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APOSTILA DE MEDIDAS E ERROS

DE MEDIAS
O que é medir?
É o ato de comparar duas grandezas físicas de mesma natureza, tomando-se
uma delas como padrão! Exemplo: Ao se medir o comprimento de uma pessoa,
estamos comparando o comprimento da pessoa com o comprimento de uma
régua. No caso, o comprimento da régua foi tomado como padrão.

Acurácia e precisão de uma medida


Suponha que para uma certa grandeza exista um valor verdadeiro, isto é, um
valor esperado por algum modelo teórico. Se uma medida é realizada e o valor
encontrado se aproxima do valor verdadeiro, temos uma medida acurada.

Se um instrumento é capaz de medir pequenas frações de uma grandeza,


dizemos que ele pode produzir medidas precisas.

Algarismos Significativos
As medidas nunca são exatas, mesmo que o instrumento de medida não
apresente defeitos e a pessoa que realiza a medida o faça de modo correto.

Vamos supor que queremos medir uma barra de comprimento ℓ , utilizando


duas réguas de diferentes precisões, como mostra a figura abaixo


ℓ = 3,6u

0 1 2 3 4 5
l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l | l l l l l l l

0 1 2 3 4 5

ℓ = 3,62u
Podemos verificar que as leituras de ambas as réguas não são iguais, e nem
poderiam. Se nosso instrumento de medida apresenta uma determinada
precisão de medida, certamente sua leitura terá que ser equivalente a esta
precisão.

5ª OBS: . Em toda medida, os algarismos corretos e o primeiro duvidoso


(chute) são denominados algarismos significativos.

Verificamos que, na primeira medida ℓ foi determinado por dois


algarismos, (ℓ=3,8) onde o primeiro algarismo, temos certeza que faz parte da
medida. O segundo algarismo foi estimado, que denominamos duvidoso.

Verificamos que, na segunda medida ℓ foi determinado por três algarismos,


(ℓ = 3,82) onde agora os dois primeiros algarismos são certos na medida e o
terceiro passa a ser o algarismo duvidoso.

Ao expressar uma medida é necessário saber expressar o número de algarismos


com que se pode escrever tal medida, a unidade e o grau de confiança do valor
expresso, ou seja, é necessário incluir uma primeira estimativa de incerteza. O erro de
uma medida é classificado como incerteza do tipo A ou incerteza do tipo B. A
incerteza obtida a partir de várias medições é chamada de incerteza padrão do tipo A,
que é o desvio padrão determinado por métodos estatísticos. A incerteza estimada em
uma única medição é classificada como incerteza padrão tipo B, que é a incerteza
obtida por qualquer método que não seja estatístico.
Um exemplo da incerteza do tipo B é apresentado na Figura 1, medida obtida com
uma única medição do comprimento S de um lápis, utilizando uma régua com menor
divisão em mm.

Figura 1 - Medição do comprimento de um lápis utilizando uma régua com escala de


1 mm.
A incerteza pode ser estimada como sendo a metade da menor divisão da escala do
equipamento utilizado. A estimativa da incerteza é uma avaliação visual, podendo ser
considerada uma fração da menor divisão da escala, feita mentalmente por quem
realiza a medição.
A medida do comprimento do lápis, obtida na Figura 2 é:

S = 5,75 ± 0,05 cm
O resultado é apresentado com três algarismos significativos. A incerteza ou erro na
medida é representado pelo termo 0,05 cm ou 0,5 mm, que é a metade da menor
divisão da escala do equipamento

Este procedimento só pode ser adotado quando houver segurança de quem realiza
a medição, ao avaliar visualmente uma casa decimal a mais que a descrita na escala
do equipamento. Caso contrário a incerteza deve ser considerada a menor divisão da
escala do equipamento.
Os algarismos significativos do comprimento do lápis são representados por
algarismos corretos e pelo primeiro algarismo duvidoso, de acordo com a descrição
abaixo:

Regras de arredondamento
O arredondamento dos números é feito de acordo com as seguintes regras: • Os
algarismos 1,2,3,4 são arredondados para baixo, isto é, o algarismo precedente é
mantido inalterado. Por exemplo: 3,14 e 2,73 são arredondados para 3,1 e 2,7
respectivamente. • Os algarismos 6,7,8,9 são arredondados para cima, isto é, o
algarismo precedente é aumentado de 1. Por exemplo: 3,16 e 2,78 são
arredondados para 3,2 e 2,8 respectivamente. Para o algarismo 5 é utilizada a
seguinte regra: 5 é arredondado para baixo sempre que o algarismo precedente for
par e, é arredondado para cima sempre que o algarismo precedente for impar. Por
exemplo: 4,65 e 4,75 são arredondados para 4,6 e 4,8 respectivamente.

Erros e Incertezas de uma Medida


É impossível se produzir medidas com 100% de acerto, em relação ao valor
verdadeiro! Os erros podem ser sistemáticos ou aleatórios.

