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O Livro de ,

MIQUEIAS
Autor Miquéias é identificado por sua cidade na- de salvação. cada uma das quais iniciando-se com a mesma pala-
i tal Moresete (1.1, 14). ,°que indica que ele era um fo- vra hebraica que é traduzida por "ouvi" (1.2; 3.1; 6.1 ). O segundo
i /;, 1 rasteiro em Jerusalem. Profetizando no mesmo ciclo possui três profecias de julgamento (cap. 3) e sete de salva-
~ período que Isaías, ele ajudou a moldar o caráter e a ção (caps. 4-5). Oprofeta usa jogos de palavras para predizer o
política de Israel. Por fim, a pregação inspirada de Miquéias (3.8) castigo (ver notas) e consegue demonstrar grande realismo e
contra a injustiça trouxe o rei Ezequias ao arrependimento. salvan- proximidade ao citar seus assuntos (p. ex .. os falsos profetas que
do assim a cidade de Jerusalém (Jr 26.17-19). tentam silenciá-lo. 2.6-7; e os gentios convertidos que se dirigem
a Jerusalém para prestar culto, 4.2).
:~--~
· Data e Ocasião Miquéiaspregouduranteos Miquéias é, antes de tudo. um livro de proclamação do julga-
1 ~ reinados de Jotão (750-735 a.C.). Acaz (735-715 a.C.)
:; ····· .. mento. O profeta declara que o Deus santo e justo não tolerará
· ~~ e Ezequias (715-686 a.C.), período de expansão e do- mais a maldade persistente do seu povo (1.3). Muitos dos peca-
1 '"-~,,, mínio assírio no antigo Oriente Próximo. O reino do dos de Israel são mencionados, desde a idolatria e a feitiçaria
Norte de Israel foi gradualmente invadido pelos assírios, o que culmi- (5.12-14) até as ações enganosas e fraudulentas (6.10-11 ). Mas
nou com a queda da capital de Samaria em 722 a.C., em poder do rei Miquéias acrescenta uma condenação especial àqueles que opri-
assírio SalmaneserV (727-722 a.C.). Acaz, de Judá. aliou-se à Assí- miram o pobre, apoderando-se de terras que Deus determinou
ria e modelou o culto em Jerusalém conforme as práticas assírias como herança a todo o seu povo (2.1-5; Nm 27.1-11, nota). Os lí-
(2Rs 16.7-18). Mais tarde, Ezequias. o filho de Acaz, revoltou-se e deres políticos e espirituais de Judá também são condenados
grande parte de Judá foi invadida pelo rei Senaqueribe. da Assíria, pela opressão ao povo e pelo descaso com a justiça e a verdade
mas Jerusalém foi milagrosamente poupada (2Rs 18.17-19.37). (cap. 3).
Durante esse período, estabelece-se em Israel e em Judá um Os termos do relacionamento da aliança entre Deus e o seu
enorme contraste entre os excessivamente ricos e os pobres opri- povo são fundamentais na proclamação de Miquéias sobre o julga-
midos. devido à exploração da classe média de Israel (2.8-9) por mento e a restauração. Enquanto Deus fielmente cumpriu seus
donos de terra extremamente gananciosos (2.1-5). Os opressores compromissos conforme a aliança (6.1-5), o povo permaneceu na
eram apoiados por líderes corruptos políticos e religiosos de Israel desobediência; e agora as maldições da aliança deveriam ser apli-
(cap. 3). Em razão dessa má liderança, toda a nação tornou-se mo- cadas (6.13-16).
ralmente corrupta e pronta para o julgamento (6.9-16; 7.1-7). Apesar do tom predominante de castigo iminente. a visão de
Deus levantou a Assíria para ser o chicote da sua ira contra o Miquéias vai além do julgamento e mostra a restauração e bên-
seu povo iníquo (Is 10.5-11 ). Como Miquéias havia profetizado ção futuras. Isso também está enraizado no relacionamento da
(1.2-7), Samaria caiu em poder dos invasores assírios. Judá sentiu a aliança de Deus com o seu povo (Gn 17.2, nota). Fiel às suas pro-
força do julgamento divino quando Senaqueribe marchou através da messas da aliança com os patriarcas (7.20). o Senhor preservará
Sefelá (cadeia montanhosa situada a oeste de Judá) e até os por- o restante do seu povo (2.12; 4.7; 5.3,7-8) e suscitará um Gover-
tões de Jerusalém, como Miquéias também havia predito (1.8-16). nante de Belém de Judá - o próprio Messias (5.1-5). Através

'AI
1 1
Características e Temas Miquéias di-
vide suas dezenove profecias em três ciclos (ver
das profecias de salvação, Miquéias reconhece que a restaura-
ção de Israel depende unicamente do perdão misericordioso de
Deus e de sua iniciativa soberana, e não do trabalho de mãos hu-
1 [ Esboço), cada um dos quais se inicia com profecias manas (7.18-19).
1
de julgamento e finaliza com uma ou mais profecias

Esboço de Miquéias
1. Cabeçalho (1.1) Ili. Se.~ ciclo: degradação e exaltação
li. Primeiro ciclo: ameaças e libertação (1.2-2.131 (cap$;3-5)
A. Juízo sobre Samaria (1.2-7) A. Condenação dos maus governantes (3.1-4}
S. Jull<>.sobre Judá (1.8-16) B. Denúncia dos falsos profetas (3.5-8)
C. Sentença contra os donos de terra gananciosos C. Sião será devastada (3.9-121
(2.1-5) O. Sião será restaurada e exaltada (4.1-8)
O. Juízo contra os falsos profetas (2.6· 11} E. Oo sofrimento presente à salvação futura (4.9-13)
E. A restauração do restante F. Ogovernante messiânico (5.1-6}
(2.12-13) G. Orestante de Jacó entre os gentios (5.7-9)
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H. OSenhor julga o seu povo e as nações (5.10-15) B. O cumprimento das maldições da aliança (6.9-16}
VI. Terceiro ciclo: esperança na escuridão (caps. 6-7) C. Lamento por uma nação destruída e corrupta (7 .1-7)
A. A acusação do Senhor (6.1-8) D. Hino de vitória (7.8-20)

Ameaças contra Israel e Judá todos os hsalários de sua impureza serão queimados, e de to-
Palavra do SENHOR que em visão veio a ª Miquéias, dos os seus ídolos eu farei uma ruína, porque do ipreço da
1 morastita, nos dias de bJotão, Acaz e Ezequias, reis de
Judá, sobre Samaria e Jerusalém.
prostituição os ajuntou, e a este preço volverão.
