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SOLO GRAMPEADO

Índice • Taludes existentes sem estabilidade


satisfatória (Figura 3).
1 Definição
2 Norma
3 Método construtivo
4 Chumbador
5 Concreto projetado
6 Drenagem
7 Equipe de trabalho
8 Controle executivo
9 Manutenção do solo grampeado
10 Modelo de boletim de execução Figura 3 - Taludes instáveis

1 Definição • Taludes
rompidos
Solo grampeado é uma técnica de
(Figura 4)
melhoria de solos, que permite a con-
tenção de taludes por meio da execução
de chumbadores, concreto projetado e
drenagem. Os chumbadores promovem a
estabilização geral do maciço, o concreto
projetado dá estabilidade local junto ao
paramento e a drenagem age em ambos
os casos (Figura 1).
Figura 4 - Taludes rompidos

2 Norma
Não existe norma específica da ABNT.

3 Método construtivo
O solo grampeado tem início com
a execução de chumbadores verticais,
como medida de melhoria do solo, e o
Figura 1 - Estabilidade geral do maciço
corte descendente do solo na geometria
do projeto (Figuras 5 e 6), excetuando-se
Esta técnica se aplica a:
os casos de taludes pré-existentes. Segue-
• Cor-
se com a execução da primeira linha de
tes para
chumbadores e aplicação do revestimen-
implan-
to de concreto projetado.
tação de
subsolos ou Caso o talude já esteja cortado pode-
cortes com se trabalhar de forma descendente ou
geometria ascendente, conforme a conveniência. Si-
instável multaneamente ao avanço dos trabalhos,
(Figura 2) são executados os drenos profundos e os
Figura 2 - Subsolo de edifícios de paramento, assim como canaletas ou

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descidas d’água, conforme especificado sos, não há o tratamento do maciço fei-
no projeto. to pela injeção de calda de cimento sob
pressão.

4.2 Perfuração
As perfurações são executadas por
equipamentos de fácil manuseio, pesan-
do entre 25 e 500 Kg, instaláveis sobre
qualquer talude. Como fluído de perfu-
ração e limpeza do furo pode ser utiliza-
da água, ar ou lama. Se a opção for por
trados, não é necessário o uso de fluídos.
Usualmente, é adotado o sistema de lava-
Figura 5 - Escavação manual com bermas gem com água injetada pela haste, que é
entre as partes escavadas dotada de elemento cortante na sua ex-
tremidade, do tipo tricone com vídea, e
diâmetro de 3”.
Conforme a profundidade e o diâme-
tro do furo, e a área de trabalho, pode-se
1. Escavação optar por perfuratrizes tipo sonda, cra-
wlair, wagon drill ou até mesmo manuais.
Quando a condição de trabalho permite
alta produtividade, são utilizadas carretas
2. Execução do
perfuratrizes sobre esteiras, cujos pesos
chumbador 3. concreto variam entre 2.000 e 4.000 Kg. Os chum-
projetado
badores têm inclinação sub-horizontal,
Figura 6 - Fases construtivas em corte. entre 5º e 30º.
Exemplo de escavação mecanizada A escolha do método de perfuração
deve ser feita de modo que a cavidade
4 Chumbador
perfurada permaneça estável até a con-
4.1 Definição clusão da injeção.
Chumbadores, conforme mostra a Fi- Concreto projetado armado
com fibras ou telas
gura 7, são peças moldadas no local por Centralizador
meio de operações de perfuração feitas Barra de aço
com equipamento sobre carreta ou de com pintura
porte manual, e instalação e fixação de anticorrosiva

armação metálica, com injeção de calda


Dobra do aço
de cimento sob pressão. com Ø ≤ 20 mm
Eles também podem ser feitos pela
Calda de cimento
cravação de barras, cantoneiras ou tu-
bos de aço, com a utilização de martelos Válvula de injeção Tubos de injeção
pneumáticos ou manualmente. Porém, multifases

esta não é a prática brasileira. Nestes ca- Figura 7 - Partes construtivas do chumba-
dor

