho.
devendo estar articulado com o disposto
A segunda via do ASO será obrigatoria-
nas demais Normas Regulamentadoras de
mente entregue ao trabalhador, median-
Segurança e Medicina do Trabalho.
te recibo na primeira via.
Considera também, questões inciden-
O ASO deverá conter no mínimo:
tes sobre o indivíduo e a coletividade de
trabalhadores, privilegiando o instrumen- a) nome completo do trabalhador, o nú-
17

mero de registro de sua identidade e sua


função;

b) os riscos ocupacionais específicos


existentes, ou a ausência delas, na ativi-
dade do empregado, conforme instruções
técnicas expedidas pela Secretaria de Se-
gurança e Saúde no Trabalho – SSST;

c) indicação dos procedimentos mé-


dicos a que foi submetido o trabalhador,
incluindo os exames complementares e a
data em que forem realizados;

d) o nome do médico coordenador,


quando houver, com respectivo CRM;

e) definição de apto ou inapto para


a função específica que o malhador vai
exercer, exerce ou exerceu;

f) nome do médico encarregado do exa-


me e endereço ou forma de contato;

g) data e assinatura do médico encar-


regado do exame e carimbo contendo seu
número de inscrição no Conselho Regional
de Medicina.
18
UNIDADE 7 - Programa de condições e meio ambien-
te de trabalho na indústria da construção – PCMAT
Com o objetivo de reduzir os acidentes leigo, deverá ser notificado por exercício
e a incidência de doenças ocupacionais na ilegal da profissão, falta de registro, base-
atividade da construção civil, o Ministério ado na alínea “a” do art. 6º da Lei n° 5.194,
do Trabalho publicou a Norma Regulamen- de 1966;
tadora NR 18 que estabelece diretrizes de
3. Se o PCMAT tiver sido elaborado por
ordem administrativa, de planejamento
profissional legalmente habilitado e não
e de organização, que objetivam a imple-
existir ART, deverá ser notificado por falta
mentação de medidas de controle e sis-
de ART, baseado no art. 1° da Lei n° 6.496,
temas preventivos de segurança nos pro-
de 1977;
cessos, nas condições e no meio ambiente
de trabalho na indústria da construção. O Técnico de Segurança do Trabalho
poderá atuar no PCMAT, sob a supervisão
Obrigatoriedade
do Engenheiro de Segurança do Trabalho,
Desta forma, ficou proibido o ingresso desde que devidamente registrado no
ou a permanência de trabalhadores no Crea.
canteiro de obras, sem que esteja assegu-
A elaboração do PCMAT é realizada em
rado o cumprimento das medidas previs-
5 etapas:
tas na norma e compatíveis com a fase da
obra e passaram a ser exigidos a elabora- 1. Análise de projetos
ção e o cumprimento do Programa de Con-
É a verificação dos projetos que serão
dições e Meio Ambiente de Trabalho na In-
utilizados para a construção, com o intui-
dústria da Construção (PCMAT) nas obras
to de conhecer quais serão os métodos
com vinte trabalhadores ou mais.
construtivos, instalações e equipamentos
O fiscal deve solicitar Anotação de que farão parte da execução da obra.
Responsabilidade Técnica (ART) do
2. Vistoria do local
PCMAT e verificar:
A vistoria no local da futura constru-
1. Se o PCMAT tiver sido elaborado por
ção serve para complementar a análise
profissional do Sistema Confea /Crea e
de projetos. Esta visita fornecerá infor-
este não tiver as atribuições de acordo
mações sobre as condições de trabalho
com a Resolução nº 359 de 1991, deverá
que efetivamente serão encontradas na
ser notificado por exorbitância de atribui-
execução da obra. Por exemplo: verificar o
ções, baseado na alínea “b” do art. 6º da
quanto e em que local haverá escavação,
Lei n° 5.194, de 1966;
se há demolições a serem feitas, quais as
2. Se o PCMAT tiver sido elaborado por condições de acesso do empreendimento,
quais as características do terreno, entre
1-CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agro- outros.
nomia.
2-CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agrono-
mia.
19

3. Reconhecimento e avaliação dos servir como indicadores de desempenho;


riscos
Aplicação de auditorias em escritó-
Nesta etapa é feito o diagnóstico das rio e em campo, de modo a verificar a efi-
condições de trabalho encontradas no ciência do gerenciamento do sistema de
local da obra. Surgem, então, a avaliação Segurança do Trabalho.
qualitativa e quantitativa dos riscos para
Elementos que devem constar no
melhor adoção das medidas de controle.
documento base
4. Elaboração do documento base
1. Comunicação prévia à DRT (Dele-
É a elaboração do PCMAT propriamente gacia Regional do Trabalho)
dito. É o momento onde todo o levanta-
Informar:
mento anterior é descrito e são especifi-
cadas as fases do processo de produção. Endereço correto da obra;
Na etapa do desenvolvimento do progra-
ma têm de ser demonstradas quais serão Endereço correto e qualificação do con-
as técnicas e instalações para a elimina- tratante, empregador ou condomínio;
ção e controle dos riscos Tipo de obra;
5 Implantação do programa Datas previstas de início e conclusão da
obra;
É a transformação de todo o material
escrito e detalhado no programa para as Número máximo previsto de trabalha-
situações de campo. Vale salientar que, dores na obra.
de nada adianta possuir um PCMAT se
este servir apenas para ficar “na gaveta”. Obs.: Em duas vias, protocolizar na DRT
ou encaminhar via correio com AR (Aviso
O processo de implantação do progra- de Recebimento).
ma deve contemplar:
2. O local
Desenvolvimento/aprimoramento
de projetos e implementação de medidas Entorno da obra:
de controle; Moradias adjacentes;
Adoção de programas de treina- Trânsito de veículos e pedestres;
mento de pessoal envolvido na obra, para
manter a “chama” da segurança sempre Se há escolas, feiras, hospitais, entre
acesa; outros.

Especificação de equipamentos de A obra:


proteção individual; Memorial descritivo da obra, conten-
Avaliação constante dos riscos, do basicamente: Número de pavimentos;
com o objetivo de atualizar e aprimorar área total construída; área do terreno sis-
sistematicamente o PCMAT; tema de escavação; fundações; estrutura;
alvenaria e acabamentos; cobertura.
Estabelecimento de métodos para
20

3. Áreas de vivência de desempenho compatíveis.