s Por isso, lamento e uivo; ando despojado e nu; ifaço la-
2 Ouvi, todos os povos, prestai atenção, ó terra e tudo o mentações como de chacais e pranto como de avestruzes.
que ela contém, e seja o SENHOR Deus testemunha contra vós 9 Porque as suas feridas são incuráveis; 1o mal chegou até
outros, o Senhor desde o cseu santo templo. 3 Porque eis que Judá; estendeu-se até à porta do meu povo, até Jerusalém.
o SENHOR sai do seu lugar, e desce, e anda sobre os altos da 10 mNão o anuncieis em Gate, nem choreis; revolvei-vos no
terra. 4 dOs montes debaixo dele se derretem, e os vales se pó, em 1Bete·Leafra. 11 Passa, ó moradora de 2 Safir, em ver·
fendem; são como a cera diante do fogo, como as águas que gonhosa nudez; a moradora de 3 Zaanã não pode sair; o
se precipitam num abismo. 5 Tudo isto por causa da transgres- pranto de Bete-Ezel tira de vós o vosso refúgio. 12 Pois a mo-
são de Jacó e dos pecados da casa de Israel. Qual é a trans- radora de 4 Marote 5 suspira pelo bem, nporque desceu do
gressão de Jacó? Não é Samaria? E quais eos altos de Judá? SENHOR o mal até à porta de Jerusalém. 13 Ata os corcéis ao
Não é Jerusalém? 6 Por isso, farei de Samaria/um montão de carro, ó moradora de ºLaquis; foste o princípio do pecado
pedras do campo, uma terra de plantar vinhas; farei rebolar as para a filha de Sião, porque P em ti se acharam as transgres-
suas pedras para o vale e gdescobrirei os seus fundamentos. sões de Israel. 14 Portanto, qdarás presentes de despedida a
7Todas as suas imagens de escultura serão despedaçadas, e 6 Moresete·Gate; as casas de rAczibe 7 serão para engano

• CA;ÍTULO 1- 1 ~l;Pe
1-211; Jr 26 s b2Rs ~-5.7,;;_3~;
2Cr;; 1-g;;s 11:-os 1-~~ZC[SI
114] 4 dAm 9.5 5 eDt321;; 33.29; Am
4.13 6Í2Rs19.25;Mq3.1UEz13.14 7hOs25iDt2118;1s23.17 8iSl102.6 9i2Rs18.13;1s8.7-8 1om2sm1.20ILit
Casa do Pó 11 2Lit Beleza 3Lit Saindo 12 n Is 59.9-11; Jr 14.19; Am 3.6 4LitAmargor 5Lit. adoece 13 °Js 10.3; 2Rs 14.19; 18.14;
Is 36.2 P Ez 23.11 14 q 2Sm 8.2 r Js 1544 ó Lit Possessão de Gate 7Ut. Mentira
1.1 que em visão. A mensagem divina dada a Miquéias tomou a forma de uma são, convocando a casa de Davi para participar dos ritos de lamentação, porque a
revelação sobrenatural à visão e à audição interiores do profeta. nação irá para o exílio lv 16).
•Miquéias, morastita. O nome Miquéias é uma forma abreviada de Micayahu •1.8 despojado e nu. Um ato simbólico referindo-se à ameaça do cativeiro (Is
("Quem é como Javé?"). A cidade de Moresete estava localizada perto de Gate, 20 2-4)
na Sefelá, isto é, nos sopés das colinas de Judá. •1.9 porta. Orei da Assíria, Senaqueribe, chegou até os portões de Jerusalém,
•1.2-7 Essa profecia consiste de quatro partes: a convocação das nações ao jul- mas não tomou a cidade lv 12; Introdução: Data e Ocasião).
gamento lv 2); uma visão simbólica de Deus transtornando a criação (vs 3-4); •1.1 ONão o anuncieis em Gate. O lamento de Miquéias por causa da queda
uma acusação contra as capitais de Israel (v. 5); e a sentença divina acerca da da casa de Davi nos faz lembrar o lamento de Davi sobre a queda da casa de Saul
destruição de Samaria lvs. 6-7). em circunstâncias semelhantes l2Sm 120).
•1.2 todos os povos... contra vós outros. Ojulgamento de Deus contra Sa- revolvei-vos no pó. Urna vívida expressão de tristeza por uma derrota humilhan-
maria (vs. 6-7) exemplifica e prefigura o julgamento divino contra todos os povos te IJr 6 26).
que cometem idolatria e crimes sociais. •1.11 Zaanã ... sair. Ver a nota textual. Apesar do seu nome. os habitantes des-
sa cidade se acovardariam e não "sairiam" à batalha.
•1.3-5 Por detrás do avanço do exército assírio, o profeta viu a mão de Deus lcf.
Bete-Ezel. Lit "casa adjacente", a palavra hebraica Ezel assemelha-se a um ver-
Is 10.5-6). A profundeza do julgamento divino contra Jerusalém e Samaria é re-
\m\a\\a vívídarnente em termos duma destruição da própria ordem da criação. bo que significa "retirar" ou "reter" Essa cidade haverá de reter a sua proteção de
Judá por haver sido anexada pelo conquistador.
•1.3 altos da terra. Quem quer que controlasse as regiões altas de Israel, con- •1.12 Marote. Ver a nota textual. Embora anelasse pelo bem, essa cidade expe-
trolava a terra. rimentaria o amargor da derrota.
•1.4 fogo ... num abismo. Essas palavras vinculam a visão simbólica com a que- •1.13 corcéis ... carro ... Laquis. Uma das maiores cidades-fortalezas de Judá,
da histórica de Samaria (vs. 6-7). a qual ficava localizada em uma colina l1Rs localizada a sudoeste de Jerusalém, Laquis abrigava um contingente de carros de
16.24) combate. Aqui a referência aos corcéis lo termo hebraico correspondente asse-
•1 .5 Jacó ... Israel. ':Jacó" e "Israel" com freqüência ocorrem 1untos no Livro de melha-se a "Laquis") talvez subentenda que os carros de combate eram usados
Miquéias, referindo-se a todo o povo que se acha em aliança com Deus; algumas para a fuga, e não para o combate.
vezes, ':Jacó" representa o povo como um todo 12.12; 3.1,8-9). A segunda ocor- o princípio do pecado. A natureza exata deste pecado não é explicada. Muitos
rência de ':Jacó" neste versículo aponta para o reino do Norte, Israel, em distinção têm sugerido que isso envolvia a importação de cavalos egípcios para serem usa-
ao reino de Judá No Livro de Miquéias, entretanto, "Israel" designa Judá como dos na guerra (5.1 O; Dt 17.16; 1Rs 10.28-29). induzindo Israel a depender da sua
representante da nação inteira. força militar em lugar do Senhor.
•1. 7 preço da prostituição. As antigas religiões de fertilidade do antigo Oriente a filha de Sião. Uma personificação de Jerusalém.