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4.3 Montagem a pressão de abertura máxima, de injeção
e o volume de calda absorvida. A quanti-
Depois da perfuração, é instalada e fi-
dade de injeções ou reinjeções depende
xada a armação metálica, que deve man-
do número de tubos colocados, que de-
ter suas características de resistência ao
pende do terreno onde o trabalho é exe-
longo do tempo. As nervuras recebem
cutado.
tratamento anticorrosivo, feito usualmen-
Usualmente, a injeção é feita em três
te por meio de resinas poliméricas e calda
fases, duas profundas e uma superficial,
de cimento. Ao longo destes elementos
esta nos dois metros iniciais.
são instalados dispositivos centralizado-
res, que garantem o contínuo e constante
5 Concreto projetado
recobrimento com calda de cimento.
Usualmente, a barra de aço tem diâ- 5.1 Definição
metro entre 10 e 25 mm. Ela deve ter uma
Concreto projetado é a mistura de ci-
dobra na sua extremidade (para diâme-
mento, areia, pedrisco, água e aditivos,
tros de, no máximo, 20 mm), com cerca de
conduzidos por ar comprimido desde o
20 cm, e centralizadores a cada 2 m. Po-
equipamento de projeção até o local de
de-se aplicar placa e porca para proten-
aplicação, através de mangote.
são dos chumbadores. É comum também
Na extremidade do mangote há um
a solda de um pedaço de barra de aço.
bico de projeção, onde é acrescentada
Adjacente à barra, é instalado um ou
água. Esta mistura é lançada pelo ar-
mais tubos de injeção perdidos, feitos de
comprimido, a grande velocidade, na su-
polietileno ou material similar, com diâ-
perfície a ser moldada. Ainda podem ser
metros entre 8 e 15 mm, providos de vál-
adicionados ao traço: microssílica; fibras
vulas a cada 0,5 m, a até 1,5 m da boca
ou outros componentes.
do furo. A quantidade de tubos depende
As peças podem receber ferragens
das fases de injeção previstas, e deve ser
convencionais, telas eletrossoldadas ou fi-
considerado um tubo para cada fase.
bras, conforme a necessidade do projeto.
Existem duas maneiras de se obter o
4.4 Injeção
concreto projetado: por via seca e por via
A bainha sofre injeção pelo tubo au- úmida. A diferença básica está no prepa-
xiliar removível, de forma ascendente, ro e condução dos componentes do con-
com calda de cimento fator água/cimento creto:
próximo a 0,5 (em peso), proveniente de • Via seca: preparo a seco. A adição de
misturador de alta turbulência, até que a água é feita junto ao bico de projeção, al-
calda extravase pela boca do furo. Uma guns instantes antes da aplicação;
boa alternativa é o preenchimento do • Via úmida: preparado com água e assim
furo com calda e a posterior introdução conduzido até o local da aplicação.
da armação metálica. A bainha é a fase Ambas as vias utilizam traços e equi-
inicial de injeção, com a qual se recompõe pamentos com características especiais. O
a cavidade escavada. equipamento utilizado para solo grampe-
Após um mínimo de 12 horas, o chum- ado é o de via seca, ao qual nos referire-
bador deve sofrer uma reinjeção por meio mos nos itens a seguir.
do tubo de injeção perdido, anotando-se

