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21/02/2018

Materiais de Construção II

MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL


C i v i l

Aglomerantes

Agregados para concreto


E n g e n h a r i a

Concreto
Argamassa

Patologias do Concreto
Misturas Betuminosas
Prof. Hilton Porto

Materiais de Construção II
1 AGLOMERANTES

Material ligante, ativo, geralmente pulverulento, cuja


C i v i l

principal função é promover a união dos agregados inertes.

Exemplos:
E n g e n h a r i a

Asfalto
Cal
Gesso
Cimento
Especiais

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Requisitos principais de um aglomerante mineral:
C i v i l

a) adesividade;
b) trabalhabilidade;
E n g e n h a r i a

c) resistência mecânica;
d) durabilidade;
e) economia.

Materiais de Construção II
Classificação

Betuminosos: são os aglomerantes orgânicos obtidos por


C i v i l

processo industrial (resíduo da destilação do petróleo) ou


na própria natureza – polímeros de variada composição
química. Dispensam o uso de água. Ex.: Asfalto.
E n g e n h a r i a

Aéreos: são os aglomerantes que endurecem com a ação


química do CO2 no ar. Devem ser usados somente em
contato com o ar, pois não resistem bem quando imersos
em água após endurecidos. Ex.: cal aérea, gesso.

Hidráulicos: são os aglomerantes que endurecem por ação


exclusiva da água (reação de hidratação). Ex.: cal
hidráulica, cimento portland.

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1.1 AGLOMERANTES BETUMINOSOS
1.1.1 Asfalto
C i v i l

Material hidrocarbonado, de cor preta que se encontra


dissolvido em muitos petróleos crus.
Aglomerante que apresenta características de interesse à
E n g e n h a r i a

engenharia, por tratar-se de um poderoso ligante de rápida


adesividade, alta impermeabilidade e longa durabilidade.
Possui consistência plástica, flexibilidade controlada
quando misturado a agregados minerais e resistência a
ácidos, álcalis e sais.
Classificação: Cimentos asfálticos
Asfaltos líquidos
Emulsões asfálficas

Materiais de Construção II
a) Cimentos asfálticos

São materiais termoplásticos de consistência variada, que


C i v i l

devem ser aquecidos e misturados a solos ou carga mineral.


E n g e n h a r i a

CAP – Cimento asfáltico de petróleo: é obtido através da


destilação do petróleo, conhecido também como asfalto
pirogenado.

CAN – Cimento asfáltico natural: encontrado na natureza em


rochas betuminosas.

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Principais usos:
C i v i l

Pavimentação Impermeabilização
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
b) Asfaltos líquidos

Asfalto com fase semi-sólida dissolvida em óleos de


C i v i l

volatilidade variada e consequente variedades de cura: lenta,


média e rápida.
E n g e n h a r i a

Produzidos pela adição de solventes de petróleo (ou


diluentes) aos cimentos asfálticos para diminuir a viscosidade
do CAP para aplicação a temperaturas próximas da ambiente.

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Baseado na velocidade de evaporação, os asfaltos líquidos são
divididos em três grupos:
C i v i l

- Cura rápida (RC) – produzido pela adição de um diluente


leve de alta volatilidade (geralmente gasolina ou nafta);
E n g e n h a r i a

- Cura média (MC) – produzido pela adição de um diluente


médio de volatilidade intermediária (querosene); usado para
pintura de ligação;

- Cura lenta (SC) – produzido pela adição de um óleo de pouca


volatilidade (diesel); usado para pintura de ligação,
tratamento anti-pó.

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Aplicações:

Em serviços de imprimação – recomenda-se o uso dos MC


C i v i l

É a pintura asfáltica executada sobre a superfície de uma camada de


base para promover certa coesão à superfície da camada pela
penetração do asfalto líquido aplicado, impermeabilizar e conferir
E n g e n h a r i a

condições adequadas de ligação entre a camada de base e a camada


asfáltica a ser sobreposta.
(DER/PR. Pavimentação: pinturas afálticas)

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Aplicações:

Como pintura de ligação - recomenda-se o uso dos RC


C i v i l

É a pintura asfáltica executada com a função básica de promover a


aderência ou ligação da superfície da camada pintada com a camada
asfáltica a ser sobreposta.
E n g e n h a r i a

(DER/PR. Pavimentação: pinturas afálticas)

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c) Emulsões asfálticas

São dispersões de cimento asfáltico (CAP) em fase aquosa


C i v i l

estabilizada, contendo de 30 a 45% de água.


