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MANUAL DO CURSO
AGOSTO 2013
CLUBE NAVAL DE LUANDA
(Instituição de Utilidade Pública)
Fundado aos 23 de Maio de 1883
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CLUBE NAVAL DE LUANDA
(Instituição de Utilidade Pública)
Fundado aos 23 de Maio de 1883
Objectivos do CMA
Aquisição de conhecimentos que permitam uma navegação no mar com segurança
Navegação de embarcações de recreio até 3,5 toneladas de deslocamento
Navegação entre a Barra-do-Kuanza e a Barra-do-Dande, com terra à vista (máximo 5 milhas)
Aquisição da Carta de Marinheiro Amador
Nota: Será necessário pagar à Capitania de Luanda, os emolumentos para emissão da carta
Material necessário
Manual do CMA
Cabo de 1 a 2 metros de comprimento, com bitola (diâmetro) de 8 a 10 mm
Contactos
CNL: Secretariado Lúcia………………………... 222 309 743
Director Executivo Bruno Martins.................... 923 436 378
Instrutores do CMA:
Rui Albuquerque …………. 923 558 515
Eurico Corvacho................ 923 589 738
Leonel Lima....................... 917 971 953
Sérgio Freire...................... 923 287 552
Saraiva Lima..................... 923 418 471
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MANUAL
CURSO DE MARINHEIRO AMADOR
Programa Teórico
1. Embarcações
Tipos de propulsão
Partes e termos usados numa embarcação
Dimensões de uma embarcação
2. Âncoras e amarras
Conceitos
Tipos de âncoras
3. Regras Internacionais de Navegação
Definições
Regras para evitar abalroamentos no mar
Sistema de balizagem
Programa Prático
4. Massame
Tipos de cabos
Voltas e Nós
5. Navegação
Palamenta
Noções básicas sobre combate a incêndios. Utilização de extintores
Plano de viagem
Marés
Planos da costa
Linhas de posição
Comunicações no mar
6. Algumas manobras no mar
Fundear embarcação
Atracar embarcação
Manobra para recolher náufrago
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1. Embarcações
Tipos de propulsão
Vela - São todos aqueles que utilizam a força do vento como elemento propulsor;
Motor - Quando se usa um motor para produzir movimento São todos aqueles que usam motores
Mista - São aqueles que têm as duas propulsões anteriores, vela e motor e as podem usar
proa; amura
Ré – o lado para onde fica a popa; través alheta
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Alhetas – Regiões curvas junto à popa em ambos os lados da embarcação, compreendido entre
Meia-nau ou Mediania - Plano longitudinal de simetria que passa pela proa e pela popa;
Linha de água (ou Linha de flutuação) - Linha de separação entre as partes submersas e não
Obras mortas - Partes da embarcação acima da superfície da água (partes não submersas).
Calado - Altura entre a linha de água e a parte mais funda da embarcação. É a altura máxima
ou os hélices.
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2. Âncoras e amarras
Conceitos
A - Anete
B - Cepo
C - Haste
D - Braço
E - Cruz
F - Pata
G - Unha
Normalmente, a âncora está ligada a uma corrente que por sua vez está ligada a um cabo próprio. O uso
do cabo facilita o corte deste, quando a âncora fica presa ao fundo e consequentemente é perdida. Para
evitar esta situação, que acontece principalmente quando não se conhece o fundo, deve ser usado o
cabo de arinque. Este é preso à cruz da âncora numa extremidade, e na outra extremidade a uma bóia
para assinalar a posição da âncora.
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Tipos de âncoras
O tipo de ferro a usar deve ser apropriado ao tipo de embarcação e ao tipo de fundo onde irá fundear.
Apresentam-se aqui os mais usados, servindo apenas de referência.
Almirantado ou Vulgar: pode ser usado para todos os fundos mas a sua forma é um
inconveniente nas embarcações de recreio. É a âncora clássica.
Charrua (CQR): Dos ferros mais usados por unhar bem em qualquer fundo (areia, lodo ou
rocha). Tem o inconveniente de ser relativamente pesado. É normalmente a âncora de primazia.
Danforth: usado para fundos de areia. Fácil de manusear e arrumar. É normalmente usado como
ferro de reserva.
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Fateixa: usado para fundos de rocha. Normalmente usado pelos pescadores e em embarcações
pequenas, pois algumas podem encolher os braços.
Baldt: um dos melhores ferros para fundos de areia. Parecido com a Danforth em termos de
eficiência.
Garrou (está à garra) - quando não fixou bem ou soltou-se do fundo do mar (desliza no fundo do
mar).
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Com o crescimento das comunicações por via marítima, e a sua consequente internacionalização, houve
necessidade de criar regras internacionais para a navegação. São disso exemplo o Regulamento
Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar – 1972 (RIEAM-72) e o Sistema de Balizagem Marítima
da AISM/IALA.
O RIEAM-72 é para o navegante o que o Código da Estrada é para o condutor. Navegar no mar tem
regras e elas estão estabelecidas no RIEAM-72. Estas regras têm como principal propósito evitar a
ocorrência de acidentes entre navios.