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5.2 Equipamentos Diâmetro do
Vazão do Pressão de
Para via seca são necessários, pelo me- mangote da
compressor ar necessária
máquina de
nos, os equipamentos e acessórios, con- (pcm) (MPa) máx
projetado
forme a montagem convencional mostra-
350 1½” 0,7
da na Figura 8.
600 2” 0,7
Compressor Alimentação do
de ar concreto a seco 700 2½” 0,7
Anel d´água
Figura 9 - Condição de operação do com-
pressor
• Mangote: duto de borracha por onde o
Bico de
concreto é conduzido desde a bomba até
projeção o ponto de aplicação.
Bomba de • Bico de projeção: peça instalada na ex-
projeção Mangote 100% água tremidade de saída do mangote junto à
Figura 8 - Montagem da aplicação conve- aplicação.
cional do concreto projetado • Anel de água: componente do bico de
projeção pelo qual se adiciona água ao
• Bomba de projeção: recebe concreto concreto.
seco adequadamente misturado e o dis- • Bico pré-umidificador: instalado a cerca
ponibiliza para aplicação. Os equipamen- de 3 m do bico de projeção, visa fornecer
tos devem estar em perfeitas condições água ao concreto seco antes do ponto de
de trabalho. Peças de consumo devem aplicação. Sua utilização é ocasional.
estar com desgaste aceitável e a máquina Acessórios como mangotes, bicos,
sempre bem ajustada. anéis d’água, pré-umidificadores e discos
• Compressor de ar: acoplado à bomba devem estar em plenas condições de uso,
de projeção, fornece ar comprimido em conforme especificação de fabricantes e
vazão e pressão corretas para conduzir fornecedores.
o concreto até o local da aplicação. A
prática brasileira é de que para qualquer 5.3 O concreto
diâmetro de mangueira ou vazão de tra-
balho, a pressão característica do com- Normalmente, a resistência solicita-
pressor seja de 0,7 MPa. Este valor lido da nos projetos é de 15 MPa, mas pode
no compressor, quando da projeção do atingir valores muito mais altos, de até 40
concreto, não pode ser inferior a 0,3 MPa. MPa. O concreto seco pode ser fornecido
Desta forma, para distâncias de até 50 m usinado, em caminhões-betoneiras, ou
teremos, como condição mínima, os valo- preparado no canteiro de obras.
res expressos na Figura 9. O ideal é o preparo do concreto no
• Bomba de água: fornece água em vazão canteiro de obras, pois sempre haverá
e pressão junto ao bico de projeção. Pode concreto à disposição, na quantidade e
ser substituída pela rede pública de for- na hora em que for necessário.
necimento de água. Deve fornecer água • Agregados: como agregados, há o pe-
junto ao bico de projeção com pressão drisco ou pedra zero e a areia média. Tan-
pelo menos 0,1 MPa superior àquela dos to um quanto o outro devem ter umidade
materiais em fluxo. mínima:

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- A areia, em torno de 5%, e nunca infe- - NBR 13354
rior a 3%, pois assim causa muita poeira, Concreto Projetado: Determinação do ín-
e nem superior a 7%, pois isto ocasiona dice de reflexão em placas.
entupimentos do mangote e o início de
hidratação do cimento. 5.4 Aplicação / Mangoteiro
- Para o pedrisco, a umidade de 2% é su-
Os aplicadores de concreto têm extre-
ficiente.
ma importância na qualidade do serviço.
A areia média não pode ter acima de
Neste trabalho é usual termos dois espe-
5% de grãos finos, e deve ser composta
cialistas: o mangoteiro e o bombeiro.
por 60% de grãos médios e de até 35% de
O bombeiro está sempre junto à bom-
grãos grossos.
ba de projeção, ajustando-a conforme os
• Cimento: pode ser Comum, Composto,
desgastes ocorrem e verificando o corre-
Pozolânico, Alto Forno, ARI ou ARI-RS,
to fornecimento do volume de ar do com-
dependendo das especificações do proje-
pressor.
to. Podem ser utilizados aditivos acelera-
O mangoteiro é quem aplica o concre-
dores de pega, secos ou líquidos, confor-
to, em movimentos contínuos, usualmen-
me a necessidade da obra.
te circulares, dirigidos ortogonalmente à
• Água: deve estar de acordo com o que
superfície a uma distância de 1 m. Além
recomenda a tecnologia do concreto. Sua
disso, o mangoteiro regula a água e tem
dosagem é feita pelo mangoteiro, por
sensibilidade para perceber oscilações nas
meio de registro, junto ao anel d’água, e
características de vazão e pressão do ar.
é resultado da sensibilidade e experiência
adquiridas noutras obras pelo operador.
5.5 Armação
• Controle: o controle da qualidade do
concreto é feito pela extração de corpos As telas eletrossoldadas têm sido a ar-
de prova de placas moldadas na obra. mação convencional do concreto projeta-
Existem algumas normas da ABNT para do. Sua instalação é feita em uma ou duas
este controle, que tiveram seu desenvol- camadas, conforme especificado em pro-
vimento impulsionado pelos serviços de jeto. Aplica-se a primeira camada com a
execução de Túneis NATM, são elas: primeira tela, a segunda camada do pro-
- NBR 13044 jetado, a segunda tela e o concreto final.
Concreto Projetado: Reconstituição da Telas podem ser instaladas antes do
mistura recém-projetada. concreto. Entretanto, é preciso cuidado
- NBR 13069 especial para evitar que elas funcionem
Concreto Projetado: Determinação dos como anteparo e ocorram vazios atrás
tempos de pega em pasta de cimento das mesmas, conforme mostra a Figura
Portland, com ou sem utilização de aditi- 10.
vo acelerador de pega. Em 1992, alternativamente às telas,
- NBR 13070 passamos a utilizar fibras de aço adicio-
Moldagem de placas para ensaio de arga- nadas ao concreto diretamente na beto-
massa de concreto projetado. neira ou no caminhão-betoneira.
- NBR 13371 Em 2001, substituímos as fibras metá-
Concreto Projetado: Determinação do ín- licas por fibras sintéticas (polietileno te-
dice de reflexão por medição direta. reftalato), e obtivemos uma mistura per-

