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E-book: Desenergização e o Aterramento Temporário 2015

DESENERGIZAÇÃO
EO
ATERRAMENTO
TEMPORÁRIO

Universo Lambda | Eng. Edson Martinho


E-book: Desenergização e o Aterramento Temporário 2015

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 3

1.1 As Normas Regulamentadoras .................................................................................................. 3

1.2 Regulamento X Normas Técnicas .............................................................................................. 6

2 A NORMA REGULAMENTADORA NÚMERO 10 ...................................................................... 7

2.1 A importância da análise de risco .............................................................................................. 7

3 DESENERGIZAÇÃO ....................................................................................................................... 10

3.1 Sinalização ................................................................................................................................... 11

3.2 Bloqueio e Sinalização ............................................................................................................... 12

4 REENERGIZAÇÃO .......................................................................................................................... 14

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 16

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E-book: Desenergização e o Aterramento Temporário 2015

INTRODUÇÃO

O objetivo deste e-book é discutir a desenergização dos circuitos, e o aterramento


temporário como uma das medidas de proteção. Esta, entre outras medidas, é
imprescindível na garantia da saúde e segurança das pessoas que de alguma forma
vão interagir com o circuito que foi desenergizado. O aterramento temporário vai
garantir que, na ocorrência de alguma falha no procedimento, a equipotencialização e
acionamento de dispositivos de proteção, minimizando os efeitos decorrentes do uso
inadequado da energia elétrica.

1.1 As Normas Regulamentadoras


As Normas Regulamentadoras, conhecidas como “NR´s” ou simplesmente
“Regulamentos” tem por função regulamentar e fornecer orientações sobre os
procedimentos necessários ou obrigatórios para a obtenção de um determinado
resultado. Estes regulamentos são sempre criados e geridos por órgãos do governo
como é o caso da ANVISA, por exemplo. No nosso mundo, a eletricidade, o conjunto
de normas regulamentadoras emitidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE,
são as mais conhecidas e estão relacionadas com a segurança, saúde e medicina do
trabalho. Atualmente estes regulamentos do MTE formam um conjunto de 36
documentos que são listados abaixo:

• Norma Regulamentadora Nº 01 - Disposições Gerais

• Norma Regulamentadora Nº 02 - Inspeção Prévia

• Norma Regulamentadora Nº 03 - Embargo ou Interdição

• Norma Regulamentadora Nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho

• Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

• Norma Regulamentadora Nº 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI

• Norma Regulamentadora Nº 07 - Programas de Controle Médico de Saúde


Ocupacional

• Norma Regulamentadora Nº 07 - Despacho SSST (Nota Técnica)


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• Norma Regulamentadora Nº 08 – Edificações

• Norma Regulamentadora Nº 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

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• Norma Regulamentadora Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

• Norma Regulamentadora Nº 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de


Materiais

• Norma Regulamentadora Nº 12 - Máquinas e Equipamentos

• Norma Regulamentadora Nº 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão

• Norma Regulamentadora Nº 14 - Fornos

• Norma Regulamentadora Nº 15 - Atividades e Operações Insalubres

• Norma Regulamentadora Nº 16 - Atividades e Operações Perigosas

• Norma Regulamentadora Nº 17 – Ergonomia

• Norma Regulamentadora Nº 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da


Construção

• Norma Regulamentadora Nº 19 - Explosivos

• Norma Regulamentadora Nº 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

• Norma Regulamentadora Nº 21 - Trabalho a Céu Aberto

• Norma Regulamentadora Nº 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

• Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios

• Norma Regulamentadora Nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

• Norma Regulamentadora Nº 25- Resíduos Industriais

• Norma Regulamentadora Nº 26 - Sinalização de Segurança

• Norma Regulamentadora Nº 28 - Fiscalização e Penalidades

• Norma Regulamentadora Nº 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho


Portuário

• Norma Regulamentadora Nº 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho


Aquaviário

• Norma Regulamentadora Nº 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na


Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura

• Norma Regulamentadora Nº 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde

• Norma Regulamentadora Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

• Norma Regulamentadora Nº 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na indústria Naval

• Norma Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em altura

• Norma regulamentadora Nº 36 – Abate e processamento de carnes e derivados


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Estas normas são citadas no capítulo V, título II da CLT – Consolidação das Leis do
Trabalho e foram aprovadas pela Portaria 3214 de 8 de junho de 1978, além de terem
aplicação obrigatória em todas as empresas brasileiras regidas pela CLT.