Instalações sanitárias; Anexar mapa para hospital mais próxi-


mo;
Vestiário;
Disponibilizar telefones de emergência.
Local de refeições;
8. Treinamentos
Cozinha;
Listar os assuntos que serão aborda-
Lavanderia;
dos considerando os riscos da obra (pre-
Alojamento; ferencialmente a cada mudança de fase
de obra);
Área de Lazer;
Emitir Ordens de Serviço por função;
Ambulatório.
CIPA: Constituir se houver enquadra-
4. Máquinas e equipamentos mento. Caso contrário, indicar pessoa res-
Relacionar as máquinas e equipamen- ponsável.
tos utilizados na obra, definindo seus sis-
9. Procedimentos de saúde
temas de operação e controles de segu-
rança. Referenciar a responsabilidade da exe-
cução do PCMSO;
5. Sinalização
Encaminhar ao médico coordenador os
Vertical e horizontal (definindo os lo-
riscos na execução da obra.
cais de colocação e demarcação).
10. Cronograma
6. Riscos por fase da obra
Cronograma físico/executivo;
Atividade x Risco x Controle
Estimativa de quantidade de trabalha-
Fases da obra:
dores por fase ou etapa da obra;
Limpeza do terreno;
Cronograma de execução de proteções
Escavações; coletivas;

Fundações; Cronograma de uso de EPI’s;

Estrutura; Cronograma das principais máquinas e


equipamentos.
Alvenaria e acabamentos;
11. Croquis/ilustrações
Cobertura.
Layout do canteiro de obras;
7. Procedimentos de emergência
Equipamentos de proteção coletiva –
Para acidentes:
EPC’s;
Registrar todos os acidentes e inciden-
EPI’s;
tes ocorridos na obra, criando indicadores
21

Proteções especiais;

Detalhes construtivos;

Materiais; entre outros. (NR 18).


22
UNIDADE 8 - Perfil profissiográfico previ-
denciário – PPP
O Perfil Profissiográfico Previdenciário As informações necessárias para
(PPP) é um documento histórico-laboral preenchimento do PPP são extraídas
do trabalhador, apresentado em formu- dos seguintes documentos:
lário instituído pelo Instituto Nacional de
Seguridade Social (INSS), contendo infor- Laudo Técnico de Condições Am-
mações detalhadas sobre as atividades do bientais do Trabalho (LTCAT);
trabalhador, exposição a agentes nocivos Programa de Prevenção de Riscos
à saúde, resultados de exames médicos e Ambientais (PPRA);
outras informações de caráter adminis-
trativo. Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO); e,
O modelo do formulário encontra-se no
Anexo XV da Instrução Normativa INSS/ Programa de Gerenciamento de
PR nº 20/2007. Riscos (PGR), este último no caso de em-
presas de mineração.
O objetivo do PPP é apresentar, em
um só documento, o resumo de todas as A elaboração e atualização do PPP é
informações relativas à fiscalização do obrigatória para todos os empregadores,
gerenciamento de riscos e existência de bem como sua entrega ao trabalhador na
agentes nocivos no ambiente de trabalho, ocasião da rescisão do contrato de traba-
além de ser o documento que orienta o lho. O formulário deve ser assinado pelo
processo de reconhecimento de aposen- representante legal da empresa com a
tadoria especial. indicação dos responsáveis técnicos pelo
PCMSO e LTCAT.
O Perfil Profissiográfico não foi ins-
tituído por uma Instrução Normativa do O LTCAT – Laudo Técnico de Condições
INSS. A Instrução Normativa INSS/PR nº Ambientais do Trabalho, por determina-
20/2007 regulamenta e formata o PPP, ção expressa da legislação previdenciária,
cuja exigência encontra-se prevista na Lei deve ser expedido por Médico do Trabalho
nº 8.213/91 e no Regulamento da Previ- ou Engenheiro de Segurança do Trabalho.
dência Social (Decreto nº 3.048/99). O LTCAT, como o nome diz, é um laudo
No artigo 58, parágrafo 4 da Lei técnico, isto é, um documento que retrata
8.213/91 encontramos o seguinte: as condições do ambiente de trabalho de
acordo com as avaliações dos riscos, con-
A empresa deverá elaborar e manter cluindo sobre a caracterização da ativida-
atualizado o perfil profissiográfico abran- de como especial.
gendo as atividades desenvolvidas pelo
trabalhador e fornecer a este, quando da O PPRA, por sua vez, é um programa
rescisão do contrato de trabalho, cópia de ação contínua, não é apenas um docu-
autêntica desse documento. mento.

O LTCAT pode ser um dos documentos


23

que integram as ações do PPRA.

O PPRA é uma exigência da legislação


trabalhista (NR 9) e o LTCAT da legislação
previdenciária.

Voltemos ao artigo 58, parágrafo 1º da


Lei 8213/91: “A comprovação da efetiva
exposição do segurado aos agentes no-
civos será feita mediante formulário, na
forma estabelecida pelo Instituto Nacio-
nal do Seguro Social – INSS, emitido pela
empresa ou seu preposto, com base em
laudo técnico de condições ambientais do
trabalho expedido por médico do trabalho
ou engenheiro de segurança do trabalho”.

O PPP é um documento que deve estar


sempre disponível para a fiscalização, mas
ele é muito mais que isso. O PPP substitui,
a partir de 01/01/2004, o formulário DIR-
BEN 8030 (antigo SB-40). Ele não é um
formulário a mais, ele concentra todas as
informações do laudo técnico e dos for-
mulários antigos.

Até o momento, o PPP deve ser feito


apenas para trabalhadores expostos a
agentes nocivos à saúde. A empresa deve
elaborar e manter atualizado o PPP para
todos os trabalhadores expostos a agen-
tes nocivos e fornecer cópia autêntica do
documento ao trabalhador na ocasião da
rescisão do contrato de trabalho.

