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V Encontro de Iniciação Científica do

IFNMG – Câmpus Pirapora


Ciência Alimentando o Brasil
Outubro - 2016

Análise Dinâmica de vigas mistas com interação parcial submetida à carga


impulsiva

Resumo: A utilização de elementos mistos de aço-concreto tornou-se mais evidente através do


desenvolvimento de métodos e disposições construtivas que garantiam a funcionalidade do conjunto dos
dois materiais constituintes do elemento (década de 1960). O presente artigo visa realizar uma análise
dinâmica de vigas mistas, considerando que há deslizamento na interface de contato do aço com o
concreto, ou seja, a interação é parcial, sendo que a análise será feita para a vida bi-apoiada, submetida a
uma carga impulsiva. Será utilizado o Método dos Elementos Finitos (MEF) para análise, sendo utilizado
um elemento finito específico com deslizamento incorporado. O objetivo é determminar os históricos de
deslocamentos para diferentes métodos de integração direta, comparando entre si os resultados obtidos,
bem como comparando com resultados obtidos por outros autores.

Palavras–chave: análise dinâmica, carga impulsiva, interação parcial, método dos elementos finitos,
vigas mistas.

1. Introdução

Os elementos mistos de aço-concreto mais utilizados na construção civil são as vigas, os pilares e
as lajes, principalmente por serem formados pela associação de perfis ou chapas de aço com placas ou
elementos lineares de concreto, podendo esse ser armado ou não.
A interação na interface de contato é proporcionada por elementos denominados conectores de
cisalhamento. Sendo, portanto, necessária a compreensão do comportamento de forma isolada de cada
elemento que compõe a seção, bem como a compreensão do comportamento conjunto a partir da
interação entre os componentes proporcionada pela ligação realizada pelos conectores.
O presente trabalho tem como objetivo a análise de vigas mistas, que são geralmente, uma
aproximação de lajes de concreto ligadas mecanicamente a vigas de aço por meio dos conectores de
cisalhamento (Figuras 1a e 1b). Será considerado interação parcial, ou seja, há deslizamento horizontal
relativo na interface. A análise consiste em determinar os históricos de deslocamentos (domínio do
tempo) para uma viga bi-apoiada, sendo esta viga submetida a uma carga dinâmica impulsiva.

Figura 1 a) Piso misto formado por laje mista associada à viga de aço. b) viga mista

A simulação numérica é feita através do MEF, utilizando um elemento com dez graus de
liberdade, já utilizado para análise estática nos trabalhos de Dall’Asta e Zona (2004a), Silva (2006) e
Oliveira (2009), sendo adaptado para resolver problemas de análise dinâmica por Machado (2012). O
elemento utilizado é baseado na teoria de vigas de Euler-Bernoulli e considera o deslizamento
incorporado à sua formulação.
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Os resultados de deslocamentos máximos encontrados para o Elemento Finito utilizado neste


artigo são comparados com resultados obtidos por elementos desenvolvidos por outros autores, bem como
comparados os resultados obtidos para diferentes métodos de integração direta, sendo utilizados os
Métodos de Newmark e Wilson-Theta. Será analisado ainda, o comportamento da viga mista submetida a
um pulso para um determinado amortecimento proporcional, verificando a influência do amortecimento
no histórico de deslocamentos.

1.1. Interação na Interface de contato

Os materiais necessitam além da aderência natural entre eles, dos chamados conectores de
cisalhamento, para que possa promover uma maior interação entre as interfaces dos materiais
constituintes do elemento misto. A função dos conectores de cisalhamento é absorver os esforços
cisalhantes, de forma a proporcionar uma interação maior na interface dos dois materiais, com o intuito de
diminuir o escorregamento longitudinal dos materiais (deslizamento na interface) e também a separação
vertical da interface dos materiais (deslocamento vertical).
A interação na interface pode ser parcial ou total, sendo que na interação total não há deslizamento
na interface ou mesmo este deslizamento é tão pequeno que possa ser desprezado na análise, já na
interação parcial, o deslizamento tem participação importante para o comportamento global do sistema
misto e/ou mesmo da estrutura em que este elemento esteja inserido, devendo ser considerado. Neste
artigo será considerada a interação parcial na direção horizontal (há deslizamento) e interação total na
direção vertical (não há separação).
O esquema mostrado na Figura 2 se refere aos deslocamentos que ocorrem na viga mista, onde u1
e u2 são os deslocamentos axiais, v1 e v2 são os deslocamentos verticais, s é o deslizamento relativo na
interface e θ é a rotação da viga. Como não será considerada a separação vertical, v1 e v2 são iguais.