Um ponto importante a esclarecer é que uma norma regulamentadora é primeiramente


elaborada ou revisada por uma comissão tripartite, composta por representantes do
governo, de empregadores e de empregados, portanto é um documento de consenso
entre os atores do cenário a que se aplica. Também é interessante informar que qualquer
norma regulamentadora elaborada pela comissão tripartite também passa por um processo
de avaliação pública, conhecida como “consulta pública”, onde a sociedade tem acesso ao
texto base e podem opinar, enviando sugestões, críticas e colaborações para que o texto
seja melhorado e atenda a todas as necessidades de segurança e saúde dos envolvidos.

E por último, mas não menos importante, é um


documento oficial do Governo e de aplicação
obrigatória nos termos da lei, sendo fiscalizado
pelas superintendências regionais do trabalho e
passíveis de punição, que vão desde multas até
o impedimento de funcionamento da empresa
infratora.

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1.2 Regulamento X Normas Técnicas

Uma norma regulamentadora tem o objetivo expressar o que se deve fazer para garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente atuem em um determinado
serviço. Quando o caso é eletricidade, a norma de número 10 – NR-10 tem em seu primeiro item esta
definição:

10.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos e as condições MINIMAS,


objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a
garantir a SEGURANÇA e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam
em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

Já a norma técnica, que é de uso opcional*, na sua concepção, já que é elaborado pela sociedade e
publicado por uma associação, tem o objetivo de informar o como fazer para garantir a segurança,
conforto e qualidade. Traduzindo as experiências bem sucedidas em cada etapa.

Podemos afirmar que as normas técnicas são os complementos para as normas regulamentadoras,
pois uma diz o que fazer e a outra o como fazer.

Veja uma representação da relação entre normas regulamentadoras e normas técnicas.

NR-10 Governo

O que fazer
Regulamento
(Requisitos essenciais)

Norma O como fazer

NBR 5410 NBR 14039 6


Sociedade

Nota: * As normas técnicas se tornam obrigatórias a partir de dispositivos legais como o código de defesa do consumidor,
leis municipais, a própria NR-10 entre outras.

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2 A NORMA REGULAMENTADORA NÚMERO 10


A norma regulamentadora número 10 do Ministério do Trabalho e Emprego foi publicada em
1978 como parte de um conjunto de normas para garantia da segurança e saúde do
trabalhador e teve seu texto alterado em 2004 para se transformar em uma norma de gestão
da segurança para trabalhadores e usuários que tenham contato direta ou indiretamente
com a eletricidade.

A NR-10 como é conhecida têm, em sua essência, requisitos para esta garantia, mas que
deve sempre integrar medidas de controle de todos os riscos. Foi escrita e revisada de
maneira a permitir esta integração de forma adequada por todos os segmentos da indústria,
comércio e mesmo residência, pois em locais de habitações multifamiliares, há sempre
funcionários contratados em regime CLT e, portanto, passam a ser motivo de garantia de
segurança e saúde, sendo abrangidos pela norma.

NR-10

Norma de gestão da segurança para trabalhadores e usuários que


tenham contato direta ou indiretamente com a eletricidade.

Não se devem imaginar a NR-10 como uma receita de bolo onde todos os ingredientes e
proporções estão escritos, assim como a metodologia de se fazer com tempos, quantidades
e condições. A NR-10, por ser uma norma de gestão, define o que deve ser feito, mas é
você em conjunto com todos os envolvidos e usando técnicas que se adequem a
necessidade da situação (empresa, por exemplo), é que vão definir a melhor forma de
garantir a segurança de todos.

2.1 A importância da análise de risco


A norma NR-10 traz a necessidade de análise de risco e quase todos os itens, pois é um
requisito importante para a vida. O item 10.2.1, por exemplo, diz: Em todas as intervenções
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em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco
elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a

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garantir a segurança e a saúde no trabalho.

Poderíamos até ignorar este item se houvesse a cultura de se preocupar com a segurança
através de uma análise de risco, mas é muito comum encontrar atividade que sequer teve
uma pequena avaliação. A maioria, quando é feita, é feita de forma muito sucinta e
despretensiosa, deixando de lado muitas condições que deveriam ser analisadas para
garantir a real segurança. O texto que usei como exemplo cita - adotar medidas preventivas
e de controle do risco através de técnicas de análise de risco.