A relação de agentes nocivos químicos,


físicos, biológicos ou associação de agen-
tes prejudiciais à saúde ou à integridade
física, considerados para fins de conces-
são de aposentadoria especial, consta do
Anexo IV do Regulamento da Previdên-
cia Social (Decreto 3.048/99). (BRASIL,
2009).
24

UNIDADE 9 - Outros programas

9.1 Programa de Conserva- Atualmente, muitas empresas pos-


suem este tipo de programa com a fina-
ção Auditiva – PCA lidade de prevenir a saúde auditiva dos
Conservação auditiva implica na pre- seus funcionários. Podemos utilizar como
venção da audição do indivíduo, sendo ele exemplo, o Comando Geral da Polícia Mi-
portador ou não da perda auditiva. Este litar do Maranhão, onde acadêmicos de
programa tem como objetivo prevenir ou Fonoaudiologia, sob a orientação de uma
estabilizar as perdas auditivas ocupacio- fonoaudióloga, exercem atividades como:
nais em decorrência de um processo con- 1.Avaliação e monitoramento do ruído;
tínuo e dinâmico de implantação de rotina
nas empresas. 2.Avaliação e monitoramento da audi-
ção;
O PCA (Programa de Conservação Au-
ditiva) é um conjunto de medidas técni- 3.Orientações sobre o uso dos proteto-
cas simplificadas ou administrativas, dis- res auriculares;
tribuídas e mantidas ao longo do tempo,
4.Palestras educativas sobre a preven-
que agindo de forma integrada e comple-
ção auditiva.
mentar entre si, pode servir de substituto
temporário à modernização tecnológica e Portanto, os programas de conserva-
melhoria das condições de trabalho como ção auditiva devem ser coordenados por
um todo. profissionais da área médica, por fonoau-
diólogos, engenheiros e técnicos de se-
O fonoaudiólogo exerce um papel im-
gurança do trabalho, sendo necessário o
portante em decorrência do contato indi-
intercâmbio das informações adequadas
vidual com o trabalhador, realizando ava-
ao sucesso do programa.
liação auditiva (audiometria), informando
a eficácia do programa, bem como dando
esclarecimentos sobre os efeitos do ruído
e as formas de prevenção, e principalmen- 9.2 Programa de Proteção
te o uso do equipamento de proteção indi- Respiratória – PPR
vidual.
O Programa de Proteção Respiratória
O local adequado para se implantar (PPR) está em conforme com a Instrução
este programa deve ser indicado, ou seja, Normativa da Portaria 3214/78 do MTE.
direcionado por uma equipe com médico,
fonoaudiólogo e profissionais da área de O programa de proteção respiratória
segurança do trabalho, quanto maior for serve para que o empresário tenha certe-
o tempo, melhor será a extensão do PCA. za de que o seu funcionário está saudável
Nesta indicação devem estar contidos hoje e que continuará no futuro também.
os geradores de ruído, como máquinas e É obrigatório para as empresas em que
equipamentos.
25

temos trabalhadores em ambientes com adequar a utilização de equipamentos de


material em suspensão (aerodispersói- proteção respiratória – EPR, quando ne-
des) e considerados prejudiciais à saúde. cessário para complementar as medidas
de proteção eletivas implementadas, ou
Objetivos com a finalidade de garantir uma comple-
Manter o controle para o correto uso de ta proteção ao trabalhador contra os ris-
protetores das vias aéreas (respiratórias), cos existentes nos ambientes de trabalho.
e dos funcionários envolvidos em ambien-
tes contendo elementos em suspensão
(aerodispersóides, névoas, fumos, radio- 9.3 Programa de Prevenção
nuclídeos, neblina, fumaça, vapores, ga-
ses) que provoquem danos às vias aéreas e Riscos em Prensas e Simi-
(pulmão, traquéia, fossas nasais, faringe). lares – PPRPS
Utilizam-se protetores quando ocor- O Programa de Prevenção de Riscos
rem emergências, quando medidas de em Prensas e Equipamentos Similares
controle coletivo não são viáveis, ou en- (PPRPS) é um planejamento estratégico e
quanto não estão sendo implantadas ou sequencial das medidas de segurança que
estão em fase de implantação. devem ser implementadas em prensas e
equipamentos similares com o objetivo de
Responsabilidades
garantir proteção adequada à integridade
O administrador da empresa é o princi- física e à saúde de todos os trabalhadores
pal responsável por tudo que ocorrer den- envolvidos com as diversas formas e eta-
tro da mesma, seja por culpa (contratual, pas de uso das prensas e/ou dos equipa-
extracontratual) dolo, imprudência ou ne- mentos similares.
gligência.
O PPRPS deve ser aplicado nos esta-
É o administrador que poderá realizar belecimentos que possuem prensas e/ou
alterações no programa de proteção res- equipamentos similares.
piratória.
Prensas são equipamentos utilizados
O Engenheiro do Trabalho, Médico Ocu- na conformação e corte de materiais di-
pacional ou Técnico de Segurança do Tra- versos, onde o movimento do martelo
balho se constituem nos responsáveis (punção) é proveniente de um sistema
pelo acompanhamento das atividades e hidráulico (cilíndro hidráulico) ou de um
sua implantação efetiva. sistema mecânico (o movimento rotativo
é transformado em linear através de sis-
De acordo com a Portaria número 1 de
temas de bielas, manivelas ou fusos). Para
11 de Abril de 1994, emitida pelo Minis-
efeito do PPRPS são considerados os se-
tério do Trabalho, cujo conteúdo estabe-
guintes tipos de prensas, independente-
lece um regulamento técnico sobre uso
mente de sua capacidade:
de equipamentos de proteção respirató-
ria, todo empregador deverá adotar um Prensas mecânicas excêntricas de
conjunto de medidas com a finalidade de engate por chaveta;
26

Prensas mecânicas excêntricas Cilindros misturadores;


com freio/embreagem;
Máquinas de moldagem;
Prensas de fricção com acionamen-
Desbobinadeiras;
to por fuso;
Outros equipamentos com cilindros
Prensas hidráulicas;
rotativos não relacionados anteriormen-
Outros tipos de prensas não rela- te.
cionadas anteriormente.
Matrizes, estampos ou ferramentas
Equipamentos similares são aqueles (ferramental) são elementos que são fi-
com funções e riscos equivalentes aos xados no martelo e na mesa das prensas e
das prensas. Para efeito do PPRPS são equipamentos similares, tendo como fun-
considerados os seguintes tipos de equi- ção o corte e/ou a conformação de mate-
pamentos similares, independentemente riais, podendo incorporar os sistemas de
de sua capacidade: alimentação/extração relacionados a se-
guir:
Martelos de queda;
Sistemas de alimentação/extração são
Martelos pneumáticos;
meio utilizados para introduzir e retirar a
Marteletes; matéria-prima a ser conformada ou corta-
da na matriz, podendo ser:
Dobradeiras;
Manual;
Guilhotinas, tesouras, cisalhado-
ras; Gaveta;