Figura 2 Deslocamentos na viga mista com deslizamento incorporado. (Machado, 2012)

De acordo com a Figura 2, a interação parcial na interface do aço com o concreto provoca um
deslizamento na interface, dado por:
s(x ) u2 u1 h [Eq. 01]
onde h é a distância entre os centros geométricos das seções transversais correspondentes aos materiais
constituintes da viga mista.

2. Análise Dinâmica

A carga dinâmica pode ser classificada segundo a sua forma de variação no tempo como
harmônica, periódica, transiente e impulsiva. Neste trabalho será utilizada a carga impulsiva, que se
caracteriza por uma duração muito curta. Na Figura 3 são apresentados os tipos de cargas citados acima.
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Figura 3 Tipos de cargas dinâmicas (Lima e Santos, 2008)

2.1. Vibrações Forçadas

Como há carregamento aplicado no sistema (carga impulsiva, Figura 3d), o sistema não vibra
livremente mais, mas sim as vibrações são forçadas pela carga aplicada, sendo a equação de movimento
dada por:
Md + Kd = 0 [Eq. 02]
onde M, C e K são, respectivamente, as matrizes de massa, amortecimento e rigidez, e ,
respectivamente, os vetores de deslocamentos, velocidades, acelerações e forças aplicadas (Lima e
Santos, 2008).
Neste artigo o amortecimento considerado será o proporcional de Rayleigh, que é proporcional à
matriz de massa e a de amortecimento.
Serão utilizados para a análise dinâmica numérica, os métodos de integração direta de Newmark e
Wilson-Theta, sendo que a forma de implementação é encontrada em diversos livros na literatura, com
por exemplo em Bathe (1982).

3. Formulação do elemento finito para vigas mistas

Diversos trabalhos utilizando o Método dos Elementos Finitos, para problemas de viga mista, são
encontrados. A solução do problema de viga mista, utilizando métodos numéricos, torna-se muito
interessante, pois estes métodos podem ser aplicados para todos os tipos de vigas, inclusive para os casos
mais complexos. A solução numérica do problema converge para a solução analítica à medida que a
malha de elementos finitos é refinada.

3.1. Elemento Finito

O elemento finito utilizado é composto de 10 graus de liberdade, denominado por Machado (2012)
de “SLIP10DOF”, como mostrado na Figura 4.

Figura 4 Graus de liberdade do elemento finito “SLIP10DOF” (Machado, 2012)

onde ui,j, vi e θi são os deslocamentos axiais, deslocamentos verticais e rotação, respectivamente.


Um modelo de elementos de barra tem as seguintes hipóteses cinemáticas ligadas à deformação de
um elemento da viga de Euler-Bernoulli: funções de interpolação que garantam a continuidade dos
deslocamentos verticais, axiais e das rotações nas extremidades dos elementos, onde estas últimas são
consideradas iguais às derivadas dos deslocamentos transversais. Para garantir estas exigências, deve-se
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ter no mínimo um polinômio de terceiro grau para os deslocamentos transversais, e no mínimo lineares
para os deslocamentos axiais.
A seguir são apresentadas as matrizes de rigidez e de massa do elemento em questão, porém de
forma bem reduzida, sendo toda a formulação encontrada em Machado (2012).

3.2. Matriz de Rigidez do Elemento “SLIP10DOF”

Primeiramente, são apresentadas na Figura 5, as notações utilizadas para a dedução da formulação


do problema.

Figura 5 Distâncias ao eixo do elemento “SLIP10DOF” (Machado, 2012)

Os valores de y1 e y2 são respectivamente as distâncias do eixo x aos centros das seções de


concreto e de aço, h é a distância entre os centros das seções e b e t são respectivamente, as distâncias dos
centros das seções de concreto e de aço à interface de contato dos materiais.
A Matriz de Rigidez, após diversas manipulações algébricas é dada por:
L
K (x ) B(x )T DB(x )dx [Eq. 03]
0
onde B é a matriz derivada da matriz de interpolação (Equação 4), dadas por:
N u,x 0 0
0 N u,x 0
B(x ) [Eq. 04]
0 0 N u,xx
Nu Nu hN v,x
Sendo que as funções são definidas em relação a um elemento genérico com variável generalizada
ξ ao longo do eixo axial, as funções de interpolação axiais e transversais são dadas por:
1
( 1)
2
T T
Nu Nu N uT 1 ² [Eq. 05]
1 2
1
( 1)
2
1 3 1 3
2 4 4
L 1 1 1 2 1 3
2 4 4 4 4
N vT [Eq. 06]
1 3 1 3
2 4 4
L 1 1 1 2 1 3
2 4 4 4 4
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onde as coordenadas de suas extremidades de integração são -1 e 1 e,