E n g e n h a r i a

As emulsões podem ser classificadas de acordo com o tipo de carga


da partícula ou quanto ao tempo de ruptura.

Quanto à carga da partícula classificam-se em catiônicas e aniônicas.

Quanto ao tempo de ruptura classificam-se em: rápida, média e lenta

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Aplicações:

Tem sua aplicação principal em manutenção de pavimentos,


C i v i l

especialmente nos revestimentos com desgaste superficial e


pequeno grau de trincamento.
E n g e n h a r i a

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1.2 AGLOMERANTES AÉREOS
1.2.1 Cal
C i v i l

A cal pode ser considerada o


produto manufaturado
mais antigo da
E n g e n h a r i a

humanidade. Há registros
do uso deste produto na
muralha da China, onde
pode-se encontrar, em
alguns trechos da obra,
uma mistura bem
compactada de terra
argilosa e cal.

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Pela diversidade de aplicações, a cal está entre os dez
produtos de origem mineral de maior consumo no planeta.
Estima-se que sua produção mundial esteja em torno de
C i v i l

150 milhões de toneladas por ano.


E n g e n h a r i a

Sua utilização engloba as indústrias siderúrgicas, para


remoção de impurezas; o setor ambiental, no tratamento
de resíduos industriais; as indústrias de papel; e o setor de
construção civil.

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Aglomerante resultante da calcinação de rochas calcáreas ou
ossos e conchas de animais a temperaturas elevadas (± 900°C).
C i v i l

O carbonato de cálcio (CaCO3) sob ação do calor, decompõe-


se em óxido de cálcio e anidridos carbônicos:
E n g e n h a r i a

CaCO3 + calor → CaO + CO2

O óxido de cálcio (CaO) apresenta estrutura porosa e


formatos idênticos aos dos grãos de rocha original, e é
chamado de cal virgem ou cal viva. Esse óxido deve ser
hidratado e transformado em hidróxido, constituinte básico
do aglomerante cal (cal extinta).

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A hidratação da cal viva gera o hidróxido de cálcio:

CaO + H2O → Ca(OH)2


C i v i l

Cal virgem + água → Cal extinta + calor


E n g e n h a r i a

O fenômeno de transformação de cal virgem em cal extinta é


exotérmico, isto é, ocorre com grande desprendimento de
calor (250 cal/g, podendo em alguns casos a temperatura
atingir 400 0C), o que torna o processo altamente perigoso.

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O hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) é utilizado na elaboração de
argamassas quando misturado à areia e água, e endurecem
C i v i l

(de fora para dentro) pela recombinação do hidróxido com


o gás carbônico da atmosfera. Sua porosidade permite que
E n g e n h a r i a

a água em excesso evapore e o gás carbônico penetre. Essa


cal é chamada de cal aérea, pois seu endurecimento
depende do ar atmosférico. Sua carbonatação
(endurecimento) acontece segundo a reação:
Ca(OH)2 + CO2 → CaCO3 + H2O
hidróxido de cálcio + gás carbônico → carbonato de cálcio + água + calor

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Ciclo da Cal
C i v i l
E n g e n h a r i a

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Classificação da cal viva segundo sua composição química:
a) Cal cálcica – mínimo de 75% de CaO.
b) Cal magnesiana – mínimo de 20% de MgO e a soma CaO +
C i v i l

MgO > 95%. Os componentes argilosos (SiO2, Al2O3 e Fe2O3)


devem somar no máximo 5%.
E n g e n h a r i a

Classificação segundo o rendimento da pasta:


a) Cal gorda – apresenta rendimento em pasta maior que 1,82.
b) Cal magra - apresenta rendimento em pasta menor que
1,82.

