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DIREITO
Sentido da palavra Direito
Direito Objetivo: regra de conduta obrigatória- "norma agendi"
Direito Subjetivo: faculdade ou poderes que tem ou pode ter uma pessoa de exigir de
outra certo comportamento- "facultas agendi"
Direito como ciência: sistema de conhecimentos jurídicos.
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
O ponto central da função administrativa é a gestão dos interesses coletivos na sua mais
variada dimensão, consequência das numerosas tarefas a que se deve propor o Estado
moderno.
DIREITO ADMINISTRATIVO: HISTÓRIA
O Direito Administrativo, como sistema jurídico de normas e princípios somente veio à
tona com a Instituição do Estado de Direito. O fenômeno nasce com os movimentos
constitucionalistas, cujo início se deu no final do século XVII. Através do novo sistema, o
Estado passava a ter órgãos específicos para o exercício da administração pública. Foi
necessário o desenvolvimento do quadro normativo disciplinador das relações internas
da Administração e das relações entre esta e os administradores. Com a teoria da
separação dos poderes concebida por Montesquieu, o Estado, distribuindo seu próprio
poder político, permitiu que em sua figura se reunisse, ao mesmo tempo, o sujeito ativo e
passivo do controle público. Foi possível então criar normas próprias para a execução
desse controle.
Evolução:
Primeira geração: direitos e liberdades individuais. Reconhecimento de desigualdades
entre as pessoas.
Segunda geração: direitos econômicos e sociais. Reconhecimento de relações
comunitárias carentes de especial proteção.
Terceira geração: interesses difusos ou coletivos.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Tal ramo do direito pode ser compreendido como o conjunto de normas e princípios
jurídicos que regem a atividade administrativa, as entidades, os órgãos e agentes
públicos, que atuam com o objetivo de atender as necessidades da coletividade. A função
administrativa constitui o dever do Estado de atender ao interesse público.
Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos (estrutura), os agentes
(pessoal do serviço público) e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta
e imediatamente os fins desejados pelo Estado.
É o conjunto de princípios que regem a administração pública, tendo por finalidade
regular os bens e os interesses públicos.
RELAÇÃO JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO
Assim, e em síntese, a relação jurídica de direito público entre o Estado e os particulares
é uma relação equilibrada por dois fatores:
- De um lado o fator autoridade, que confere prerrogativas ao Estado, entre as quais a de
impor, unilateralmente, obrigações aos particulares. Com isto, realiza-se a supremacia do
interesse público sobre o privado.
- De outro lado, o fatos limites da autoridade, a saber: a competência (definida pela
finalidade a ser atingida pelo ato estatal) e o respeito dos direitos dos particulares. Assim,
garante-se a efetiva realização do interesse público (visto a competência não pode ser
utilizada senão para o fim previsto pelo direito), ao mesmo tempo em que se preserva a
liberdade.
Exemplos de prerrogativas:
•Auto-executoriedade: Demolição de prédio em ruínas na cidade, oferecendo risco a
população, mesmo sem ordem judicial.
•Autotutela: Cancelar uma seleção pública ou licitação, por não ser mais conveniente a
Administração Pública.
•Aplicar sanções administrativas: aplicar multas de trânsito, de vigilância sanitária,etc.
Exemplos de restrições:
•Controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário e pelo Poder Legislativo
•Ações judiciais específicas para verificação e controle dos atos da Administração, como
mandado de segurança, habeas data, habeas corpus, ação popular, ação civil pública
•Respeito aos direitos fundamentais
Prerrogativas e restrições podem ser expressas em alguns momentos na forma de
princípios que irão informar o Direito Administrativo em como deve a Administração
atuar.
Princípios que estão na base do regime jurídico administrativo:
supremacia do interesse público;
indisponibilidade desse interesse.
Interesse público
Expressa a soma dos interesses individuais dos membros da sociedade, representando
assim a vontade da maioria. O interesse público é dividido em primário e secundário.
•Interesse público primário: a vontade do povo.
•Interesse público secundário: a vontade do Estado, enquanto pessoa jurídica.
Princípio da supremacia do interesse público
•Superioridade do interesse público frente aos interesses particulares.
•Por isso a AP, como executora de ações para atender o interesse público, é dotada de
algumas prerrogativas, alguns privilégios .
Princípio da indisponibilidade do interesse público
Consiste na limitação da supremacia da atuação da Administração Pública. Segundo este
princípio, o interesse público não pode ser livremente disposto pelo administrador que,
necessariamente, deve atuar nos limites da lei. Toda a atuação do administrador deve ser
em nome do interesse do povo.Impõe restrições e responsabilidades.