2
x 1 [Eq. 07]
L
Substituindo as funções de interpolação na coordenada ξ (Equações 5 e 6) na matriz B(x), obtém-
se a matriz B(ξ) é:
d
N u, 0 0
dx
d
0 N u, 0
dx
B(x ) 2 [Eq. 08]
d
0 0 N v,
dx
d
Nu Nu hN v ,
dx
onde,

d 2
[Eq. 09]
dx L
Portanto, a Matriz de Rigidez generalizada em função de ξ é dada por:
1
d
K( ) B( )T DB( ) d [Eq. 10]
dx
1

3.3. Matriz de Massa do Elemento “SLIP10DOF”

A matriz de massa consistente para o elemento finito descrito é obtida a partir da expressão da
energia cinética. Após algumas manipulações algébricas, incluindo os efeitos da inércia rotacional, a
matriz M é dada por:
L mu 0 mu v
1 1
M 0 mu mu v dx [Eq. 11]
2 2
0 mvu mvu mvv
1 2

onde suas parcelas são:


L L L
T T T
mu
1 1A1N u N udx , mu 2 2A2N u N udx , mu v 1 1S1N u N v,x dx ,
0 0 0
L L L
T T T
mu v 2S2N u N v,x dx , mvu 1S2N v,x N udx , mvu 2S2N v,x N udx ,
2 1 2
0 0 0
L
T T T T
mvv 1A1N v N v 1I 1N v,x N v,x 2A2N v N v 2I 2N v,x Nv,x dx
0
[Eq. 12 – Eq. 18]
onde é a inércia à rotação da seção. Se os eixos estiverem nos centroides, e .
Mudando para a coordenada generalizada “ξ”, a Matriz de massa é dada por:
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1
d
M( ) M( ) d [Eq. 19]
dx
1
onde,
dx 1 L
[Eq. 20]
d d 2
dx

3.4. Matriz de Amortecimento Proporcional (Amortecimento de Rayleigh)

Considerando que a matriz de amortecimento tem a propriedade de ortogonalidade em relação aos


modos de vibração (assim como as matrizes de massa e de rigidez), há como determinar o amortecimento
do tipo proporcional, dada por:
C M K [Eq. 21]
Considerando a matriz de amortecimento proporcional somente à matriz de massa:

C M [Eq. 22]

Escrevendo a equação anterior na forma modal,

Ci Mi [Eq. 23]
Como o amortecimento modal é:

Ci 2 i wo Mi [Eq. 24]
i

onde é a frequência natural.


Igualando as Equações 23 e 24, a taxa de amortecimento proporcional à matriz de massa é dada
por:

i [Eq. 25]
2wo
i

Considerando agora a matriz de amortecimento proporcional à matriz de rigidez:

C K [Eq. 26]
Da forma modal,
Ci Ki [Eq. 27]
Igualando as Equações 26 e 27, a taxa de amortecimento proporcional à matriz de rigidez fica
sendo:
Ki
i [Eq. 28]
2wo Mi
i

A formulação para o amortecimento de Rayleigh propõe a combinação dos dois casos, obtendo a
seguinte expressão para taxa de amortecimento modal:
wo
i
i [Eq. 29]
2wo 2
i
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Conhecidas duas taxas de amortecimento (definidas experimentalmente), associadas a dois modos


de vibração quaisquer especificados, relacionados a duas frequências naturais, pode-se calcular os valores
dos parâmetros α e β.
Portanto, sejam e duas taxas de amortecimento associadas a duas frequências naturais e
, utilizando da Equação 29, pode-se escrevê-la da seguinte forma:
wo wo
i j
i i [Eq. 30 e Eq. 31]
2wo 2 2wo 2
i j

Obtêm-se um sistema de duas equações e duas incógnitas, podendo ser escrito como:
1
wo
1 woi
i
i
[Eq. 32]
j 2 1 wo
wo j
j

Resolvendo para α e β:
1
wo
2wo woj wo i
i
i i
[Eq. 33]
wo 2
wo 2 1 j
j i wo
wo j
j

A seguir, na Tabela 1, são mostrados valores típicos de amortecimento ( e ), que são adotados
para se calcular os valores de α e β, e então determinar a matriz de amortecimento proporcional utilizando
a Equação 33.
Tabela 1 Valores típicos de amortecimento, STEIDEL (1989).

