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EDUCAÇÃO INCLUSIVA – PEDAGOGIA – 1ª AULA

Prof.ª MARIA CLARA.

Educação Especial e Educação Inclusiva - Conceitos

Educação Especial

A educação especial tem os mesmos objetivos que a geral, isto é, o pleno


desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

Ainda, entendemos por educação especial, a modalidade de educação escolar,


oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais.

A diferença básica entre a educação geral e a especial é dada em termos de


local de atendimento, tipo de material pedagógico, currículo trabalhado, pessoal
envolvido e na individualização do atendimento.

A educação especial é definida como a modalidade de ensino que se


caracteriza por um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais
organizados para apoiar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços
educacionais comuns, de modo a garantir a educação formal dos educandos que
apresentem necessidades educacionais muito diferentes das da maioria das crianças
e jovens. Tais educandos, também denominados de "excepcionais", são justamente
aqueles que hoje têm sido chamados de "alunos com necessidades educacionais
especiais". Entende-se que tais necessidades educacionais especiais decorrem da
defrontação das condições individuais do aluno com as condições gerais da educação
formal que lhe é oferecida.

É importante observar que nem todo aluno com necessidades educacionais


especiais requer serviços de educação especial, ainda que possa necessitar de
tratamento ou intervenção terapêutica (Habilitação ou Reabilitação) em função de suas
condições físicas ou mentais.

“A educação especial no Brasil segue os pressupostos formulados pela Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que define a educação especial como modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas com
necessidades educacionais especiais. A educação especial é uma modalidade de
educação considerada como um conjunto de recursos educacionais e de estratégias
de apoio que estejam à disposição de todos os alunos, oferecendo diferentes
alternativas de atendimento.” (definição dada pelo MEC)

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Educação Inclusiva

A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca


perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos,
em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a
aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva,
dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento
das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. Com
força transformadora, a educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva.

O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial, a qual se
apresenta numa grande variedade de formas incluindo escolas especiais, unidades
pequenas e a integração das crianças com apoio especializado. O ensino especial é
desde sua origem um sistema separado de educação das crianças com deficiência,
fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades das crianças com
deficiência não podem ser supridas nas escolas regulares. Existe ensino especial em
todo o mundo seja em escolas de frequência diária, internatos ou pequenas unidades
ligadas à escola de ensino regular.

De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Deficiência e do


Desenvolvimento (International Disability and Development Consortium - IDDC) sobre
a educação inclusiva, realizado em março de 1998 em Agra, na Índia, um sistema
educacional só pode ser considerado inclusivo quando abrange a definição ampla
deste conceito, nos seguintes termos:

Reconhece que todas as crianças podem aprender;

Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua,


deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (HIV, hemofilia, Hidrocefalia ou
qualquer outra condição);

Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam as


necessidades de todas as crianças;

Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva;

É um processo dinâmico que está em evolução constante;

Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por falta de
recursos materiais

A educação inclusiva é um conjunto de processos educacionais decorrente da


execução de políticas articuladas impeditivas de qualquer forma de segregação e de
isolamento. Estas políticas buscam alargar o acesso à escola regular, ampliar a
participação e assegurar a permanência de TODOS OS ALUNOS nela,
independentemente de suas particularidades. Sob o ponto de vista prático, a educação
inclusiva garante a qualquer criança o acesso ao Ensino Fundamental, nível de ensino
obrigatório a todo cidadão brasileiro. De acordo com Fonseca (2003, p. 104), “educar
uma criança com necessidades educacionais especiais ao lado de crianças

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consideradas normais é um dos principais basilares da sociedade democrática e
solidária”.

Na escola inclusiva o processo educativo é entendido como uma ação social


em que todas as crianças com necessidades especiais e distúrbio de aprendizagem
têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal. Este deve ser
dosado de acordo com as necessidades dos educandos.

Mantoan (2003, p. 32) afirma que a escola inclusiva [...] provoca uma crise
escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional, que, por sua vez, abala a
identidade dos professores e faz com que seja ressignificada a identidade do aluno. O
aluno da escola inclusiva é outro sujeito, que não tem uma identidade fixada em
modelos ideais, permanentes, essenciais.

Então a Educação Inclusiva exige atendimento de necessidades especiais, não


apenas dos portadores de deficiência, mas de todas as crianças; implica em trabalhar
com a diversidade de forma interativa – escola e setores especializados; requer que
crianças portadoras de necessidades especiais saiam da exclusão e participem de
classes comuns.

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