Recalcadoras; Bandeja rotativa ou tambor de re-


vólver;
Máquinas de corte e vinco;
Por gravidade, qualquer que seja o
Maquinas de compactação;
meio de extração;
Outros equipamentos não relacio-
Mão mecânica;
nados anteriormente.
Por transportador ou robótica;
Equipamentos que possuem cilindros
rotativos para conformação de materiais. Contínua (alimentadores automáti-
Para efeito do PPRPS são considerados cos).
os seguintes tipos de equipamentos com
Dispositivos de proteção aos riscos
cilindros, independentemente de sua ca-
existentes na zona de prensagem ou de
pacidade:
trabalho.
Rolos laminadores, laminadoras,
Ferramenta fechada, significando
calandras e endireitadeiras;
o enclausuramento do par de ferramen-
Misturadores; tas, com frestas ou passagens que não
permitam o ingresso de dedos e mãos nas
27

áreas de risco, conforme as NBR 13760 e Para as atividades de forjamento a


13761; morno e à quente, as empresas poderão
utilizar pinças e tenazes.
Enclausuramento da zona de pren-
sagem, com frestas que permitam apenas Pinças e tenazes para outras aplica-
o ingresso do material, e não dos dedos e ções podem ser utilizadas em caráter pro-
mãos, nas áreas de risco, conforme a NBR visório, para a alimentação das demais
13761. Pode ser constituído de proteções prensas (a frio), enquanto as medidas de
fixas ou móveis, conforme a NBR NM 272; proteção definitivas não estiverem imple-
mentadas.
Cortina de luz com autoteste (vide
item 4.10 da NBR 13930:2001); É condição de Risco Grave e Iminente o
ingresso das mãos e dedos do trabalhador
Comando bimanual com simulta-
na zona de prensagem sem as proteções
neidade e autoteste, conforme a NBR
definidas nos itens anteriores.
14152:1998.
As prensas que têm sua zona de pren-
Fica vedada a utilização de disposi-
sagem enclausurada ou utilizam somente
tivos afasta-mão ou similares.
ferramentas fechadas podem ser aciona-
Medidas de proteção das por pedal com atuação elétrica, pneu-
mática ou hidráulica, desde que instala-
As prensas mecânicas excêntricas e si- dos no interior de uma caixa de proteção,
milares de engate por chaveta não podem atendendo o disposto na NBR 13758.
permitir o ingresso das mãos ou dos dedos
dos operadores na zona de prensagem, Para atividades de forjamento a morno
devendo adotar as seguintes proteções e à quente, podem ser utilizados os pe-
na zona de prensagem: dais, sem a exigência de enclausuramen-
to da zona de prensagem. As prensas me-
a) ser enclausuradas, com proteções fi- cânicas excêntricas e similares com freio/
xas; ou, embreagem devem dispor de válvula de
b) operar somente com ferramentas fe- segurança que impeça o seu acionamen-
chadas. to acidental. A rede de ar comprimido de
alimentação de prensas e similares deve
As prensas hidráulicas, prensas mecâ- possuir um sistema que garanta a eficácia
nicas excêntricas com freio/embreagem e das válvulas de segurança. Todas as pren-
seus similares devem adotar as seguintes sas devem possuir calço de segurança,
proteções na zona de prensagem: para travar o martelo nas operações de
a) ser enclausuradas; ou, troca das ferramentas, nos seus ajustes e
manutenções, a serem adotados antes do
b) operar somente com ferramentas fe- início dos trabalhos.
chadas; ou,
O calço deve ser pintado de amarelo e
c) possuir comando bimanual com si- dotado de interligação eletromecânica,
multaneidade e autoteste conjugado com conectado ao comando central da máqui-
cortina de luz com autoteste. na de forma a impedir, quando removido
28

de seu compartimento, o funcionamen- As guilhotinas, tesouras ou cisalha-


to da prensa. Nunca devem ser utilizados doras devem possuir grades de proteção
com a prensa em funcionamento, para fixas ou móveis, para impedir o ingresso
sustentar o peso do martelo. das mãos e dedos dos operadores na zona
de corte, conforme a NBR 13761.
Nas situações onde não seja possível o
uso do calço de proteção ou um de seus As proteções móveis devem ser dota-
componentes, devem ser adotadas medi- das de dispositivos eletromecânicos que
das alternativas, que garantam o mesmo garantam a pronta paralisação da máqui-
resultado, sob orientação e responsabili- na, sempre que forem movimentadas, re-
dade do profissional definido. movidas ou abertas, conforme a NBR NM
273.
As transmissões de força, como polias,
correias e engrenagens, devem ter prote- Os rolos laminadores, calandras e ou-
ção fixa, integral e resistente, através de tros equipamentos similares devem ter
chapa ou outro material rígido, que impe- seus cilindros protegidos, de forma a não
ça o ingresso das mãos e dedos, conforme permitir o acesso às áreas de risco, ou se-
a NBR 13761. rem dotados de outro sistema de prote-
ção de mesma eficácia.
Nas prensas excêntricas mecânicas
deve haver proteção fixa, integral e re- Dispositivos de parada e retrocesso de
sistente das bielas e das pontas de seus emergência são obrigatórios, mas não eli-
eixos. As grandes prensas devem possuir minam a necessidade da exigência neste
plataformas e escadas de acesso com programa. Os dispositivos de seguran-
guarda-corpo, com dimensões tais que ça devem ser verificados quanto ao seu
impeçam a passagem ou queda de uma adequado funcionamento pelo próprio
pessoa. operador, sob responsabilidade da chefia
imediata, no início do turno de trabalho,
As ferramentas devem ser construí-
após a troca de ferramentas, manuten-
das de forma que evitem a projeção de
ção, ajustes e outras paradas imprevistas.
rebarbas nos operadores, e dotadas de
dispositivos destacadores que facilitem a As prensas e equipamentos similares
retirada das peças e não ofereçam riscos devem ser submetidos a revisões periódi-
adicionais. As ferramentas devem ser ar- cas, cujo prazo será estabelecido no Plano
mazenadas em locais próprios e seguros. de Manutenção da máquina, em função da
Devem ser fixadas às máquinas de forma utilização e informações do fabricante.
adequada, sem improvisações.

