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ENGENHARIA CIVIL

NBR 5626 2020 – Conexão Cruzada SAP


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NBR 5626 2020 – CONEXÃO CRUZADA SAP

Instalações Prediais de Água Fria e Quente (SPAFAQ)


1. Níveis de Temperatura da Água Quente:

• Requisitos gerais – A temperatura da água no sistema de armazenamento e distribui-


ção de água quente deve atender às necessidades dos usuários e aos usos preten-
didos. Devem ser adotados materiais e componentes adequados ao valor máximo
de temperatura que atenda à situação de operação normal e, quando aplicável, em
processos de desinfecção. Deve ser previsto meio de alívio ou proteção dos compo-
nentes da tubulação, caso a temperatura da água ultrapasse o valor máximo previsto
em projeto;
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• Limitação da temperatura – Valores e limites de temperatura do sistema de armaze-


namento e de distribuição são funções das características dos sistemas de geração
de calor (como eletricidade, gás, solar, entre outros), do tipo de armazenamento (por
exemplo, centralizado, distribuído, entre outros) e da estrutura de distribuição. Trechos
de tubulações que podem conduzir água com nível de temperatura acima de 70 °C
devem ser identificados, isolados e protegidos;
• Limitação da temperatura dentro de ambientes sanitários – A temperatura da água em
tubulações de distribuição de água quente dentro de ambientes sanitários, dotados de
misturadores convencionais, deve ser limitada a 70 °C. Caso temperaturas superio-
res sejam adotadas, deve-se obrigatoriamente incluir meios de limitar a temperatura
máxima da água fornecida aos pontos de utilização, mediante recurso de segurança
intrínseca com atuação automática.

Onde houver possibilidade de a temperatura da água quente ultrapassar 45ºC em pontos


de utilização de água quente para uso corporal, deve-se empregar recurso de segurança
intrínseca com atuação automática para limitar a temperatura a este valor.

Obs.: No caso de duchas higiênicas, jardins de infância e determinadas clínicas e hospi-


tais, a temperatura máxima de uso recomendada é 38 °C.

• Temperatura nas superfícies – Deve ser previsto isolamento térmico em superfícies


expostas de componentes do sistema predial de água quente (reservatórios térmicos,
trechos de tubulações e outros componentes) para evitar a ocorrência de possíveis
queimaduras;
• Proteção de componentes – Os componentes do sistema predial de distribuição de
água fria devem ser projetados de modo a ficar convenientemente abrigados de fontes
de calor internas e externas ao edifício, a exemplo da exposição direta à radiação
solar, da proximidade excessiva de tubulações conduzindo água quente, do embu-
timento em pisos com painéis radiantes para calefação ambiente. Onde necessário,
deve-se prever isolamento térmico adequado para estes componentes. Trechos de
tubulações de água fria que estejam próximos ou cruzem tubulações de água quente
devem ser protegidos contra a correspondente transmissão de calor;
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• Prevenção de acidentes com temperaturas elevadas – Onde a temperatura do sistema


de água quente puder exceder 90 °C, devem ser tomadas precauções para evitar
consequências danosas ao sistema e aos usuários. Os sistemas de aquecimento
devem conter os dispositivos de controle operacional necessários ao seu funciona-
mento seguro;
• Dispositivos e meios de segurança devem estar acessíveis;
• Dilatação térmica – Quando há uma tubulação de água quente, deve-se fazer uma lira
ou deixar o tubo um pouco “frouxo” entre as liras e os cabos de sustentação de modo
que a dilatação térmica linear possa ocorrer o movendo e sem causar problemas.
Deve ser considerado no projeto o efeito da dilatação e contração térmicas das tubula-
ções e especificadas as condições de instalação para cada tipo de material, respeita-
das as respectivas normas de produto e de aplicação. O projeto deve contemplar ele-
mentos ou mecanismos que permitam absorver as movimentações térmicas, sempre
que necessário, como liras ou juntas de expansão. Nos casos em que não exista esta
possibilidade, devem ser previstos sistemas de ancoragem, suportes, tubos e cone-
xões que resistam às tensões mecânicas e ao processo de fadiga.

Requisito de braço de flexão tubulação de distribuição de água quente


ΔL: dilatação térmica linear
2. Proteção contra Refluxo de Água:
Como visto anteriormente, a separação atmosférica padronizada (SAP) deve ser de no
mínimo 2 (dois) centímetros para evitar o refluxo da água; ela constitui, portanto, o recurso
mais efetivo de prevenção ao refluxo, considerando os valores mínimos indicados na Tabela
5m
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a seguir. Outros recursos podem ser utilizados desde que apresentem resultado satisfatório,
como a separação atmosférica não padronizada e o quebrador de vácuo.

