Você está na página 1de 9

DIREITO ADMINISTRATIVO 

DIREITO
Sentido da palavra Direito 
Direito Objetivo: regra de conduta obrigatória- "norma agendi" 
Direito  Subjetivo:  faculdade  ou  poderes  que  tem  ou  pode  ter  uma  pessoa  de  exigir  de 
outra certo comportamento- "facultas agendi" 
Direito como ciência: sistema de conhecimentos jurídicos.

ESTADO: PODERES E FUNÇÕES 


São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário.  A  cada  um dos Poderes de Estado foi atribuída determinada função. Assim, ao 
Poder Legislativo foi cometida a função normativa (ou legislativa); ao Executivo, a função 
administrativa;  e, ao Judiciário, a função jurisdicional. Os poderes estatais desempenham 
suas  funções  típicas,  mas  também  atípicas  que  são  autorizadas  pela  Constituição.  O 
Legislativo  além  da  função  normativa,  exerce  função  jurisdicional,  quando  o  Senado 
processa  e  julga  o  Presidente  da  República/  Ministros  do  Supremo  Tribunal  Federal  nos 
crimes  de  responsabilidade.  Exerce  também  a  função  administrativa  quando  organiza 
seus  serviços  internos.  O  Judiciário  pratica  atos  no  exercício  de função normativa, como 
na  elaboração  de  regimentos  internos dos Tribunais, e de função administrativa, quando 
organiza  os  seus  serviços.  O  Executivo  desempenha  função  normativa,  quando  produz, 
por  exemplo,  normas  gerais  e  abstratas  através  de  seu  poder  regulamentar,  ou  ainda, 
quando edita medidas provisórias ou leis delegadas.  
 
Ressalte-se  que  cada  poder  pode  exercer  funções  que,  em  princípio,  são  atribuídas  a 
outro,  o  que  faz  com  que  todos  desempenhem  atividades  relacionadas  com  a  função 
administrativa  do  Estado.  Mais  uma  vez,  o  critério  adotado  para  a  partilha  de 
competências  administrativas  é  o  da  predominância  de  interesses,  através  do  qual  a 
União  desempenha  as  competências  de  interesse  nacional,  os  Estados,  as  de  interesse 
regional, e os municípios, as de interesse local.

FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
O  ponto  central  da  função  administrativa  é  a  gestão  dos  interesses coletivos na sua mais 
variada  dimensão,  consequência  das  numerosas  tarefas  a  que  se  deve  propor  o  Estado 
moderno.  

 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO: HISTÓRIA 
O  Direito  Administrativo,  como  sistema  jurídico  de  normas  e  princípios  somente  veio  à 
tona  com  a  Instituição  do  Estado  de  Direito.  O  fenômeno  nasce  com  os  movimentos 
constitucionalistas,  cujo  início  se  deu  no  final  do  século  XVII.  Através do novo sistema, o 
Estado  passava  a  ter  órgãos  específicos  para  o  exercício  da  administração  pública.  Foi 
necessário  o  desenvolvimento  do  quadro  normativo  disciplinador  das  relações  internas 
da  Administração  e  das  relações  entre  esta  e  os  administradores.  Com  a  teoria  da 
separação  dos  poderes  concebida  por  Montesquieu,  o  Estado,  distribuindo  seu  próprio 
poder  político,  permitiu  que em sua figura se reunisse, ao mesmo tempo, o sujeito ativo e 
passivo  do  controle  público.  Foi  possível  então  criar  normas  próprias  para  a  execução 
desse controle. 
 
Evolução: 
Primeira  geração:  direitos  e  liberdades  individuais.  Reconhecimento  de  desigualdades 
entre as pessoas. 
Segunda  geração:  direitos  econômicos  e  sociais.  Reconhecimento  de  relações 
comunitárias carentes de especial proteção. 
Terceira geração: interesses difusos ou coletivos. 

DIREITO ADMINISTRATIVO: RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS 


A  relação  de  maior  intimidade  do  Direito  Administrativo  é  com  o Direito Constitucional. 
É  o  Direito  Constitucional  que  alinhavava  as  bases  e  os  parâmetros  do  Direito 
Administrativo;  este  é,  na  verdade,  o  lado  dinâmico  daquele.  Na  CF  se  encontram  os 
princípios  da  Administração  Pública,  as  normas  sobre  servidores  públicos  e  as 
competências  do  poder  Executivo.  São  mencionados,  ainda,  os  institutos  da 
desapropriação,  das  concessões  e  permissões  de  serviços  públicos,  dos  contratos 
administrativos  e  licitações  e  da  responsabilidade  extracontratual  do  Estado,  entre 
outros. 
 