Esse rendimento-limite corresponde ao rendimento de 1,82m³


de pasta para uma tonelada de cal viva.

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Os calcários são rochas sedimentares compostas,
basicamente, por calcita (CaCO3), enquanto os dolomitos são
C i v i l

também rochas sedimentares compostas, basicamente, pelo


mineral dolomita (CaCO3.MgCO3).
E n g e n h a r i a

Outros minerais carbonatados, notadamente, siderita


(FeCO3), ankerita (Ca2MgFe(CO3)4 e a magnesita (MgCO3),
estão comumente associados ao calcário e ao dolomito,
contudo em menor quantidade.

Materiais de Construção II
Propriedades físicas dos minerais carbonatados mais comuns:
Componente mais comum nos calcários e mármores,
C i v i l

bem como de outras rochas sedimentares e


Calcita(CaCO3) metamórficas. Ocorre no sistema cristalino e hexagonal.
CaO 56% Comumente ocorre na cor branca ou sem cor
(transparente ou translúcido como vidro) e colorida,
E n g e n h a r i a

quando contém impurezas.


Dolomita Sua origem pode ter sido secundária, por meio da
CaCO3.MgCO3 substituição do cálcio pelo magnésio. Sistema cristalino
hexagonal. Comumente ocorre nas cores branca e
CaO 30,4%
rósea.
MgO 21,95%
Sistema hexagonal. Usualmente ocorre na forma
Magnesita granular ou massa terrosa. As cores mais comuns variam
(MgCO3) desde o branco ao amarelo; podem apresentar-se em
outras cores quando ocorrem impurezas.

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Propriedades da cal viva
A cal viva ou cal virgem apresenta cor branca, densidade
C i v i l

absoluta média de 2,2 g/cm³ e pode ser encontrada de duas


formas: Grãos grandes ou Pó.

a) Plasticidade
E n g e n h a r i a

Aqui a plasticidade é utilizada para conceituar a facilidade na


aplicação das argamassas como revestimento. Essa será
plástica quando se espalha facilmente e resulta numa
superfície lisa. Se agarra a colher de pedreiro, certamente
produzirá trincas ou desgarrará da parede, considerada
assim não-plástica. As argamassas produzidas com cal
magnesiana são bem mais trabalháveis que as cálcicas.

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b) Retração

A retração, consequência da redução de volume com a


C i v i l

carbonatação do hidróxido, gera o aparecimento de trincas


nos revestimentos. Desta forma a quantidade de cal na
E n g e n h a r i a

argamassa deve apenas proporcionar boa trabalhabilidade


e capacidade de sustentação da areia; quantidade esta
conveniente à redução dos efeitos de retração. A cal
cálcica possui maior capacidade de sustentação da areia
que a cal magnesiana.

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c) Consistência

Sua consistência, essa é determinada pelo abatimento de um


C i v i l

cilindro de 5 cm de diâmetro e 10 cm de altura, que se


deforma para 8,7 cm após remoção do molde.
E n g e n h a r i a

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d) Endurecimento

O endurecimento da cal aérea dar-se na presença do CO2, daí


C i v i l

as camadas espessas permanecerem fracas do seu interior


durante longo tempo. Com isso é necessário quando
empregada a argamassa de cal e aérea em revestimento,
E n g e n h a r i a

que sejam aplicadas camadas com intervalo de dez dias


entre elas. Além da carbonatação, a combinação do
hidróxido com a sílica presente na areia da argamassa,
promove o endurecimento da cal. Essa combinação da cal
com a sílica gera um produto de grande dureza e valor
ligante.

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Extinção

É o processo de hidratação da cal obtido pela adição de água


C i v i l

à cal viva. Reação exotérmica, atingindo 360°C em tanque


abertos e 450°C em caixas fechadas. Além de considerável
aumento de volume. Quanto mais rápida a reação, maior o
E n g e n h a r i a

aumento do volume, maior a geração de calor e maior a


proporção coloidal de hidróxidos o que favorece sua
plasticidade e capacidade de sustentação de areia; assim
ocorre com a cal cálcica.
Após extinta, a cal(agora hidratada) deve ser envelhecida por
um período de 7 a 10 dias.