FONTES
Lei: fonte primária, abrange a Constituição até Regulamentos Executivos.
Doutrina: sistema teórico de princípios aplicáveis no direito positivo. É elemento
construtivo.
Jurisprudência: traduz a reiteração dos julgamentos num mesmo sentido.
Costumes: tem perdido muito sua importância. O D. Administrativo exerce alguma
influência, em razão da deficiência da legislação.
A Administração Pública está subordinada aos princípios de Direito Administrativo e, em
especial, aos princípios básicos instituídos no artigo 37, caput, da Constituição da
República, a saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Príncipio da legalidade
Princípio da impessoalidade
Princípio da moralidade
O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos
éticos que devem estar presentes em sua conduta. Deve não só averiguar os critérios de
conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, mas também distinguir o que é
honesto do que é desonesto. A moralidade como intenção foi inserida na legalidade para
que houvesse a possibilidade de controle pelo Poder Judiciário.
Compreendem-se, em seu âmbito, como é evidente, os princípios da lealdade e da boa fé.
Ex: Lei nº 4.717/65 – Lei de Ação Popular: quando o agente pratica o ato visando a fim
diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
Legalidade e moralidade são princípios autônomos. A moralidade compreende a
probidade (art. 37, § 4º, CF). A ação civil pública prevista no art. 129, III, da CF, como uma
das funções institucionais do Ministério Público, e regulamentada pela Lei n°7.347, de
1985, como outro dos instrumentos de proteção à moralidade administrativa. Ação Civil
Pública: ação prevista na Lei n.7.347/85, cujo objetivo é a proteção de interesses
transindividuais. Em sendo o ato imoral, violador de direitos metaindividuais, a
ação civil pública é o instrumento correto para controle da moralidade, podendo
dela surgir as sanções descritas no tópico a seguir:
Aos agentes públicos, responsáveis por atos lesivos à moralidade administrativa, a
Constituição Federal prevê, em seu art. 37, § 4 .º, quatro sanções diferentes, de
aplicação simultânea, quais sejam:
•perda da função pública;
•suspensão dos direitos políticos;
•declaração de indisponibilidade dos bens;
•obrigação de ressarcir ao erário.
Princípio da publicidade
Exige ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública. Diretamente
ligados ao princípio estão, assegurados pela CF o acesso à informação, o direito de
petição e o direito de informação e de obter certidões públicas. A lei só poderá restringir
a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade, quando interesse
social o exigirem ou quando “imprescindível à segurança da Sociedade e do Estado (5º
XXXIII). Medidas judiciais de defesa do princípio: habeas data, mandado de segurança ou
pelas vias ordinárias. Amplia-se a possibilidade de controle popular da Administração
Pública
Princípio da eficiência
Por tal princípio, sempre que houver conflito entre um interesse individual e um
interesse público coletivo, deve prevalecer o interesse público. É necessário que os
interesses públicos tenham supremacia sobre os individuais, posto que visam
garantir o bem-estar coletivo e concretizar a justiça social. Essa supremacia não é
absoluta, pois sempre deve ser respeitado o núcleo essencial dos direitos individuais. Ex.:
na desapropriação, a regra determina que a indenização do desapropriado deve ser paga
previamente e em dinheiro; respeita-se, assim, o direito de propriedade.
Em razão do princípio da indisponibilidade, não é concedida liberdade absoluta ao
administrador, para concretizar transações de qualquer natureza, sem prévia
autorização legal. A indisponibilidade do interesse público indica que este não pertence
aos agentes públicos, mas a toda a coletividade. Por isso, é indispensável que esses
agentes atuem no sentido de satisfazer esse interesse, sem nunca renunciar a essa
missão. Ex.: em nome do interesse público, os contratos administrativos devem ser
antecedidos de licitação, processo que permite a escolha do melhor contrato. Em nome
da indisponibilidade desse interesse, o administrador não pode deixar de licitar, exceto
nas hipóteses expressamente previstas em lei.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
O princípio da proporcionalidade, frequentemente identificado com a razoabilidade, tem
três elementos:
a) adequação: o ato administrativo deve ser efetivamente capaz de atingir os objetivos
pretendidos;
b) necessidade: o ato administrativo utilizado deve ser, de todos os meios existentes, o
menos restritivo aos direitos individuais;
c) proporcionalidade em sentido estrito: deve haver uma proporção adequada entre os
meios utilizados e os fins desejados. Proíbe não só o excesso (exagerada utilização de
meios em relação ao objetivo almejado), mas também a insuficiência de proteção (os
meios utilizados estão aquém do necessário para alcançar a finalidade do ato).