Nos martelos pneumáticos, o parafuso


Estrutura do PPRPS
central da cabeça do amortecedor deve
ser preso com cabo de aço; o mangote de As empresas devem elaborar o PPRPS e
entrada de ar deve possuir proteção que mantê-lo à disposição dos representantes
impeça sua projeção em caso de ruptura, dos trabalhadores na CIPA, onde houver, e
e todos os prisioneiros (superior e infe- das autoridades competentes, norteando
rior) devem ser travados com cabo de aço. que nenhum trabalhador deve executar
29

as suas atividades expondo-se à zona de programático:


prensagem desprotegida.
a) tipos de prensa ou equipamento si-
Toda empresa deve ter um procedimen- milar;
to por escrito para definir as sequências
b) princípio de funcionamento;
lógicas e seguras de todas as atividades
relacionadas a prensas e similares. Planta c) sistemas de proteção;
baixa e relação com todos os equipamen-
d) possibilidades de falhas dos equipa-
tos, os quais devem ser identificados e
mentos;
descritos individualmente, constando:
e) responsabilidade do operador;
a) Tipo de prensa ou equipamento si-
milar; f) responsabilidade da chefia imediata;
b) Modelo; g) riscos na movimentação e troca dos
estampos e matrizes;
c) Fabricante;
h) calços de proteção;
d) Ano de fabricação;
i) outros.
e) Capacidade.
O treinamento específico para movi-
Definição dos Sistemas de Proteção
mentação e troca de ferramentas, estam-
para cada prensa ou equipamento similar,
pos e matrizes deverá ser ministrado para
devendo conter seu princípio de funciona-
os operadores e funcionários responsá-
mento.
veis pela troca e ajuste dos conjuntos de
A implantação dos Sistemas para cada ferramentas em prensas e similares, de-
prensa ou equipamento similar deve ser vendo conter:
acompanhado de cronograma, especifi-
a) tipos de estampos e matrizes;
cando-se cada etapa e prazo a ser desen-
volvida. b) movimentação/transporte;
No caso de prensa mecânica excêntrica c) responsabilidades na supervisão e
de engate por chaveta, caso seja conver- operação de troca dos estampos e matri-
tida para freio/embreagem, a mudança zes;
deverá obedecer ao cronograma.
d) meios de fixá-los à máquina;
O Plano de Manutenção de cada prensa
ou equipamento similar deve ser registra- e) calços de segurança;
do em livro próprio, ficha ou informatiza- f) lista de checagem (check-list) de
do. montagem;
Treinamento g) outros.
O treinamento específico para opera- O treinamento específico terá validade
dores de prensas ou equipamentos simila- de 2 (dois) anos, devendo os operadores
res deve obedecer ao seguinte conteúdo de prensas ou equipamentos similares
30

passarem por reciclagem após este perí-


odo.

Treinamento básico para trabalhadores


envolvidos em atividades com prensas e
equipamentos similares deve ser minis-
trado como condição fundamental, antes
do início das atividades, conforme o dis-
posto no item 1.7, alínea “b”, da NR-1.

Responsabilidades
O empregador é responsável pelo
PPRPS, por intermédio de seus represen-
tantes, comprometendo-se com as medi-
das previstas e nos prazos estabelecidos.
O PPRPS deve ser coordenado, e estar sob
responsabilidade técnica de um Enge-
nheiro de Segurança do Trabalho.

Nas empresas onde o SESMT não com-


portar Engenheiro de Segurança do Tra-
balho no seu dimensionamento, o PPRPS
será coordenado por Técnico de Seguran-
ça do Trabalho. Nas Empresas onde não há
o SESMT, o programa deve ser coordena-
do por Engenheiro de Segurança do Tra-
balho, documentado conforme legislação
vigente.

A montagem dos estampos ou matrizes


é considerada momento crítico sob o pon-
to de vista de segurança, portando todos
os recursos humanos e materiais devem
ser direcionados para o controle dos ris-
cos de acidentes.

O responsável pela supervisão da ope-


ração de troca de estampos e matrizes
deve acompanhar as etapas de monta-
gem e, somente após certificar-se de que
todas foram cumpridas, conforme pro-
cedimento específico, liberar a máquina
para operação.
31

UNIDADE 10 - Insalubridade e periculosidade


A legislação que rege as condições de valor é de 30% sobre seu salário contra-
insalubridade e de periculosidade são as tual.
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
Nos casos citados acima, o trabalhador
e a NR 16 – Atividades e Operações Peri-
tem que concordar na realização das tare-
gosas e o Decreto nº 9967/06.
fas.
No caso dos servidores públicos civis da
Se o local de trabalho for insalubre e
União, temos respaldo nos artigos 68,69
perigoso, a empresa pagará apenas um
e 70 e o § 2º do art. 186 da Lei nº 8.112,
adicional, em valor a ser estipulado por
de 11/12/90 (D.O.U. de 12/12/90). Além
laudo pericial específico.
do Art. 12 da Lei nº 8.270, de 17/12/91
(D.O.U. 19/12/91, retificado pelo D.O.U. de Sobre os adicionais, de natureza pe-
20/12/91 e de 24/12/91). cuniária, devidos ao servidor que venha
a exercer suas atividades em condições
Insalubridade: são consideradas ativi-
consideradas insalubres, perigosas, de
dades ou operações insalubres aquelas
risco ou de caráter penoso, é importante
que, por sua natureza, condição ou mé-
saber:
todos de trabalho, exponham os empre-
gados a agentes nocivos à saúde, acima A caracterização da atividade insa-
dos limites de tolerância fixados em razão lubre, perigosa ou penosa depende da re-
da natureza e da intensidade do agente e alização de perícia;
do tempo de exposição aos seus efeitos
Os Adicionais incidem apenas sobre
(art. 189 da CLT); o exercício do trabalho
o vencimento básico. No caso de Periculo-
em condições insalubres assegura ao tra-
sidade, no percentual único de 30% (trin-
balhador o direito ao adicional de insalu-
ta por cento) sobre o salário básico. Tra-
bridade, que será de 40, 20 ou 10%, do
tando-se de Insalubridade, os percentuais
salário mínimo regional.
são de 10%, 20% e 40% sobre o Salário
Há, no entanto, jurisprudência de Ação Mínimo da região, conforme o grau de In-
Trabalhista onde a Justiça define que o salubridade seja considerado mínimo, mé-
cálculo deve ser feito sobre o salário-base dio ou máximo, respectivamente;
do trabalhador.
O servidor tem direito aos Adicio-
Periculosidade: são consideradas ati- nais enquanto estiver exercendo ativida-
vidades ou operações perigosas aquelas des em ambientes de condições adver-
que, por sua natureza ou métodos de tra- sas, identificadas pela perícia. Caso as
balho, impliquem o contato permanente condições ensejadoras da concessão dos
com inflamáveis ou explosivos, eletrici- Adicionais sejam eliminadas ou reduzidas
dade ou radiações em condições de risco pela adoção de medidas de segurança, a
acentuado (art. 193 da CLT); o trabalho exemplo de fornecimento de Equipamen-
nessas condições dá ao empregado o di- tos de Proteção Individual – EPI, pode não
reito ao adicional de periculosidade, cujo
32