Próximo envolviam a prostituição ritual, uma atividade estritamente proibida para •1.14 presentes. Odote que um pai daria à sua filha quando ela partisse para a
Israel (Dt 23 17). As riquezas que lhes eram pagas e por elas usadas para fazer casa do seu marido l1Rs 9.16). Os habitantes de Moresete-Gate partiriam para o
idolos, seriam tomadas pelos assírios e usadas da mesma maneira. exílio.
•1.8-16 Este lamento divide-se em três partes: uma introdução, declarando are- as casas de Aczibe serão para engano. Ver a nota textual. Onome dessa ci-
solução de Miquéias de lamentar o exílio de Judá (vs. 8-9); um corpo principal, dade se parece muito com a palavra hebraica que significa "enganadora", vocá-
com uma série de jogos de palavras acerca dos nomes das fortalezas de Judá bulo esse usado em Jr 15.18 para indicar um "ilusório ribeiro". A cidade de Aczibe
(notas textuais) predizendo a queda e o exílio de Judá lvs. 10-15); e uma conclu- desapontará o rei de Judá.
MIQUÉIAS 1-3 1048
dos reis de Israel. 15 Enviar-te-ei ainda quem tomará posse Sim, as minhas palavras fazem o bem ao que anda retamente;
de ti, ó moradora de 5 Maressa 8 ; chegará até 1Adulão 9 a gló- 8 mas, há pouco, se levantou o meu povo como inimigo; além
ria de Israel. 16 Faze-te ucalva e tosquia-te, por causa dos vfi- da roupa, roubais a capa àqueles que passam seguros, sem
Ihos que eram as tuas delícias; alarga a tua calva como a pensar em guerra. 9 Lançais fora as mulheres de meu povo do
águia, porque de ti serão levados para x o cativeiro. seu lar querido; dos filhinhos delas tirais a minha glória, para
sempre. 10 Levantai-vos e ide-vos embora, porque não é lugar
Ai dos opressores gananciosos aqui de !descanso; ide-vos por causa da 8imundícia quedes-
Ai daqueles que, no ~eu leito, imaginam a iniqüidade e trói, sim, que destrói dolorosamente. 11 Se houver alguém
2 1
maquinam o mal! ªA luz da alva, o praticam, porque o
poder está em suas mãos. 2 Se bcobiçam campos, os arreba-
que, seguindo o vento da falsidade, mentindo, à\-g,o:. t'U \<G
Bprofetizarei 9 do vinho e da bebida forte, será este tal o hpro-
tam; se casas, as tomam; assim, fazem violência a um homem feta deste povo.
e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança. 3 Portanto, assim
diz o SENHOR: Eis que projeto ema! contra esta dfamília, do O SENHOR congrega o restante de Israel
qual não tirareis a vossa cerviz; e não andareis altivamente, 12 ;Certamente, te ajuntarei todo, ó Jacó; certamente,
porque o tempo será mau. 4 Naquele dia, se criará contra vós congregarei o restante de Israel; põ-los-ei todos juntos, icomo
outros um provérbio, se levantará epranto lastimoso e se dirá: ovelhas no 1 aprisco, como rebanho no meio do seu pasto; 1fa-
Estamos inteiramente desolados! A 2 porção do meu povo, rão grande ruído, por causa da multidão dos homens. 13 Subi-
Deus a troca! Como me despoja! Reparte os nossos campos rá diante deles o que abre caminho; eles romperão, entrarão
3 aos rebeldes! s Portanto, não terás, na congregação do pela porta e sairão por ela; e mo seu Rei irá adiante deles; sim,
SENHOR, quem, pela sorte, lançando o cordel, 4 meça pos- no SENHOR, à sua frente.
sessões.
Ameaças contra os chefes, os sacerdotes
Contra os falsos profetas e os falsos profetas
6 Não 5 babujeis, dizem eles. Não babujeis tais coisas, por- Disse eu: Ouvi, agora, vós, cabeças de Jacó, e vós, ªche-
que a desgraça não cairá 6 sobre nós.
7 7 Tais coisas anunciadas não alcançarão a casa de Jacó.
3 fes da casa de Israel: bNão é a vós outros que pertence
saber o juízo? 2 Os que aborreceis o bem e amais o mal; e 1 de-
Está irritado o Espírito do SENHOR? São estas as suas obras? les arrancais a pele e a carne de cima dos seus ossos; 3 que
..&~--~~-~~ --~~---~-- ~---~ ~~--~~ ~~~-- -~~~--
~ 1S s.Js 15.44 12cr 11.7 8 Lit Herança 9 Lit Refúgio 16 u Jó 1 20 "._Lm 4.5 x2Rs 17.6; Am 7.11.17; [Mq 4.10]
CAPITULO 2 1 ªOs 7.6-7 1 Planejam 2 bis 5.8 3 eAm 5.13 dEx 20.5; Jr 8.3; Am 3.1-2 4 e2Sm 1.17 2Lit herança 3Lit. a alguém
que se volta. um apóstata S 4 Lit alguém que lança uma linha de agrimensor 6' 5 Ou pregueis. lit derrameis palavras ó Lit para esses
7 7V Eles não trocanam insultos. Vós. a casa de Jacó 10/Dt 12 9 glv 18.25 11 h Is 30.10; Jr 5.30-31; 2Tm 4.3-4 8 Ou pregarei. lit
derra0arei 9 a respeito do 12 i [Mq 4.6-7] j Jr 31.1 O1Ez 33.22; 36.37 1 Hebr. Bozra 13 m [Os 3.5] n Is 52.12
CAPITULO 3 1 a Ez 22.27 b SI 82.1-5; Jr 5.4-5 2 1 de meu povo
•1.15 chegará até Adulão a glória de Israel. Assim como Davi tinha fugido ciá-lo. Em apoio a essa interpretação, a expressão hebraica aqui traduzida por
para a caverna de Adulão (2Sm 23.13). assim também os líderes ("a glória") fugi- "não babujeis tais coisas" poderia ser traduzida por "eles profetizam". Outros ar-
rão. O corpo principal do lamento (vs 10-15) começa e termina com referências gumentam que os próprios líderes gananciosos e corruptos haviam tentado silen-
literárias à carreira de Davi (v 1O, nota). ciar o profeta.