Se  relaciona  também  com  o Direito Processual, porém ambos haver a figura do processo. 
Com  o  Direito  Penal,  por  ter  previsão  dos  crimes  contra  a  Administração  Pública. 
Também  com  o  Direito  Tributário,  uma  vez  que  as  normas  de  arrecadação  tributária  se 
inserem  dentro  do  Direito  Admin.  Com  o  Direito  do  Trabalho,  pois  as  normas 
reguladoras  da  função  fiscalizadora  das  relações  de  trabalho  estão integradas no Direito 
Administrativo.  

DIREITO ADMINISTRATIVO 
Tal  ramo  do  direito  pode  ser  compreendido  como  o  conjunto  de  normas  e  princípios 
jurídicos  que  regem  a  atividade  administrativa,  as  entidades,  os  órgãos  e  agentes 
públicos,  que  atuam  com  o objetivo de atender as necessidades da coletividade. A função 
administrativa constitui o dever do Estado de atender ao interesse público.  
 
Conjunto  harmônico  de  princípios  jurídicos  que  regem  os  órgãos  (estrutura),  os  agentes 
(pessoal  do  serviço  público)  e  as  atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta 
e imediatamente os fins desejados pelo Estado.  
 
É  o  conjunto  de  princípios  que  regem  a  administração  pública,  tendo  por  finalidade 
regular os bens e os interesses públicos. 
 
RELAÇÃO JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
Assim,  e  em  síntese,  a  relação  jurídica  de  direito  público entre o Estado e os particulares 
é uma relação equilibrada por dois fatores: 
-  De  um  lado  o  fator  autoridade, que confere prerrogativas ao Estado, entre as quais a de 
impor, unilateralmente, obrigações aos particulares. Com isto, realiza-se a supremacia do 
interesse público sobre o privado. 
-  De  outro  lado,  o  fatos  limites  da  autoridade,  a  saber:  a  competência  (definida  pela 
finalidade  a ser atingida pelo ato estatal) e o respeito dos direitos dos particulares. Assim, 
garante-se  a  efetiva  realização  do  interesse  público  (visto  a  competência  não  pode  ser 
utilizada  senão  para  o  fim  previsto  pelo  direito),  ao  mesmo  tempo  em  que  se preserva a 
liberdade. 
 
Exemplos de prerrogativas: 
•Auto-executoriedade:  Demolição  de  prédio  em  ruínas  na  cidade,  oferecendo  risco  a 
população, mesmo sem ordem judicial. 
•Autotutela:  Cancelar  uma  seleção  pública  ou  licitação,  por  não  ser  mais  conveniente  a 
Administração Pública. 
•Aplicar sanções administrativas: aplicar multas de trânsito, de vigilância sanitária,etc. 
 
Exemplos de restrições:  
•Controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário e pelo Poder Legislativo 
•Ações  judiciais  específicas  para  verificação  e  controle  dos  atos  da  Administração,  como 
mandado  de  segurança,  habeas  data,  habeas  corpus,  ação  popular,  ação  civil  pública 
•Respeito aos direitos fundamentais 
 
Prerrogativas  e  restrições  podem  ser  expressas  em  alguns  momentos  na  forma  de 
princípios  que  irão  informar  o  Direito  Administrativo  em  como  deve  a  Administração 
atuar. 
 
Princípios que estão na base do regime jurídico administrativo:  
supremacia do interesse público; 
indisponibilidade desse interesse. 
 
Interesse público 
Expressa  a  soma  dos  interesses  individuais  dos  membros  da  sociedade,  representando 
assim a vontade da maioria. O interesse público é dividido em primário e secundário. 
•Interesse público primário: a vontade do povo. 
•Interesse público secundário: a vontade do Estado, enquanto pessoa jurídica. 
Princípio da supremacia do interesse público 
•Superioridade do interesse público frente aos interesses particulares. 
•Por  isso  a  AP,  como  executora  de  ações  para  atender  o  interesse  público,  é  dotada  de 
algumas prerrogativas, alguns privilégios . 
 
Princípio da indisponibilidade do interesse público 
 
Consiste  na  limitação  da  supremacia  da  atuação da Administração Pública. Segundo este 
princípio,  o  interesse  público  não  pode  ser  livremente  disposto  pelo  administrador  que, 
necessariamente, deve atuar nos limites da lei. Toda a atuação do administrador deve ser 
em nome do interesse do povo.Impõe restrições e responsabilidades. 
 
