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APOSTILA HIDROLOGIA 2009 Atualizada
APOSTILA HIDROLOGIA 2009 Atualizada
HIDROLOGIA
PÁGINA
I. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 04
I.1. Autor............................................................................................................ 04
I.2. A Água......................................................................................................... 04
I.3. Definição de Hidrologia.............................................................................. 04
I.4. Breve histórico da Hidrologia...................................................................... 04
I.5. Aplicações da hidrologia............................................................................. 05
I.6. O ciclo hidrológico...................................................................................... 06
I.7. O estudo da hidrologia............................................................................... 07
II. PRECIPITAÇÃO............................................................................................... 08
II.1. Definição................................................................................................. 08
II.2. Formação das precipitações.................................................................... 08
II.3. Tipos de precipitação................................................................................ 08
II.4. Medida das precipitações........................................................................ 10
II.5. Características Principais das Precipitações............................................ 11
II.6. Preenchimento de falhas nos registros de chuva de uma estação........... 12
II.7. Verificação da homogeneidade de dados................................................ 12
II.8. Curva intensidade-duração-frequência.................................................... 12
IV. INFILTRAÇÃO,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 20
IV.1. Definição................................................................................................ 20
IV.2. Fatores que influenciam na infiltração................................................... 20
IV.3. Curva de capacidade de infiltração........................................................ 20
IV.4. Medição da capacidade de infiltração.................................................... 22
V. EVAPORAÇÃO E TRANSPIRAÇÃO..................................................... 23
V.1. Evaporação.............................................................................................. 23
V.2. Fatores que influem na evaporação......................................................... 23
V.3. Medição de evaporação........................................................................... 23
V.4. Medida da evaporação da superfície das águas...................................... 24
V.5. Medida da evaporação da superfície do solo.......................................... 25
V.6. Medida da transpiração........................................................................... 26
V.7. Fórmula geral da evaporação.................................................................. 26
V.8. Fórmulas empíricas................................................................................. 26
V.9. Evapotranspiração em bacia hidrográfica............................................... 27
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VI.2. Algumas grandezas que caracterizam o escoamento superficial........... 29
VI.3. Algumas definições................................................................................ 29
VI.4. Determinação da linha de separação da precipitação efetiva................. 30
VI.5. Curva-chave de uma seção de rio ou canal............................................ 31
VI.6. Previsão de vazões a partir de precipitações.......................................... 32
VI.7. Previsão de cheias e determinação de enchente de projeto................... 35
VI.7.1. Definições..................................................................................... 35
VI.7.2. Estimativa da cheia de projeto...................................................... 36
VI.7.3. Período de retorno de uma descarga............................................. 36
VI.7.4. Obtenção da relação entre o risco, vida útil e período de retorno 37
VI.7.5. Determinação do período de retorno de vazões........................... 38
VI.8. Manipulação de dados de vazão...................................................... 39
VIII. BIBLIOGRAFIA
3
4
I. INTRODUÇÃO
I.1. Autor
I.2. A Água
O Brasil possui 13,7% da água doce do planeta e 80% das águas brasileiras estão nos
rios da Amazônia.
A água é indispensável para a sobrevivência humana. Sua crescente utilização tem
conduzido não só à redução de disponibilidade como também à degradação da qualidade. O
aumento da demanda é conseqüência direta do crescimento populacional, do desenvolvimento
industrial e do aumento de outras atividades humanas. Grande parte das formas de utilização
da água resulta em resíduos, que por sua vez podem causar poluição.
Ciência que trata da água na terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas
propriedades físicas e químicas, suas relações com o meio ambiente, incluindo suas relações
com a vida.
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A Hidrologia é uma ciência jovem, tendo seu maior desenvolvimento neste século, sob
a pressão do grande impulso que foi dado às obras hidráulicas.
