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Direito Civil IV – P2

09/05/2017
Empreitada – art. 610 e ss.

Trata-se de uma modalidade de prestação de serviço onde o empreiteiro se compromete com o


dono da obra a realizar uma obra mediante remuneração e sem vínculo de subordinação, tendo as
seguintes características: bilateralidade, consensualismo, natureza comutativa, onerosidade e não
solene.
A empreitada pode possuir as seguintes espécies:
1) Quanto à execução:
a) Empreitada simples ou de lavoro (ou ainda de serviços) – são aquelas onde o empreiteiro
estabelece a obrigação de executar a obra, porém o material é fornecido pelo dono da obra;
b) Empreitada mista – é aquela onde o empreiteiro se compromete a executar a obra
fornecendo o material.
2) Quanto à fixação do preço: Existe uma outra classificação levando-se em consideração a
fixação do preço, que são:
a) Sob administração – quando se leva o preço de custo;
b) A empreitada propriamente dita – que é pelo preço máximo;
c) A preço fixo – quando o empreiteiro estabelece previamente o custo total da obra, também
chamada de empreitada global;
d) A preço por medida – quando é estabelecido o pagamento por etapas;
e) E de valor reajustável – quando se vai adequando o valor de acordo com a necessidade da
obra.
Na empreitada simples ou de lavoro, o empreiteiro só se responsabiliza pelo seu serviço, não
pelo material, que é fornecido pelo dono da obra. Contudo, o empreiteiro tem o dever de orientar qual
material deve ser comprado, ou avisar que o material comprado não é de boa qualidade ou não é o
ideal, podendo inclusive, neste caso, se recusar a prestar o serviço, já que ele se responsabiliza pelo
serviço feito.
Na empreitada mista o material fornecido pelo empreiteiro deve estar de acordo com o
pactuado com o dono da obra. Nesse caso, o empreiteiro se responsabiliza tanto pelo seu serviço
quanto pelo material empregado na obra.
A empreitada sob administração se aproxima de uma relação condominial. Divide-se o custo
do serviço entre as pessoas conforme for sendo necessário (custo do material + custo do serviço).
Cada um paga conforme a sua participação. Paga-se pontualmente o custo da obra.
A empreitada pelo preço máximo ou propriamente dita se denomina assim pois não é pelo
preço do custo da obra; na verdade, leva-se em consideração a variação de aumento do preço dos
insumos em uma projeção para o futuro.
A empreitada por preço global é aquela que o preço já está previamente estabelecido.
Vincula-se, muitas vezes, pelo preço máximo. As variações previsíveis dos preços de mercado dos
materiais e dos serviços são de responsabilidade do empreiteiro, que não poderá alterar o preço
posteriormente se nada de mais anormal tiver acontecido. Se o preço do cimento, por exemplo, subir
naturalmente, não poderá pleitear a diferença posteriormente.
Contudo, se o fato for imprevisível (uma nova tributação, uma nova norma que proíba a
utilização de determinado material etc.) ou se dentro da execução da própria obra ocorrer algo
anormal e também imprevisível (ex.: ao cavar o terreno para fundar os alicerces de uma edificação
encontrar-se uma rocha que precisará ser quebrada e que não estava prevista no projeto), aí sim será
acrescido ao preço e também, se for o caso, ao lapso de tempo para a entrega da obra.
Na empreitada de preço por medida vai-se contratando a obra por blocos de serviços. Vai
contratando o preço conforme cada etapa da obra, e não obrigatoriamente com o mesmo empreiteiro.
Por fim, na empreitada de valor ajustável não há preço fixo, vai-se pagando de acordo com as
variações de mercado; não se pode dizer de antemão qual será o preço final, pois as prestações vão
sendo ajustadas de acordo com a inflação, índices, correções, encargos etc., calculados ao decorrer da
obra.

– Responsabilidade do empreiteiro – arts. 611 e ss.


Caberá ao empreiteiro a responsabilidade pelo serviço e pelo material empregado dependendo
da natureza da empreitada, sendo que o art. 618 estabelece a responsabilidade objetiva do empreiteiro
pelo prazo de 5 anos em função do serviço e do material empregado.
A responsabilidade de 5 anos é prevista para obras consideráveis, para obras estruturais. Se
for uma obra menor (por ex., trocar um cano velho da parede) será uma relação de consumo,
aplicando-se as regras de direito do consumidor; mas se a obra for considerável (por ex., necessidade
de trocar todo o piso de um prédio porque a sua instalação não foi feita corretamente), a
responsabilidade objetiva da empreiteira será de 5 anos, tanto pelo material quanto pelo serviço. Após
esse prazo, a responsabilidade persiste, mas só a responsabilidade subjetiva.
A diferença entre responsabilidade objetiva e responsabilidade subjetiva é que a primeira

– Recebimento da obra – arts. 614 e ss.