FONTES  
Lei: fonte primária, abrange a Constituição até Regulamentos Executivos. 
Doutrina:  sistema  teórico  de  princípios  aplicáveis  no  direito  positivo.  É  elemento 
construtivo. 
Jurisprudência: traduz a reiteração dos julgamentos num mesmo sentido. 
Costumes:  tem  perdido  muito  sua  importância.  O  D.  Administrativo  exerce  alguma 
influência, em razão da deficiência da legislação. 

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 

A  Administração  Pública está subordinada aos princípios de Direito Administrativo e, em 
especial,  aos  princípios  básicos  instituídos  no  artigo  37,  caput,  da  Constituição  da 
República, a saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 

Príncipio da legalidade 

A  Administração  Pública  só  pode  fazer  o que a lei permite. Não pode, portanto, conceder 


direitos  de  qualquer  espécie,  criar  obrigações  ou impor vedações aos administrados sem 
lei.A  CF  prevê  remédios  específicos  contra  a  ilegalidade  administrativa  (ação  popular, 
habeas  data,  mandado  de  segurança  e  mandado  de  injunção),  sem  prejuízo  do  controle 
pelo Legislativo com auxílio do Tribunal de Contas. 
Restrições  excepcionais  à  legalidade:  Medidas Provisórias (art. 62), Estado de Defesa (art. 
136) e Estado de Sítio (art. 137 da CF). Art. 5º, II e XXXV e 37, caput, art. 84, IV, da CF). 
Estado Democrático de Direito Princípio da Cidadania 

 
Princípio da impessoalidade

Em relação aos administrados e à administração: 


Para  que  haja  verdadeira  impessoalidade,  deve  a  Administração  voltar-se 
exclusivamente  para  o  interesse  público,  e  não  para  o  privado,  vedando-se,  que  sejam 
favorecidos  alguns  indivíduos  em  detrimento  de  outros  e  prejudicados  alguns  para 
favorecimento  de  outros.  Ex:  art.  100  CF  (precatórios),  concurso  público  e  licitação.  As 
realizações  governamentais  não  são  do  funcionário  ou  autoridade,  mas  da  entidade 
pública  em  nome  de  quem  as  produziu.  Ex:  art.  37 § 1º CF, que proíbe promoção pessoal 
de autoridades. 

Princípio da moralidade 
 
O  princípio  da  moralidade  impõe  que  o  administrador público não dispense os preceitos 
éticos  que  devem  estar  presentes  em  sua  conduta.  Deve  não  só  averiguar  os  critérios de 
conveniência,  oportunidade  e  justiça  em  suas  ações,  mas  também  distinguir  o  que  é 
honesto  do  que  é  desonesto.  A  moralidade como intenção foi inserida na legalidade para 
que houvesse a possibilidade de controle pelo Poder Judiciário.  
Compreendem-se,  em  seu  âmbito,  como  é  evidente, os princípios da lealdade e da boa fé. 
Ex:  Lei  nº  4.717/65  –  Lei  de  Ação  Popular:  quando  o  agente  pratica  o  ato  visando  a  fim 
diverso  daquele  previsto,  explícita  ou  implicitamente,  na  regra  de  competência. 
Legalidade  e  moralidade  são  princípios  autônomos.  A  moralidade  compreende  a 
probidade  (art. 37, § 4º, CF). A ação civil pública prevista no art. 129, III, da CF, como uma 
das  funções  institucionais  do  Ministério  Público,  e  regulamentada  pela  Lei  n°7.347,  de 
1985,  como  outro  dos  instrumentos  de  proteção  à moralidade administrativa. Ação  Civil 
Pública:  ação  prevista  na  Lei  n.7.347/85,  cujo  objetivo  é  a  proteção  de  interesses 
transindividuais.  Em  sendo  o  ato  imoral,  violador  de  direitos  metaindividuais,  a 
ação  civil  pública  é  o  instrumento  correto para  controle  da  moralidade,  podendo 
dela surgir as sanções descritas no tópico a seguir: 
 
Aos  agentes  públicos,  responsáveis  por  atos  lesivos  à  moralidade administrativa,  a 
Constituição  Federal  prevê,  em  seu  art.  37,  §  4  .º,  quatro  sanções  diferentes,  de 
aplicação simultânea, quais sejam:   
•perda da função pública;   
•suspensão dos direitos políticos;   
•declaração de indisponibilidade dos bens;   
•obrigação de ressarcir ao erário. 
 