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Cal Hidratada

É um produto manufaturado, apresentado seco em forma de


C i v i l

flocos de cor branca, que já passou por processo de


hidratação em usina.
E n g e n h a r i a

Estágios do processo mecânico de hidratação em usina:


a) A cal é moída ou pulverizada;
b) Após moída é misturada com água em quantidade
necessária;
b) Então hidratada é separada da cal não-hidratada e das
impurezas.

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Vantagens da cal hidratada:
C i v i l

a) Facilidade de manuseio, transporte e armazenamento;


b) Produto pronto para uso, não sendo necessário sua
E n g e n h a r i a

extinção e envelhecimento;
c) Maior facilidade na mistura por apresentar-se seca e
pulverulenta;
d) Eliminados os riscos de hidratação espontânea e incêndios
durante seu transporte e armazenamento.

Materiais de Construção II
Desvantagens da cal hidratada:
C i v i l

a) Menor plasticidade que a pasta resultante da extinção da


cal viva;
b) Menor rendimento econômico;
E n g e n h a r i a

c) Menor capacidade de sustentação da areia.

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Cal dolomítica
C i v i l

Produzida com calcários dolomíticos (calcário com maior


concentração de óxido de cálcio e magnésio).
E n g e n h a r i a

Caracterizada pela expansão de hidratação durante a


extinção da cal viva, expansão durante o processo de
endurecimento e expansão confinada gerando fissuras,
quando sofre hidratação posterior ao emprego da
argamassa, devido ao óxido de magnésio livre.

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Reserva de calcário no Brasil
C i v i l
E n g e n h a r i a

C = Calário – CaCO3
D = Dolomito – CaCO3.MgCO3

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E n g e n h a r i a C i v i l E n g e n h a r i a C i v i l

C.Natucci, E. M. Araújo, F. Mitsuhasi; G.


Balbinot, G. Lorencie J.G.Yared
C.Natucci, E. M. Araújo, F. Mitsuhasi; G.
Balbinot, G. Lorencie J.G.Yared

Produção da cal
Produção da cal

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Calcinação da cal
C i v i l

Forno de barranco a lenha ou carvão


E n g e n h a r i a

(Freitas Jr., J.) (Freitas Jr., J.)

Materiais de Construção
Calcinação da cal
C i v i l

Forno vertical contínuo


E n g e n h a r i a

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Materiais de Construção II
Calcinação da cal
Forno horizontal contínuo
C i v i l
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
Hidratação da cal

Cal em final de hidratação Equipamento industrial


C i v i l

em caixa de madeira, típica para hidratação de cal


de obra
E n g e n h a r i a

www.metso.com

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Materiais de Construção II
Hidratação da cal
Fluxograma da fabricação da cal hidratada: Cal virgem como
C i v i l

matéria-prima, hidratação, classificação granulométrica,


moagem e estoque de cal hidratada.
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
Aplicação da cal

Durante muito tempo a cal foi largamente empregada em


C i v i l

alvenarias, que vêm atravessando muitos séculos de vida


útil. Atualmente o maior emprego da cal se dá, misturada
ao cimento Portland.
E n g e n h a r i a

Argamassa de assentamento
MURALHA DA CHINA (cimento, cal e areia)

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Materiais de Construção II
Devido a elevada finura de seus grãos (2 μm de diâmetro),
proporcionando assim, fluidez, coesão (menor
C i v i l

suscetibilidade à fissuração) e retenção de água, a cal


melhora a qualidade das argamassas.
E n g e n h a r i a

A cal confere uma maior plasticidade as pastas e argamassas,


permitindo que elas tenham maiores deformações, sem
fissuração, do que teriam com cimento Portland somente.
As argamassas de cimento, contendo cal, retêm mais água de
amassamento e assim permitem uma melhor aderência.
Argamassa de assentamento
MURALHA DA CHINA (cimento, cal e areia)

Materiais de Construção II
A cal também é muito utilizada para pinturas, dissolvida em
água na proporção de mais ou menos 1,3 gramas por litro
de água. Chama-se esta solução de nata de cal e sua
C i v i l

aplicação é conhecida como caiação. As tintas de cal,


além do efeito estético, têm, também, efeito asséptico,
devido a sua alta alcalinidade (PH alto).
E n g e n h a r i a

MURALHA DA CHINA

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1.2.2 Gesso
C i v i l

É um aglomerante aéreo de pega rápida, obtido pela


desidratação total ou parcial da gipsita, seguido de
moagem e seleção em frações granulométricas em
E n g e n h a r i a

conformidade com sua utilização.