O uso de umas das técnicas disponíveis é muito importante. Não cabe aqui discorrer sobre
elas, mas apontá-las como HAZOP – Hazard and Operability Studies, APR – Análise
Preliminar de Risco, AMFE – Análise de Modo de Falha e Efeito ou FMEA como é
conhecida pela sigla em inglês, além de outras técnicas.

O texto ainda faz referência ao principal objetivo de toda a norma que é “garantir a
segurança e saúde do trabalhador”, e este deve ser o objetivo.

Voltando a análise prévia dos riscos envolvidos em uma atividade e sua importância, não
somente no trabalho dentro da indústria, mas em qualquer situação, vamos tomar como
base qualquer atividade rotineira, como por exemplo, lavar o chão de casa:

O planejamento do trabalho é importante e para isso separamos os insumos,


equipamentos e produtos que serão usados. No caso desta atividade, vamos
separar a mangueira e conectá-la à torneira, separamos também o produto que
será usado para a lavagem, como sabão, por exemplo, uma vassoura ou
esfregão e, por fim, um rodo e panos para secar (caso não seque ao sol).

Normalmente, este é o procedimento que uma dona de casa precisa. Mas vamos lembrar
que faltam algumas coisas: Inicialmente, quais os EPI´s – Equipamentos de Proteção
Individual - e EPC´s, Equipamentos de Proteção Coletiva são necessários.

Sugiro que se respondam algumas perguntas:

 Será que a dona de casa pode lavar o chão descalçada?


 Será que não vão passar pessoas por aquele chão durante a lavagem?
 Ela vai lavar somente o chão ou vai aproveitar e lavar as paredes também
(neste caso, as perguntas são: existe eletricidade, equipamentos ou qualquer
elemento que possa ser danificado?).
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Observem que são inúmeras pendências que ficam em uma simples lavagem de chão. É aí
que entra a análise de risco. Uma avaliação criteriosa iria verificar que a pessoa que

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executará o serviço precisa de calçado antiderrapante e outros EPI´s


para sua segurança, também avaliará que é necessário proceder a
avisos sobre o piso escorregadio, e até barreiras para impedir que as
pessoas passem por aquele local. A verificação e instrução do lavador
sobre os riscos envolvidos de escorregamento e choque, entre outros, é
outro ponto a ser detectado na análise e por aí vai...

Observaram como é importante uma análise de risco bem elaborada? Com esta análise você poderá
adotar as medidas necessárias, estabelecer procedimentos e garantir que qualquer atividade seja
elaborada com segurança.

Lembre-se – até um saltador de paraquedas avalia todos os riscos antes de saltar.

Faça você o mesmo e sempre, em qualquer atividade.

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3 DESENERGIZAÇÃO

Sabemos que a DESENERGIZAÇÃO é prioridade na proteção coletiva e deve ser usada sempre que
for possível. O trabalho em circuitos energizados deve sempre ser evitado, pois aumenta os riscos de
forma significativa.

O item 10.5 da NR 10 estabelece que para um circuito ser considerado desenergizado, ele deve seguir
alguns passos que listo abaixo:

a) Seccionamento;
b) Impedimento de reenergização;
c) Constatação da ausência de tensão;
d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos
circuitos;
e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo I);
f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

Observe que o Item A desta sequência cita o seccionamento, ou seja, é o que na maioria das vezes as
pessoas entendem como ‘desligar’ e confundem com a desenergização. Seccionar é desligar o
equipamento, mas não é desenergizar, como podemos confirmar nos itens subsequentes que
compõem a desenergização.

O impedimento de reenergização é garantido por bloqueio e sinalização, que veremos mais à frente,
da mesma forma com a sinalização,

Outro passo importante é a instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos


condutores dos circuitos. Esta prática garante que em qualquer energização acidental que venha
acontecer, o sistema de proteção irá ser atuado e a equipotencialização será forçada. Na prática, você
curto-circuita os condutores e leva para a terra de forma a gerar um grande curto circuito no sistema
fazendo os dispositivos de proteção atuarem, garantindo a segurança de quem estiver trabalhando.

O processo de instalação é relativamente simples, mas deve ser seguido rigorosamente conforme
descrito muito bem pelos colegas João Barrico e Joaquim Gomes em seu MANUAL DE AUXÍLIO NA
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA NOVA NR10.