Princípio da publicidade 
 
Exige  ampla  divulgação  dos  atos  praticados  pela  Administração  Pública.  Diretamente 
ligados  ao  princípio  estão,  assegurados  pela  CF  o  acesso  à  informação,  o  direito  de 
petição  e  o  direito  de  informação  e  de obter certidões públicas. A lei só poderá restringir 
a  publicidade  dos  atos  processuais  quando  a  defesa  da  intimidade,  quando  interesse 
social  o  exigirem  ou  quando  “imprescindível  à  segurança  da  Sociedade  e  do  Estado  (5º 
XXXIII).  Medidas  judiciais de defesa do princípio: habeas data, mandado de segurança ou 
pelas  vias  ordinárias.  Amplia-se  a  possibilidade  de  controle  popular  da  Administração 
Pública 

Princípio da eficiência 

Compreende-se  “eficiência”  por  quando o agente cumpre com suas competências, agindo 


com  presteza,  perfeição,  buscando  sempre  o  melhor  resultado  e  com  o  menor  custo 
possível,  no  sentido  econômico-jurídico.  Exige  desfecho  satisfatório,  em  tempo  razoável, 
em prol do interesse público e segurança jurídica. 

PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO

Por  tal  princípio,  sempre  que  houver  conflito  entre  um  interesse  individual  e um 
interesse  público  coletivo,  deve  prevalecer  o  interesse  público. É  necessário  que  os 
interesses  públicos  tenham  supremacia  sobre  os  individuais,  posto  que  visam 
garantir  o  bem-estar  coletivo  e  concretizar  a  justiça  social.  Essa  supremacia  não  é 
absoluta,  pois sempre deve ser respeitado o núcleo essencial dos direitos individuais. Ex.: 
na  desapropriação,  a regra determina que a indenização do desapropriado deve ser paga 
previamente e em dinheiro; respeita-se, assim, o direito de propriedade.  

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 

Em  razão  do  princípio  da  indisponibilidade,  não  é  concedida  liberdade  absoluta  ao 
administrador,  para  concretizar  transações  de  qualquer  natureza,  sem  prévia 
autorização  legal.  A  indisponibilidade  do  interesse  público  indica  que  este  não  pertence 
aos  agentes  públicos,  mas  a  toda  a  coletividade.  Por  isso,  é  indispensável  que  esses 
agentes  atuem  no  sentido  de  satisfazer  esse  interesse,  sem  nunca  renunciar  a  essa 
missão.  Ex.:  em  nome  do  interesse  público,  os  contratos  administrativos  devem  ser 
antecedidos  de  licitação,  processo  que  permite  a  escolha  do  melhor  contrato.  Em  nome 
da  indisponibilidade  desse  interesse,  o  administrador  não  pode  deixar  de  licitar,  exceto 
nas hipóteses expressamente previstas em lei.

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 

O  princípio  da proporcionalidade, frequentemente identificado com a razoabilidade, tem 
três elementos: 
 
a)  adequação:  o  ato  administrativo  deve  ser  efetivamente  capaz  de  atingir  os  objetivos 
pretendidos; 
 
b)  necessidade:  o  ato  administrativo  utilizado  deve  ser,  de  todos  os  meios  existentes,  o 
menos restritivo aos direitos individuais; 
 
c)  proporcionalidade  em  sentido  estrito:  deve  haver  uma  proporção  adequada  entre  os 
meios  utilizados  e  os  fins  desejados.  Proíbe  não  só  o  excesso  (exagerada  utilização  de 
meios  em  relação  ao  objetivo  almejado),  mas  também  a  insuficiência  de  proteção  (os 
meios utilizados estão aquém do necessário para alcançar a finalidade do ato). 

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 

O  princípio  da  continuidade  determina  que  o  serviço  que  começou  a  ser  prestado, 
não  pode  deixar  de  ser  ofertado  aos  usuários  em  potencial.Desta  feita,  o  prestador  de 
serviços  públicos  tem  o  dever  de  manter  o  serviço  em  funcionamento,  atendendo 
às necessidades do usuário. 

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE

Tributo  presente  em  todos  os  atos  adm,  admitindo,  porém,  prova  em  contrário.  Pode-se 
dizer  que  a  presunção é relativa (júris tantum) de legalidade. Os atos administrativos são 
presumidos  verdadeiros  e  legais  até  que  se  prove  o  contrário.  Assim,  a  Administração 
não  tem  o  ônus  de  provar  que  seus  atos  são  legais  e  a  situação  que  gerou  a  necessidade 
de  sua  prática realmente existiu, cabendo ao destinatário do ato o encargo de provar que 
o  agente  administrativo  agiu  de  forma  ilegítima.  Este  atributo  está  presente  em todos os 
atos administrativos.  
 