A gipsita natural é constituída de sulfato de cálcio mais ou
menos impuro, hidratado com duas moléculas de água. As
rochas são extraídas das jazidas, britadas, trituradas e
queimadas em fornos.
CaSO4 + 2H2O (sulfato de cálcio hidratado)

Materiais de Construção II
A desidratação da gipsita por calcinação, de acordo com a
temperatura do forno, forma os seguintes sulfatos:
C i v i l

1ª Fase - gesso rápido ou gesso estuque


(CaSO4 + 2H2O) + calor = 150 0C ⇒ (CaSO4 + ½ H2O)
E n g e n h a r i a

2ª Fase - gesso anidro solúvel


(CaSO4 + 2H2O) + 150 0C < calor < 300 0C ⇒ CaSO4
3ª Fase - gesso anidro insolúvel
(CaSO4 + 2H2O) + Calor > 300 0C ⇒ CaSO4

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Materiais de Construção II
Produtos obtidos da gipsita, de acordo com as temperaturas.
C i v i l
E n g e n h a r i a

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O gesso é um aglomerante de baixo consumo energético.
Enquanto a temperatura para processamento do cimento
C i v i l

Portland é da ordem de 1450 0C, a da cal entre 800 e 1000 0C,


a do gesso não ultrapassa 300 0C.
E n g e n h a r i a

Propriedades do gesso
O gesso é um pó de cor branca, densidade absoluta média de
2,7 g/cm³ e elevada finura.
Suas propriedades devem-se à hidratação do sulfato de cálcio
semi-hidratado e do sulfato de cálcio solúvel que
reconstituem o sulfato de cálcio bi-hidratado.

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Materiais de Construção II
Definições importantes:
C i v i l

Tempos de início de final de pega

Pega - período inicial de solidificação da pasta;


E n g e n h a r i a

Início de pega – Momento que a pasta começa a endurecer;

Fim de pega - Momento que a pasta já está completamente


Sólida;

Endurecimento – Período de tempo em que o material ganha


resistência, mesmo após o final de pega.

Materiais de Construção II
a) Pega

O gesso endurece rapidamente quando misturado com água


C i v i l

em razão da formação de uma malha de cristais finos de


sulfato hidratado, sobrepostos. Sua velocidade de
E n g e n h a r i a

endurecimento depende de alguns fatores, como:

- Temperatura e tempo de calcinação: quanto maiores, mais


lenta sua pega;

- Finura: quanto mais finos, mais rápida sua pega;

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Materiais de Construção II

- Quantidade de água de amassamento: quanto maior ou


menor que 18,6% a quantidade de água, menor o tempo de
C i v i l

pega.
E n g e n h a r i a

- Presença de impurezas ou aditivos: o tempo de pega pode


ser reduzido com a presença de impurezas ou com o
emprego de aditivos apropriados, como retardadores,
cola, serragem fina de madeira, etc. Ou aumentado com o
emprego de aceleradores de pega, a exemplo do sal de
cozinha ou mesmo do gesso hidratado.

Materiais de Construção II
b) Resistência mecânica
Maior quantidade de água de amassamento reduz a
resistência.
C i v i l

Absorção de água pelo gesso endurecido reduz a resistência.


E n g e n h a r i a

Resistências médias em
(Coutinho, J. S.; FEUP, 2002)

corpos-de-prova secos e
saturados de gesso de paris,
conservados 28 dias em ar
seco.