No momento em que o empreiteiro entrega a sua obra poderá o dono da obra se recusar a
recebê-la caso não esteja ela dentro dos padrões previamente estabelecidos, entretanto, também será
possível o recebimento da obra com vícios, porém pleiteando ao empreiteiro o abatimento no preço do
serviço em função dos vícios encontrados.
Não há motivo para não receber..... art. 615 – ajuste ou costume do lugar.

– Responsabilidade do proprietário – art. 620


A obrigação do dono da obra é o pagamento do preço. Desta forma ficará obrigado a arcar
com o reajuste do preço da empreitada se ocorrer fatos que possam ser considerados relevantes à
variação do preço. Além disso, o empreiteiro tem o direito de reter a coisa até o efetivo pagamento do
preço pactuado entre eles.
A responsabilidade do dono da obra é efetivamente pagar o preço, a não ser que seja
empreitada simples ou de lavoro, onde terá responsabilidade também de entregar os materiais.

– Extinção da empreitada:
1) Cumprimento da obrigação;
2) Morte do empreiteiro;
3) Resilição bilateral;
4) Resolução do contrato;
5) Onerosidade excessiva – ocorre quando o contrato de empreitada se torna inviável
economicamente em razão de fatos posteriores ao contrato.
A extinção pelo cumprimento da obrigação opera a partir do momento em que se recebe a
obra.
A morte do empreiteiro gera a extinção do contrato, mas não retira o direito da família de
receber pelo que já foi executado.
A resolução do contrato ocorre quando em função de algum fato o empreiteiro ou o dono da
obra desiste do contrato. Quando é o empreiteiro que não quer mais, ele receberá pelo que já executou,
mas terá que reparar os danos e se existir cláusula penal no contrato. Quando é o dono, paga-se pelo
contrato todo.
A onerosidade excessiva não é aplicada em função do erro.

30/05/2017

- Espécies de mandato
“Mandato expresso ou tácito”
“Será expresso quando a manifestação de vontade é apresentada de forma inequívoca, como o
instrumento de procuração, e será considerada tácito quando não houver a obrigação legal da forma expressa,
gerando a presunção da representação.”
Gestor de negócios = é o indivíduo que vai atuar em nome de alguém para praticar um ato, mas na
verdade não é um mandato, não tem nada que vincula àquela pessoa, mas pratica os atos relativos a um
mandatário. Não é considerado um contrato de mandato, mas presume-se que aquele ato inicial em querer
proteger os interesses do outro, em tese age representando, dependendo do reconhecimento futuro dos atos,
tornando-os válidos.

“Verbal ou escrito”
“O mandato escrito, como já vimos, pode ser outorgado por instrumento público ou particular. Já o
considerado mandato verbal é aquele que não está instrumentalizado, sendo que não será admitido para
transações que ultrapassem 10 vezes o valor do salário mínimo. Entretanto, na atualidade, a restrição do valor
não mais existe, sendo admitida qualquer negociação desde que se comprove através da prova testemunhal ou
qualquer outro meio de prova como estabelecido no parágrafo único do art. 227.”
O escrito sempre se apresentou através do instrumento de procuração, mesmo dentro de um contrato
qualquer. Em relação ao caráter verbal, o raciocínio inicial era de que poderia para negócios jurídicos que não
ultrapassassem 10 salários mínimos, só que não existe mais essa restrição legal, aplicando-se o parágrafo único
do art. 227. As restrições econômicas não mais existem, trabalha-se simplesmente com a vontade transacional,
desde que tenha como comprovar que a transação se deu (prova testemunhal). Porém, se for uma venda
imobiliária, precisa do instrumento público.

“Gratuita e onerosa”
Gratuita quando não recebe pela prestação da representação, e onerosa quando se cobra por isso.