•2.1-5 Esta profecia tem três partes: (a) a acusação- homens maus e violen- •2.8-9 capa ... lar... filhinhos. Os oprimidos pertenciam à classe média de Israel
tos, sem ética alguma se apossam de propriedades familiares e destroem os (Introdução: Data e Ocasião).
seus proprietários (vs 1-2); (b) a sentença - o Senhor os sentencia ao exílio (v •2.8 sem pensar em guerra. Esperando paz na sua própria terra, onde eles se
3) e à perda das suas terras para os invasores (v 4); (c) a conclusão-os ladrões sentiam totalmente seguros, o povo de Israel acabou sendo saqueado.
são eliminados do povo da aliança com Deus (v 5). A acusação e a sentença es-
•2.12-13 Esta profecia sobre um remanescente protegido como se fossem ove-
tão vinculadas por um jogo de palavras que envolve as expressões "imaginam a
lhas em seu redil lembra o remanescente de Judá abrigado dentro de Jerusalém.
iniqüidade" (v. 1) e "eis que projeto mal" (v. 3), que são construções virtualmente
enquanto Senaqueribe assolava a maior parte do território de Judá. OSenhor, en-
idênticas em hebraico. Assim como os poderosos tomavam as terras dos ho- tão, dizimou o exército assírio provendo, desta forma, livramento para os de Judá
mens de Israel (vs. 1-2), assim também o Senhor enviará um exército inimigo que
(2Rs 18.17-19.37). Tais libertações temporárias do remanescente divinamente
arrancará a Terra Prometida das suas mãos (vs. 4-5).
escolhido antecipam o triunfo maior do Rei-Pastor (5.2-5).
•2.2 herança. A propriedade de uma família era um bem permanente e sagrado •2.12 Jacó ... Israel. Uma referência a Judá como representante da nação intei-
da parte de Deus (lv 25 10, 13) Ver nota em Nm 27.1-11. ra (1.5, nota)
•2.5 congregação. Terminado o exílio babilônico, o território seria redistribuído •3.1-12. As três profecias deste capítulo anunciam a re1eição e a punição da li-
(cf. Nm 26.55; Js 18.8-10), mas nem os opressores e nem os seus descendentes derança incompetente e corrupta de Israel. Em primeiro lugar, o tratamento dos
estariam presentes para reivindicar alguma herança. líderes para com o povo oprimido de Israel é comparado ao canibalismo (vs.
•2.6-11 Nesta profecia, Miquéias defendeu a sua mensagem contra aqueles que 1-4). Em segundo lugar, os falsos profetas que lideraram o povo na direção erra-
tentavam silenciá-lo. Miquéias repeliu a ordem para calar-se (v. 6). Em seguida, o da são condenados (vs. 5-7) e contrastados com Miqué1as que profetiza revela-
Senhor acusou os poderosos de explorarem aqueles que não tinham defesa (vs. ções verdadeiras da parte de Deus (v 8) Finalmente, os líderes políticos e
8-9). sentenciando-os ao exílio por terem contaminado a terra (v. 10). Por fim, o religiosos corruptos são condenados e sua complacência é castigada fvs.
povo é condenado por desejar falsos profetas que dissessem aquilo que eles que- 9-12)
riam ouvir (v. 11). •3.1 Disse eu. Uma adição editorial, indicando que Miquéias editou o seu pró-
•2.6 Ooriginal hebraico do v. 6 é difícil de traduzir. Alguns sugerem que Miquéias prio livro (Introdução: Características e Temas).
confronta os falsos profetas que apóiam os ladrões de terra e procuravam silen- Jacó... Israel. Ver a nota em 1.5.
1049 MIOUÉIAS 3, 4
e comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do
esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e d como SENHOR e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus
carne no meio do caldeirão? 4 Então, e chamarão ao SENHOR, caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião pro-
mas não os ouvirá; antes, esconderá deles a sua face, naque- cederá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. 3 Ele julgará
le tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras. entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e longín-
s Assim diz o SENHOR !acerca dos profetas que fazem errar quas; estes converterão as suas espadas em brelhas de arados
o meu povo e que clamam: 2 Paz, 3 quando têm o que gmasti- e suas lanças, em 1podadeiras; uma nação não levantará a es-
gar, mas apregoam guerra santa contra aqueles hque nada pada contra outra nação, cnem aprenderão mais a guerra.
lhes metem na boca. 6 1Portanto, se vos fará noite sem 4 visão, 4 d Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debai-
e tereis treva sem adivinhação; pôr-se-á o sol sobre os profe- xo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a
tas, e sobre f eles se enegrecerá o dia. 7 Os videntes se enver- boca do SENHOR dos Exércitos o disse. 5 Porque todos os po-
gonharão, e os adivinhadores se confundirão; sim, todos eles vos andam, cada um em nome do seu deus; mas, quanto a
cobrirão o seu bigode, 1porque não há resposta de Deus. B Eu, nós, eandaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus, para
porém, estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, cheio de todo o sempre.
juízo e de força, mpara declarar a Jacó a sua transgressão e a 6 Naquele dia, diz o SENHOR/congregarei os que coxeiam
Israel, o seu pecado. e grecolherei os que foram expulsos e os que eu afligira. 7 Dos
9 Ouvi, agora, isto, vós, cabeças de Jacó, e vós, chefes da que coxeiam farei ha parte restante e dos que foram arrojados
casa de Israel, que abominais o juízo, e 5 perverteis tudo o que para longe, uma poderosa nação; e o SENHOR ;reinará sobre
é direito, 10 e nedificais a Sião com ºsangue e a Jerusalém, eles no monte Sião, desde agora e para sempre. 8 A ti, ó torre
com perversidade. 11 PQs seus cabeças dão as sentenças por do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, virá o pri-
suborno, 0 os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus meiro domínio, o reino da filha de Jerusalém.
profetas adivinham por 6 dinheiro; 'e ainda se encostam ao 9 Agora, por que tamanho grito? iNão há rei em ti? Pere-
SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós? Ne- ceu o teu conselheiro? 1Apoderou-se de ti a dor como da que
nhum mal nos sobrevirá. 12 Portanto, por causa de vós, Sião está para dar à luz? to Sofre dores e esforça-te, ó filha de Sião,
será s1avrada como um campo, e tJerusalém se tornará em como a que está para dar à luz, porque, agora, sairás da cida-
montôes de ruínas, e "o monte do 7 templo, numa colina co- de, e habitarás no campo, e virás até à mBabilônia; ali, porém,
berta de mato. serás libertada; ali, nte remirá ºo SENHOR das mãos dos teus
inimigos.