Os insucessos que vinham acontecendo anteriormente com as obras nos rios,
resultantes principalmente de estimativas insuficientes de vazões de enchente, traziam
conseqüências desastrosas que se agravavam com a ampliação do porte de obras, o progresso
e desenvolvimento das populações ribeirinhas, bem como repercussões sobre a economia das
nações pelo colapso operacional desses empreendimentos.
Devido à importância do controle da poluição e do planejamento das bacias
hidrográficas, a partir da década de 1970, uma maior conscientização da população a respeito
dos problemas ambientais deu novo impulso aos estudos e à aplicação da hidrologia.
c) Drenagem
c.1) Estudo das características do Lençol Freático.
c.2) Estudo das condições de alimentação e escoamento natural do lençol,
precipitação, bacia de contribuição e nível d'água dos cursos.
g) Controle da erosão
g.1) Análise de intensidade e frequência das precipitações máximas, determinação
do coeficiente de escoamento superficial.
g.2) Estudo da ação erosiva das águas e proteção por meio da vegetação e outros
recursos.
h) Navegação
Obtenção de dados e estudos sobre construção e manutenção de canais navegáveis.
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i) Aproveitamento hidrelétrico:
i.1) Previsão das vazões máximas, mínimas e médias dos cursos d'água para o
estudo econômico e dimensionamento das instalações.
i.2) Verificação da necessidade de reservatório de acumulação, determinação dos
elementos necessários ao projeto e construção do mesmo: bacias hidrográficas, volumes
armazenáveis, perdas por evaporação e infiltração.
A representação esquemática não deve levar a uma idéia simplista do fenômeno que é,
na realidade, muito complexo.
O movimento de circulação do ciclo hidrológico se processa a custa da energia solar.
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Energia Solar Quando o sol começa a esquentar a água, ocorre evaporação. É ela que vai
formar as nuvens que irão resultar na chuva.
Chuva Quando há uma grande concentração de gotas, as nuvens ficam pesadas e é
formada a chuva. A água que cai sobre a terra servirá para animais, plantas e seres humanos.
Vento O vento move as nuvens, fazendo com que as chuvas sejam distribuídas por toda a
extensão terrestre.
Oceano A água do oceano evapora com a energia solar e ajuda a formar as nuvens de
chuva.
Transpiração A água retida nas plantas e na terra vai para a atmosfera e ajuda na
formação das nuvens de chuva através da transpiração.
Água Subterrânea A água subterrânea vai para a atmosfera e ajuda na formação das
nuvens de chuva através da transpiração da terra e das árvores quando elas são aquecidas pela
energia solar.
Evaporação A água dos rios, lagos e oceanos evapora com a energia solar e forma as
nuvens.
Neve e gelo A neve e o gelo escorrem pelo interior da terra e ajudam na formação das
nuvens, seja pela transpiração das árvores e terra, seja pela evaporação de rios e oceanos.
Rios e Lagos A água dos rios e lagos evapora com a energia solar e ajuda a formar as
nuvens.
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II. PRECIPITAÇÃO
II.1. Definição
a) Precipitações ciclônica:
Estão associadas com o movimento de massas de ar de regiões de alta pressão para
regiões de baixa pressão. Essas diferenças de pressão são causadas por aquecimento desigual
da superfície terrestre.
A precipitação ciclônica pode ser classificada como frontal ou não frontal. Qualquer
baixa de pressão pode produzir precipitação não frontal com o ar sendo elevado devido a uma
convergência horizontal em áreas de baixa pressão. A precipitação frontal resulta da ascensão
do ar quente sobre o ar frio na zona de contato entre duas massas de ar de características
diferentes. Se a massa de ar se move de tal forma que o ar frio é substituído por ar mais
quente, a frente é conhecida como frente quente, e se por outro lado, o ar quente é substituído
por ar frio, a frente é fria.
São de longa duração e apresentam intensidade de baixa a moderada, espalahdno-se
por grandes áreas. Este tipo de precipitação é importante, principalmente, no desenvolvimento
e manejo de projetos em grandes bacias hidrológicas.