Obs.: Quebradores de vácuo não constituem proteção contra o refluxo de água onde ocor-
re o mecanismo de vasos comunicantes.

d (mm) S (mm)
≤ 14 ≥ 20
14 < d ≤ 21 ≥ 25
21 < d ≤ 41 ≥ 70
D > 41 ≥ 2d

SAP SAP reservatório inferior

• EX – extravasor;
• REC – recalque;
• NA – nível d’água (máximo);
• AP – alimentador predial;
• CN – dispositivo automático de controle de nível;
• L – distância mínima entre o ponto de suprimento ou de utilização e qualquer obstáculo
periférico (L ≥ 3d);
• S – separação atmosférica mínima.
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Em edifícios de múltiplos pavimentos alimentados a partir de reservatório superior, além


da separação atmosférica, cada coluna de distribuição deve dispor de meio capaz de admi-
tir ar por ocasião do seu esvaziamento e de expulsar durante o enchimento, assim como de
expulsar bolhas segregadas que se formam naturalmente com o sistema em operação. A
solução adotada não pode criar trechos de estagnação de água. A operação do registro de
fechamento da coluna de distribuição não pode impedir a atuação do recurso adotado como
meio de proteção não localizada.
Para a aplicação de recursos de ventilação, como válvulas ventosas (que expulsam o ar),
verificar a faixa de pressões de operação, que definem o melhor ponto de aplicação.

Obs.: Se estão todos os registros juntos (registros de gaveta), tem-se um barrilete


concentrado.
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Em residências unifamiliares alimentadas a partir de um reservatório superior, a proteção


de todos os pontos de utilização da rede predial de distribuição pode ser obtida pela venti-
lação da rede de distribuição de maneira análoga a válvulas ventosas; no caso de válvula
de descarga alimentada por rede de distribuição exclusiva, esta ventilação não é requerível.
Devem ser previstas medidas de proteção sanitária para que não haja risco de o sistema pre-
dial de água comprometer a qualidade sanitária da água da fonte de abastecimento predial.

DIRETO DO CONCURSO
1. (VUNESP/2013/DESENVOLVE/SP) No projeto das instalações hidráulicas prediais,
deve ser prevista uma separação atmosférica vertical entre a saída do ponto de supri-
mento ou de utilização de água e o nível de transbordamento dos aparelhos sanitários,
caixas de descarga e reservatório.
Quando se utiliza tubulação com diâmetro interno de até 14 mm, a separação atmosfé-
rica mínima é:
a. 20 mm.
b. 25 mm.
c. 50 mm.
d. 65 mm.
e. 70 mm.

Instalações Prediais de Água Fria


1. Conexão Cruzada e Retrossifonagem:

• Conexão cruzada – Qualquer ligação física através de peça, dispositivo ou outro arranjo
que conecte duas tubulações das quais uma conduz água potável e a outra água de
qualidade desconhecida ou não potável. Através dessa ligação a água pode escoar de
uma para outra tubulação, sendo o sentido de escoamento dependente do diferencial
de pressão entre as duas tubulações. A definição também se aplica à ligação física que
se estabelece entre a água contida em uma tubulação da instalação predial de água
fria e a água servida contida em um aparelho sanitário ou qualquer outro recipiente que
esteja sendo utilizado;
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• Refluxo de água – Escoamento de água ou outros líquidos e substâncias, proveniente


de qualquer outra fonte, que não a fonte de abastecimento prevista, para o interior da
tubulação destinada a conduzir água desta fonte. Incluem-se, neste caso, a Retrossi-
fonagem, bem como outros tipos de refluxo como, por exemplo, aquele que se estabe-
lece através do mecanismo de vasos comunicantes;
• Retrossifonagem – Refluxo de água usada, proveniente de um reservatório, aparelho
sanitário ou de qualquer outro recipiente, para o interior de uma tubulação, devido à
sua pressão ser inferior à atmosférica.