O anúncio do chamamento dos gentios 11 PAcham-se, agora, congregadas muitas nações contra
Mas, ªnos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa ti, que dizem: Seja profanada, e 0 vejam os nossos olhos o
4 do SENHOR será estabelecido no cimo dos montes e se
elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão os povos. Irão 2
seu desejo sobre Sião. 12 Mas não sabem 'os pensamentos
do SENHOR, nem lhe entendem o plano que as ajuntou
..,....~~
~ 3 cs114.4; 27.2; Zc 3.3 dEz 113,6-7 4 es118.41, Pv 1.28; Is 1.15; Jr 11 11 Sfls 56 10-11, Jr 6.13; Ez 13 10,19 gMt 7 15 hEz 13.18
2Está tudo bem 3Para aqueles que os alimentam 6 ils 8.20-22; 29.10-12 /is 29.1 O; [Jr 2330-40]; Ez 13.23 4Revelação profética 7 IAm
8.11 8 m Is 58.1 9 5Lit.torceis 1O nJr 22.13, 17 ºEz 22.27; Hc 2.12 11 Pls 1.23; Mq 7.3 q Jr 6.13 ris 48.2; Jr 7.4 6 Lit prata 12 sJr
26.18 ISI 79.1; Jr 9.11 u Mq 4.1-2 7Lit. da casa
CAPÍTULO 4 1 ªIs 2.2-4; Ez 17.22; Dn 2.28; 10.14; Os 3.5 3 bis 2.4; JI 3.10 cs172.7 lfacas de podar 4 d1Rs 4.25; Zc 3.10 5 ezc
10.12 6/Ez 34.16gSI147 2 7 hMq 2.12 i[ls 9.6; 24.23; Lc 1.33; Ap 11.15] 9/ Jr 8.19 lls 13.8; Jr 30.6 10 m2Cr 3620; Am 5.27 n Ed
1.1-3; 2.1; SI 18.17 o [Is 45.13; Mq 7.8-12] 11 P Lm 216 q Ob 12 12 r [Is 55.8-9]
•3.4 não os ouvirá. Da mesma maneira que os magistrados se recusaram a ou- no cimo dos montes. Divindades pagãs também tinham montes sagrados com
~i1 "" 1:.lammes dos oprimidos, assim também Deus se recusará a ouvi-los no templos. Ao ser elevada acima deles, a casa eterna de Deus (aqui simbolizada
tempo do julgamento. pelo templo erguido sobre o monte Sião) será estabelecida entre as nações como
•3.5 Paz, quando têm o que mastigar. Ver nota textual. Estes falsos profetas o centro da verdadeira adoração.
eram oportunistas que ajustavam os seus pronunciamentos de paz e segurança •4,6 Naquele dia. Ver nota no v. 1.
aos desejos daqueles que os alimentavam. Ver Jr 28. e, Talvez seja melhor traduzido por "até mesmo"
•3.6-7 Aqueles que tinham profetizado falsamente serão julgados e envergonha- •4. 7 a parte restante. Da mesma maneira como Deus preservou um remanes-
dos pelo silêncio de Deus. cente que sobreviveu à invasão de Senaqueribe (2.12-13, nota), assim também
•3.12 Sião ... coberta de mato. Esta profecia foi proferida nos dias de Ezequias um remanescente sobreviveria ao exílio babilônico ainda por vir.
(Jr 26.17-19). Visto que Ezequias se arrependeu em 701 a.C., o julgamento foi poderosa nação. Uma profecia que encontra o cumprimento final na lgre1a (1Pe
adiado até 586 a.e. 2 9-10).
•4.1 nos últimos dias. A visão profética de Miquéias muda de um julgamento •4.8 torre, Jerusalém (isto é, a Jerusalém celestial, Hb 12 22) tornar-se-á uma
iminente no curto prazo para os "últimos dias", quando o reino messiânico de torre fortificada em torno da qual os habitantes se ajuntarão em busca de prote-
Deus é estabelecido em Sião. A expressão utilizada aponta para um novo tempo ção.
que, embora num futuro ainda não revelado, transforma de maneira decisiva o •4.9-13 Esta profecia explica que a presente aflição de Israel (o "agora" dos vs.
curso da história. A expressão refere-se aqui à era messiânica que começou no 9, 11) resultará em gloriosa salvação~ libertação do exílio babilônico ainda por
primeiro advento de Cristo (At 2.7; Hb 1.2) e se consumará nos novos céus e na vir (vs. 9-10) e livramento do cerco de Senaqueribe (vs. 11-12).
nova terra (Ap 21-22). •4.10 como da que está para dar à luz. A dor do julgamento (exílio, perda do
o monte da Casa do SENHOR. Omonte terreno de Sião prefigurava a realidade rei e do território) deve preceder o nascimento da era messiânica, que virá em se-
celestial, uma realidade à qual a Igreja tem chegado (Hb 12 22-24) Como parte guida.
da antiga aliança, o centro religioso terreno foi agora superado pela nova ordem •4.11 muitas nações. Oexército imperial assírio consistia de tropas mercenári-
vindoura (Hb 8.13). as provenientes de muitas nações.
MIQUÉIAS 4-6 1050
5 1
como feixes na eira. 13 Levanta-te e "debulha, ó filha de não 2espera pelo homem, nem depende dos filhos de ho-
Sião, porque farei de ferro o teu chifre e de bronze, as tuas mens. 8 O restante de Jacó estará entre as nações, no meio
unhas; e vesmiuçarás a muitos povos, e xo seu ganho será de- de muitos povos, como um rleão entre os animais das sel-
dicado ao SENHOR, e os seus bens, zao Senhor de toda a terra. vas como um leãozinho entre os rebanhos de ovelhas, o
qu;l, se passar, as pisará e despedaçará, sem que haja quem
5 Agora, ajunta· te em tropas, ó filha de tropas; pôr-se-á sítio
contra nós; ªferirão com a vara a face do juiz de Israel. as livre.
9 A tua mão se exaltará sobre os teus adversários; e todos
O nascimento do Messias e o seu reinado os teus inimigos serão 3 eliminados. to E sucederá, naquele
2 E tu, bBelém.cEfrata, pequena demais para figurar como dia, diz o SENHOR, que eu 5 eliminarei 4 do meio de ti os teus
d grupo de emilhares de Judá, de ti me sairá o que há de !rei- 1cavalos e destruirei os teus u carros de guerra; 11 destruirei as
nar em Israel, ge cujas origens são desde os tempos antigos, cidades da tua terra e deitarei abaixo todas as tuas fortalezas;
desde os dias da eternidade. 3 Portanto, o SENHOR os entrega- 12 eliminarei as feitiçarias das tuas mãos, e não terás vadivi-
rá até ao tempo em que h a que está em dores tiver dado à luz; nhadores; 13 do meio de ti xeliminarei as tuas imagens de es-
então, io restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. cultura e as tuas colunas, e tu zjá não te inclinarás diante da
4 Ele se manterá firme e iapascentará o povo na força do obra das tuas mãos; 14 eliminarei do meio de ti os teus 5 pos-
SENHOR, na majestade do nome do SENHOR, seu Deus; e eles tes-ídolos e destruirei as tuas cidades. 15 Com ira e furor, ªto-
habitarão seguros, porque, agora, 1será ele engrandecido até marei vingança sobre as nações que não me 6 obedeceram.
aos confins da terra.