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b) Precipitações orográficas ou de relevo:
As precipitações orográficas resultam de ascensão mecânica de correntes de ar úmido
horizontal sobre barreiras naturais, tais como montanhas.
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II.4. Medida das precipitações
a) Pluviômetros
São simplesmente receptáculos de água, cujas leituras são feitas geralmente em
intervalos de 24 horas (7 horas da manhã), em recipientes graduados. Como exemplo, temos o
pluviômetro tipo "Ville de Paris", muito utilizado no Brasil.
b) Pluviógrafos
São aparelhos que registram em gráfico o total de precipitação acumulada ao longo do
tempo, indispensáveis para estudos de precipitação de curta duração.
Tanto os pluviômetros quanto os pluviógrafos, costumam ter superfície receptora
circular com área entre 200 e 500 cm 2 e são geralmente instalados a 1,50 m do solo. Devem
ser instalados de tal forma que não sofram influências de árvores, prédios ou outros
obstáculos.
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II.5. Características Principais das Precipitações
Altura pluviométrica
Geralmente fornecida em centímetros ou milímetros e a medida é realizada nos
pluviômetros.
Intensidade pluviométrica
Relação entre a altura pluviométrica e a duração da precipitação. Geralmente
expressa em mm/h, cm/h, mm/min.
Duração
Período de tempo contado desde o início até o fim da precipitação (h ou min).
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a) Método da média aritmética
Consiste em determinar a média aritmética das medidas dos aparelhos
localizados na região.
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II.6. Preenchimento de falhas nos registros de chuva de uma estação
Muitas estações apresentam falta de dados para determinados dias por ausência do
operador ou defeitos no aparelho. Como existe necessidade de trabalhar com séries contínuas,
as falhas devem ser preenchidas. Costuma-se utilizar dados de 3 estações próximas, da
seguinte forma:
Sendo N1, N2, N3 e Nx as médias de precipitações nas 3 estações e na que estamos
preenchendo falhas, e sendo P1, P2, P3 e Px as precipitações respectivas na data da falha:
É feita pela análise de duplas massas e permite verificar se houve mudança de local,
das condições do aparelho ou modificação do método de observação. Consiste em construir
uma curva duplo acumulativa, na qual são relacionados os totais anuais acumulados de
determinado posto com a média acumulada dos totais acumulados de todos os postos da
região (qualquer mudança de declividade ou desvio na reta indica anormalidade).
Chuva em uma região pode ser definida se intensidade, duração, e frequência das
várias chuvas intensas são conhecidas. Para uma estação, geralmente, são conhecidas as
intensidades das chuvas para diversas durações, tais como 5, 10, 15, 30, 60 e 120 min. Estes
dados podem ser usados para determinação da frequência de ocorrência das chuvas. Estes
dados de frequência podem ser representados pelas curvas de intensidade x duração.
Exemplo de uma curva intensidade x duração para Vitória:
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Vitória - Intensidade de Chuva
220,00
Tr = 5 anos
i = -38,076Ln(td) + 50,627
R2 = 0,9988
200,00
Tr = 10 anso
i = -41,443Ln(td) + 5 7,821
180,00 R2 = 0,9989
Tr = 25 anos
i = -45,124Ln(td) + 68,334
160,00 R2 = 0,9989
)
/h
m Tr = 50 anos
(m 140,00
e i = -47,766Ln(td) + 76,667
d
a
d
R2 = 0,9993
i
s
n
e
t
In
100,00
80,00
60,00
40,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10
Duração (h)
Onde,
i = intensidade máxima média para a duração; e,
t, t0 e n são parâmetros a determinar.
Onde,
T = período de recorrência ou de retorno da chuva.
C, K e m são constantes a determinar.
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Período de retorno é o tempo médio, em anos, que uma chuva leva para ser igualada
ou superada (intensidade).