Definições
Navio que alcança: embarcação que se aproxima de outra vindo de uma direcção que fique mais de
22,5 graus para ré do través desse outro, isto é, que se encontra numa posição tal em relação ao navio
alcançado que, de noite, só poderá ver o farol de popa desse navio, sem ver qualquer dos seus faróis de
borda.
Qualquer navio que alcance outro deve afastar-se do caminho deste último.
Farol de mastro
Farol de bordo
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Farol de popa
Farol de reboque
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Sistema de balizagem
O Sistema de Balizagem Marítima divide o globo em duas regiões (A e B), cuja separação entre as duas
é o Oceano Atlântico:
Região A engloba a Europa, África, Ásia e Oceânia;
Região B engloba a América do Norte, América Central e América do Sul, Japão, Coreia e
Filipinas.
A VERDE VERMELHO
B VERMELHO VERDE
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A grande diferença dos dois sistemas reside na leitura das Marcas Laterais. A marca indica o bordo que a
embarcação deve dar à mesma, e deve ser seguida por embarcações vindas do alto-mar quando se
aproximam de um porto, barra, rio ou canal (Região A).
Marcas laterais
Como já referido, devem ser seguidas por embarcações vindas do alto-mar quando se
aproximam de um porto, barra, rio ou canal, na região A; sendo o oposto para a região B.
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Forma – Cónica.
Marca - Cone verde com o vértice para cima.
Luz - Verde segundo determinado ritmo.
Marcas cardeais
As marcas cardeais, ao contrário das laterais, não dependem do sentido da balizagem. As marcas
são bóias ou balizas de cor amarela e preta, com dois alvos cónicos sobrepostos.
As marcas cardeais são usadas para marcar perigos, indicando ao navegante a zona safa de
passagem, relativamente ao perigo que assinalam sempre de acordo com um dos quatro pontos
cardeais. Esta indicação é dada pela disposição dos alvos cónicos e pela disposição relativa das
cores amarela e preta da bóia.
A cor preta nas marcas está sempre para onde apontam os alvos, ou seja:
Na marca cardeal Norte, em que os alvos apontam para cima, a cor preta estará para
cima.
Na marca cardeal Oeste em que os alvos apontam para dentro, a cor preta estará no
meio da cor amarela.
O mesmo princípio aplica-se às marcas cardeais Sul (preto em baixo) e Leste (preto nas
extremidades.
À noite, a identificação das marcas cardeais é feita através de iluminação própria luz branca e
cintilante ou cintilante rápida. A rapidez com que as luzes se acendem e apagam definem o tipo de
bóia e o número de relâmpagos define o ponto cardeal. Repare na semelhança entre o número de
relâmpagos de cada luz com as horas de um relógio:
NORTE (como 0 horas): luz cintilante contínua
LESTE (como 3 horas): 3 relâmpagos seguidos de um período obscuridade
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Marca especial
Cor – Amarela.
Forma - Facultativa.
Luz - Amarela com ritmo facultativo.
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Região A – De dia
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Região A – De noite
4. Massame
Tipos de cabos
Nós e Voltas
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Nó direito
Nó torto
Nó de azelha
Nó de trempe ou Nó de oito
Nó de escota
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Lais de guia
Volta de cunho
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5. Navegação
Palamenta
segurança.
Lista de palamenta
A. Área de Navegação:
Rádio VHF- manter escuta permanente CH 16 (156.800 Mhz);
Bússola;
GPS;
Cartas náuticas / mapas.
B. Área de Segurança:
Coletes salva-vidas aprovados;
Bujão;
Balde ou vertedouro ou bartedouro;
Esponja;
Defensas;
Ferro ou âncora;
Amarra (mínimo de 35m);
Remos ou pagaia;
Croque;
Boça;
Extintor;
Kit de primeiros socorros;
Ferramentas;
Barbatanas e óculos de mergulho;
Espelho;
Apito / sino / corneta;
Canivete;
Lanterna;
Cabos solteiros.
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Tipos de fogo:
Classe A
Combustíveis sólidos: madeira, papel, carvão, sisal;
Melhor processo para atacar este tipo de fogo é o jacto de água a alta pressão.
Classe B
Combustíveis líquidos e gasosos: gasolina, propano e butano;
O processo mais eficaz para o combater é por abafamento por manto de espuma, ou nevoeiro de
água e, simultaneamente, arrefecimento das partes em contacto.
Classe C
Instalações ou equipamentos eléctricos: motores, alternadores, transmissores, radares;
Nunca se deve utilizar água até se ter a certeza de que já não estão ligados à energia eléctrica; deve
utilizar-se anidrido carbónico, CO2, pó químico.
Classe D
Incêndios especiais;
Combustíveis altamente voláteis como o álcool e o
magnésio.
Tipos de Extintores
Extintor de Espuma Química
São um pouco antiquados e utilizam-se no combate a
incêndios de classe B; utilizam-se invertendo o extintor o
que provoca a reacção entre os seus dois elementos.