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
O princípio da continuidade determina que o serviço que começou a ser prestado,
não pode deixar de ser ofertado aos usuários em potencial.Desta feita, o prestador de
serviços públicos tem o dever de manter o serviço em funcionamento, atendendo
às necessidades do usuário.
Tributo presente em todos os atos adm, admitindo, porém, prova em contrário. Pode-se
dizer que a presunção é relativa (júris tantum) de legalidade. Os atos administrativos são
presumidos verdadeiros e legais até que se prove o contrário. Assim, a Administração
não tem o ônus de provar que seus atos são legais e a situação que gerou a necessidade
de sua prática realmente existiu, cabendo ao destinatário do ato o encargo de provar que
o agente administrativo agiu de forma ilegítima. Este atributo está presente em todos os
atos administrativos.
PRINCÍPIO DA AUTOEXECUTORIEDADE
Os atos administrativos podem ser executados pela própria Administração Pública
diretamente, independentemente de autorização dos outros poderes. De acordo com a
doutrina majoritária, o atributo da autoexecutoriedade não está presente em todos os
atos administrativos, mas somente:
Quando a lei estabelecer. Ex. Contratos administrativos (retenção da caução quando
houver prejuízo na prestação do serviço pelo particular). Em casos de urgência. Ex.
Demolição de um prédio que coloca em risco a vida das pessoas.
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA ADMINISTRATIVA
De acordo com o princípio da autotutela, a Administração Pública exerce controle sobre
seus próprios atos, tendo a possibilidade de anular os ilegais e de revogar os
inoportunos. Isso ocorre pois a Administração está vinculada à lei, podendo exercer o
controle da legalidade de seus atos. (Súmula 346 e 473)
Registre-se, ainda, que a autotutela envolve dois aspectos quanto à atuação
administrativa:
Aspectos de legalidade, em relação aos quais a Administração, de ofício, procede à
revisão de atos ilegais; e
Aspectos de mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e
oportunidade de sua manutenção ou desfazimento.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
A segurança jurídica é tida como um princípio geral do ordenamento jurídico, que,
embora não tenha previsão constitucional expressa, é inerente ao Estado Democrático de
Direito. Sua compreensão, antes de se vincular ao regime jurídico de Direito
Administrativo, está submetida à concepção desse próprio Estado Democrático e do
papel nele desempenhado pelos princípios jurídicos, como forma de garantir o exercício
de direitos e liberdades fundamentais. Sua função dentro do ordenamento jurídico seria
a de delimitar a exata compreensão do sistema normativo, das regras positivadas. Logo,
a importância dos princípios assegura-lhes certa supremacia em comparação às normas,
pois são tidos como sustentáculos do sistema normativo.
RESUMO
Princípio da Legalidade
•A vontade da AP decorre da Lei.
•A AP só pode fazer o que a lei permitir.
•Assim, a AP não pode conceder ou extinguir direitos, criar obrigações, impor proibições,
ou qualquer outro ato sem previsão legal.
•Além disso, qualquer dos seus atos poderá ser analisado judicialmente.
•O princípio da legalidade está previsto: no art. 5º; no art. 37, caput ; no art. 84, IV e no
art. 150 da CF.
Princípio da Impessoalidade
•Este princípio orienta a AP a observar sua conduta tanto em relação aos administrados,
quanto à própria administração, buscando atender a finalidade publica.
•No primeiro sentido, atuar sem beneficiar ou prejudicar ninguém em específico.
•No segundo sentido, veda a promoção pessoal do agente ou autoridade administrativa.
•Art. 37,caput, e §1º; Art. 100.
Princípio da Moralidade
•AAP deve atuar com honestidade, lealdade,boa-fé, obediência a princípios
éticos,coerência, correção de atitudes e probidade.
•O ato imoral é aquele que se desvia da finalidade pública que deveria alcançar, de modo
implícito ou explícito.
Princípio da Publicidade
•AAP deve dar publicidade a todos os seus atos, pois representa o interesse público. Sem
a publicidade o ato poderá ser nulo ou anulado.
•A publicidade deve seguir certos requisitos legais
•A publicidade não deve ser propaganda do administrador,e sim propaganda das obras e
serviços quando necessário,sem vinculá-las ao agente ou autoridade pública.
•I) art. 5º, XXXIII –garante o sigilo para segurança da sociedade e do Estado;
•II) art. 5º, X - direito à intimidade e
•III) art. 5º LX –ações que devem correr em segredo de justiça.
Princípio da Eficiência
•AAP deve atuar de melhor modo possível ante os recursos disponíveis, ou seja, buscar
pelo melhor meio alcançar o melhor resultado de acordo com suas possibilidades.