Metodologia
A partir de dados de chuvas intensas (i e t), traça-se um gráfico com os logaritmos (log
i x log t). Unindo-se os valores com o mesmo período de retorno obtém-se uma série de
curvas paralelas.
Por tentativas, verifica-se qual o valor de t0 que torna o gráfico log i x log (t+t0) uma
linha reta.
A partir da equação geral:
Sendo esta uma equação de linha reta, os parâmetros log, C e n, podem ser obtidos do
gráfico ou dos mínimos quadrados.
A determinação dos coeficientes K e m pode ser feita utilizando o método gráfico ou
dos mínimos quadrados.
Para a fórmula obtida a partir da equação geral, temos:
São Paulo
Curitiba
B. Horizonte
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III. BACIA HIDROGRÁFICA OU BACIA DE DRENAGEM
III.1. Definição
É uma área drenada por um curso d'água ou por
uma série de cursos d'água tal que toda vazão efluente
seja descarregada através de uma só saída, na porção
mais baixa do seu contorno.
Outro conceito:
Bacia hidrográfica ou de drenagem de uma seção
de um curso d'água é a área geográfica sobre a qual as
águas precipitadas, que escoam superficialmente, afluem
à seção considerada.
b) Fator de forma
É a relação entre largura média da bacia e o comprimento axial da mesma.
O comprimento (L) é obtido seguindo o curso d'água mais longo desde a
desembocadura até a cabeceira mais distante. A largura média é obtida pela divisão da área
(A) pelo comprimento.
Um fator de forma baixo sugere uma menor tendência às enchentes que outra bacia de
mesmo tamanho e fator de forma maior.
É constituído pelo rio principal e pelos seus afluentes. O estudo das ramificações é
importante, pois indica a maior ou menor velocidade com que a água deixa a bacia.
1 1
2
1
1
1
3 2
2 1
1 1
18
Dd < 0,5 Km / Km2 - drenagem muito pobre.
Dd > 3,5 Km / Km2 - bacia excepcionalmente bem drenada.
Lt
a) Curva hipsométrica
Gráfico cota x área percentual da bacia situada acima da cota de referência. As áreas
são obtidas a partir das curvas de nível na bacia.
cotas
0 100 % percentagem
da área
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Onde:
e = elevação média entre duas curvas de nível consecutivas;
a = área entre as duas curvas de nível;
A = área total.
elevações
distância
d) Retângulo equivalente
Retângulo com área igual à da bacia, com lados l e L:
curvas de
nível
Perenes: Contém água durante todo o tempo. O lençol subterrâneo mantém uma
alimentação contínua e não desce abaixo do leito do curso d'água.
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Efêmeros: Existem apenas durante ou imediatamente após o período de precipitação,
só transportando o escoamento superficial.
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IV. INFILTRAÇÃO
IV.1. Definição
É o processo pelo qual a água penetra nas camadas superficiais do solo e se move para
baixo, em direção ao lençol d'água.
Capacidade de infiltração (f): É a máxima taxa com que um solo, em uma dada
condição, é capaz de absorver água, depois de certo tempo ‘t’.
Taxa de infiltração: Taxa de água que infiltra no solo. A taxa de infiltração só é igual
à capacidade de infiltração, quando a chuva for de intensidade superior ou igual a esta
capacidade.
zona de solo
umidade
do solo zona intermediária nível do lençol
zona capilar
camada impermeável
Umidade do solo: Solo úmido tem menor capacidade de infiltração que o solo seco.
f0
fc
t (h)
f0 = capacidade de infiltração inicial.
fc = constante de infiltração.
Onde:
f = capacidade de infiltração em qualquer instante.
Solução da equação
Tomando logaritmos:
Onde: y = t
m = -1 / (k log e)
x = log (f - fc)
C = [1 / (k log e)].log (f0 - fc)
log (f - fc)
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IV.4. Medição da capacidade de infiltração
superfície
do solo
Também são utilizados simuladores de chuva, que são dispositivos que criam chuvas
artificiais com taxas de precipitação controladas sobre os infiltradores com objetivo de
reprodução das condições reais.
