Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2. Equivalentes jurisdicionais.
Os equivalentes jurisdicionais se traduzem em formas de solução de conflito que não
são jurisdicionais. Vejamos.
a) ARBITRAGEM: no Brasil, prevalece que a arbitragem é jurisdição. Alguns
doutrinadores, porém, ainda a classificam como equivalente jurisdicional. E é
jurisdição, para a maioria, pelos seguintes motivos:
1º a sentença arbitral não pode ser revista pelo Poder Judiciário. Não se pode decidir
de novo. O Judiciário nem a homologa nem pode revê-la. Não existe recurso da
decisão do árbitro para o Judicário.
2º a sentença arbitral é título executivo judicial, sendo assim, com ele, já é possível
promover a execução.
LEMBRE-SE !!! O árbitro é juiz de FATO e de DIREITO (inclusive para fins penais). A
investidura do árbitro na Jurisdição se dá por escolha dos litigantes. Não é o “curso de
arbitragem”, tão comum no Brasil, que torna alguém árbitro. É sempre pela escolha de
um terceiro capaz. O tal curso é absolutamente desnecessário.
As partes podem escolher o direito aplicável e, ainda, podem permitir que o árbitro
decida por eqüidade.
ATENÇÃO! É possível fazer um Compromisso Arbitral sem que antes houvesse Cláusula
Compromissória. A existência de Compromisso Arbitral NÃO PODE ser conhecida de ofício
pelo juiz. A de Cláusula Compromissória, pode. Ver art. 301, §4º,CPC.
Casos de admissão:
1. o desforço imediato da posse;
2. a guerra;
3. a legítima defesa;
4. o poder da Administração de executar suas prórpias decisões.
1. Extrajudicial ou Judicial;
2. por transação ou por submissão voluntária.
Sendo por transação, as partes fazem concessões recíprocas. Quando por submissão
voluntária, uma das partes abdica de suas intenções, reconhecendo que a outra parte
tem razão, pondo fim ao conflito.
Dica Fredie Didier → “O terceiro está para a conciliação assim como as ENZIMAS está para a
REAÇÂO QUÍMICA”.
3. Escopos da Jurisdição.
a) fim jurídico:
• “aplicar o direito ao caso concreto”;
• “tutelar direitos”.
Formas:
- certificando direitos → processo de conhecimento;
- protegendo direitos → processo cautelar;
- efetivando direitos → processo de execução;
- integrando direitos → jurisdição voluntária.
b) fim social:
• a jurisdição TEM de pacificar conflitos;
• o conflito PRECISA ser resolvido.
c) fim político:
• formas:
1ª: pela jurisdição, o Estado reafirma a sua soberania. E, ao reafirmá-la, o
Estado está cumprindo um fim político;
2ª: pela jurisdição, permite-se a participação da sociedade civil no exercício de um
poder. Pode ser, assim ,um instrumento de participação política da sociedade civil.
Exerce-se o “controle de políticas públicas”. Ex.: Ação Civil Pública proposta por
associações e a Ação Popular.
3ª: pelo controle de constitucionalidade. Quando o Poder Judiciário exerce o controle
constitucional, está, em verdade, controlando outro Poder: A jurisdição constitucional é
o elo, ficando a Constituição Federal no limbo entre o sistema político e o sistema jurídico.
4ª: a tutela das liberdades públicas, os direitos fundamentais. Quando se tutelam os direitos
fundamentais está se reafirmando os VALORES MÍNIMOS que aquela sociedade
escolheu. Valores básicos, indispensáveis, sobre os quais a sociedade se ergue. É a
opção política daquela sociedade.
4. Características da Jurisdição.
6ª “Unidade”: a Jurisdição é UMA. Cada Estado tem a sua jurisdição, a sua SOBERANIA.
Embora única, pode ser divisível.
5. Princípios da Jurisdição.
I. Da investidura.
A jurisdição só pode ser exercida por quem foi devidamente investido na função
jurisdicional.
II. Da inafastabilidade.
- XXXV, art. 5º, CF/88, tutela efetiva e preventiva;
- direito de acesso ao Judiciário;
- com exceção das matérias que a CF reservou ao Senado, qualquer outra alegação
pode ser levada ao Poder Judiciário para a sua apreciação.
LEMBRE-SE: o devido processo legal controla os abusos do poder, mesmo na
discricionariedade administrativa. Sobre a matéria ver no site do STF, www.stf.gov.br,
em “bingos”, a posição do Min. Celso de Melo em seu voto como relator no julgamento
do Mand. de Segurança.
IV. Da indelegabilidade.
A jurisdição não pode ser delegada. Mitigação ao princípio: art. 102, I, “m”, CF/88.
V. Da inevitabilidade.
Não há como a pessoa escapar da jurisdição. A submissão é inevitável. A jurisdição é
poder !
VI. Da territorialidade.
Sempre há um limite territorial para o exercício da jurisdição. atente-se ao caso de
extraterritorialidade do art. 107 do CPC.
LEIA: art. 16 da lei n. 7.347/85 (Ação Civil Pública) e verifique o absurdo cometido
pelo legislador, que confundiu “competência” com “jurisdição”.
6. Jurisdição Voluntária.
6.1. Características INCONFUNDÍVEIS da jurisdição voluntária.
4. incidem todos os princípios da jurisdição contenciosa. Lembre-se: “os interessados têm que ser citados
para se manifestar em 10 dias”.
7. Inquisitoriedade → é o que prevalece, tendo o juiz pleno poderes - art. 1.109 do CPC
(proporcionalidade);
a) a alegação de lide é desnecessária. Não é preciso haver dedução de lide. Mas ela
pode existir. Exemplo: a interdição, que é jurisdição voluntária e pode, sim, haver
lide. Além disto, mesmo quem defende que a Jurisdição Voluntária é meramente
atividade administrativa, não se pode afirmar que não existe processo,
afinal,não existe o processo administrativo ?
b) a sentença é indiscutível, gerando “coisa julgada”, sim. Ver: art. 1.111 –CPC.
Qualquer sentença pode ser alterada por fatos supervenientes. Afinal, toda sentença
nasce de uma cláusula “rebus sic stantibus”. Este artigo confirma que há coisa
julgada na jurisdição voluntária, apesar da doutrina majoritária entender
diversamente.