Erros Aleatórios
São todos os erros cujas causas são provocadas por fatores imprevisíveis ou de difícil
controle, mesmo quando as medidas foram bem planejadas! Alguns autores chamam
estes erros de erros acidentais.
Erros de observação: erros sistemáticos e
erros acidentais
Se repetirmos a medição de uma grandeza física em condições idênticas, não
obtemos sempre o mesmo resultado mas sim um conjunto de valores diferentes. Cada
um destes valores constitui um “valor medido” da referida grandeza. Como uma
medição nunca é exata, cada valor medido representa uma aproximação do valor
verdadeiro. As medidas de massa, comprimento, tempo e de todas as grandezas
derivadas, são inevitavelmente de precisão limitada. Nestas condições, a crítica dos
resultados obtidos numa experiência é parte fundamental da própria experiência. Ao
realizar uma medição não basta indicar o número que se obteve como resultado: é
necessário fazê-lo acompanhar de um outro que indique em que medida o
experimentador está confiante no valor que apresenta. Por exemplo, ao medir-se a
distância focal f de uma lente, o resultado final pode ser apresentado como f = 256 ±
2 mm. Significa isto que, dadas as condições em que foi efetuada a medição, o
experimentador considera que a distância focal deverá ter um valor compreendido
entre 254 mm e 258 mm, sendo 256 mm o valor mais provável.

Relativamente aos erros sistemáticos, muitas vezes difíceis de detectar, não


existe qualquer teoria generalizada que permita o seu estudo. No entanto, e ao
contrário dos erros acidentais, são, na maior parte dos casos, susceptíveis de correção,
podendo mesmo ser eliminados.
Os erros acidentais, dado a caráter aleatório com que se apresentam, podem ser
submetidos a um tratamento matemático baseado na Teoria das Probabilidades.

Caderno de Laboratório
Cada estudante deverá manter um Caderno de Laboratório, no qual anotará os
dados, procedimentos e demais informações relevantes à realização de cada
experiência. Não se trata de um caderno de relatórios. As anotações devem ser feitas
durante a realização do experimento para garantir a objetividade e a fidelidade.

Não é simples definir a priori o que é "relevante ao experimento". Uma maneira de


avaliar a relevância de uma informação é imaginar que se você usar o Caderno daqui
a alguns meses ou mesmo anos, a informação contida no Caderno deve lhe permitir
repetir a experiência sem dificuldade. No caso de trabalhos em grupo, cada aluno é
responsável pelo registro dos dados em seu Caderno. Ele poderá copiar figuras e
tabelas de livros e apostilas indicando claramente a fonte. Se o aluno estiver ausente
em algum dia, ele deverá realizar o experimento correspondente em outro dia
(verifique o horário disponível do laboratório.
No mínimo, para cada experimento o Caderno
de Laboratório deve sempre conter:
1. Título do experimento, data de realização e colaboradores;
2. Objetivos do experimento;
3. Roteiro dos procedimentos experimentais;
4. Esquema do aparato utilizado;
5. Descrição dos principais instrumentos; 6. Dados medidos;
7. Cálculos;
8. Gráficos;
9. Resultados e conclusões.
No Caderno de Laboratório também se anotam as observações que podem ser úteis na
continuação de um experimento, ou lembretes de coisas que você deve providenciar

Título, data e colaboradores.


O Título do experimento deve ser anotado no topo das páginas correspondentes ao
experimento. Na primeira página de cada experimento deve-se anotar quais os
colaboradores na realização. A data deve ser anotada no início e, se for necessário, a
cada dia que se continue no mesmo experimento. Em alguns casos pode ser útil
anotar o horário em que certas medidas foram feitas.

Objetivos do experimento
Os objetivos devem ser descritos de forma sucinta e clara.
Por exemplo: Os objetivos desta experiência são:
1- Aprender o uso de instrumentos de medidas
2- Determinar médias
3- Entender o fenômeno proposto através do método experimental
4-Avaliar erros de medidas e como estes se propagam em expressões matemáticas;

Roteiro dos procedimentos


Antes da cada experiência fazer um roteiro de procedimentos e escrever as
principais fórmulas que serão utilizadas. Prever as dificuldades e as estratégias para
contorná-las. Este roteiro deve vir feito de casa.

Esquema do aparato utilizado


Em geral feito à mão livre e com a identificação de cada componente. Indique o
modelo, principais características e o número de série (ou qualquer outro
identificador) de cada instrumento utilizado. Identificar os instrumentos e
componentes é útil para poder repetir o experimento nas mesmas condições.
Descrição dos principais instrumentos
Não precisa ser uma lista única no início, pode-se ir descrevendo à medida que se os
usa.

Calculo de Erro Absoluto


É a diferença entre o valor medido (V) e o valor verdadeiro (Vv):

e = V - Vv

 É expresso na mesma unidade da medida.


 Pode ser positivo ou negativo
 Se o valor verdadeiro não pode ser determinado ou não existe, tem-se
a dispersão!

Exemplo:
Ao se medir a soma dos ângulos internos de um triângulo um aluno encontrou
180o17’. Então:
e = 180o17’ - 180o = +17’

Erro Relativo
É a razão entre o erro absoluto (e) e o valor verdadeiro de uma medida (Vv):

e% = [(V - Vv)/Vv]

No exemplo acima:
e% = [17’/(180.60’)] ~ 0,002 0,2% (um erro pequeno!)

É expresso em termos percentuais e é adimensional!

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