persistir o direito aos Adicionais ou ser re- Ambas foram regulamentadas pela
duzido o percentual concedido; Portaria 3.214/78, por meio de Normas
regulamentadoras.
Os Adicionais de Periculosidade e
de Insalubridade não são incorporáveis
aos proventos de aposentadoria por falta
de amparo legal;

Não há regulamentação no âmbito


do Serviço Público para a concessão de
aposentadoria especial pelo exercício de
atividades insalubres ou perigosas;

O servidor que fizer jus, simultane-


amente, aos Adicionais de Insalubridade
e de Periculosidade deverá optar por um
deles;

A servidora, enquanto estiver ges-


tante ou amamentando, será, obrigatoria-
mente, afastada do exercício da atividade
tida como insalubre, perigosa ou penosa,
deixando de perceber os adicionais en-
quanto durar o afastamento;

O servidor que se afastar, indepen-


dentemente do motivo, perderá o direito
ao adicional no período correspondente
ao afastamento.

Os adicionais de insalubridade e de
periculosidade e a gratificação de Raios X
(ver p. 29) são inacumuláveis, devendo o
servidor optar por um deles. (Base Legal
está no artigo 68 da Lei nº 8.112/90.

Artigo 12 da Lei nº 8.270/91, quan-


do se tratar de servidor público (UNESP,
2010).

A insalubridade e a periculosidade têm


como base legal a Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), em seu Título II, cap. V
seção XIII, e lei 6.514 de22/12/1977, que
alterou a CLT, no tocante a Segurança e
Medicina do Trabalho.
33
UNIDADE 11 - Inspeção e fiscalização do
trabalho
Surgimento e evolução ta. Já esta lei visava atender aos interes-
ses econômicos do Brasil, pois o sistema
A fiscalização do trabalho surgiu no
da estabilidade era tido como um empe-
Brasil em 1891, mas por vários anos não
cilho à mobilidade capitalista. Na mesma
funcionou efetivamente como órgão de
esteira da flexibilização vieram uma série
defesa dos trabalhadores, pois a União
de outras leis que demonstram cristalina-
enquanto detentora dessa atribuição
mente que há muito a flexibilização vem
executiva não tinha competência privati-
ocorrendo. Entre elas destacam-se:
va para legislar sobre o Direito do Traba-
lho, já que os Estados tinham competên- 1. Instituição do regime de trabalho
cia para legislar sobre esse direito. temporário pela Lei nº 6.019, de 03/01/74;

Somente com a reforma constitucional 2. Regulamentação dos estágios de


de 1926, quando a organização do traba- estudantes de estabelecimentos de en-
lho passa para a competência da União, sino superior e de ensino médio profissio-
foi possível promover reformas para se nalizante do 2º grau e supletivo, através
ter também de fato um órgão de inspe- da Lei nº 6.494, de 07/12/77, alterada pela
ção, mas cuja efetivação somente alcan- Medida Provisória nº 1.952;
çou êxito em 1965, após passados mais
3. Contratação de serviços de so-
de 20 anos do surgimento da Consolida-
ciedade cooperativa declarada no pará-
ção das Leis do Trabalho – CLT, mediante
grafo único do artigo 442 da CLT (pará-
a regulamentação da inspeção do traba-
grafo acrescentado pela Lei nº 8.949, de
lho. Isto graças ao compromisso assumido
09/12/94);
pelo Brasil, em 1956, com a ratificação da
Convenção nº 81 da Organização Interna- 4. Criação da modalidade de contrato
cional do Trabalho – OIT. de trabalho por prazo determinado pela
Lei nº 9.601, de 21/01/98;
A legislação trabalhista, considerada
como normas rígidas, tem sido ponto de 5. Regulamentação do serviço volun-
acirrados debates sobre a necessidade tário pela Lei nº 9.608, de 18/02/98;
de sua flexibilização, contudo, conforme
6. Definição de obrigações trabalhis-
se depreende da análise das alterações
tas diferenciadas para as microempresas
normativas nas últimas quatro décadas,
e empresas de pequeno porte, através da
diversas foram as modificações que reve-
Lei nº 9.841, de 05/10/99;
lam não ser a flexibilização um fenômeno
novo. 7. Autorização do Banco de Horas
pela Lei nº 9.601/98;
Teve de fato início com a Lei nº 5.107,
ainda no ano de 1966, quando fora insti- 8. Autorização para suspensão dos
tuído o regime do FGTS, pelo qual a esta- efeitos do contrato de trabalho do empre-
bilidade no emprego que tinha status de gado para fins de participação de cursos
norma constitucional deixa de ser absolu-
34