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Não há cuidado especial com a cober-
tura da armação, pois a corrosão eventual
1,0 m se limita àquela fibra que está em con-
tato com a atmosfera, não afetando as
outras, que ficam imersas no concreto. A
tendência é a total substituição das telas
“Sombras”
ou por fibras sintéticas.
região de m
en
compactação or

6 Drenagem

Detalh
e 6.1 Definição
A prática usual recomenda sempre a
Figura 10 - Detalhe das “sombras” na apli- execução de serviços de drenagem pro-
cação do concreto funda e de superfície. Para drenagem pro-
feitamente homogênea. Isto não requer funda usa-se o DHP (Dreno Sub-Horizon-
qualquer mudança nos equipamentos e tal Profundo). Drenos de superfície são os
promove redução na equipe de trabalho, drenos de paramento e as canaletas.
já que dispensa mão-de-obra para prepa-
ro e instalação das telas. 6.2 Dreno sub-horizontal profundo
As fibras sintéticas se ajustam perfei- São elementos que captam as águas
tamente ao corte realizado no talude, distantes da face do talude antes que
aceitando superfícies irregulares, com es- nele aflorem. Ao captá-las, eles as con-
pessura constante, como se vê na Figura duzem ao paramento e despejam-nas nas
11. canaletas.
O resultado é um concreto extrema- Drenos sub-horizontais profundos,
conforme ilustra a Figura 12, são tubos
plásticos drenantes, de 1¼” a 2”, instala-
dos em perfurações no solo, de 2½” a 4”.
Estes tubos são perfurados e recober-
Tubo de PVC rígido
Ø 40 mm perfurado no
diâmetro de 8 mm a cada
5 cm envolto por tela
de nylon # 60 ou
bidim OP 20 ou
ranhurado
sem tela

Figura 11 - Detalhe da aplicação com


fibras
Furo Ø 3” Selo de argila ou solo-cimento
mente tenaz. A presença das fibras pro-
duz concreto de baixa permeabilidade, Figura 12 - Dreno Sub-Horizontal Profundo
pois elas agem no combate às tensões de tos por manta geotêxtil ou por tela de
tração durante o início da cura, homoge- nylon, no entanto, podem ter somente
neamente, em todas as regiões da peça. microrranhuras (<0,4 mm), sem recobri-

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mento por manta ou tela. tal descendente. Trata-se de uma drena-
São drenos lineares embutidos no ma- gem pontual.
ciço, cujos comprimentos se situam, nor- O dreno linear contínuo é resultado
malmente, entre 6 e 18 m. da instalação, numa escavação, de calha
plástica drenante revestida por manta
6.3 Dreno de paramento geotêxtil ou por dreno fibroquímico. Ele
estende-se ao longo da direção vertical,
São peças que promovem o adequado
da crista até o pé do talude, aflora na ca-
fluxo às águas vindas do talude que che-
naleta de pé e é considerado um dreno
gam ao paramento. Estão graficamente
linear. Trata-se de opção eficiente, reco-
apresentadas nas Figuras 13, 14 e 15.
mendável para o projeto.
Para os drenos de paramento, ou
aqueles atrás e adjacentes ao revestimen-
6.4 Dreno de superfície
to de concreto, há o dreno linear contí-
nuo e o barbacã. As canaletas de crista e pé, bem como
O dreno tipo barbacã é resultado da as de descida d’água, são moldadas no
escavação de cavidade com cerca de 20 x local e depois revestidas com concreto
20 x 20 cm, preenchida com material are- projetado. Deve ser analisado caso a caso
noso e cuja saída é um tubo de PVC dre- o eventual efeito erosivo no despejo cau-
nante, partindo do seu interior para fora sado por esta forma de captação e condu-
do revestimento, com inclinação horizon- ção das águas.