Extintor de pó químico
Constituído por um reservatório cilíndrico que contém o
pó químico e uma garrafa colocada externa ou
internamente que quando accionada aumenta a pressão
fazendo sair o pó químico; utiliza-se para incêndios
classes B e C.
Extintor de CO2
Pode utilizar-se em incêndios das classes B e C e alguns da classe D.
Extintor de Argon
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Plano de viagem
Preparação da viagem:
Durante a viagem:
Manter rádio ligado e o contacto permanente com terra (partilhar plano de viagem);
Manter constante comunicação com tripulação;
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Marés
O nível de água do mar varia, subindo e descendo, formando o fenómeno das marés. Esta alteração do
nível da água do mar é devida à atracção recíproca de astros como o Sol e a Lua, e, particularmente
desta, por estar mais próxima da Terra. A Lua, ao girar em torno da Terra em 29,5 dias, vai-se situando
em diversas posições, em relação à Terra e ao Sol, originando as Fases da Lua.
Zero hidrográfico - plano a que são referidas as sondas indicadas nas cartas.
Sonda reduzida - altura do zero hidrográfico sobre o fundo. Valor indicado nas cartas de
navegação.
Altura da maré - altura da maré sobre o zero hidrográfico, em determinado momento e local.
Preia-Mar - nível mais elevado que atinge determinada maré em relação ao zero hidrográfico.
Baixa-Mar - nível mais baixo que atinge determinada maré em relação ao zero hidrográfico.
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Marés em Luanda
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Linhas de posição
(normalmente em terra).
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Comunicações no mar
Alfabeto
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Procedimentos
Não esquecer que a SEGURANÇA é a razão principal para ter um radiotelefone a bordo, assim
trate o seu radiotelefone com o devido cuidado e sempre que possível faça ESCUTA no canal 16.
Não esquecer que sempre que oiça MAYDAY (pronuncia-se MÊDÊ), PANEPANE ou SECURITE
(pronuncia-se SÊCURITÊ), indicativos de socorro, urgência e segurança respectivamente,
deverão acabar todas as transmissões e passar à escuta e prestar ajuda, se necessário.
Estação que ouve pedido de socorro por rádio e pretende que haja silêncio no canal:
o Silence Mayday
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Quando mensagem de Mayday foi totalmente recebida e canal pode voltar para
comunicações normais, estação que pediu silêncio:
o Silence Fini
Estação que ouve pedido de socorro por rádio não tem condições de ajudar, pode em
nome da embarcação sinistrada fazer chamada espalhando a mensagem de socorro:
o Mayday Relay
Expressões chave
Acuse recepção
Afirmativo
Claro
Com interferência
Compreendido
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Escuto
Correcção
Eu soletro
Fale devagar
Fraco
Negativo
Passe a
Recebido
Repito
Terminado (over and out)
Fundear a embarcação
Quando se pretende fundear uma embarcação, deve ter-se em atenção que o comprimento da
amarração (filame) é sempre calculado em função do nível de maré mais elevado que se irá verificar
durante a estadia e, sendo em pequenas profundidades deve ter entre 2 e 3 vezes a maior altura de água
esperada. Se a profundidade for grande, superior a 25 metros, aquele valor deverá subir para 4 a 5 vezes
o fundo.
Quando são previstos ventos fortes ou ondulação deve deitar-se mais comprimento de amarra.
Escolha do fundeadouro
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Diz-se que um fundeadouro tem boa tença quando o ferro agarra com facilidade e má tença
quando o ferro tem dificuldade em segurar-se ao fundo. As cartas assinalam a natureza do fundo
e podemos considerar os fundos de:
Boa Tença, os fundos de argila, lodo duro e areia;
Tença Regular, os fundos de lodo mole e areia fina;
Má Tença, os fundos de rocha, conchas ou seixos.
Fundear
O peso do ferro tem de estar proporcional ao peso e dimensões da embarcação. O fundo pode
ser de qualidade em que o ferro se fixe solidamente ou não. A amarra tem de ser de calibre, e
portanto peso, que aguentem os esforços do vento e da vaga sobre a embarcação. Tanto o peso
da âncora como o calibre da amarra são determinados pela tonelagem da embarcação.
A bordo devem existir, pelo menos, dois ferros sendo um deles provido de amarra.
A operação de fundear pode ser feita pela proa ou pela popa, sendo mais usual a primeira. Para
fundear pela proa deve aproar-se ao vento, ou à corrente, com o ferro pronto a largar e avançar
devagar até a embarcação parar. Lançar o ferro e deixar descair a embarcação para ré, ou meter
marcha a ré, enquanto se vai largando mais amarra. Se não se descair a ré, a amarra pode cair
toda em cima do ferro e ficar presa ou entoucada.
Atracar a embarcação
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1º Método: rotação
2º Método: ButaKow
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Bibliografia
Manual para a Navegação de Recreio – Volume I, Instituto Hidrográfico, 2006 - Edição
Navegação - Náutica de Recreio, Henrique Pereira Coutinho, Xis e Êrre Estúdio Gráfico,
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