Item D: Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos.
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Constatada a inexistência de tensão, um condutor do conjunto de aterramento temporário deverá ser
ligado à terra e ao neutro do sistema, quando houver, e às demais partes condutoras estruturais
acessíveis. Na sequência, deverão ser conectadas as garras de aterramento aos condutores fase,

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previamente desligados, obtendo-se assim uma equalização de potencial entre todas as


partes condutoras no ponto de trabalho. Observe-se que este procedimento está sendo
realizado em uma instalação apenas desligada o que pressupõe os cuidados relativos à
possibilidade de ocorrência de arcos. É importante controlar a quantidade de
aterramentos temporários implantados de forma a garantir a retirada de todas as
unidades antes da reenergização.

3.1 Sinalização
Eu tenho um amigo que ao ministrar uma palestra e falar da importância da sinalização,
ele diz mais ou menos assim:

Você sairia para viajar com seu carro, por


uma serra, sinuosa....à noite... chovendo.....
sem iluminação.....sem faróis no seu
carro..... e sem sinalização na estrada?

Pois bem, a sinalização está intimamente


ligada à segurança. No exemplo que citei,
se o dia estiver chuvoso e a iluminação
ruim, mas houver as marcas na estrada para
você se balizar, e placas que possam identificar o caminho, a sua segurança aumenta e
o risco diminui.

Na empresa não é diferente. A sinalização deve ser sempre clara e com o máximo de
informação possível e importante. Observe que em qualquer situação de trabalho, por
mais que o trabalhador conheça seu trabalho, avisos de segurança são necessários e
podem ajudar muito na definição da tarefa ou da ação.

Recorrendo à NR-10 novamente, vemos que o item 10.10 versa sobre sinalização de
segurança, e neste caso a segurança é nos serviços com eletricidade.

Vejamos o texto:

10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização


adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo
ao disposto na NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre
outras, as situações a seguir: 11

a) identificação de circuitos elétricos;

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b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;

c) restrições e impedimentos de acesso;

d) delimitações de áreas;

e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de


cargas;

f) sinalização de impedimento de energização;

g) identificação de equipamento ou circuito impedido.

O texto é claro no que diz respeito às aplicações ou objetivos da sinalização. Mas observe que ele
remete a outra NR, a de número 26, que tem como objetivo definir cores, rotulagem preventiva e fichas
com dados de segurança de produtos químicos. Desta forma, o simples uso de etiquetas sinalizadoras
de cor já pode auxiliar na interpretação dos tipos de riscos, ou natureza dos riscos, a que estão
expostos os colaboradores que entram na zona controlada.

3.2 Bloqueio e Sinalização


Já tivemos a oportunidade de falarmos sobre a importância da sinalização e as regras que algumas
normas definem para que a sinalização seja eficiente. Agora vamos falar sobre a relação da
sinalização com o bloqueio de energias perigosas.

Antes, vamos discorrer um pouco sobre os tipos de energias perigosas. Não somente a energia
elétrica, mas a energia térmica, energia mecânica - como energia de molas, por exemplo, e a energia
hidráulica ou pneumática são energias que podem ser perigosas e a análise de risco irá definir se
devem, ou não, ser bloqueadas e sinalizadas.

Pela OSHAS 29 CFR 1910.147 (Controle de energia perigosa – Bloqueio e Sinalização) define-se que
em locais de assistência técnica e manutenção, as energias perigosas devem ser bloqueadas com o
intuito de não causar acidentes, vejamos duas partes do texto:

Escopo. (i) Essa norma abrange a assistência técnica e a manutenção de máquinas e


equipamentos no qual a energização ou inicialização não esperada das máquinas ou
equipamentos, ou a liberação de energia armazenada pode causar ferimentos aos funcionários.
Essa norma estabelece os requisitos mínimos de desempenho para o controle.
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Finalidade. (i) Esta seção requer que os empregadores estabeleçam um programa e utilizem
procedimentos para adicionar dispositivos de bloqueio apropriados ou dispositivos de sinalização
para as fontes de energia e fora isso para desabilitar máquinas ou equipamentos para evitar a

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energização, inicialização ou liberação não esperada de energia armazenada a fim de evitar


ferimentos aos funcionários.