Dreno linear Dreno pontual de


contínuo paramento - barbacã

Geotêxtil

Figura 13 - Fluxo da água nos drenos


pontuais

Canaleta Tela de
de plástico nylon
envolta por
Areia
geotêxtil ou dreno
fibroquímico PVC

Figura 15 - Detalhes dos drenos

Figura 14 - Fluxo da água nos drenos line-


ares contínuos

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7 Equipe de trabalho 7.2 Operador de perfuratriz
A equipe mínima para execução do a) Movimenta o equipamento de acordo
solo grampeado deve ser composta por: com a sequência executiva.

7.1 Encarregado geral de serviços b) Instala o equipamento no furo, obser-


vando locação e inclinação.
a) Verifica: condições de entrada e movi- c) Verifica quantidade e tamanho das
mentação de equipamentos no canteiro hastes ou dos tubos de revestimento colo-
da obra; descarregamento de equipa- cados para acompanhar a profundidade
mentos, utensílios e ferramentas; instala- perfurada.
ção da central de trabalho e implantação
geral da obra. d) Verifica mudanças de camadas do solo à
medida que a perfuração avança.
b) Verifica programação de execução
(sequência executiva) de acordo com ca- e) Verifica eventuais perdas d’água du-
racterísticas da obra e necessidades do rante a perfuração.
cliente. f) Elabora registro dos dados de perfura-
c) Coordena o DDS (diálogo diário de se- ção para inclusão no boletim.
gurança) antes do início das atividades g) Orienta auxiliares de perfuração na
diárias e instrui em relação à segurança utilização do ferramental necessário.
durante a execução dos serviços.
d) Orienta a locação dos chumbadores, 7.3 Injetador
bem como inclinação, direção e instala-
a) Prepara calda de cimento, atendendo
ção do equipamento.
determinação do projeto.
e) Orienta em relação aos procedimentos
e acompanhamento de perfuração e in- b) Coordena a conexão da mangueira
jeção. com o tubo de injeção.

f) Verifica condições de drenagem super- c) Injeta calda em volumes e pressões de-


ficial e retirada do material escavado da finidos no projeto.
obra, para permitir o livre trânsito dos d) Lança no Boletim os valores de pressão
equipamentos e do pessoal na obra. e volumes injetados.
g) Obtém do responsável pela obra libe- e) Monta e instala barbacãs, drenos de
ração formal dos serviços a executar, no paramento e DHPs.
tocante à sua locação e cotas, à medida
que os trabalhos são desenvolvidos. 7.4 Mangoteiro
h) Mantém contato com o representante
a) Verifica instalação de mangotes, bico
do cliente no campo com relação às solici-
projetor e mangueira d’água.
tações e providências para a continuidade
normal da obra. b) Posiciona o bico projetor para que este
i) Aprova o boletim, que é elaborado pelo fique perpendicular entre a superfície e
perfurador e pelo injetador. o jato de concreto, mantendo distância
da parede entre 1 e 1,5 metro, e fazendo

