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Ideas Exchange - Áreas Contaminadas

- Estudo Prévio e Regulamentação

Gerenciamento de Áreas
Contaminadas no Estado
do Rio de Janeiro
Maio/2013
CONCEITO DE ÁREA CONTAMINADA

Uma área contaminada pode ser definida como uma área, local ou terreno
onde há comprovadamente poluição ou contaminação, causada pela
introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido
depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma
planejada, acidental ou até mesmo natural. Nessa área, os poluentes ou
contaminantes podem concentrar-se em subsuperfície nos diferentes
compartimentos do ambiente, por exemplo, no solo, nos sedimentos, nas
rochas, nos materiais utilizados para aterrar os terrenos, nas águas
subterrâneas, ou de uma forma geral, nas zonas não saturada e saturada;
além de poderem concentrar-se nas paredes, nos pisos e nas estruturas de
construções. Os poluentes ou contaminantes podem ser transportados a
partir destes meios, se propagando por diferentes vias, como por exemplo o
ar, o próprio solo, as águas subterrâneas e superficiais, alterando suas
características naturais ou qualidades e determinando impactos negativos
e/ou riscos sobre os bens a proteger, localizados na própria área ou em seus
arredores. (GLOEDEN, 1999)
LOVE CANAL
LOVE CANAL o primeiro grande caso de contaminação em
águas subterrâneas nos EUA
Localização: próxima de Niagara Falls, fronteira dos EUA com CANADA;
área projetada para recreação;
Anos 20 área vendida para a empresa Hooker Chemisol para deposito de
resíduos industriais. Entre 1942 e 1953 foram depositados mais de 21.000t de
resíduos com substâncias perigosas, entre as quais DDT, solventes, PCB,
dioxinas e metais pesados.
O terreno foi vendido por 1dolar a administração escolar da cidade e um,
centro escolar foi construído no deposito de resíduos.
Residentes começaram a apresentar varias doenças como: leucemia,
problemas respiratórios, nos rins, abortos, deficiência em recém-nascidos etc.
Em agosto/1978 a área foi declarada como “Área de Emergência medica”.

Como consequência da consciência motivada foi criado o superfund,


programa Federal americano criado para remediação de áreas
contaminadas.
CONDOMINIO BARÃO DE MAUÁ - SP
ÁREAS EM PROCESSO DE REABILITAÇÃO
BASES LEGAIS NO GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS

Resolução Conama 420/2009, de 28 de dezembro de


2009

Dispõe sobre critérios e valores orientadores de


qualidade do solo quanto à presença de substâncias
químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento
ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias
em decorrência de atividades antrópicas.
IMPLICAÇÕES DA RESOLUÇÃO CONAMA 420/09
Abrangência: Define diretrizes gerais para o gerenciamento de Áreas
Contaminadas por substâncias químicas decorrentes de atividade antrópica e
define procedimento para o estabelecimento de VRQs (Valores de Referência de
Qualidade) para o solo.

Art. 8. Estabelecimento de VRQs para o Estado do RJ em até 04 anos.


Art.13. Classificação do Solo quanto a concentração de substancias químicas de
acordo com o VRQ, VP, VI.
Art.14. Obrigatoriedade de toda Atividade com Potencial de Contaminação em
monitorar a água subterrânea e superficial com apresentação dos relatórios aos
órgãos ambientais.
Art.23. Para o gerenciamento de áreas contaminadas, o órgão ambiental
competente deverá instituir procedimentos e ações de investigação e de gestão,
que contemplem as etapas de Investigação, Diagnóstico e Intervenção.
Art.38. Os órgãos ambientais competentes, observando o sigilo necessário,
previsto em lei, deverão dar publicidade às informações sobre áreas contaminadas
identificadas e suas principais características.
NORMAS ABNT RELACIONADAS AO GAC
ABNT - Comissão de Estudo Especial Temporária de Avaliação da Qualidade do Solo e
da Agua para Levantamento de Passivo Ambiental e Avaliação de Risco a Saúde
Humana 2005