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Materiais de Construção II
c) Aderência

Pastas e argamassas de gesso apresentam boa aderência a


C i v i l

tijolo, pedra e ferro e ma aderência a madeira. Apesar disso,


não se usa gesso armado, pois o gesso permite corrosão do
E n g e n h a r i a

metal.

Já o ferro galvanizado pode ser usado como armadura no


gesso, pois essa aderência alcança uma estabilidade não
alcançada com o ferro.

Materiais de Construção II
d) Isolamento

As partes endurecidas do gesso apresentam excelentes


C i v i l

propriedades, como:

- Isolamento térmico – condutibilidade térmica fraca, cerca


E n g e n h a r i a

de 1/3 do valor para o tijolo comum;

- Isolamento acústico;

- Impermeabilidade ao ar;

- Resistência ao fogo – com a perda da água de cristalização,


a camada superficial reduz-se a pó, protegendo a camada
interna do gesso.

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Materiais de Construção II
1.5.2 Produção de gesso
C i v i l

Extração
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Britagem

Materiais de Construção II
Linha de produção de gesso em pó
C i v i l
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Materiais de Construção II
1.5.3 Reserva de gesso no Brasil
C i v i l

Jazidas de
Gipsita
E n g e n h a r i a

Polo gesseiro – PE:


94% da produção

Materiais de Construção II
Aplicação do gesso

Devido a sua principal característica, o rápido


C i v i l

endurecimento, o gesso presta-se à moldagem. Quanto a suas


principais aplicações destacam-se:
E n g e n h a r i a

- material de revestimento (estuque);

- placas para rebaixamento de teto (forro);

- painéis para divisórias (gesso acartonado);

- blocos para divisórias;

- elementos de ornamentação, como: sancas, florões, etc.

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Materiais de Construção II
Aplicação do gesso

(sobreposto)
Placas divisórias de
C i v i l

gesso acartonado.
(borda contra a parede)
(adicionado)
E n g e n h a r i a

(borda sem (fora do


curva) centro)

(borda afilada)

Sistema Druwall

Materiais de Construção II
Tipos comerciais de blocos de gesso:

a) Bloco de gesso “S” - Standard, ou comum, de cor branca,


C i v i l

utilizado em divisórias internas ou em divisórias separativas.


E n g e n h a r i a

(borda sem
curva)
b) Bloco de gesso hidrofugado “Hidro” - de cor azul claro, é
fabricado com aditivos que buscam torná-lo hidrófugo.
Utilizado em áreas úmidas, pois repele a água.

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Materiais de Construção II
c) Bloco de gesso “GRG” (glass reinforced gypsum) - de cor
verde claro, aditivado e reforçado com fibras de vidro.
C i v i l

Utilizado em paredes que serão submetidas a esforços de


cargas suspensas e impactos generalizados, ainda oferece
maior resistência ao fogo, pois mantém a parede estruturada,
E n g e n h a r i a

sem descamar, melhorando assim, a condição de fuga.

d) Bloco de gesso “GRGH” - reforçado com fibras de vidro e


com aditivos hidro-repelentes (hidrofugado). De cor rosa
claro, é utilizado em paredes em áreas úmidas e que serão
submetidas a esforços de cargas suspensas e impactos
generalizados.

Materiais de Construção II
Paredes divisórias em blocos de gesso.
C i v i l
E n g e n h a r i a

(borda sem
curva)

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Materiais de Construção II
Forros de placas de gesso.
C i v i l
E n g e n h a r i a

Sistema convencional

Modulados e removíveis
Sistema Druwall

Materiais de Construção II

Peças em gesso para


composição de forros.
C i v i l
E n g e n h a r i a

Sistema convencional

Modulados e removíveis

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Materiais de Construção II
Projeto de casa de gesso em Araripina – PE
C i v i l
E n g e n h a r i a

(borda sem
curva)

Casa de gesso – 48m2

Materiais de Construção II
Projeto de casa de gesso em Araripina - PE
C i v i l
E n g e n h a r i a

(borda sem
curva)

Casa de gesso – 48m2

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Materiais de Construção II
Casa de gesso com paredes estruturais
C i v i l
E n g e n h a r i a

(borda sem
curva)

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