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sempre movimentos circulares. troles de execução do solo grampeado.
Porém, é recomendada a medição diária
c) Regula visualmente a água de hidrata-
de deformação da contenção.
ção do concreto.
d) Controla a espessura final da camada, 8.1 Chumbador
conforme o projeto.
É aceitável que haja um deslocamento
de até 15%, tanto horizontal quanto ver-
7.5 Operador de bomba de projeção
tical, do ponto previsto para o posiciona-
a) Verifica a instalação adequada do equi- mento do chumbador. Porém, a quanti-
pamento, conforme recomendação do fa- dade de chumbadores prevista no projeto
bricante. para a área contida deve ser mantida.
É desnecessário o controle rigoroso
b) Regula a pressão de contato dos discos quanto à tolerância da inclinação, acei-
e o abastecimento da bomba. tando-se uma variação em torno de 5º.
c) Regula a vazão de ar ideal para a proje- A ferragem precisa ficar centralizada
ção do concreto. e seu recobrimento deve ser totalmente
seguro.
d) Realiza procedimentos recomendados
É preciso garantir que não haja perda
tanto no início quanto no término da pro-
de calda ou de resina, pela observação,
jeção.
minutos após a injeção junto à boca do
e) Executa desentupimentos eventuais do chumbador, de que não houve decanta-
mangote. ção.
A calda de injeção deve atender as es-
f) Quando o concreto é produzido na
pecificações do projeto, sem presença de
obra, fiscaliza a dosagem da mistura.
cimentos agressivos à armação do chum-
bador.
7.6 Auxiliar geral
O fator água-cimento deve ser ajusta-
Auxilia os especialistas nas atividades do em campo, em função das condições
principais. de estabilidade da cavidade perfurada
assim como da sua permeabilidade.
7.7 Armador (Auxiliar geral) Todo chumbador deve receber, pelo
menos, uma fase de injeção além da in-
Distribui, amarra e mantém os espaça-
jeção da bainha. Esta é a técnica mais se-
mentos entre os ferros e a face do terre-
gura, pois minimiza erros operacionais,
no, conforme especificado no projeto.
assim como permite o adequado adensa-
Obs. Devido à não simultaneidade das mento do solo e, portanto, a melhor fi-
tarefas, um mesmo funcionário pode xação da barra ao solo. As injeções, além
exercer várias funções, desde que esteja de promoverem a melhor ancoragem do
qualificado. chumbador, tratam o maciço, adensan-
do-o e preenchendo fissuras.
8 Controle executivo Para o local onde foram cravados ele-
mentos de aço, não é necessária a aplica-
Não existe, até o momento, normali- ção de proteção anticorrosiva. Neste caso,
zação brasileira que regulamente os con- deve-se adotar um aço com maior espes-

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sura. Se o elemento cravado for tubular, é servadas as posições estruturais das ca-
possível a injeção posterior, desde que a madas de solo em função do corte, ajus-
cravação seja feita com ponteiras. tando, se necessário, o posicionamento
A proteção anticorrosiva com tinta po- dos chumbadores.
limérica, pintura eletrolítica ou qualquer
processo de inibição da corrosão, deve ser 8.2 Concreto projetado
eficiente e se manter mesmo com o ma-
O concreto projetado deve ter a es-
nejo das barras.
pessura controlada por meio de marcos
Como sugestão de proteção anticor-
aplicados a cada 4 m². Para sua aplicação,
rosiva, pode ser adotada a proposta da
devem ser seguidas as normas brasileiras
NBR5629 “Tirantes Ancorados no Terre-
de concreto projetado, nos casos em que
no”, publicada em 1996 pela Associação
couberem.
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
É necessário que se tenha especial
considerando o grampo como o trecho
atenção na utilização do equipamento de
ancorado de um tirante, de acordo com o
via seca em condições corretas de pressão
especificado na Figura 16.
e vazão, no cálculo correto do volume de
Tipo de aplicação da água e na cura. Como a ex-
Classes chumbador Proteção
posição atmosférica do concreto é muito
Dupla, com grande, durante a cura devem ser toma-
Permanentes em
meio agressivo*
emprego dos cuidados especiais de umidificação.
de pintura A utilização do pré-umidificador de
1 ou provisórios
anticorrosiva
em meio muito
e calda de
linha é recomendada para se obter con-
agressivo*. creto com menor reflexão, maior resistên-
cimento.
Permanentes em
cia, menor permeabilidade e com menos
meio agressivo* poeira.
2 ou provisórios
em meio me- 8.3 Drenagem
dianamente Simples, com
agressivo*. injeção de Durante a execução devem ser avalia-
calda de das e determinadas as posições e fluxos
Permanentes ou
cimento.
3
provisórios em do lençol freático, que dificilmente o são
meio não na fase do projeto. Desta forma haverá
agressivo*.
um correto ajuste no sistema de drena-
* A definição de agressividade é subjetiva e pode-se
gem.
adotar aquela proposta na NBR 5629.
Figura 16 - Proteção anticorrosiva
8.4 Geral
O ensaio de tracionamento do chum-
Para se avançar na aplicação da técni-
bador pode ser realizado para se obter
ca do Solo Grampeado, bem como para
dados para projeto. Porém, não há nor-
sua otimização, é fundamental que sejam
malização para isso. Sugerimos a execu-
realizadas medidas de deformação do
ção de ensaios em, no mínimo, 10% das
maciço. Sugerimos que estas tomadas de
ancoragens, ou em quantidade tal que
deformações sejam feitas da forma mais
seja representativa do resultado.
simples e prática possível.
Durante a perfuração devem ser ob-
Uma sugestão é a instalação de ex-