A imagem abaixo exemplifica com uma mangueira de jardim e um balde no qual a água
está entrando devido à diferença de pressão, o que é feito com uma válvula quebradora de
10m
pressão para evitar que a água entre na instalação hidráulica:

A contaminação da rede de distribuição a partir das peças de utilização é possível devido


ao contato de águas servidas com a agua potável da rede. O ponto onde este contato pode
vir a ocorrer denomina-se “conexão cruzada”, ou seja, “CrossConnection”.
A conexão cruzada pode ainda ser dividida em:

• Direta – É aquela que permite o fluxo da água de um sistema para outro, simplesmente
existindo uma pressão diferencial entre os dois, como por exemplo, duas canalizações
totalmente submersas em um reservatório;
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• Indireta – O fluxo de água no sentido da rede está sujeito a uma situação anormal,
que venha aproximar a água servida o suficiente da extremidade do ponto de utiliza-
ção para que esta possa ser succionada para a tubulação, como por exemplo, uma
banheira entupida que tem a torneira consequentemente afogada.

Em ambos os casos de conexão cruzada é necessário que haja uma queda de pressão
na rede para induzir o refluxo da água. O refluxo em uma conexão cruzada do tipo indireto
é denominado “retrossifonagem”. Notar que na retrossifonagem a torneira do aparelho que
está sifonado deve estar aberta.
Soluções:
a) Separação atmosférica padronizada – Separação física (cujo meio é preenchido por
ar) entre o ponto de utilização ou ponto de suprimento e o nível de transbordamento do reser-
vatório, aparelho sanitário ou outro componente associado ao ponto de utilização;
b) Separação atmosférica não padronizada:

Exemplo de retrossifonagem com conexão cruzada


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c) Quebrador de vácuo (incorporado ou não à peça de utilização, como na mangueira de


jardim da imagem mostrada):

Obs.: A descrição na imagem abaixo consta em norma desatualizada.

DIRETO DO CONCURSO
2. (OBJETIVA CONCURSOS/2019/ENGENHEIRO CIVIL/PREFEITURA DE CANDÓI)
Nas instalações prediais de água potável, o dispositivo destinado a evitar o refluxo por
sucção da água nas tubulações se chama:
a. Caixa de quebra-pressão.
b. Automático de boia.
c. Extravasor.
d. Torneira de boia.
e. Quebrador de vácuo. 

3. (FCC/2016/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MATO GROSSO DO SUL-MS) Considere


as seguintes definições utilizadas na NBR 5626:
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I – qualquer ligação física através de peça, dispositivo ou outro arranjo que conecte
duas tubulações das quais uma conduz água potável e a outra água de qualidade des-
conhecida ou não potável.
II – tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais.
III – tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório de água de uso
doméstico.
IV – tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização.
As definições I, II, III e IV correspondem, respectivamente, a:
a. sub-ramal, conexão cruzada, coluna de distribuição e alimentador predial.
b. coluna de distribuição, conexão cruzada, alimentador predial e sub-ramal.
c. alimentador predial, coluna de distribuição, sub-ramal e conexão cruzada.
d. conexão cruzada, coluna de distribuição, alimentador predial e sub-ramal.
e. sub-ramal, coluna de distribuição, alimentador predial e conexão cruzada.

COMENTÁRIO
• Pode ajudar a relembrar o assunto o mnemônico ABC, no qual A vem de caixa d’água,
B vem de barrilete (que pode ser ramificado ou concentrado) e C vem de coluna de
distribuição (ramal e sub-ramal até seu ponto de consumo);
• O alimentador predial faz parte do sistema RCA (ramal, cavalete e alimentador predial
ou ramal interno).

2. Condições Sanitárias Mínimas (Técnica de Edificar Walid Yazigi)

• Proteção contra a contaminação e a introdução de materiais indesejáveis na água – A


instalação predial de água fria precisa ser executada e projetada de maneira a impedir
a contaminação e a introdução de materiais indesejáveis na água, que possam acar-
retar quaisquer riscos à saúde ou efeitos psicofisiológicos nocivos;
• Proteção da rede de distribuição – Quando forem utilizados aparelhos passíveis de
provocar retrossifonagem, é necessário proteger a rede de distribuição, conforme o
indicado a seguir.

3. Sistema de distribuição Indireta por gravidade:


Nesse sistema, pode ser adotada uma das alternativas indicadas a seguir:
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• Os aparelhos passíveis de provocar retrossifonagem podem ser instalados em coluna,


barrilete e reservatório independentes, previstos com finalidade exclusiva de abas-
tecê-los; ou
• Os aparelhos passíveis de provocar retrossifonagem serão instalados em coluna, bar-
rilete e reservatório comuns a outros aparelhos ou peças, desde que seu sub-ramal
esteja protegido por dispositivo quebrador de vácuo, nas condições previstas para sua
instalação.

GABARITO
1. a
2. e
3. d

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Pedro Murga.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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