de qualificação profissional, conforme do Trabalho”, esta é uma atividade a que


artigo 476-A da CLT, acrescido pela MP nº um ministério, o Ministério do Trabalho,
1952; tem por competência desempenhar. Afir-
mam ainda que essa atividade existe em
9. Criação de um “novo perfil para a
razão do interesse público na promoção
fiscalização do trabalho”, pela inserção do
do bem-estar social, ensejando que esteja
artigo 627-A na Consolidação das Leis do
dotada de um poder de polícia para possi-
Trabalho, através da MP nº 1.952;
bilitar que cuide da prevenção e promova a
10. Criação de Comissões de Concilia- punição dos infratores (MACHADO, 2005).
ção Prévia, através da Lei nº 9.958, de
Dadas essas premissas, conceitua-se
12/01/00.
a Inspeção do Trabalho como a atividade
Embora não seja fato novo, a flexibi- desempenhada pelo Estado para tornar
lização ganha uma nova dimensão com o efetivo o cumprimento da legislação do
intento da chamada “Reforma Trabalhis- trabalho.
ta”, oportunidade em que setores da so-
Posição Institucional da Inspeção
ciedade buscarão resgatar a essência do
Projeto de Lei nº 5.483/01, objeto de de-
do Trabalho
bates carregados de energia favorável ou A Inspeção do Trabalho está inserida
contrária a esta proposta, que visa privile- na esfera de competência do Ministério
giar a autonomia privada coletiva median- do Trabalho e Emprego, conforme dispos-
te a afirmação normativa de prevalência to no art.14, Inciso XIX, alínea b, da Lei nº
do negociado sobre o legislado (MACHA- 9.649, de 27.05.98, que criou a estrutura
DO, 2005). administrativa do Poder Executivo Fede-
ral. Essa providência legislativa de disci-
Definições
plinamento da fiscalização do trabalho
A Inspeção do Trabalho é uma ativi- decorre da competência da União fixada
dade estatal, desempenhada por agen- na Constituição Federal (art. 21, XXIV),
tes revestidos de poderes especiais para que por sua vez estabeleceu ser ela ati-
exercerem atividades preventivas ou re- vidade institucional do Ministério do Tra-
pressivas, com vistas à garantir a efetiva balho e Emprego (Lei nº 8.028, art. 19, VII,
obediência às normas trabalhistas e, por alínea a) (MACHADO, 2005).
consequência, a melhoria da condição so-
No âmbito interno do Ministério do Tra-
cial do trabalhador.
balho e Emprego, a atividade de fiscaliza-
Conceito de Inspeção do Trabalho ção está afeta à Secretaria de Fiscaliza-
ção do Trabalho - SEFIT, órgão técnico de
Não ocorrem relevantes divergências
cúpula, com sede na capital federal, que
entre os doutrinadores quanto ao concei-
se encarrega do planejamento e norma-
to de Inspeção do Trabalho. De maneira
tização das ações fiscais do Estado bra-
geral, afirmam que se trata de uma ativi-
sileiro para acompanhamento do cumpri-
dade do Estado e não um órgão do Estado,
mento da legislação trabalhista, tanto no
eis que não há um órgão devidamente es-
que concerne as normas legais quanto as
truturado sob a denominação “Inspeção
35

convencionais. demanda prioridade no atendimento;

As atividades planejadas e normati- e) plantão – é a atividade interna de


zadas pela SEFIT são executadas nos fiscalização para orientação ao público,
Estados pelas Delegacias Regionais do homologação de rescisões de contratos
Trabalho – DRT, que são órgãos descen- e instrução de processos de anotação de
tralizados e sediados nas capitais. Nestas Carteira de Trabalho e Previdência Social
Delegacias estão lotados os Auditores- – CTPS;
-Fiscais do Trabalho que se encarregam
f) atividade especial – é a destinada
de promoverem as atividades de auditoria
à mediação de conflitos coletivos entre
e fiscalização junto aos empregadores,
trabalhadores e empregadores, à coor-
além de outras atividades pertinentes às
denação de mesas de entendimento com
relações de trabalho (MACHADO, 2005).
vistas a que empregadores infratores fir-
Modalidades de Fiscalização mem termo de compromissos no sentido
de efetivo cumprimento da legislação tra-
O modo de operacionalização das fis-
balhista e ainda à análise de processos.
calizações é disciplinado pela Instrução
Normativa Intersecretarial nº 08, de 15 de Poderes e Funções dos Auditores-
maio de 1995, quais sejam: -Fiscais do Trabalho
a) fiscalização dirigida – é a que resul- A Convenção nº 81 da OIT, que se en-
ta de prévio planejamento da Secretaria contra incorporada ao ordenamento ju-
em Brasília em conjunto com a Delegacia rídico brasileiro com hierarquia de lei, eis
Regional, com a participação, sempre que que fora ratificada pelo Brasil, indica em
possível, das entidades sindicais de traba- linhas gerais os objetivos a serem atendi-
lhadores, outros órgãos ou instituições; dos pela Inspeção do Trabalho (MACHADO,
2005).
b) fiscalização indireta – a resultante
do programa especial de fiscalização, re- Vejamos:
alizada através de Sistema de Notificação
a) assegurar o cumprimento das dis-
para a Apresentação de Documentos nas
posições legais relativas às condições de
Delegacias Regionais;
trabalho e à proteção dos trabalhadores
c) fiscalização imediata – ocorre in- no exercício de sua profissão;
dependentemente de designação prévia,
b) fornecer informações e conselhos
nos casos em que o Auditor-Fiscal do Tra-
técnicos aos empregadores e trabalhado-
balho deparar com situações que subme-
res sobre os meios mais eficazes de ob-
tam o trabalhador a perigos iminentes ou
servar as disposições legais;
constate infração que possa tornar difícil
a sua comprovação futura; c) levar ao conhecimento da autoridade
competente as deficiências ou os abusos
d) fiscalização por denúncia – é a
que não estão especificamente compre-
decorrente de Ordem de Serviço emitida
endidos nas disposições legais existentes;
em razão de reclamação do trabalhador
ou entidade sindical e que, pela natureza, Prescreve ainda a Convenção 81 da OIT
36