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SOLO GRAMPEADO

Medidas de deformação
para cada profundidade

Placa
de aço

Hastes individuais ancoradas Revesti-


a diferentes profundidades, mento de
revestidas e engraxadas concreto
Figura 17 - Hastes individuais ancoradas a diferentes Figura 18 - Medição de defor-
profundidades mação em obra
tensômetros múltiplos nas posições onde
a qualidade executiva. Estas visitas visam
houver maior probabilidade de deforma-
avaliar premissas de projeto bem como
ções (Figura 17). Os trechos livres das três
analisar pressões e consumos das injeções
barras do extensômetro devem ter os se-
dos chumbadores, e ensaios realizados.
guintes comprimentos:
As propostas acima visam a compila-
• a maior, com 3 m além do comprimento
ção de informações quando não há re-
do chumbador.
comendações específicas no projeto em
• a intermediária, com comprimento mé-
execução.
dio entre a maior e a menor.
• a menor com, pelo menos, 3 m de tre-
9 Manutenção do solo grampeado
cho livre.
A instalação de dois conjuntos de ex- 9.1 Paramento de concreto
tensômetros numa mesma linha vertical
A parede de concreto não exige manu-
(um a 2 metros da crista e o outro a 1,5 m
tenção especial, só as usuais para o con-
da base do paramento) pode nos indicar
creto comum.
o comportamento da cortina como um
As juntas devem ser limpas com aplica-
todo.
ção de mastique sempre que necessário.
As leituras dos extensômetros devem
Manchas eventuais de umidade no
ser diárias durante a escavação do solo e
concreto podem evidenciar uma possível
semanal nos três primeiros meses após o
ineficiência da drenagem de paramento
término dos trabalhos de contenção (Fi-
ou da drenagem profunda. Inicialmente,
gura 18). Devem ser consideradas, no mí-
deve ser feita a manutenção preventiva.
nimo, leituras de deformações de pinos,
Caso ocorram manchas de umidade
por estação total, em três faixas verticais
na superfície do concreto, este deve ser
do muro, que sejam representativas da
perfurado para se verificar o motivo des-
obra.
ta ocorrência.
Convém posicionar os extensômetros
Pode ser instalado um dreno profun-
de tal forma que possam ser feitas leituras
do adicional para eliminação da umidade
dos mesmos ao longo da vida da obra.
local.
Durante a execução da obra são fun-
damentais as visitas constantes do proje-
tista ou do consultor para que se observe

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SOLO GRAMPEADO
9.2 Drenagem de paramento
As saídas destes drenos devem sofrer limpezas constantes, de forma a não interrom-
perem o caminho aberto para o fluxo de água.

9.3 Drenagem profunda


Os drenos profundos devem sofrer manutenção anual, da seguinte forma:

• Construa um êmbolo
que penetre no DHP (a
folga entre o êmbolo e
o PVC do dreno deve ter
cerca de 1 mm). Figura
19.
Figura 19 - Folga entre êmbolo e tubo de 1 mm

• Injete água pelo êm-


bolo e, simultaneamen-
te, introduza-o até o
final do dreno. Figura 20.

Figura 20 - Introdução do êmbolo e injeção de água

• Retire o êmbolo. Figura


21.

Figura 21 - Retirada do êmbolo

Esta operação deve ser repetida diversas vezes, até a água, que sai logo após a reti-
rada do êmbolo, estar translúcida.

9.4 Manutenção da drenagem do maciço


Deve haver especial atenção à manutenção dos drenos, para que estes trabalhem
eficientemente.
• DHPs: devem estar desobstruídos e sofrer limpezas, a cada 6 meses, de forma a eli-
minar o acúmulo de material fino ou de fungos no seu entorno, diminuindo sua capa-
cidade de drenagem.
• Drenos de paramento ou barbacãs: manter sempre suas saídas desobstruídas.

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SOLO GRAMPEADO
10 Modelo de boletim de execução
Conforme boletim ilustrativo (Figura 22), são anotados todos os dados de execução
dos chumbadores.

Figura 22 - Modelo de boletim de execução dos chumbadores

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