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V. EVAPORAÇÃO E TRANSPIRAÇÃO
V.1. Evaporação
Transformação da água em vapor como conseqüência da incidência de raios solares.
Outros fatores:
Temperatura da superfície
Quanto maior a temperatura da superfície, maior a energia cinética das moléculas e
maior o número de moléculas que escapam da superfície.
Salinidade da água
Os sais dissolvidos na água reduzem a pressão de vapor de uma superfície de água.
Por isto a evaporação é mais lenta em águas salgadas.
Pressão barométrica
Quanto maior a altitude, menor a pressão barométrica e maior a intensidade da
evaporação (a influência da pressão é pequena).
Algumas definições:
Evaporação potencial: Perda d'água para a atmosfera de uma superfície líquida (ou
sólida saturada) exposta livremente às condições ambientais.
Transpiração: Perda d'água para a atmosfera na forma de vapor, decorrente das ações
fisiológicas e físicas dos vegetais.
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Evapotranspiração potencial: Perda d'água por evaporação e transpiração de uma
superfície tal que:
- Esteja totalmente coberta;
- Teor de umidade esteja próximo da capacidade do campo.
Evaporímetro Ordinário
É um recipiente cilíndrico de eixo vertical (enterrado ou não), aberto para a atmosfera,
contendo água no estado líquido. O abaixamento do nível da água no evaporímetro mede o
quociente V/A, sendo V o volume de água que se evaporou durante um intervalo de tempo
considerado e A a área da secção reta do recipiente.
O mais usado é o tanque classe A do U.S. Wheater Service, que é um recipiente
cilíndrico com diâmetro 121,9 cm e altura 25,4 cm, sendo cheio com água até 5 cm da borda.
A medida da evaporação é obtida a partir do decréscimo de nível d’água no tanque. As
medidas são feitas através de um linímetro.
Evaporímetro Atmômetros
São evaporímetros em que a superfície é porosa (cerâmica, papel de filtro, e etc.) e
embebida em água.
Costuma-se usar o evaporímetro Piche, um tubo longo e reto, de seção circular com
uma extremidade fechada e outra aberta. A sua extremidade costuma ter uma presilha metálica
para permitir fechá-la por meio de um disco circular de papel absorvente. O tubo é cheio de
água e pendurado por um olhal para suspensão do aparelho. A água embebe o disco de papel e
evapora para o ambiente. A altura d’água evaporada, para um certo intervalo de tempo, é
obtida pela diferença de altura no início e no fim do intervalo.
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V.5. Medida da evaporação da superfície do solo
Lisímetro
Constituído de caixa estanque, enterrada no solo, aberta na face superior e contendo o
terreno que se quer estudar. A amostra recebe as precipitações no local (medidas por
luviômetro ou pluviógrafo próximo), e o solo é drenado no fundo da caixa, sendo medida a
água recolhida.
E = P - I + AR
E = evaporação do solo
P = precipitação
I = água drenada
AR = quantidade de água acumulada no lisímetro, medida a partir de determinações
de umidade em vários pontos.
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V.6. Medida da transpiração
Fitômetro fechado
Recipiente estanque contendo terra para alimentar a cultura. A tampa do fitômetro
evita a entrada da precipitação e a evaporação da água do solo. São adicionadas quantidades
conhecidas de água.
E = C (es - e)
Onde:
C = função de vários elementos meteorológicos;
es = pressão de saturação à temperatura da superfície;
e = pressão de vapor do ar.