5 Este mserá a nossa paz. Quando a Assíria vier à nossa terra e Deus e seu povo em juízo
quando passar sobre os nossos palácios, levantaremos contra ela Ó Ouvi, agora, o que diz o SENHOR: Levanta-te, defende a
sete pastores e oito príncipes dentre os homens. 6 Estes / consu- tua causa perante os montes, e ouçam os outeiros a tua
mirão a terra da Assíria à espada e a terra de "Ninrode, dentro de voz. 2 ªOuvi, montes, a bcontrovérsia do SENHOR, e vós, du-
suas próprias portas. Assim, ºnos livrará da Assíria, quando esta ráveis fundamentos da terra, porque e o SENHOR tem contra-
vier à nossa terra e pisar os nossos limites. vérsia com o seu povo e com Israel / entrará em juízo.
7 PQ restante de Jacó estará no meio de muitos povos, 3 Povo meu, d que te tenho feito? E com que ete enfadei?
qcomo orvalho do SENHOR, como chuvisco sobre a erva, que Responde-me! 4/Pois te fiz sair da terra do Egito e da casa da

• sfs2)10 ~~~r~U3;[Zc~;1-8;1414]"1s4115~Dn2.44Xls187ZZc414 - ----~~~~~~~


CAPITULO 5 1 ª 1Rs22.24; Jó 16.10; Lm 3.30; Mt 27.30; Me 15.19 2 bfs 11.1; Mt 2.6; Lc 2.4.11; Jo 7.42 cGn 35.19; 48.7; Rt 4.11 d1Sm
23.23 eÊx 18 25/[Gn 49.10; Is 9.6] gsr 90.2; [Jo 1.1] 3 h Os 11.8; Mq 4.1 OiMq 4.7; 7.18 4 i[ls 40 11; 49.9; Ez 34.13-15.23-24]; Mq
7.14 iSf 72.8; Is 52 13; Zc 9.10; [Lc 1.32] 5 m [Is 9.6]; Lc 2.14; [Ef 214; CI 1.20] 6 n Gn 10.8-11 o Is 14.25; Lc 1 71 1 devastarão 7 P Mq
5.3 q Gn 2728; Dt 32.2; SI 72.6; Os 14.5 2 demora para 8 'Gn 49.9; Nm 24 9 9 3 destruídos 1O s Zc 9.10 t Dt 17.16 u Is 2.7; 22.18; Os
14.3 ~destruirei 12 VDt 18.10-12; Is 2.6 13 xzc 13.2 z Is 2.8 14 5Hebr Asherim, divindades cananéias 15 a [2Ts 1.8] 6 Lit. Ouviram
CAPITULO 6 2 a SI 50.1.4 b [Is 1 18]; Os 12.2 C(ls 1 18] 1 apresenta queixas contra 3 d[s 5.4; Jr 2 5.31 e Is 43.22-23; MI 1.13 4/[Dt
4.20]

•5.1-6 Partindo da presente aflição lv. 1). esta profecia move-se em direção ao iniciativa divina. assim também o remanescente depende de Deus para renovar a
advento e vitória do Messias. terra.
•5.1 face. Esse insulto contra o líder de Israel significa que Jerusalém sucumbirá •5.9 A tua mão. Este versículo é talvez melhor traduzido comg uma petição pela
diante dos seus inimigos babilônicos e cessará toda a sua força para resistir lcf. vitória divina ("que a tua mão se exalte ... ").
2Rs 25.4-7). •5.10-15 Deus purificará a sua nação lvs 10-14) e eliminará as nações pagãs lv.
•5.2 Belém Efrata. Cidade onde Davi nasceu l1Sm 16.1-13) Embora a linha- 15). A salvação de Deus não pode vir de outro modo senão despojando a sua na-
gem dos reis davídicos cessasse temporariamente lv. 3). ainda assim Deus levan- ção de toda a confiança militar vã e falsa {vs. 10-11), da feitiçaria (v. 12) e da ido-
taria um governante da família de Davi que reinaria para sempre - o próprio latria (v. 13).
Jesus Cristo 12Sm 7 12-17) •5.15 vingança. A vingança de Deus acontece quando ele assegura a sua sobe-
•5.3 os entregará. Israel ficou sem um rei davídico desde a queda de Jerusa- rania livrando o seu povo e punindo os seus opressores. Somente o próprio Se-
lém, em 586 a. C., até o advento de Cristo. nhor soberano tem. em última análise. o direito de usar a força para proteger o
seu reino. O exercício da força, seja por um indivíduo ou por uma comunidade.
a que está em dores. Uma referência ou a Maria. a mãe de Jesus Cristo, ou ao sem a autorização divina deriva-se da incredulidade IDt 32.35; Rm 12.19-21 ).
remanescente fiel {ver 4.10).
•6.1-8 Um exemplo clássico da ação judicial profética, onde o Senhor pleiteia os
o restante de seus irmãos. Milhares de israelitas foram convertidos após o termos da aliança contra o seu povo desobediente. A mensagem inicia com uma
Pentecostes {At 2.41.47). cena de julgamento na qual o Senhor é aquele que apresenta a queixa. Miquéias
•5.5 a Assíria. A Assíria. a nação sitiante do v. 1, representa aqui todos os inimi- é o seu enviado, os montes são as testemunhas. e Israel é o acusado (vs. 1-2). A
gos que se opõem ao reino de Deus. fidelidade do próprio Deus à aliança é confirmada quando ele concede primeiro a
sete ... oito. Sete é o número da perfeição. Haverá uma quantidade de líderes Israel a oportunidade de exprimir quaisquer queixas (v. 3) e então relembra os
mais do que suficiente _para expandir o reino de Cristo. seus poderosos atos de livramento (vs. 4-5). Em seguida. é proclamada a deman-
da pela retidão segundo a a1"1ança - uma retidão que consiste não num mero ri-
•5.6 Ninrode. Uma referência à Babilônia iGn 10.8, nota). tual vazio, mas, isto sim, em obediência de todo o coração {vs 6-8).
•5.7-9 Este oráculo divide-se em duas partes: uma profecia de que o remanes- •6.1 Levanta-te, defende a tua causa. OSenhor ordena a Miquéias. na quali-
cente tornar-se-á um instrumento divino para a vida e morte lvs. 7-8); e uma peti- dade de seu representante. que acione a causa de Deus contra o povo. Miquéias
ção para Deus derrotar todos os seus inimigos (v. 9 e nota). Essas declarações obedece a essa ordem no v. 2.
encontram o seu cumprimento na Igreja {2Co 2.14-16). montes. O Senhor usou os montes existentes há longo tempo como testemu-
•5. 7 não espera ... nem depende. Da mesma forma que a chuva procede da nhas da aliança mediada por Moisés IDt 4.26; 30.19 e nota; 31.38; 32.1)
servidão te remi; e enviei adiante de ti Moisés, Arão e Miriã.