4. Exemplo numérico e Discussões

O exemplo analisado, será o problema de uma viga mista submetida a um pulso representado por
uma carga uniformemente distribuída que atua por um determinado período (curto) e depois é retirada. As
análises serão realizadas para o pulso de carga de 1s, obtendo os históricos de deslocamentos provocados
pela aplicação do pulso e os respectivos deslocamentos máximos.
O exemplo a ser resolvido é de uma viga mista, de seção transversal mostrada na Figura 6, para
qual, as propriedades da seção transversal e dos materiais são as seguintes: L=4m, h=0,1m, E 1=12GPa,
E2=8GPa, A1=0,015m², A2=0,0075m², I1=3,125x10-6m4, I2=1,40625x10-4m4, m1=36kg/m e
m2=3,75kg/m.

Figura 6 Viga mista


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Considerando uma carga distribuída, q 0, de 1KN/m aplicada na viga da Figura 6 e que a viga é
simplesmente apoiada.
A solução do problema para um pulso de 1s será encontrada através dos Métodos diretos de
Newmark e Wilson-Theta, variando a quantidade de passos de tempo. A duração de cada passo de tempo
será igual a 0,001s, onde, para o tempo de análise do efeito da aplicação do carregamento de 5s, são
utilizados 5000 passos de tempo. A malha utilizada é de 4 elementos finitos, sendo esta quantidade de
elementos suficientes para se obter bons resultados, não sendo necessário um refinamento maior.
Para o Método de Newmark é utilizado o parâmetro α igual a 0,25 e β de 0,5 e para o Método
Wilson-Theta o parâmetro θ utilizado é de 1,4 (Bathe, 1982).

4.1 Análise do Sistema SEM amortecimento

Considerando o sistema sem amortecimento, segundo Xu e Wu (2007), a solução analítica, para o


deslocamento máximo, de uma viga simplesmente apoiada é igual a 7,5599mm.
Os valores não consideram o amortecimento, pois são comparados com os resultados obtidos por
Xu e Wu (2007) que não consideram o amortecimento em suas formulações.
As Tabelas 2 e 3 mostram a comparação dos valores dos deslocamentos máximos exatos
encontrados por Xu e Wu (2007) e pelo elemento finito desenvolvido neste trabalho (SLIP10DOF) para
os métodos de Newmark e Wilson-Theta respectivamente. Os deslocamentos máximos ocorrem no meio
do vão (L/2), onde L é o comprimento da viga, igual a 4m.

Tabela 2 Deslocamento máximo para o Método de Newmark

Tabela 3 Deslocamento máximo para o Método de Newmark

Percebe-se que o elemento SLIP10DOF, utilizado através dos métodos de Newmark e Wilson-
Theta, oferece resultados bem próximos (erro muito pequeno) dos resultados analíticos encontrados por
Xu e Wu (2007), para o sistema sem amortecimento, mostrando a eficiência do elemento finito
implementado, para análise dinâmica, por Machado (2012).

4.2. Análise do Sistema COM amortecimento proporcional de Rayleigh

Considerando a taxa de amortecimento ξ=0,01 (amortecimento de 1%) e as duas primeiras


frequências naturais (encontradas sem a aplicação da carga impulsiva, ou seja, para vibrações livres),
10,3035Hz (64,74rad/s) e 33,4525Hz (210,19rad/s). Substituindo os valores dados na Equação 33, temos
que as constantes de proporcionalidade da matriz de amortecimento são por: α=0,9898869641 e
β=0,000072746568789.
Para o tempo de aplicação do carregamento de 1s, considerando uma carga de 1KN/m, são
apresentados nas Figuras 7 e 8, respectivamente, os históricos dos deslocamentos para diferentes tempos
de análise (1 e 5 segundos) e em seguida são comparados os deslocamentos máximos pelos diferentes
métodos com a literatura (sem amortecimento) e ainda comparados os deslocamentos máximos entre os
métodos utilizados, considerando que há amortecimento.
De forma a perceber melhor o efeito do amortecimento, na figura 7, o tempo de análise utilizado
foi de 5 segundos, visto que para tempos menores este efeito não é tão perceptível, sendo apresentados os
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resultados obtidos, respectivamente, para os Métodos de Newmark e Wilson-Theta (ambos com e sem
amortecimento).