ABNT NBR 15495-1:2007 Poços de monitoramento de aguas subterrâneas em


aquíferos granulares Parte 1: Projeto e Construção

ABNT NBR 15492:2007 Sondagem de reconhecimento para fins de qualidade


ambiental – Procedimento

ABNT NBR 15515-1:2007 Passivo ambiental em solo e água subterrânea – Parte 1:


Avaliação preliminar

ABNT NBR 15495-2:2008 Poços de monitoramento de águas subterrâneas em


aquíferos granulares - Parte 2: Desenvolvimento

ABNT NBR 15515-2:2010 Passivo ambiental em solo e água subterrânea – Parte 2:


Investigação confirmatória
ORGANOGRAMA INEA E O GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS
LEGISLAÇÃO INEA APLICADA AO GAC

 RESOLUÇÃO CONEMA 44/2012 – Obrigatoriedade na


realização de Avaliação Preliminar e Investigação
Confirmatória no Licenciamento Ambiental.
 DECRETO 42.159/2009 – SLAM: Define Licenças
especificas para o Gerenciamento de Áreas
Contaminadas.
 DZ-0077 – TERMO DE ENCERRAMENTO DE
ATIVIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS.
 LEI 3467/2000 - sanções administrativas derivadas
de condutas lesivas ao meio ambiente no ERJ.
LICENÇAS ESPECIFICAS DO SLAM – DECRETO 42. 159/09

Licença de Operação e Recuperação (LOR): ato administrativo mediante o qual o


órgãoambiental autoriza a operação da atividade ou empreendimento concomitante à
recuperação ambiental de passivo existente em sua área, caso não haja perigo à saúde
da população e dos trabalhadores;
Licença Ambiental de Recuperação (LAR): ato administrativo mediante o qual o
Órgão ambiental aprova a remediação, recuperação, descontaminação ou eliminação
de passivo ambiental existente, na medida do possível e de acordo com os padrões
técnicos exigíveis, em especial aqueles em empreendimentos ou atividades fechados,
desativados ou abandonados;
Termo de Encerramento: ato administrativo mediante o qual o órgão ambiental
atesta a inexistência de passivo ambiental que represente risco ao ambiente ou à
saúde da população, quando do encerramento de determinada atividade ou após a
Conclusão do procedimento de recuperação mediante LAR, estabelecendo as
restrições de uso da área;
APLICAÇÃO DA RESOLUÇÃO CONEMA 44

•Avaliação Preliminar
Identificação •Investigação Confirmatória

•Investigação Detalhada
•Analise de Risco
Diagnóstico

•Medidas de Controle Institucional


•Medidas de Controle de Engenharia
Intervenção •Medidas de Remediação

NBR 15515-1
Avaliação
Preliminar
Identificação de
AP / AS / AC
Identificação
Define o Instrumento Licenciatório
LO ou LOR
NBR 15515-2
Investigação
Confirmatória Confirmação de
Area
Contaminada
AVALIAÇÃO PRELIMINAR

• Declaração de
Inexistencia
Não de AS/AC Parecer de Licença sem exigencias
Identificação
de AS ou AC de Recuperação da Área
Emissão do Termo de
Encerramento

• Investigação
Confirmatória
Identificação Necessidade de estudos
de AS ou AC adicionais
INVESTIGAÇÃO CONFIRMATÓRIA

Não • Ver necessidade


Constatação de
de Monitoramento
Concentrações e permanencia Parecer de Licença sem exigencias de
da rede de PMs Recuperação da Área
das SQI acima
dos Valores de Emissão do Termo de Encerramento
Referencia

• Etapa de
Constatação Diagnóstico = Parecer de LOR / LAR com exigencias de
de Investigação Recuperação da Área.
Concentrações Detalhada e Em caso de constatação de perigo eminente
das SQI acima Avaliação de (Fase livre, indice de explosividade, residuo
dos Valores de Risco no solo) antes da emissão da Licença serão
Referencia exigidas Medidas Emergenciais.
AÇÃO DE INTERVENÇÃO EMERGENCIAL