1051
16 porque
MIOUÉIAS 6, 7
"observaste os estatutos de vonri e todas as obras da
l
s Povo meu, \embra-te, agora, do que maquinou gBalaque, casa de Acabe e andaste nos conselhos deles. Por isso, eu farei
rei de Moabe, e do que lhe respondeu Balaão, filho de Beor, e de ti uma 7 desolação e dos habitantes da tua cidade, um alvo
do que aconteceu desde 2 Sitim até Gilgal, para que conheças de vaias; assim, trareis sobre vós o xopróbrio dos 8povos.
h os atos de justiça do SENHOR.
6 Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante A corrupção moral de Israel
o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezer-
ros de um ano? 7 ;Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carnei-
ros, de dez mil !ribeiros de azeite? 1Darei o meu primogênito
7 Ai de mim! Porque estou como quando são colhidas as
frutas do verão, como ªos rabiscos da vindima: não há ca-
cho de uvas para chupar, nem figos temporãos que ba minha
pela minha transgressão, 3 o fruto do meu corpo, pelo pecado alma deseja. 2 Pereceu da terra e o 1 piedoso, e não há entre os
da minha alma? 8 Ele mte declarou, ó homem, o que é bom e homens um que seja reto; todos espreitam para derramarem
que é o que o SENHOR pede de ti: que "pratiques a justiça, e sangue; d cada um caça a seu irmão com rede. 3 As suas mãos
ames a 4 misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus. estão sobre o mal e o fazem diligentemente; o príncipe exige
condenação, o juiz aceita esuborno, o grande fala dos maus
A injustiça terá seu castigo desejos de sua alma, e, assim, todos eles juntamente urdem a
9 A voz do SENHOR clama à cidade (e é verdadeira sabedoria trama. 4 O melhor deles é f como um espinheiro; o mais reto é
temer-lhe o nome): Ouvi, ó tribos, aquele que a cita. 10 Ainda pior do que uma sebe de espinhos. É chegado o dia anuncia-
há, na casa do ímpio, os tesouros da impiedade e o detestável do por tuas sentinelas, o dia do teu castigo; aí está a confusão
efa minguado? 11 Poderei eu inocentar ºbalanças falsas e bolsas deles. s gNão creiais no amigo, nem confieis no companhei-
de pesos enganosos? 12 Porque os ricos da cidade estão cheios ro. Guarda a porta de tua boca àquela que reclina sobre o teu
de Pviolência, e os seus habitantes faiam mentiras, e q a língua hpeito. 6 Porque 1o filho despreza o pai, a filha se levanta con-
deles é enganosa na sua boca. 13 Assim, 'também passarei eu a tra a mãe, a nora, contra a sogra; os inimigos do homem são
ferir-te e te deixarei desolada por causa dos teus pecados. os da sua própria casa.
14 8 Comerás e não te fartarás; 5 a fome estará nas tuas entra- 7 Eu, porém, olharei para o SENHOR e f esperarei no Deus
nhas; 6 removerás os teus bens, mas não os livrarás; e aquilo da minha salvação; o meu Deus me ouvirá.
que livrares, eu o entregarei à espada. 15 1Semearás; contudo,
não segarás; pisarás a azeitona, porém não te ungirás com azei- O SENHOR se compadece de Israel
te; pisarás a vindima; no entanto, não lhe beberás o vinho, só inimiga minha, 1não te alegres a meu respeito; mainda

• S gNm 22.5-6; Js 24.9 h Jz 5.11 2 Hebr. Shittím, Nm 25.1; Js 2.1; 3.1 7 iSI 50 9; Is 1.11iJó29.6 iLv 18.21; 20.1-5; 2Rs 16.3; Jr 7.31; Ez
23.37 3 Meu próprio filho 8 m [Dt 10.12; 1Sm 15.22]; Os 6.6; 12.6 n Gn 18.19; Is 1.17 4 Ou bondade 11 ° Lv 19.36; Os 12.7 12 P Is
1.23; 5.7; Am 6.3-4; Me 9.2-6,8 q Jr 9 2-6,8; Os 7.13; Am 2.4 13 'Lv 26.16; SI 107.17 14 Slv 26.26 50u o vazio ou a humilhação ó Te V
tu manterás os 15 t Dt 28.38-40; Am 5.11; Sf 1.13; Ag 1.6 16 u 1Rs 16.30; 21.25-26; 2Rs 21.3; Os 5.11 v 1Rs 16.25-26 x Is 25.8 7 Ou
objeto de horror B Conforme LXX; TM. T e V meu povo
CAPITULO 7 tais 17.6 bis 28.4; Os 9.10 2 cs112.1; Is 57 1 dHc 1.15 1 Ou leal 3 eAm 5.12; Me 3.11 4/ls 55.13; Ez 2.6 5 8Jr
9.4 h Dt 28.56 6iMt10.36; Me 3.21; Lc 8.19; Jo 7.5 7 /SI 130.5; Is 25.9; Lm 3.24-25 8 iPv 24.17; Ob 12; [At 10.43] m SI 37.24; [Pv
24.16]; 2Co 4.9
•6.4·5 Estes versículos estão emoldurados por referências ao Egito (nação da •7.1·7 Miquéias lamenta que nenhum justo é encontrado (vs. 1-4) e deplora a
qual Israel fora libertada) e a Gilgal (por onde Israel entrou na Terra Prometida; Js conseqüente convulsão social e nacional que é tanto o resultado como a punição
4.1 9). Todos os atos salvíficos de Deus durante o período da formação de Israel pelos seus pecados (vs. 4-6). Ocolapso da ordem familiar é particularmente cho-
estão incluídos: a Páscoa e o êxodo, a orientação pela coluna de fogo e de nuvem, cante. No entanto, Miquéias conclui com a certeza de que a salvação se acha
a miraculosa provisão de alimentos e de água. a liderança capacitada ("Moisés. além do juízo divino (v. 7).
Arão e Miriã"I e a vitória sobre os adversários. A maravilhosa provisão de Deus •7.1 colhidas as frutas do verão. Em sua busca por um homem justo, Miquéias
em favor do seu povo durante esse período prefigura a experiência da Igreja com comparou-se a um vindimador que procura uvas seletas depois que o melhor da
Cristo (Jo 6.33; 1Co 5.7; 10.1-4). estação das uvas já havia passado.