Figura 7 Histórico de deslocamentos de 5s para um pulso de 1s. a) Método de Newmark,


b) Método Wilson-Theta

Apesar de não poderem ser comparados com resultados obtidos no trabalho de Xu e Wu (2007),
pois estes autores não levaram em consideração o efeito do amortecimento, os valores dos deslocamentos
máximos (considerando a taxa de amortecimento de 1%), é de 7,4021 mm para o método de Newmark e
7,4032 mm para o método Wilson-Theta, ou seja, valores muito próximos se compararmos entre si visto
que obtiveram bons resultados para o sistema sem amortecimento (comparados com Xu e Wu (2007),
como mostrado nas Tabelas 1 e 2, bem como se percebe facilmente nos gráficos devido a sua semelhança
(Figuras 7 e 8), podemos afirmar que obtiveram bons resultados para o sistema com amortecimento.
Como para 5s os resultados obtidos pelo elemento SLIP10DOF (através dos métodos de Newmark
e Wilson-Theta) são muito próximos, para analisar o efeito da aplicação da carga durante um tempo igual
ao tempo do pulso (1 segundo), é apresentado na Figura 8 apenas o resultado obtido apenas pelo método
de Newmark (com e sem amortecimento).

Figura 8 Histórico de deslocamentos de 1s para um pulso de 1s

Na Figura 8, percebe-se que o deslocamento máximo (com e sem amortecimento) já ocorre


durante o pulso de 1s, apesar de ser um tempo de aplicação de carga muito curto.
Neste gráfico ainda vê-se de forma mais clara que tanto para o sistema com como para o sistema
sem amortecimento, os valores máximos de deslocamentos estão um pouco abaixo de 7,5mm
considerando o amortecimento e um pouco acima de 7,5mm desconsiderando o amortecimento, ou seja,
no início os valores de deslocamentos (com e sem amortecimento) são muito próximos, mas a partir do
momento que se alcançou o deslocamento máximo, para um amortecimento de 1%, percebe-se que o
valor do deslocamento já é muito pequeno no tempo de 5s, enquanto que sem amortecimento ainda estava
em torno de 6mm o deslocamento no mesmo tempo de 5s.
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5. Conclusões

Após análises utilizando o Elemento Finito SLIP10DOF (Machado, 2012), conclui-se que tal
elemento apresenta bons resultados para o histórico de deslocamentos no domínio do tempo, quando
comparados os seus resultados com resultados obtidos por Xu e Wu (2007), ou mesmo quando
comparados os resultados entre os métodos de Newmark e Wilson-Theta.
O amortecimento de 1% utilizado é compatível com o amortecimento utilizado em estruturas,
como mostra a Tabela 1 (apesar de ser bem superior a estrutura de aço, porém metade do adotado para
estrutura de concreto). Sendo assim, adotou-se um valor intermediário, visto que a viga em análise é
composta de aço e concreto. Percebe-se que é importante considerar o amortecimento, pois as respostas,
principalmente durante o pulso e um período de tempo após cessar o carregamento, o amortecimento tem
muita influência no comportamento do sistema, ou seja, os deslocamentos diminuem de forma
considerável com um pequeno amortecimento, como era de se esperar.

Literatura citada

Livros e capítulos de livro


Bathe, K.-J. Finite Element Procedures in Engineering Analysis. Englewood Cliffs, New Jersey:
Prentice-Hall. 1982.

Lima, S. S., & Santos, S. H. Análise Dinâmica das Estruturas. Rio de Janeiro, RJ: Ciência Moderna.
2008.

Teses e Dissertações

Machado, W. G. Análise Dinâmica de Vigas Mistas com Interação Parcial. Ouro Preto, MG:
Dissertação de Mestrado, PROPEC, DECIV, Escola de Minas, UFOP. 2012.

Oliveira, C. E. Análise Não-Linear Geométrica de Vigas-Colunas com Interação Parcial. Ouro


Preto,MG: Dissertação de Mestrado, PROPEC, Escola de Minas, UFOP. 2009.

Silva, A. R. Análise Numérica de Vigas Mistas com Interação Parcial. Ouro Preto, MG: Dissertação
de Mestrado, PROPEC, DECIV, Escola de Minas, UFOP. 2006.

Artigos
Dall'Asta, A., & Zona, A. Slip Locking in Finite Elements for Composite Beams with Deformable
Shear Connection. Finite Elements in Analysis and Design, 1907-30.2004a.

Nie, J. F., & Cai, C. S. Stiffiness and Deflection of Steel-Concrete Composite Beams under Negative
Bending. Journal of Structural Engineering, 1842 -51. 2004.

Steidel, R. F. An Introduction to Mechanical Vibrations. New York: Jon Wiley. 1989.


Xu R, Wu Y. (2007). Static, dynamic and buckling analysis of partial interaction composite
members using Timoshenko’s beam theory. International Journal of Mechanical Sciences, 49 (10),
1139–55, dx.doi.org/10.1016/j.ijmecsci.2007.02.006.

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