Inúmeras fórmulas foram obtidas a partir da equação de Dalton. Entre elas, serão
citadas duas:
E = 0,131 V2 (es - e2)
E = 0,13 (1 + 0,72 V2)(es - e2)
Temperatura (°C) 0 5 10 15 20
Pressão de vapor (mca) 0,062 0,089 0,125 0,174 0,238
Temperatura (°C) 25 30 35 40
Pressão de vapor (mca) 0,322 0,431 0,572 0,75
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que é envolvido por uma gaze saturada de água), e o outro é chamado de bulbo seco. A
temperatura do bulbo úmido é menor que a do bulbo seco. A diferença é chamada de
depressão do bulbo úmido e é usada para, com uso de tabela, determinar a umidade relativa
do ar.
Para determinação da velocidade do vento podem ser usados anemômetros ou
anemógrafos que medem tanto a velocidade, quanto a direção do vento. Os anemógrafos
registram em gráficos a velocidade e a direção do vento.
Algumas fórmulas:
P + R = Q + E + R + AR
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Quando o período de observação for muito longo, AR é muito pequeno em relação a P
e Q:
Então:
E = P - Q (déficit de escoamento)
Fórmula de Contagne: D = P - k P2
k = 1 / (0,8 + 0,14 T)
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VI. ESCOAMENTO SUPERFICIAL
VI.1. Definição
a) Climáticos
- Intensidade de chuva;
- Duração de chuva;
- Precipitação antecedente.
b) Fisiográficos
- Área da bacia;
- Forma da bacia;
- Probabilidade;
- Topografia;
- Capacidade de infiltração.
c) Obras hidráulicas
Barragens
Diminuem a velocidade de escoamento superficial.
a) Vazão ou descarga
C = Vescoado / Vprecipitado
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Hidrógrafa, hidrograma ou fluviograma: Gráfico que representa a vazão em uma
seção do curso d'água em função do tempo. Pode ser constituído por uma linha
contínua ou traços horizontais correspondendo a vazões médias em determinado
intervalo.
Ex.:
precipitação
precipitação
efetiva
2
escoamento
escoamento
superficial
1
3 4
precipitação
Esta metodologia poderia ser usada se a taxa de precipitação em nenhum instante fosse
interferir na capacidade de infiltração. Entretanto, na maioria dos casos reais, a taxa de
precipitação é durante algum tempo inferior à capacidade de infiltração resultante em
distorções da curva capacidade de infiltração.
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Uso de índices de infiltração
A curva de capacidade de infiltração não pode ser aplicada a grandes bacias ou áreas
heterogêneas, pois em cada ponto a capacidade de infiltração e a precipitação variam de ponto
para ponto. A separação da precipitação efetiva é feita, geralmente, usando índices de
infiltração médios.
Índice 0
Taxa de chuva acima da qual o volume de chuva iguala o volume de escoamento
superficial.
precipitação precipitação
efetiva
Para uma região, usa-se média ponderada, levando em conta as áreas com diferentes
características.
É uma curva que relaciona as vazões da seção com os respectivos níveis d'água. Para
diversos níveis são medidas vazões por qualquer método, geralmente por molinetes
fluviométricos, e traça-se um gráfico pelos pontos obtidos.
33
régua limnimétrica
Q x
x x x
x
x
x
Q1
H1 H
a) Método racional
Serve para a estimativa da vazão máxima de cheia (pico) a partir de dados de
precipitação. Utilizado apenas para pequenas bacias, é o método mais utilizado em drenagem
urbana (dimensionamento de bueiros, galerias, etc.), drenagem de rodovias, ferrovias, entre
outros.
Q = c i A / 3,6
34
Q = pico de vazão, m3/s.
i = intensidade média de precipitação sobre a bacia, com duração igual ao tempo de
concentração da bacia, mm/h.
A = área de drenagem da bacia, km2.
c = coeficiente de "runoff".
tc = 57 (L3 / H)0,385
tc em minutos;
L = comprimento do talvegue, km;
H = máxima diferença de nível, m.
Definição
É a hidrógrafa resultante de uma precipitação efetiva com altura unitária (1 cm, 1 mm,
1 inch, etc.).
tp
tr
qp x
G
tp = Ct (L.Lc)0,3
T = 3 + 3 tp / 24
36
VI.7. Previsão de cheias e determinação de enchente de projeto
VI.7.1. Definições
Nenhum método existe para prever exatamente chuvas máximas e vazões máximas.