•6,5 lembra-te. Essa ordem significa não uma mera lembrança mental dos •7.2 não há entre os homens um que seja reto. Este versículo explica a ale-
eventos passados, porém que todos esses acontecimentos devem ser meios
goria do v. 1.
para torná-los uma realidade no presente. Mediante a fé, tal conhecimento do
passado é aplicado às situações presentes. •7.4 sentinelas. Uma metáfora dos profetas que anunciavam o julgamento vin-
•6.6-7 Mediante a progressão retórica dos sacrifícios ("bezerros ... milhares de douro (Ez 3.17; 33.7).
carneiros ... o meu primogênito"), Miquéias expôs o absurdo da dependência de •7.5-6 Esta passagem foi usada mais tarde na literatura apocalíptica judaica ex-
Israel dos ritos e sacrifícios vazios para merecer o favor divino. Tal confiança de- trabíblica para descrever o confito que acompanhará o dia final do Senhor. Jesus
monstrava uma profunda falta de compreensão da graça divina, pois a salvação citou o v. 6 ao descrever o conflito que resulta da sua vinda (Mt 10.35-39; Lc
de Israel era gratuita e não por mérito (vs. 4-5). Além disso, as obrigações da 12.51-53)
aliança por parte de Israel subentendiam justiça social e misericórdia, e não so- •7.8-20 Este hino de conclusão tem quatro estrofes: /a) Jerusalém, em seu es-
mente liturgia (v. 8). Ver também Am 5.21-24. tado de decadência, confessa o seu pecado e a sua fé no Senhor (vs. 8-1 O); (b)
•6.8 humildemente. Ou então, "com prudência". o profeta promete que a cidade tornar-se-á um redil de ovelhas a oferecer a sal-
•6.9· 16 Esta profecia consiste em uma referência a Jerusalém (v. 9). uma acusa- vação ao mundo sob julgamento (vs. 11-13); (e) o profeta ora para que o Senhor
ção de falsidade nos negócios e no discurso (vs. 10-12). e uma sentença judicial venha novamente pastorear o seu povo (v. 14) - o que o Senhor promete fazer
de enfermidade e ruína (vs. 13-15). Ocontexto da aliança é evidente quando a pu- (v. 15) - e então profetiza que o inimigo incrédulo será conquistado (vs.
nição reflete as maldições pactuais especificadas na lei mosaica (v. 15; Lv 26.20; 16-17); e (d) o povo de Israel celebra o perdão e a fidelidade de Deus com um
Dt 28.40,51) hino de louvor (vs. 18-20).
MIOUÉIAS 7 1052
que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o til; apascentem-se em Basã e Gileade, como nos dias de ou-
SENHOR será a minha luz. 9 nsofrerei a ira do SENHOR, porque trora. ts Eu lhe mostrarei vmaravilhas, xcomo nos dias da
pequei contra ele, até que julgue a minha ºcausa e execute o tua saída da terra do Egito. 16 As nações zverão isso e se en-
meu direito; ele me tirará para a luz, e eu verei a sua justiça. vergonharão de todo o seu poder; ªporão a mão sobre a boca,
10 A minha inimiga verá isso, e a Pela cobrirá a vergonha, a e os seus ouvidos ficarão surdos. 17 Lamberão o bpó como
ela que me diz: qOnde está o SENHOR, teu Deus? Os meus serpentes; e como répteis da terra, tremendo, sairão dos seus
olhos a contemplarão; agora, será pisada aos pés como a lama esconderijos e, dtremendo, virão ao SENHOR, nosso Deus; e
das ruas. 11 No dia da reedificação dos teus rmuros, nesse dia, terão medo de ti.
2 serão os teus limites removidos para mais longe. 12 Nesse t8 eouem, ó Deus, é semelhante a ti, !que perdoas a ini-
dia, 5 virão 3 a ti, desde a Assíria até às 4 cidades do Egito, e do qüidade e te esqueces da transgressão g do restante da tua he-
5 Egito até 6 ao rio Eufrates, e do mar até ao mar, e da monta- rança? hO SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque
nha até à montanha. 13 Todavia, a terra será posta em desola- tem prazer na imisericórdia 7 . 19 Tornará a ter compaixão de
ção, por causa dos seus moradores, 1por causa do fruto das nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades e lançará todos 8 os
suas obras. nossos pecados nas profundezas do mar. 20 iMostrarás a Jacó
14 Apascenta o teu povo com o teu bordão, o rebanho da a fidelidade e a Abraão, a 9 misericórdia, 1as quais juraste a
tua herança, que mora a sós no "bosque, no meio da terra fér- nossos pais, desde os dias antigos.

O--;n Lm 339-40; [2Co 5.21) o Jr 5034 - 10 PSI 3526 q~23 li ris 5;11;fAm 9-11] 20~ o d;;;;;eto será amp;;ado 12 s [Is~~;
19.23-25] 3Lit. ele viní, ,coletivo de cativos 4HebrArey Mazor 5Hebr. Mazor, possivelmente Egito ô Lit. o rio 13 f)r 21.14 )4 uJs 37.24
-- -

15 v SI 68.22; 78.12 X Ex 34.10 ló z Is 26.11 a Jó 21.5 17 b SI 72.9; [Is 49.23] e SI 1845 d Jr 33.9 18 e Ex 15. l l /Ex 34.6-7,9; Is
43.25; Jr 50.20 gMc 4. 7 h SI 103.8-9.13; [Is 57 16) i [Ez 33. 11] 7 Ou bondade t 9 8 Lit. deles 20 i Lc 1.72-73 l SI 105.9 9 Ou bondade
•7.8 trevas. Uma masmorra sem luz é uma figura adequada para uma cidade •7.16 porão a mão sobre a boca ... seus ouvidos ficarão surdos. Esses
sob o julgamento divino. gestos são sinais de humilhação em face do avassalador poder divino. As na-
•7.9 eu verei a sua justiça. A justiça do Senhor será manifestada na salva- ções não mais zombarão de Israel nem darão ouvidos às vanglórias dos outros.
ção do Israel fiel lvs. 8-9) bem como na destruição dos seus inimigos incrédulos •7 .18 Quem, ó Deus, é semelhante a ti. Miquéias. cujo nome significa
[v 10) "quem é como o SENHOR7" (1.1, nota). talvez utilize um jogo de palavras envol-
•7.11 No dia. Ver 4.1.6; 5.10-15. Oúltimo dia é simbolicamente retratado pela vendo o seu próprio nome a fim de enfatizar a graça perdoadora de Deus.
restauração das muralhas da cidade de Jerusalém lv. 11) e pela extensão das • 7. 19 lançará... mar. Da mesma forma como Deus iniciou a jornada de Israel
fronteiras do país aos limites profetizados por Moisés e implementados por Davi precipitando os egípcios no mar Vermelho lv. 15; cf. Êx 15.1-5). assim também
e Salomão lv. 12; Gn 15.18; Ex 2331, Dt 11.24; 1Rs 4.21.25). Ver as notas tex- ele concluirá a história lançando as iniqüidades do seu povo nas profundezas do
tuais nos vs. 11-12. mar.
•7.13 aterra será posta em desolação. Fora das fronteiras seguras dos elei- •7.20 Mostrarás a Jacó a fidelidade. Ou "mostrarás a verdade" A fidelidade
tos encontra-se o julgamento universal. Aqui está em vista, em última análise, o amorosa de Deus aos patriarcas é a base da esperança da Igreja IAm 4.17; GI
julgamento final. 37-9,29).

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