“Judicial e extrajudicial”
“A extrajudicial é aquela concedida pelo mandante a qualquer pessoa para que o represente na prática
dos atos civis, já a judicial só pode ser outorgada para um advogado possuindo a cláusula especial ad judice que
confere ao mandatário os poderes para a prática dos atos judiciais pertinentes à ação proposta”.
A cláusula ad judice é uma cláusula genérica que dá poderes para prática de todos os atos judiciais.
Mas tem os poderes especiais, que não estão contempladas na cláusula ad judice, que só dá poderes para atos
processuais, e estão vinculadas a determinado processo.
Mas você chegou a fazer a questão (interrogação)
To muito fodido hoje. Amanhã 10h tem julgamento de um agravo em um processo de 2bi de uma
concorrente da empresa que cuido la no escritório. Tenho que ir acompanhar e o bagulho tá gerando mo
expectativa no pais todo nesse ramo. É um caso interessante, depois de explico.
Foda que tenho um caralho de coisa pra ler pra ir amanhã e passar o julgamento todo pro diretor da
empresa LOL

Tadinhooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

“Procuração real e procuração aparente”


“O chamado mandato real é aquele devidamente estabelecido por documento, não havendo dúvidas
quanto à sua efetivação. Já o mandato aparente é aquele onde acredita-se estar negociando com o representante,
porém, esta pessoa não possui os direitos que se acreditava ter. Neste caso, aquele que praticou o ato, se o fez de
boa-fé, será considerado válido.”

“Mandatos especiais”
“São considerados especiais aqueles mandatos que possuem uma finalidade pré-estabelecida,
diferenciando dos mandatos genéricos que poderão ser utilizados em qualquer situação ao qual atinja a sua
finalidade.”

“Mandato outorgado a duas ou mais pessoas”


“O art. 672 estabelece que se duas ou mais pessoas forem nomeadas em um mesmo instrumento,
qualquer delas poderá exercer os poderes que lhes foram concedidos, a não ser que: a) os mandatários nomeados
conjuntos – neste caso, os atos terão que ser praticados em conjunto pelos mandatários, podendo ser praticado
por um e ratificado pelos demais; b) nomeados sucessivos – neste caso, os mandatários irão se sucedendo em
função de possíveis impedimentos que possam surgir com aquele que está exercendo a função; c) mandato
fracionário – neste caso, cada mandatário exercerá um conjunto de poderes previamente estabelecido no
instrumento.”

20/06/2017

Contrato de transporte – art. 730


“É uma modalidade contratual onde o transportador se compromete a transportar pessoas ou coisas de
um lugar para o outro mediante retribuição. O transporte poderá ser individual ou cumulativo. Quando
cumulativo, vários transportadores se obrigam a cumprir a totalidade do percurso, sendo que cada transportador
se compromete a executar a sua parte do percurso. Entretanto, a responsabilidade entre os transportadores será
considerada solidária quanto ao cumprimento total da obrigação.”
O contrato de transporte é sempre mediante remuneração. A figura da carona não qualifica como
contrato de transporte, o que tira a responsabilidade. Quando há contrato de transporte, a responsabilidade do
transportador é objetiva, se responsabiliza por qualquer dano que ocorra, mesmo que esse dano tenha sido
causado por culpa de terceiro. Deve-se observar o risco da atividade. Ex.: transporte coletivo – pode não
acontecer um acidente, mas também pode acontecer um acidente. Mesmo sem culpa do ônibus, por ex., se um
caminhão bater nele quando ele estava parado no sinal, mesmo assim terá responsabilidade – a razão é o risco da
atividade que ela tem – depois poderá ingressar com uma ação regressiva contra quem realmente teve culpa.
Essa responsabilidade faz parte da sua atividade. Contudo, se for jogada uma pedra, ou assalto, ou bala perdida,
o diferencial é que a atividade da transportadora não é de segurança pública, então ela não se responsabiliza. O
risco tem que ser vinculado à atividade como, por exemplo, se envolver em acidentes, atropelar alguém etc..
No entanto, se for um acidente em uma carona, não haverá a responsabilidade objetiva.
Se comprar um pacote de viagem com vários voos de empresas diferentes, a responsabilidade será
solidária.
“Em relação ao transporte de passageiro, terá ele o direito de rescindir o contrato de transporte antes de
iniciar a viagem tendo o direito à restituição do valor da passagem desde que a comunicação se dê com tempo
suficiente para a revenda, sendo que o transportador poderá cobrar o percentual de 5% como multa
compensatória.”

Transporte de carga
“O transporte de carga vincula o transportador a segurança da carga, ficando ele responsável pela
entrega daquilo que lhe foi confiado e devidamente transcrito no documento de transporte.”
O transporte de coisa a responsabilidade é com relação à integridade do que está sendo transportado.
Mas quem contrata o transporte deve se responsabilizar pela embalagem adequada da coisa e ela se encontrar em
perfeitas condições para ser transportado. O transportador tem que ter a certeza daquilo que ele irá transportar. Se
não for assim, a responsabilidade não será da transportadora. Contudo, se foram tomadas todas as precauções e
mesmo assim o transportador não for cuidadoso, aí se responsabilizará objetivamente.

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