PRINCÍPIO DA AUTOEXECUTORIEDADE 
 
Os  atos  administrativos  podem  ser  executados  pela  própria  Administração  Pública 
diretamente,  independentemente  de  autorização  dos  outros  poderes.  De  acordo  com  a 
doutrina  majoritária,  o  atributo  da  autoexecutoriedade  não  está  presente  em  todos  os 
atos administrativos, mas somente: 
Quando  a  lei  estabelecer.  Ex.  Contratos  administrativos  (retenção  da  caução  quando 
houver  prejuízo  na  prestação  do  serviço  pelo  particular).  Em  casos  de  urgência.  Ex. 
Demolição de um prédio que coloca em risco a vida das pessoas. 
 
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA ADMINISTRATIVA 
 
De  acordo  com  o  princípio  da  autotutela,  a  Administração  Pública  exerce  controle sobre 
seus  próprios  atos,  tendo  a  possibilidade  de  anular  os  ilegais  e  de  revogar  os 
inoportunos.  Isso  ocorre  pois  a  Administração  está  vinculada  à  lei,  podendo  exercer  o 
controle da legalidade de seus atos. (Súmula 346 e 473) 
 
Registre-se,  ainda,  que  a  autotutela  envolve  dois  aspectos  quanto  à  atuação 
administrativa: 
Aspectos  de  legalidade,  em  relação  aos  quais  a  Administração,  de  ofício,  procede  à 
revisão de atos ilegais; e 
Aspectos  de  mérito,  em  que  reexamina  atos  anteriores  quanto  à  conveniência  e 
oportunidade de sua manutenção ou desfazimento. 
 
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA  
 
A  segurança  jurídica  é  tida  como  um  princípio  geral  do  ordenamento  jurídico,  que, 
embora  não tenha previsão constitucional expressa, é inerente ao Estado Democrático de 
Direito.  Sua  compreensão,  antes  de  se  vincular  ao  regime  jurídico  de  Direito 
Administrativo,  está  submetida  à  concepção  desse  próprio  Estado  Democrático  e  do 
papel  nele  desempenhado  pelos  princípios  jurídicos,  como  forma  de garantir o exercício 
de  direitos  e  liberdades  fundamentais.  Sua  função  dentro do ordenamento jurídico seria 
a  de  delimitar  a  exata  compreensão  do  sistema  normativo,  das  regras  positivadas. Logo, 
a  importância  dos  princípios  assegura-lhes  certa supremacia em comparação às normas, 
pois são tidos como sustentáculos do sistema normativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO  
Princípio da Legalidade 
•A vontade da AP decorre da Lei. 
•A AP só pode fazer o que a lei permitir. 
•Assim,  a  AP  não pode conceder ou extinguir direitos, criar obrigações, impor proibições, 
ou qualquer outro ato sem previsão legal. 
•Além disso, qualquer dos seus atos poderá ser analisado judicialmente. 
•O  princípio  da  legalidade  está  previsto:  no  art.  5º;  no  art.  37,  caput  ;  no  art.  84,  IV  e  no 
art. 150 da CF. 
 
Princípio da Impessoalidade 
•Este  princípio  orienta  a  AP  a  observar  sua  conduta tanto em relação aos administrados, 
quanto à própria administração, buscando atender a finalidade publica. 
•No primeiro sentido, atuar sem beneficiar ou prejudicar ninguém em específico. 
•No segundo sentido, veda a promoção pessoal do agente ou autoridade administrativa. 
•Art. 37,caput, e §1º; Art. 100. 
 
Princípio da Moralidade 
•AAP  deve  atuar  com  honestidade,  lealdade,boa-fé,  obediência  a  princípios 
éticos,coerência, correção de atitudes e probidade. 
•O  ato  imoral é aquele que se desvia da finalidade pública que deveria alcançar, de modo 
implícito ou explícito. 
 
Princípio da Publicidade 
•AAP  deve  dar  publicidade  a  todos  os  seus  atos,  pois  representa o interesse público. Sem 
a publicidade o ato poderá ser nulo ou anulado. 
•A publicidade deve seguir certos requisitos legais 
•A  publicidade  não  deve  ser propaganda do administrador,e sim propaganda das obras e 
serviços quando necessário,sem vinculá-las ao agente ou autoridade pública. 
•I) art. 5º, XXXIII –garante o sigilo para segurança da sociedade e do Estado;  
•II) art. 5º, X - direito à intimidade e 
•III) art. 5º LX –ações que devem correr em segredo de justiça. 
 
Princípio da Eficiência 
•AAP  deve  atuar  de  melhor  modo  possível  ante  os  recursos  disponíveis,  ou  seja,  buscar 
pelo melhor meio alcançar o melhor resultado de acordo com suas possibilidades. 

Você também pode gostar