Art. 8º - Ao serem constatados indícios de perigo à vida ou à saúde da


população, o responsável legal deverá comunicar imediatamente tal fato aos
órgãos ambientais e de saúde, por meio de uma correspondência assinada
pelo responsável técnico e pelo responsável do empreendimento e adotar
prontamente Ações de Intervenção Emergenciais (AIE) necessárias para elidir
o perigo.
§ 1º - Entende-se como AIE qualquer ação necessária para eliminação ou
redução de risco imediato, tal como isolamento da área, com proibição de
acesso à área, interdição de edificações, ventilação e exaustão de espaços
confinados, monitoramento do índice de explosividade, interdição ou
tamponamento de poços de abastecimento, proibição de consumo de
alimentos, remoção de materiais, proibição de escavações, contenção das
plumas de contaminação e bombeamento para eliminação da fase livre, sem
prejuízo de outras ações de igual ou maior eficácia.
FASE LIVRE

Fase livre: ocorrência de substância ou produto


imiscível, em fase separada da água
LEI 3467 E O GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS
Art 2º - As infrações administrativas serão punidas com as
seguintes sanções, observadas as circunstâncias atenuantes e
agravantes:
I – advertência;
II – multa simples;
III – multa diária;
IV – apreensão;
V – destruição ou inutilização do produto;
VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
VII – embargo de obra ou atividade;
VIII – suspensão parcial ou total das atividades;
IX – interdição do estabelecimento;
X – restritiva de direitos;
LEI 3467 E O GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS
Art 2º -§ 11 – A aplicação de quaisquer das sanções previstas nesta lei deverá
prever a obrigatoriedade do infrator recuperar o meio ambiente e
descontaminar a área ou ecossistema degradado, custeando estas ações
reparadoras com seus próprios recursos.

Art. 61 - Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou


possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.

Art. 88 - Causar, por poluição da água, do ar ou do solo, incômodo ou danos


materiais ou morais a terceiros.

Art. 92 - Poluir o solo por lançamento de resíduos sólidos ou líquidos.

Art. 93 – Poluir, por qualquer forma ou meio, o solo ou corpos hídricos


dificultando ou impedindo, ainda que temporariamente, o seu uso por
terceiros:
DESAFIOS: VETORES DINÂMICA DE USO DO SOLO

Migração das Industrias liberam imóveis em áreas


urbanas.

Imóveis com passivos ambientais.

Passivos ambientais limitam mudança de uso do solo.

Falta de solução gera brownfields.

Pressão urbana gera ocupação clandestina


INGÁ MERCANTIL
 Localização: Ilha da Madeira, Sepetiba – Itaguaí.
 Proprietário: Adquirida em Junho de 2008 pela USIMINAS (Usinas Siderúrgicas de Minas
Gerais) por meio de leilão público assumindo a responsabilidade pela remediação da área.
 Status atual: Área reabilitada para uso declarado – Industrial.
 Uso futuro: Terminal Portuário de Minério.
 O Extenso diagnóstico ambiental realizado por empresas contratadas pela USIMINAS
identificou na área da atual USIMINAS uma pilha de aproximadamente 20 metros de altura
onde estão depositados cerca de 2 milhões de toneladas de rejeito impactado, gerado
pela produção de zinco e cádmio realizada no passado pela Cia. Mercantil e Industrial
Ingá.
 As principais fontes de contaminação estão associadas à área industrial, efluentes da
Bacia C-130 e Pilha de Rejeito.
 Área contaminada por metais (solo, água subterrânea, sedimento, flora e efluentes).
 O INEA em 2010 emitiu a LAR NIN002873 para implantação do Projeto de Recuperação
da área.
 Em Março/2013 foi emitida a certidão Ambiental IN022706 atestando o cumprimento das
condicionantes de validade da LAR.
 Atualmente encontra-se em análise o processo de Licenciamento para Operação da
Barreira Hidráulica e estação de Tratamento.
PROJETO INTEGRADO = CASO INGÁ-USIMINAS
PROJETO INTEGRADO = CASO INGÁ-USIMINAS
PROJETO INTEGRADO = CASO INGA-USIMINAS
OBRIGADA
alima@inea.rj.gov.br

“Proteger, conservar e recuperar o meio ambiente do Estado do Rio de


Janeiro para promover o desenvolvimento sustentável.”

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