Estas só podem ser estimadas levando em conta o risco de ocorrências de maior vazão que
pode ser aceito. Várias são as metodologias disponíveis para esta estimativa.
Q = Vazão máxima;
K = coeficiente;
A = área drenada, em km2.
A
Fórmula de Drager Q = 196
L
Q = vazão máxima;
A = área da bacia, em km2;
L = comprimento da bacia, em km.
Fórmula de Kresnik Q = 32 a
0.5 a
Q = vazão máxima;
a = área de drenagem em km2;
Coeficiente entre 0,03 e 1,61.
37
Outras fórmulas empíricas correlacionam vazão máxima com características físicas da
bacia, precipitação e escoamento superficial.
Entre elas a mais utilizada é a fórmula do método racional, já mostrada e analisada
anteriormente.
É o tempo médio, em anos, que uma chuva leva para ser igualada ou superada (vazão).
No estabelecimento do período de retorno para a vazão de projeto devem ser
considerados os seguintes fatores:
- Vida útil da obra;
- Tipo de estrutura;
- Facilidade de reparação;
- Perigo de perdas de vida.
k = 1 - pn
k = 1 - (1 - P)n
k = 1 - (1 - 1 / Tr)n
1
Tr =
1 (1 k) 1/n
38
n = vida útil da obra
k = risco permissível
T=n/m
Traça-se o gráfico “Q x p (%)” ajustando-se, aos pontos, uma curva. Sendo fornecido
qualquer período de retorno (T1), calcula-se a probabilidade de ocorrência de vazão igual ou
maior que aquela a ser obtida:
1
p (%) = 100
T1
Obs.: Nos dois casos podem ser usados gráficos com vazões em escala natural e
probabilidade ou períodos em escala logarítmica.
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Outras metodologias:
Vários métodos foram obtidos para cálculo de vazões com determinado período de
retorno. Entre eles podemos citar Gumbel, Fuller, Foster, e Distribuição normal.
A seguir apresenta-se o método Gumbel, por ser um dos mais precisos
conceitualmente.
y = (x - xf) Sn / Sx
Onde:
xf = x - Sx.(yn / Sn)
_
x = média da variável x.
yn e Sn = média e desvio padrão da variável reduzida.
Sx = desvio padrão da variável x.
T Y
5 1,5
10 2,25
50 3,902
100 4,600
200 5,296
500 6,214
1000 6,907
_
n yn Sn
20 0,52 1,06
30 0,54 1,11
40 0,54 1,14
50 0,55 1,16
100 0,56 1,21
40
Na aplicação do método de Gumbel, pode-se usar solução gráfica, onde descargas, em
escala natural (ordenadas) x período de retorno, em escala logarítmica. Existe papel
apropriado para isto (papel de Gumbel). Tenta-se ajustar uma linha reta pelos pontos.
Podem-se utilizar também métodos computacionais, como mostrado o a seguir.
Diagramas de frequência
São obtidos dividindo o intervalo entre a vazão mínima e a vazão máxima, em
intervalos menores com igual amplitude, contando o número de ocorrências de vazões em
cada intervalo e traçando-se o diagrama de frequência x vazões.
Descargas características
São descargas que dão noção sobre o regime do curso d'água: - Descarga máxima;
- Descarga média;
- Descarga mínima.
Vazão 25% - vazão acima da qual o rio permanece 25% do período estudado (ex.
25% de 1 ano = 91 dias).
Vazão 50% - idem, para 50% (ex. 50 % de 1 ano = 182 dias).
Vazão 75% - idem, para 75% (ex. 75 % de 1 ano = 273 dias).
