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Faculdades do Vale do Juruena – AJES

Disciplina: Antropologia
Docente: Juliana de Paula Batista
Discente: Marcio José Felber

GARIMPO DE DIAMANTES EM JUÍNA, ASCENÇÃO E DECADÊNCIA

Entrevistado 1: Nelson José Felber.

1) Quando o Sr. Chegou à cidade de Juína e quando iniciou as atividades com


garimpo de diamantes?

R.: Cheguei na cidade no ano de 1978, adquirindo terras da antiga CODEMAT em


sociedade com meu pai e meu irmão. Iniciamos as atividades com garimpo em 1989, na
fazenda próxima à região conhecida como “arroz”, nas proximidades do distrito de Terra
Roxa.

2) Por quanto tempo o Sr. permaneceu neste ramo de atividade?

R.: Durante os anos entre 1989 e 2004. Portanto por 15 anos.

3) Quando se iniciaram as atividades garimpeiras em Juína e como foi o auge deste


ramo de atividade?

R.: Descobriram diamante em Juína aproximadamente no ano de 1987, então milhares de


pessoas vieram para cá para trabalhar com garimpo. A população da cidade cresceu muito e
o garimpo passou a movimentar o comércio. A grande quantidade de garimpeiros e a
grande quantidade de dinheiro circulando fez com que a criminalidade aumentasse muito.
No auge do garimpo, durante o final da década de 80 e início dos anos 90, a população mais
que dobrou e a quantidade de prostíbulos, de bêbados pelas ruas, de assaltos e de
assassinatos era muito alta. Muita gente ficou rica e muita gente foi a falência em busca de
diamante.

4) Quando o garimpo de diamantes começa a perder forças e por que?

R.: O garimpo começou a perder força no final dos anos 90, porque a produtividade
começou a cair e os custos de produção começaram a ficar muito altos, especialmente os
gastos com óleo diesel e com alimentação. Além disso as pressões ambientais passaram a
dificultar as atividades porque passou a ser necessário tirar licenças e as áreas para trabalho
diminuíram já que não era mais permitido explorar regiões próximas dos rios. Isso também
aumentou o custo de produção. Isso, combinado com a queda do preço internacional do
diamante levou a maior parte dos produtores a desistirem desta atividade.
Entrevistado 2: Elias Estevão Santana.

1) Quando o Sr. Chegou à cidade de Juína e quando iniciou as atividades com


garimpo de diamantes?

R.: Cheguei em 1982 e comprei um sítio perto do Distrito de Terra Roxa. Comecei a
garimpar mais ou menos no ano de 1990.

2) Por quanto tempo o Sr. permaneceu neste ramo de atividade?

R.: Ainda trabalho com garimpo, não é minha principal fonte de renda mas ainda trabalho
com garimpo. Só parei de garimpar durante alguns anos, entre 2000 e 2003.

3) Quando se iniciaram as atividades garimpeiras em Juína e como foi o auge deste


ramo de atividade?

R.: O garimpo começou no final dos anos 80. Daí a cidade encheu de garimpeiros vindos de
todos os cantos. A produção era muito grande e todo final de semana tinha um grande
número de compradores espalhados pela cidade esperando os garimpeiros chegarem para
comprar diamante. O dinheiro corria em grande quantidade, principalmente nos bordéis que
viviam sempre lotados. Os melhores lugares produtores ficavam na região do “arroz” e na
região do “180”.

4) Quando o garimpo de diamantes começa a perder forças e por que?

R.: Do ano de 2000 em diante. A produção caiu um pouco e os custos subiram muito. Fora
isso o preço do diamante começou a cair e ainda se mantém baixo. Hoje pra trabalhar
precisa investir em equipamentos pesados como escavadeiras e dar sorte de pegar uma
região com uma produtividade alta, senão não compensa.

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