que os Auditores-Fiscais do Trabalho es- preposto, mediante a exibição de sua


tão autorizados: identificação profissional, exceto quando
julgar que a identificação poderá prejudi-
a) a penetrar livremente e sem aviso
car a eficiência da ação fiscal, caso em que
prévio, a qualquer hora do dia ou da noite,
se identificará ao final da ação. (art. 12-1
em qualquer estabelecimento submetido
da Conv. 81 OIT).
à fiscalização;
Sob a ótica formal e simplista do siste-
b) a penetrar durante o dia em todos os
ma normativo as atividades desenvolvi-
locais que eles possam ter motivo razoá-
das pelos Auditores-Fiscais do Trabalho
vel para supor estarem sujeitos ao contro-
são basicamente as seguintes:
le da fiscalização;
a) atividade de fiscalização – é a
c) a proceder a todos os exames, con-
atividade exercida perante os estabele-
troles e inquéritos julgados necessários
cimentos empregadores, onde são exer-
para assegurar que as disposições legais
cidas atividades laborativas sujeitas ao
são efetivamente observadas, podendo
cumprimento da legislação trabalhista.
interrogar, seja só ou em presença de tes-
As pessoas jurídicas de direito público
temunhas, o empregador ou o pessoal do
apenas ficam sujeitas à fiscalização do
estabelecimento sobre quaisquer maté-
trabalho no que concerne ao cumprimen-
rias relativas à aplicação das disposições
to da Lei do Fundo de Garantia do Tempo
legais, pedir vistas de todos os livros, re-
de Serviço – FGTS. Nesta atividade, os
gistros e documentos prescritos pela le-
Auditores-Fiscais promovem o exame de
gislação relativa às condições de trabalho,
livros e documentos, inclusive contábeis,
retirar ou levar para análise, amostras de
que tenham pertinência com o sistema
materiais e substâncias utilizadas ou ma-
protetivo do trabalho a que se encarrega
nipuladas, contando que o empregador ou
controlar: controle de registro dos empre-
seu preposto seja advertido dessa retira-
gados, controle de jornada de trabalho,
da.
concessão de férias, análise da locação
Ressalte-se que a Medida Provisória nº de mão-de-obra (com vistas a apurar a re-
2.175-29, de 27 de agosto de 2001, con- gularidade da terceirização), controle das
fere poderes aos Auditores-Fiscais do rescisões contratuais, controle do reco-
Trabalho para proceder exames nos livros lhimento da contribuição sindical tanto da
contábeis dos empregadores com vis- categoria econômica quanto profissional,
tas à eficaz verificação do cumprimento controle da contratação de aprendizes,
da legislação trabalhista. Traz ainda esta controle da proteção especial das mulhe-
norma competência para os Auditores res, menores e deficientes físicos, contro-
apreciarem questões atinentes tanto às le do pagamento de salários, concessão
relações de emprego como também à re- de vale-transporte, controle do recolhi-
lações de trabalho. mento do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço – FGTS, controle do cumprimento
A ação fiscal deve ser precedida de
dos Acordos e Convenções Coletivas de
prévia identificação do Auditor-Fiscal do
Trabalho, controle do cumprimento das
Trabalho perante o empregador ou seu
37

normas de saúde e segurança nos locais registros de empregados, contratos de


de trabalho, providências de embargos e trabalho, folhas de pagamentos de salá-
interdições, entre outras. rios, recibo de férias, controle de jornada
de trabalho, guias de recolhimentos de
b) atividade de vigilância e orienta-
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
ção – é considerada a mais importante
contratos de estágios, entre outros. A no-
atividade dos Auditores e está preconi-
tificação tem ainda por finalidade a deter-
zada na Convenção nº 81 da OIT. Uma vez
minação para que o empregador cumpra
desempenhada a contento possibilita um
efetivamente certas normas trabalhistas
maior cumprimento das normas de prote-
que não estejam sendo observadas.
ção aos trabalhadores, ante a promoção
de informações e aconselhamentos téc- Já a autuação é a atividade de apon-
nicos aos empregadores que em muitos tamento das infrações cometidas pelos
casos deixam de observar corretamente a empregadores. Decorre de um comando
legislação apenas por desconhecimento, imperativo, conforme disposto no artigo
não tendo a intenção de desrespeito às 628 da CLT, nestes termos “a toda verifi-
prescrições legais. Assim, se constatada cação em que o Auditor-Fiscal do Traba-
essa realidade, sustenta-se que deve o lho concluir pela existência de violação
Auditor-Fiscal preferir a orientação à pu- de preceito legal deve corresponder, sob
nição. pena de responsabilidade administrativa,
a lavratura de auto de infração”.
c) atividade de investigação – esta
atividade contempla diversas providên- É assim o auto de infração o instru-
cias que o Auditor pode tomar em razão mento de acusação de que lança mão o
de determinadas ocorrências, compreen- Auditor para comunicar a autoridade com-
dendo entre elas a de interrogação do em- petente o cometimento de determinada
pregador e empregados sobre questões infração pelo empregador. Nele é descrita
relacionadas ao cumprimento de normas, toda a caracterização do fato constatado,
a de colher amostras e documentos me- mediante a identificação do infrator, re-
diante termo de apreensão, investigação dação da ementa correspondente, rela-
de acidentes de trabalho para análise de tório e capitulação da infração, elemento
causas e atribuição de responsabilidade, de convicção, entre outros, enfim, cons-
entre outras. titui-se um “verdadeiro libelo acusatório”,
de modo a ensejar, após possibilitar-se a
d) atividade de notificação e autu-
ampla oportunidade de defesa ao infra-
ação – a atividade de notificação com-
tor, um julgamento seguro da autoridade
preende a notificação dos empregadores
competente para imposição ou não da
para que apresentem documentos à fis-
penalidade correspondente (MACHADO,
calização do trabalho para serem audi-
2005).
tados. Todo e qualquer documento que
possa demonstrar fatos relacionados aos
direitos trabalhistas são passíveis de exi-
bição ao Auditor-Fiscal do Trabalho, tais
como livros contábeis, comprovantes de
38

REFERÊNCIAS
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2008.
39

ANEXOS
RESUMO DA LEGISLAÇÃO BRASI-
LEIRA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONS-
TRUÇÃO
Capítulo V – Título II da CLT (Aprovada
pelo Decreto Lei nº 5.452 de 1º de maio de
1943);

Portaria nº 46 de 19 de fevereiro de
1962, do Gabinete do Ministro do Trabalho
e Previdência Social (137 artigos);

Portaria nº 15 de 18 de agosto de 1972,


do Departamento Nacional de Segurança
e Higiene do Trabalho (170 artigos);

Lei nº 6.514 de 22 de dezembro de


1977;

Portaria nº 3.214 de 08 de junho de


1978;

Portaria nº 17 de 07 de junho de 1993;

Portaria nº 04 de 04 de junho de 1995.


40

QUADRO I

Dimensionamento da CIPA
41

QUADRO I

Dimensionamento da CIPA
42

QUADRO I

Dimensionamento da CIPA
43

QUADRO I

Dimensionamento da CIPA
44

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