41
VII. RESERVATÓRIOS E BACIAS HIDRÁULICAS
VII.1 Conceitos/Finalidades
Para sua sobrevivência, os aglomerados urbanos, as indústrias e as atividades
agrícolas, utilizam as águas superficiais dos cursos d’água naturais. Nem sempre o deflúvio de
água durante todo o ano é suficiente para suprir a demanda necessária a sobrevivência
humana e animal, nem aos interesses econômicos. Muitas vezes é preciso a reservação de
água para atender esta demanda. Neste âmbito, estão os reservatórios de estiagem, que
buscam regularizar as vazões do rio, acumulando os deflúvios das enchentes, ou parte delas e
retirando para consumo essa água acumulada somada às vazões próprias do rio, nas ocasiões
de estiagem. Os reservatórios de estiagem não exercem ação modificadora sobre os regimes
de enchentes.
Os reservatórios também são utilizados para atenuar cheias, especialmente em locais
onde há constância de inundações. Esses reservatórios modificam os regimes de enchentes
dos rios, retendo os deflúvios de cheias em sua bacia e liberando as vazões efluentes,
gradativa e adequadamente, de forma a reduzir ou eliminar efeitos inconvenientes de
inundação que as vazões naturais, afluentes às cabeceiras do reservatório, poderiam provocar
a jusante dele.
São também chamados de reservatórios de acumulação ou regularização.
As circunstâncias freqüentemente conduzem à criação de reservatórios de múltiplas
finalidades, nas quais são regularizadas as vazões de forma a garantir uma vazão mínima que
seja a soma das necessidades de diversas formas de consumo.
Neste texto será tratado com ênfase maior, apenas o reservatório de estiagem que,
daqui para diante será assim designado ou simplesmente pelo termo "reservatório".
Para criação dos reservatórios barram-se os cursos d’água, obrigando-se a elevação do
nível d’água a montante da barragem, e provocando a inundação do vale do rio.
A área inundada constitui a bacia hidráulica do reservatório e corresponde à parte mais
baixa da bacia hidrográfica, alcançando uma certa extensão da barragem para montante.
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Supondo a vazão de consumo constante, "Qc", inferior a vazão mínima natural do rio,
não há dificuldade no atendimento e o rio poderá ser captado "ao fio d’água", isto é, sem
qualquer regularização de vazão.
Se a vazão de consumo for igual a "Qc", superior à vazão média do rio, não é possível
o atendimento pois, no tempo total considerado, o deflúvio produzido pelo rio seria inferior ao
deflúvio de consumo. Nessa situação será necessário lançar mão de outros mananciais para
complementar o consumo.
Se a vazão de consumo for igual a "Qc", superior à vazão mínima do rio e inferior à
média, é possível, em princípio, ser atendido o consumo, regularizando-se as vazões de
estiagem por meio de um reservatório.
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- barragens de contrafortes;
- barragens de arco ou abóbada;
- barragens de enrocamento.
Barragens de terra
As barragens de terra são construídas em maciços de materiais terrosos, relativamente
impermeáveis, homogêneos (barragens homogêneas) ou distribuídos em zonas (barragens
zoneadas) ou faixas de granulometria e características definidas, com taludes suaves que
garantem a sua estabilidade.
a) Barragem homogênea
crista ou
coroamento
N.A.
cortina de
vedação
N.A.
zona
zona zona zona zona
A
B C D E
cortina de
vedação
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Barragem de contra forte
As barragens de contrafortes são constituídas por estruturas suportes, contrafortes de
concreto armado, que transmitem ao terreno as resultantes dos esforços de pressão recebidos
pelas estruturas de vedação, compostas por placas delgadas de concreto.
placas de
N.A vedação
.
contra forte
Barragens de enrocamento
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As barragens de enrocamento possuem faixas ou núcleos que garantem sua
impermeabilização, podendo ser de granulometria crescente, fazendo transição, até as faixas
mais exteriores, de materiais pétreos (membrana de asfalto).
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VIII. BIBLIOGRAFIA
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