Observe que o texto fala de energização ou inicialização não esperada, por este motivo é
que devemos bloquear a energia para que ela não seja acionada acidentalmente. Este
bloqueio deve ser realizado por meio que garanta a não energização acidental.
Normalmente, se usa artifícios como cadeados. É importante ressaltar que é recomendado
que se elabore um programa, que inclui avaliação do risco, definição do bloqueio
apropriado, o procedimento para sinalização, e a sequência que deve ser utilizada para
cada uma das etapas.

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4 REENERGIZAÇÃO

Vamos falar agora da reenergização, ou seja, do procedimento que deve ser tomado após o término
do trabalho.

O primeiro passo é verificar se o equipamento está em perfeito estado e todos os trabalhos que
estavam sendo realizados foram feitos a contento.

Em seguida, verifique se toda a equipe que participava do processo foi retirada da zona controlada,
ficando somente as pessoas responsáveis pela reenergização.

Verifique se todos os controladores de energia se encontram na posição neutra.

Na sequência, remova os dispositivos de bloqueio de todos os pontos de energia, seguindo os passos


previstos no procedimento de desbloqueio.

Para finalizar, notifique por escrito e verbalmente, todos os envolvidos no processo de que o
equipamento está liberado para ser utilizado.

Registre todos os dados em um diário para que possa ser consultado caso seja necessário.

A NR-10, traz em seu escopo a sequência para a reenergização. Esta sequência está descrita no item
10.5.2, que reproduzo a seguir:

10.5.2: O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para
reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a sequência de procedimentos
abaixo:

a) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;


b) Retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de
reenergização;
c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções
adicionais;
d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização;
e) Destravamento se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.

Observem que, de forma semelhante, os passos seguem praticamente a mesma sequência e se


preocupam com a remoção das pessoas que não estarão envolvidas com a reenergização, a remoção
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dos bloqueios, alertando para que sejam removidos na sequência adequada, e a comunicação da
liberação para o trabalho que deve ser sempre de forma clara.

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Tivemos a oportunidade de discorrer sobre a energização e desenergização. Espero que tenha


ajudado a melhorar o entendimento sobre o tema e, principalmente, que tenha sido um bom motivo
para ficar mais atento quando for executar um serviço.

Lembre-se que tão importante quanto o procedimento para desenergização é o


de reenergização, pois todos devem levar em consideração a segurança de
quem irá trabalhar na manutenção, reforma ou qualquer atividade que envolva
energia.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste e-book foi o de discorrer, sucintamente, sobre os requisitos que envolvem a

desenergização e reenergização de circuitos elétricos, com base na Norma Regulamentadora Número

10 - NR-10.

Tivemos a oportunidade de apresentar alguns pontos importantes amparados em normas, para que a

energização e desenergização de um ou mais circuitos sejam realizados de forma segura, mas, antes

de tudo, é importante criar a consciência de que a vida deve ser preservada e os riscos avaliados de

forma constante, principalmente quando o assunto é eletricidade que não perdoa.

Naturalmente este e-book não esgota o assunto, mas sim estimula a busca por literaturas que possam

formar o conceito de segurança em qualquer atividade, sobretudo a de eletricidade.

Espero poder ter contribuído para esta discussão e fico a disposição para continuar a contribuição.

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Quem é Edson Martinho?

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@EdsonMartinho

O engenheiro eletricista Edson Martinho é formado pela Universidade de Mogi das Cruzes – SP e
possui pós-graduações nas áreas de Docência do Ensino Superior e Marketing.

Atua no setor elétrico e energético há mais de 20 anos, sendo que há mais de 15 anos profere
palestras por todo o país (e fora dele) sobre diversos temas relacionados às instalações elétricas
de baixa tensão, segurança com eletricidade e distúrbios da energia elétrica. Estima-se que já
tenha proferido mais de 2 mil palestras.

É fonte e colunista de diversas publicações especializadas, tendo escrito vários artigos sobre
temas relacionados à eletricidade com segurança e qualidade.

É diretor executivo e fundador da ABRACOPEL – Associação Brasileira de Conscientização para


os Perigos da Eletricidade, atualmente vice-presidente da Associação de Engenheiros e
Arquitetos de Salto-SP, idealizador do Portal Universo Lambda, sócio-diretor da Lambda
Consultoria, empresa especializada em prestar assessoria às empresas com problemas de energia
elétrica. A Lambda Consultoria possui um braço de treinamento, a Lambda Cursos, que 17
administra os cursos ministrados pelo Eng. Edson Martinho.

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